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ão

Guia de Boas Práticas na


Gestão de Resíduos de Construção
& Demolição

Carlos Alberto de Jesus Costa


2010

1
TITULO:
“Guia de Boas Práticas na Gestão de Resíduos de C onstrução & Demolição”
Produzido em 2010.

AUTOR:
Carlos Alberto de Jesus Costa
Licenciado em Engenharia do Ambiente
(carlosajcosta@live.com.pt)

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 2


Índice

Unidades de Medida, Siglas e Abreviatura s, Definições .............................6


Resumo/Abstract .......................................................................................7
Introdução ..............................................................................................8
Parte 1 CONSTRUÇÃO ....................................................................................10
1. CONSTRUÇÃO - redução de resíduos ..........................................................11
1.1. 10 Dicas para a redução de resíduos .............................................................12
1.2. Os três R's: Reduzir, Reutilizar, Reciclar ......................................................13
1.3. Projecto de planeamento .............................................................................13
1.4. Concursos e contratos ..................................................................................14
1.5. Selecção de materiais e produtos de construção ............................................15
1.6. Sugestões para o uso de produto reciclado ....................................................16
1.7. A redução de resíduos durante a demolição / renovação ................................ 17
1.8. Criação de uma área de armazenamento de resíduos ....................................17
1.9. Redução de resíduos e opções de reciclagem .................................................19
1.9.1. Betão ..........................................................................................................19
1.9.2. Trabalho em tijolo e azulejo .........................................................................20
1.9.3. Madeiras .....................................................................................................20
1.9.4. Aço .............................................................................................................21
1.9.5. Electricidade ............................................................................................... 21
1.9.6. Estuque .......................................................................................................21
1.9.7. Vidro ..........................................................................................................22
1.9.8. Canalização, VAAC e drenagem ..................................................................22
1.9.9. Telhados, revestimentos e isolamentos ..........................................................22
1.9.10. Tintas e outros produtos de acabamento .......................................................23
1.10 Boa gestão do local para evitar desperdícios .................................................23
1.10.1. Formação e comunicação ..............................................................................24
1.10.2. Armazenamento e manuseamento de novos materiais ...................................24
1.10.3. Armazenamento e manuseamento de resíduos ..............................................25
1.10.4. Calendário de resíduos durante um projecto de constru ção ............................25
1.10.5. Ideias de armazenamento .............................................................................26
1.11. Revisão após concluída a construção .............................................................27
1.12. Plano de Gestão de Resíduos ........................................................................27

Parte 2 DEMOLIÇÃO .......................................................................................29


1. DEMOLIÇÃO – redução de resíduos ............................................................30
1.1. 10 Dicas para a redução de resíduos durante a demolição .............................30
1.2. Os três R's: Reduzir, Reutilizar, Reciclar .....................................................31
1.3. Planeamento para a desconstrução ..............................................................32

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1.3.1. Plano de desconstrução ................................................................................33
1.3.2. Avaliação inicial do local e do edifício ...........................................................33
1.4. Materiais de construção reutilizáveis e recicláveis .........................................34
1.4.1. ÁREA DE TRABALHO E VEGETAÇÃO .........................................................35
1.4.2. BETÃO ........................................................................................................35
1.4.3. ALVENARIA ................................................................................................ 35
1.4.4. METAIS ......................................................................................................35
1.4.5. MADEIRA ...................................................................................................36
1.4.6. ISOLAMENTO TÉRMICO ............................................................................37
1.4.7. PORTAS E JANELAS ....................................................................................37
1.4.8. REVESTIMENTOS E ACABAM ENTOS ...........................................................37
1.4.9. ELECTICIDADE, FIXAÇÕES E EN CAIXES .....................................................38
1.4.10. MATERIAIS PERIGOSOS .............................................................................38
1.5. Criação de um sistema de gestão de resíduos ...........................................38
1.6. Princípios para a desconstrução e desmontagem ...........................................39
1.7. Triagem e armazenamento no local ..............................................................39
1.8. Quando concluída a desconstrução ............................................................... 41
1.9. Formação do pessoal e subcontratantes .........................................................42
1.10. ESPECIFICAÇÕES DO CONTRATO DE GESTÃO DE RESÍDUOS ...........42

Parte 3 BETÃO ....................................................................................................44


1. BETÃO Processamento e armazenamento ....................................................45
1.1. Encontrar bons mercados de betão agregado britado ....................................45
1.2. Processamento no local versus centraliza do ...................................................46
1.3. Criação de uma unidade transformadora ou uma planta móvel ....................47
1.4. Operar uma fábrica de transformação de betão ............................................50
1.5. Ensaio e armazenamento do produto de betão esmagado ............................... 53
1.6. Obstáculos ao ambiente, à saúde e segurança ...............................................53
2. BETÃO Recolha e transporte .......................................................................58
2.1. Encontrar bons mercados de betão agregado britado ....................................58
2.2. Serviços de recolha e transporte ...................................................................59

Parte 4 Gesso Cartonado “ Pladur” ............................................................... 60

1. GESSO CARTONADO (“PLADUR”)


Triagem, armazenamento e transformação centralizada ................................ 61
1.1. Encontrar bons mercados para o gesso cartonado (“pladur”) triturado .........61
1.2. Processamento no local versus centralizado ...................................................63
1.3. Criação de uma unidade de transformação ...................................................63
1.4. Operação de uma instalação de reciclagem de gesso .......................................65
1.5. Ensaio e armazenamento do gesso cartonado triturado .................................67
1.6. Obstáculos ao ambiente, saúde e segurança ..................................................68

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Parte 5 Metal.........................................................................................................70

1. METAL Recolha e transporte .......................................................................71


1.1. Que metal pode ser reciclado a partir de um local de C & D? ........................71
1.2. Serviços de recolha e tran sporte ....................................................................72

Parte 6 Madeira ...................................................................................................74


1. MADEIRA Recolha e transporte ..................................................................75
1.1. Encontrar bons mercados para os resíduos de madeira .................................75
1.2. Serviços de recolha e transporte ...................................................................77
2. MADEIRA Transformada em mulch e aparas ...............................................79
2.1. Calcule a economia da reciclag em .................................................................80
2.2. Processamento no local versus centralizado ...................................................80
2.3. Criação de uma instalação de transformação ou operação móvel ...................81
2.4. Operação de uma instalação de transformação de madeira ...........................82
2.5. Armazenamento de lascas e mulch ................................................................ 83
Conclusão ................................................................................................................ 87
Bibliografia.............................................................................................................. 90

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Unidades de Medida, Siglas e Abreviatura s, Definições

AIA Avaliação de Impacte Ambiental


APA Agência Portuguesa do Ambiente
C&D Construção e Demolição
€ Euro
Hardwood São arvores de madeira mais densa, ex. : Eucalipto, Azinheira, Sobreiro .
Isolamento Qualquer material com baixa condutibilidade térmica, que quando
aplicado nas paredes, coberturas ou pesos de uma estrutura, funciona
como redutor do fluxo térmico.
Kg Quilograma
Km Quilometro
Km2 Quilometro quadrado
m Metro
m3 Metro cúbico
Mulch Cobertura orgânica do solo, constituída pelo produto resultante da
trituração de material lenhoso.
% Percentagem
RC&D Resíduos de Construção e Demolição
Rodapé Ripa de madeira colocada na parede junto ao piso.
Softwood São árvores de madeira menos densa, ex.: Pinheiro, Acácia.
t Tonelada
VAAC Ventilação, Aquecimento e Ar Condicionado

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Resumo
Neste trabalho destaca-se, devido ao seu interesse particular em termos de gestão dos
Resíduos de Construção & Demolição, o designado “núcleo de resíduos”. Este é
composto essencialmente pelos resíduos que se obt ém em trabalhos de construção,
demolição ou remodelação, excluindo movimentos de terras e vegetação proveniente de
limpezas. Contém orientações para a redução dos vários fluxos de resíduos gerados em
obra.

Faz-se especial referência a métodos eficientes de triagem de resíduos ou subprodutos,


que devem ser adoptados na área de construção ou demolição. Daí resulta numa menor
quantidade de resíduos levados para aterro, havendo um maior aproveitamento de
subprodutos que podem ser aplicados noutras obras ou para reciclagem.

Palavras-chave: Resíduos de Construção & Demolição; construção; demolição;


triagem em obra; betão; minimização de resíduos; valorização de resíduos.

Abstract
This work stands out because of its particular interest in terms of management of
Construction & Demolition Waste, the designated “waste kernel”. This consists chiefly
of the debris that gets in construction work, demolition or remodeling, excluding
earthworks and vegetation from cleanin g. Contains guidelines for the reduction of
various waste streams generated on sit e.

It is a special reference to efficient methods of sorting of waste or by -products, which


should be adopted in the construction or demolition. This results in less waste taken to
landfill, with a greater use of by-products that can be applied in other projects , or for
recycling.

Keywords: Construction & Demolition Waste, construction, demolition, sorting at the


site; concrete, waste minimization, waste recovery .

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Introdução

A forma como têm sido produzidos e geridos os RC &D, sem qualquer controlo e sem
qualquer preocupação de triagem na origem, tem introduzido dificuldades acrescidas na
obtenção de soluções conducentes à valorização/eliminação dos RC &D como um todo,
mas também à valorização dos resíduos especificamente resultantes da sua triagem.
Acresce referir que, na maioria dos casos, os que até agora têm tentado legalizar
unidades de gestão destes resíduos têm esbarrado em diversas dificuldades em encontrar
locais apropriados e disponíveis para a sua instalação e pouca aceitação por parte dos
Municípios.

É certo que as Câmaras Municipais têm um papel fundamental, não só pela criação de
espaços para a instalação das unidades de triagem mas também pela disponibilização de
locais para deposição dos inertes não passíveis de aproveitamento, sendo que estes
locais terão que obedecer ao disposto no Decreto -Lei que regulamenta os aterros.

É igualmente reconhecido que os RC &D contêm percentagens elevadas de materiais,


inertes, reutilizáveis e recicláveis, cujos destinos deverão ser potencializados,
diminuindo-se, assim, simultaneamente a utilização de recursos naturais e os custos de
deposição final em aterro, aumentando-se o seu período de vida útil.

Os RC&D estão classificados em resíduos perigosos, não perigosos e inertes, com estes
a colocarem também alguns problemas, quer no que concerne ao destino a dar -lhes,
quer à forma de fazer uma correct a triagem na origem, quer mesmo à sua quantificação.
Neste contexto, é urgente não só reavaliar e organizar os métodos de deposição final
desses resíduos como, mais importante que isso, promover a análise do seu ciclo de vida,
tendo em vista o seu máximo reaproveitamento/valorização.

Foi aprovado a 12 de Março de 2008, em Conselho de Ministros, o Decreto -Lei 46/2008


que aprova o regime de gestão de resíduos de construção e demolição. Este diploma
estabelece as condições a que ficam sujeitas as operações de gestão de resíduos de
construção e demolição, garantindo a aplicação das políticas de redução, reutilização e
reciclagem de resíduos.

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Assim, o diploma vem criar condições para a aplicação, inclusive na fase de projecto, de
medidas de prevenção da produçã o de RC&D e da sua perigosidade, aliando a utilização
das melhores tecnologias disponíveis à utilização de materiais com melhor potencial de
reutilização e reciclagem.

Um dos grandes objectivos do novo regime é a promoção da reutilização de materiais e


o encaminhamento de RC&D para reciclagem ou outras formas de valorização,
recorrendo a operadores autorizados para o efeito, ou a equipamentos apropriados.
Estabelece também uma cadeia de responsabilidades na gestão de RC &D, envolvendo
todos os intervenientes no seu ciclo de vida, desde o produto original até ao resíduo
produzido. A excepção é feita aos RC &D resultantes de obras particulares, que estejam
isentas de licença e não submetidas a comunicação prévia, cabendo a gestão à entidade
responsável pelos resíduos urbanos.

O empreiteiro ou o concessionário (em obras particulares ou públicas) terá que


assegurar a promoção da reutilização de materiais e a incorporação de reciclados de
RC&D na obra, garantindo a existência, no local, de um sistema de acondicion amento
adequado que permita a gestão selectiva, o que implica a reorganização dos estaleiros
"tradicionais". Será também das suas responsabilidades a manutenção em obra dos
RC&D pelo mínimo tempo possível.

Este guia foi desenvolvido para incentivar e apo iar todos os envolvidos na indústria da
construção civil para a redução de resíduos , adaptado de REBRI GUIDE: Your Guide to
Reducing Building Material Wastes , New Zealand.

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Parte 1 CONSTRUÇÃO

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Parte 1 - CONSTRUÇÃO

1- CONSTRUÇÃO - redução de resíduos

O objectivo deste guia é o seguinte :


 Assistir promotores, construtores e todos os outros ofícios e profissões envolvidos na construção, para
analisar como e porquê os resíduos são criados durante os projectos de construção.
 Proporcionar orientações práticas sobre como reduzir a deposição de resíduos em aterro ou aterro de
inertes, sendo eficiente no manuseamento dos materiais durante o projecto e através da criação de
bons sistemas de reciclagem e reutilização.
 Promover a consciência ambie ntal na profissão de construtor.

A problemática dos resíduos

Os resíduos são gerados nos locais de construção durante cada fase da vida do edifício. Evidências
sugerem que os RC&D podem representar até 50% de todos os resíduos em aterro. Isso é uma grande
quantidade de resíduos a enterrar. Não é apenas um desperdício de recursos, é também a ocupação de
valiosos espaços em aterro, contribuindo para sérios problemas ambientais como o ar e a poluição da água.
Maiores gastos dos consumidores e o custo r elativamente baixo de eliminação de resíduos significa que,
se não tomarmos medidas agora, o problema tornar -se-á maior.

Os produtos acabam como resíduos durante a construção, através de “erros de corte”, falhas, trabalho
negligente, má instalação ou uti lização, ou em virtude de danos. Durante a demolição os produtos tornam -
se resíduos quando eles não podem ser recuperados eficientemente, ou não podem ser reciclados ou
reutilizados.

A concepção dos produtos e selecção dos materiais, as especificações e m étodos de fabrico, a forma como
os produtos são embalados e entregues no local, as regras de utilização e própria instalação do produto
contribui para a formação de resíduos em obra.

Normalmente pelo menos 50% dos resíduos de construção podem ser reciclados.

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Parte 1 - CONSTRUÇÃO

1.1. 10 Dicas para a redução de resíduos

1. Planeie, no início de um projecto, a redução de resíduos – estabeleça objectivos, identifique as


oportunidades de reciclagem de resíduos, aponte os resíduos específicos que você espera do projecto.

2. Todos os funcionários e subcontratados necessitam de seguir os sistemas de gestão de resíduos. Incluir


instruções ou normas para redução de resíduos nos seus contratos, em sua indução material e outras
comunicações com o pessoal e sub -contratantes. Faça disso um item regular na caixa de gestão e reuniões
de projectos.

3. Ordem de entrega de produtos "à medida das necessidades" para reduzir o tempo de armazenamento no
local (e de potenciais danos). Ter uma lista precisa das medidas e qua ntidades para não haver desperdício
de produto.

4. Fale com os fornecedores sobre os métodos mais recentes para instalação e utilização de produtos, de
modo que você possa reduzir ”sobras”, erros e danos que criam resíduos durante a construção.

5. Mantenha os resíduos para reciclagem e reutilização separados. Armazená -los em diferentes fluxos,
caixotes ou pilhas, e usar sinalização clara, para que todos saibam o que fazer.

6. Configurar uma única área de armazenamento de resíduos – muitos contentores pequenos num local
incentiva as pessoas a usar o mais próximo (e misturar os diferentes tipos de resíduos o que torna mais
difícil de reciclar).

7. Diferentes tipos de resíduos ocorrem em diferentes momentos do projecto, assim planeie o seu sistema
de separação de resíduos em torno disto. Cimento, aço e madeira ocorrem durante as fundações e
enquadramentos; revestimento, reboco de gesso, cabos eléctricos e isolamento ocorrem durante a próxima
fase; cartão, envoltório de plástico, latas de tinta e outras e mbalagens ocorre durante os acabamentos.

8. Incentivar a reutilização de “sobras”, restos, etc. Mantê -los num local acessível, até ao final do projecto.

9. Mantenha uma lista actual de operadores de reciclagem no escritório para consulta fácil.

10. Incentive, como exclamações no começo do dia, se a redução dos resíduos é alcançado no projecto.

1.2 Os três R's: Reduzir, Reutilizar, Reciclar

Aplicando a política dos três R's na minimização de resíduos em projectos de C & D, irá diminuir o
volume de resíduos enviados para aterro ou aterro de inertes, e reduzir a procura de novos materiais. Os
três R's funcionam em hierarquia, como se segue:

1. Reduzir
Prevenir a formação de resíduos, em primeiro lugar, é a melhor forma de os reduzir. Alterar o tipo de
produtos ou métodos de construção, podem ter uma grande influência sobre os resíduos produzidos.

2. Reutilizar
A reutilização de edifícios existentes e materiais, tanto quanto possível, no seu próximo projecto, é a
melhor forma de reduzir resíduos.
Este inclui material removido durante a limpeza e demolição, “sobras” geradas no local e materiais
recuperados de outros empregos.

3. Reciclar
Recursos que são deixados ou que atingiram o fim da sua vida útil devem ser reciclados, sempre que
possível. É óbvio, reciclar materiais, não é suficiente... precisa de ajudar a criar um mercado para a
reciclagem, utilizando recursos materiais com uma elevada percentagem de conteúdo reciclado.

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Parte 1 - CONSTRUÇÃO

Como o seu negócio beneficia

Reduzir os resíduos não é apenas bom para o ambiente. Outras vantagens são:
 Reduzir os custos da eliminação dos resídu os;
 Um elevado nível de satisfação do cliente poderia melhorar a imagem da sua empresa e incentivar a
repetir contratos;
 Ganhar contratos para projectos que especificam procedi mentos de redução dos resíduos;
 A inovação e os desafios podem ajudar a atrair e reter os empregados.

1.3. Projecto de planeamento

Desviar os resíduos do aterro ou aterro de inertes requer planeamento, para cada projecto de constru ção.
Cada projecto é diferente, e requer uma abordagem diferente.

Você terá de estabelecer metas e objectivos, estimar o fluxo de resíduos esperado, e a desenvolver um
Plano Gestão de Resíduos.

Estabelecer metas e objectivos

Um compromisso na minimiz ação de resíduos, nesta fase precoce, é mais susceptível de suportar ao
longo do projecto. Estudar a possibilidade de fixar metas gerais e objectivos relacionad os com o seguinte:
 Elimine resíduos como uma prioridade.
 Utilizar métodos de construção q ue permitem a desconstrução.
 Utilizar produtos e materiais que reduzem resíduos.
 Utilize materiais recuperados ou em segunda mão.
 Uso de materiais pré-fabricados ou preparados fora do local.
 Recicle e reutilize os resíduos que são criados no local de trabal ho.

Estimar o fluxo de resíduos esperado

 Previsão dos tipos e volumes de resíduos que serão produzido s.


 Analisar as possibilidades de redução dos resíduos.
 Identificar as possibilidades de reutilização e reciclagem de resíduos, que são criados .
 Calcular o custo / benefício de “desviar” os resíduos do aterro.

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Parte 1 - CONSTRUÇÃO

Desenvolver um Plano de Gestão de Resíduos

Um Plano de Gestão de Resíduos é um registo escrito do que deve ser feito para alcançar os objectivos e
metas que foram estabelecidas. Ele irá identificar todas as medidas de minimização de resíduos que o
pessoal deverá seguir. Um novo plano terá de ser preparado para cada tarefa, como as matérias -primas e
especificações do trabalho iram diferir. Na maioria dos casos, sub -adjudicatários operariam segu ndo o
plano do principal contratante, sendo o empreiteiro principal o mais provável para ser responsável pela
gestão dos resíduos no local. Onde os sub -adjudicatários têm total responsabilidade pelos seus resíd uos,
que deverão completar o seu próprio Plano de Gestão de Resíduos.

O Plano deverá resumir a abordagem da redução dos resíduos utilizando muitas das sugestões neste guia :
 Definir as responsabilidades de gestão de resíduos;
 Identificar medidas de redução dos resíduos;
 Identificação de resíduos e destinos, incluindo, quais os materiais que estão a ser segregados no local
para reutilização ou reciclagem;
 Identificar onde e como armazenar novos materiais e resíduos;
 Identificar um sistema de dados de recolha de resíduos e reciclagem.

1.4. Concursos e contratos

Concurso

 Inclua o seu plano de gestão de resíduos (ver acima: “Desenvolver um Plano de Gestão de Resíduos”)
no seu concurso. Adapta-lo como necessário para cumprir os requisitos do conc urso.
 Sempre que os concursos incluam o plano d e gestão de resíduos do principal contratante, os sub -
adjudicatários devem rever e adaptar a sua resposta, na medida do necessário, para adaptar -se aos
requisitos de redução de resíduos do contratante principal.

Documentação do contrato

 Acordar o plano de gestão de resíduos com o Director, contratante principal ou cliente e com os sub -
adjudicatários. O plano de gestão de resíduos contribuirá numa base para metas, métodos a aplicar,
responsabilidades etc…
 Identificar um ponto de responsabilidade. Isto ir á assegurar que o plano de gestão de resíduos é
seguido. Nota: é importante que os indivíduos responsáveis saiba m quem são!
 Acordo que a parte ou partes recebem quaisquer benefício s financeiros na reciclagem.
 Acordar sobre eventuais incentivos económicos para a reciclagem, isso irá ajudar a manter os
trabalhadores motivados.
 Considere a inclusão do desempenho na minimização de resíduos e reciclagem, nas cláusulas do
contrato.

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Parte 1 - CONSTRUÇÃO

1.5. Selecção de materiais e produtos de construção


Os materiais de construção são frequentemente seleccionados com base no custo mais baixo, a estética, e
necessidades a curto prazo. No entanto, para identificar os materiais para a utilização mais eficaz, a fim
de reduzir os resíduos, é importante usar um conjunto mais vast o de critérios na sua escolha, tais como:

 reciclagem - pode o produto ou material ser facilmente reprocessado de volta num produto ou
material útil;
 eficiência dos recursos - menos material foi utilizado para produzir o mesmo produto;
 recuperação e reutilização – de partes de edifícios em segunda mão e garantir uma vida útil para o
produto / material segundo o seu uso original;
 durabilidade - quão rapidamente um produto ou material terá de ser substituído - O mais durável,
menos desperdiçado.

Os fornecedores podem dar este tipo de informação, ou verifique as informações nos rótulos dos produtos.

Especificar materiais que conseguem uma redução de resíduos


 Materiais e componentes que são reutilizáveis ou que podem ser reciclados depois da sua vida útil no
edifício.
 Materiais com conhecidos conteúdos reciclados, reduz a utilização de matérias -primas materiais e
ajuda a impulsionar o mercado d e materiais recicláveis.
 Materiais recuperados ou em segunda mão .
 Materiais com durabilidade coerente com o edi fício a dar vida - reduzindo a frequência de substituição.
 Materiais que não necessitam de acabamentos por exemplo os tectos de madeira natural, tijolos
e telhas, cimento pigmentado ou gesso, telhado de aço colorido logo de fábrica - reduz os resíduos
associados aos produtos de acabamento.
 Evitar sobre especificações, por exemplo especificando 9 milímetros quando 6 milímetro de gesso é
adequado - isto reduz a quantidade de materia is a entrar numa construção.
 Fornecimento de materiais pré -fabricados para as especificações de seu projecto - significa o não
redimensionamento no local.
 Materiais que tenham embalagens reutilizáveis ou recicláveis.

Construção com material pré-fabricado evita


sobras de madeira no local.

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Parte 1 - CONSTRUÇÃO

1.6. Sugestões para o uso de produto reciclado

A disponibilidade de produtos reciclados irá mudar em Portugal. Sugestões de produtos reciclados são :
 resíduos de gesso como um condicionador do solo em tratamento paisagístico;
 resíduos de madeira (aparas) em tratamento paisagístico;
 agregados de betão reciclado
como base (tapete) nas estradas,
placas de fundação e outras obras
civis;
 isolamento com conteúdo
reciclado (ex. fibras de
enchimento com vidro reciclado
ou têxteis reciclados);
 revestimentos, pavimentos e
revestimentos interiores com
conteúdo reciclado.

Uso de betão esmagado como agregado

Considere a prática dos fornecedores

A escolha dos fornecedores pode influenciar a quantidade de resíduos gerados durante o fabrico,
distribuição do produto bem como d urante a construção. Desenvolva uma preferência por materiais de
fornecedores que tenham investigado o modo como as características, processos de fabrico e embalagens
dos produtos podem reduzir os resíduos. Algumas das coisas mais óbvias que talvez você es teja à procura,
incluem fornecedores que:
 façam minimização dos resíduos / planos ambientais ou credenciais .
 fornecem embalagens recicláveis e / ou recolhem emba lagens para reciclagem.
 recebam ou comprem de novo encomendas defeituosas, rejeitadas ou inc orrectas.
 entreguem suprimentos em paletes e contentores robustos e retornáveis, e retorno do contentores
vazios aquando da entrega de mercadorias.
 reduzam os resíduos de embalagens por exemplo, utilizando o mínimo de quantidades e tipos de
materiais, e evitar embalagens desnecessárias.

Desenvolver e manter informações sobre produtos

 Mantenha-se actualizado com informações sobre produtos e mudanças nas normas dos materiais. Isto
pode ser conseguido mantendo as informações actuais (ex: revistas) forn ecidas pelos fabricantes dos
produtos e frequentando sessões de informação comercial apresentadas pelos fabricantes e associações
industriais. Leia as publicações de comércio de edifícios que promovam construções com recursos
eficientes.
 Desenvolver uma lista de especificações preferidas que incluem os materiais e componentes.

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Parte 1 - CONSTRUÇÃO

Seja rigoroso sobre estimativas e compras

 Planeie para 1% de desperdício, ou menos! Ao fazer isso você reduz as suas encomendas de produto e
dará ao pessoal um incentivo para a utilização de recursos de forma mais eficiente, pois não há uma
quantidade abundante de bens disponíveis.
 Evite sobre-especificações.
 Certifique-se que é trazida a quantidade correcta de material para o local, devolva de imediato as
provisões a mais para reduzir o potencial dano do produto, e consequente desperdício.
 Desenvolver um contrato/compra autenticada, para que os fabricantes e os fornecedores tenham
consciência dos seus requisitos exactos. Em particular, este pode ajudar a evitar um excesso de
embalagens ou embalagens desnecessárias.
 Quando encomendar materiais, verifique se são compatíveis com as dimensõ es exigidas para o
trabalho.
 Minimizar o tempo entre a entrega e a instalação – o excesso de materiais pode provocar danos no
local, aumentando a quantidade de potencial desperdício.

1.7. A redução de resíduos durante a demolição / renovação

Muitas obras incluem também a renovação ou demolição.

Top das dicas:


 Visite o local e identifique as componentes do antigo edifício para reutilizaç ão no novo edifício. O
cliente e / ou a equipa de desenho, podem também querer fazer parte da vistoria. Compile uma lista
detalhada para passar aos contratantes.
 Reduzir os resíduos de jardim e solo, protegendo árvores (remove -las para replantar), e minimizar
terraplanagem.
 Desmantelar em vez de demolir. Isto é, usar técnicas de desconstrução para remover as componentes
do edifício peça por peça, em vez de danificar partes do edifício po r métodos destrutivos.
 Escolha especialistas na desconstrução em vez de usar os seus trabalhadores a fim de maximizar a
quantidade e qualidade dos materiais recuperados .
 Proteger materiais os recuperados - armazenar sob uma cobertura e afastados de resíduos.
 Reciclar os resíduos do processo de demolição que não podem ser recuperados para reutilização.

1.8. Criação de uma área de armazenamento de resíduos

Antes do início da construção, escolha um sistema de triagem, armazenamento e manipulação de resíduos.

On-site ou off-site na gestão de resíduos?


 On-site, envolverá uma área de armazenamento de resíduos com vários contentores, caixotes e pilhas
para manter os tipos de resíduos separados. Diversas organizações podem estar envolvidas na recolha
dos diferentes tipos de resíduos.
 Off-site, é o método tradicional de ges tão de resíduos, tendo um contentor de resíduos mistos
recolhido por um operador de gestão de resíduos. Os materiais recicláveis são então triados fora do
contentor num mecanismo designado.

Decida qual o sistema a implementar. Você até poderia ter uma co mbinação dos dois. Os principais
factores determinantes são:
 O espaço disponível para os vários contentores ou pilhas (onde o espaço é limitado, a triagem fora do
local geralmente é melhor);
 Custos - comparar as taxas do serviço de reciclagem e de triage m, em comparação com um operador
de gestão de resíduos fora do local de obra ;
 Disponibilidade de serviços de reciclagem locais (e da sua capacidade para recolha de materiais);
 Disponibilidade, formação e o comprometimento da “força de trabalho” no local.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 17


Parte 1 - CONSTRUÇÃO

Separação e armazenamento de resíduos no local (“on-site”)


 Este sistema exige espaço, planeamento e empenho de todos no local.
 Este sistema exige, muitas vezes, mais de um operador de recolha de resíduos; normalmente um
colector de mistura de resíduos e uma empresa de valorização de recursos.
 Você poderá avaliar e gerir melhor o seu fluxo de resíduos e desperdícios, e compreender de onde
veio e onde os esforços de redução podem ser aplicados .
 Você pode reduzir os custos de eliminação e tirar vantagem, de quaisquer economias de custos,
através da reciclagem e reutilização.
 Tenha uma área de armazenamento de resíduos designada no local. Em geral, empreiteiros e
funcionários irão usar o contentor ou caixote mais conveniente, independentemente de se tratar de
reciclagem ou não. Havendo apenas uma área de armazenamento de resíduos evita esse problema de
“conveniência”, e também ajuda a manter o local ordenado e arrumado.
 Cada resíduo necessita de um contentor, caixote ou pilha separado dos restantes, na áre a de
armazenamento designada.
 Determinar acordos com as diversas empresas para a remoção de resíduos e materiais recicláveis do
local.
 Negociar remunerações com as empresas de recuperação de recursos.
 Você poderá ser penalizado pela contaminação de flux os de resíduos ao não separar correctamente no
local, de modo que este sistema exige uma boa formação do pessoal e dos empreiteiros.

Triagem dos resíduo. Da esquerda para a direita:


Pilha de madeira, contentor de obra azul, pilha de cartão para recic lagem, sacos amarelos de resíduos perigosos (aterro), plástico
macio para reciclagem.

Usando operadores de triagem e reciclagem fora do local (“off-site”)


 Os contentores são enchidos da mesma forma que a gestão tradicional de resíduos.
 Enchimento de contentores de resíduos mistos é mais conveniente quando o espaço para triagem no
local é restrito.
 As taxas dos serviços de reciclagem podem ser diferentes das da eliminação de resíduos (pode m ser
mais ou menos dispendiosos dependendo do operador).
 Procure verificar a instalação da empresa de triagem. Caso contrário, poderá nunca saber se a
reciclagem está a ser feita ou não.
 Este sistema torna mais difícil você medir o seu desperdício, determinar onde os seus resíduos estão a
ser criados e como os resíduos podem ser reduzidos.
 Este sistema reduz a dependência dos funcionários ou sub -adjudicatários de separar adequadamente os
materiais.

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Parte 1 - CONSTRUÇÃO

Confirme o destino de todos os resíduos

 Descarte-se dos resíduos responsavelmente. Use apenas aterros de inertes o u aterros e que sejam
consentidos pelo Conselho Regional ou permitida a sua actividade em planos regionais. Estes re gistos
devem estar disponíveis no seu município ou no operador.

Aqui um contentor é para aterro, o outro é para todos os resíduos reciclá veis.

1.9. Redução de resíduos e opções de reciclagem

1.9.1. Betão

 Reaproveite o betão britado em vez de novos agregados para tapetes, base s e materiais de paisagismo.
 Use reforços a partir de aço reciclado.
 Retorno do excedente de cimento para r eciclagem na fábrica.
 Compre produtos de fábricas que façam a lavagem de cimentos que permitem reciclar areia e
agregados.
 Quebre os fragmentos (ou sobras) em pedaços
pequenos antes do armazenamento final, para
permitir a posterior utilização em enchimentos ou
reciclagem (veja foto à direita).
 Forme uma pequena área de caminho, ou uma
zona baixa, pronta para aceitar “sobras” .
 Armazene separadamente os resíduos de betão
dos que são para trituração / reciclagem. Utilize
um contentor para o betão que vai ser retirado do
local para reciclagem, de outra forma d eixe numa
pilha para britagem.
 Reaproveitar as caixas de madeira, e utilizar os
bocados de madeira para fazer uma caixa.

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Parte 1 - CONSTRUÇÃO

Betão agregado reciclado.

1.9.2. Trabalho em tijolo e azulejo

 Use tijolos e azulejos em segunda mão.


 Devolva o fornecimento em excesso ao fornecedor, ou utilize no próximo trabalho, venda ou doe para
caridade.
 Use argamassa adequada para tijolos. Argamassa branda poupa cimento e ajuda na reciclagem.
 Reciclar tijolos e azulejos quebrados com os resíduos de betão.
 Manter as peças de azulejo separadas para reutilização e deixe as outras sobras disponíveis para os
trabalhos de arte e decoração.

1.9.3. Madeiras

 Ordene a elaboração de pré -fabricados e marcenaria, para evitar cortes no local .


 Elaborar listas de corte precisas antes de encomendar .
 Assegurar que os funcionários ou empreiteiros têm uma lista completa de corte para permitir o
eficiente uso da madeira.
 Ter uma única área de corte de m adeira, para manter todas as peças cortadas (“sobras”) num contentor
ou pilha designada. Os funcionários e contratantes podem ajudar -se mutuamente para reduzir erros de
corte durante o projecto.
 Utilize perfis de marcenaria que podem ser facilmente consu ltados para reduzir os erros de corte.
 Utilize sobras, sempre que p ossível antes de cortar novas unidades.
 Manter os resíduos de madeira tratada e
não tratada separados em todos os
momentos. Identifique claram ente cada
contentor ou área.
 Fornecer madeira não tratada como
lenha para o pessoal, público ou caridade.
 Todas as outras madeiras não tratadas
podem ser recicladas – certifique-se com
os operadores de reciclagem.
 Os resíduos de madeira tratada devem ir
para o contentor para aterro.

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Parte 1 - CONSTRUÇÃO

1.9.4. Aço

 Ordene armações pré-fabricadas, a fim de evitar sobras no local .


 Elaborar listas de corte precisas, antes de encomendar.
 Peça ao seu fornecedor aço reciclado ou utilize partes em segunda mão .
 Assegurar que os funcionários ou empreiteiros têm a cesso a uma lista completa de corte, para permitir
a eficiente utilização do aço.
 Utilize sobras, sempre que possível ante s de cortar novos elementos.
 Armazene resíduos de aço com outros resíduos de metal para reciclagem. Dependendo do volume de
metal, e da preferência do operador de reciclagem, armazene os resíduos numa pilha arrumada ou use
um contentor.

Recolha de pilhas de metal

1.9.5. Electricidade

 Use maquetes e planos para reduzir a distância dos cabos, quantidades, resíduos e custos .
 Minimizar o cabo «extra» autorizado para a s tomadas, interruptores, etc…
 Recicle as sobras com outros metais de construção. Descarne o isolamento do fio antes da recic lagem.
 Reciclar as bobines e rolos ou devolva ao fornecedor para reutilização.
 Verificar a qualidade do fio existente num projecto de renovação, para reutilização, antes de assumir
que o edifício deva ter nova instalação .

1.9.6. Estuque

 Preparar a quantidade exacta e a lista de c ortes antes de encomendar. Plano detalhado pode reduzir a
quantidade de placa de reboco exigida, bem como a quantidade de sobras .
 Ter uma única área de corte de placas de gesso, para manter todas as sobras numa pilha designada.
Mantenha as sobras limpas e secas. Os funcionários podem ajudar -se para reduzir os erros de corte .
 Instalar a placa de gesso com parafusos e pregos em vez de colas, a fim de assistir a desconstrução e
reciclagem no fim de vida do edifício.
 Um erro de corte ao meio da placa pode ter valor de revenda, ou guarde para o próxim o trabalho.
 Devolva o excesso ao fornecedor, mantenha para uso no próximo trabalho, ou venda, ou doe para
caridade.
 Conservar, no local, os resíduos de gesso limpo para reci clagem.
 Manter os resíduos de gesso de demolições separado, pois são mais difíceis de reciclar e podem
contaminar outros resíduos.
 Reciclar ou doar baldes de plástico para reutilização. Raspe primeiro o gesso para o contentor para
aterro.

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Parte 1 - CONSTRUÇÃO

1.9.7. Vidro

 Forneça antes uma medida do vido, de pré-fabricados de janelas e portas ao fornecedor para evitar a
produção de resíduos de sobras no local.
 Ordem de entrega “à medida das necessidades” e armazenar com cuidado para reduzir o risco d e
danos.
 Separe o vidro de construção de todos os outros, t ais como garrafas de bebida, e recicle. Armazene os
resíduos de vidro num contentor ou caixote.
 Retorno da carga em excesso ao fornecedor, mantenha para uso no próximo trabalho, venda ou doe
para caridade.
 Recicle a madeira e alumínio separadamente.

1.9.8. Canalização, VAAC (*) e drenagem

 Plano de canalização, VAAC e de drenagem para minimizar os comprimentos de canalização tanto


quanto possível – agrupe as zonas de necessidade de água, a utilização de linhas directas, etc …
 Escolha comprimentos de can os, e acessórios que encaixem na perfeição, mas também minimize
cortes extra durante a instalação.
 Escolha produtos de plástico que possa ser reciclado. Verifique o tipo de plástico com os operadores
locais de reciclagem.
 Todos componentes de metal, betã o e telhas podem ser reciclados.
 Conservar as sobras separadamente e reutilize -as durante o projecto. Manter as sobras para utilização
noutros projectos.
 Devolva a carga em excesso ao fornecedor, mantenha para uso no próxim o trabalho, venda ou doe
para caridade.
 Reciclar os tubos de metal, plástico e betão, e acessórios. Armazene os resíduos separadamente, por
tipo de material.
 Preparar as valas de drenagem utilizando agregados reciclados ou tijolos, telhas e betão partido, ao
invés de agregado natural.
[(*)-Ventilação, Aquecimento e Ar C ondicionado]

1.9.9. Telhados, revestimentos e isolamentos

 Escolha produtos que possam ser reciclados. Metal, tijolos, telhas, betão e produtos de madeira podem
ser reciclados, dependendo dos produtos de ac abamento.
 Forneça medidas ou comprimentos ao fornecedor a fim de evitar cortes no local.
 Conservar as sobras separadamente e reutilize -as durante o projecto. Mantenha as sobras para
utilização noutros projectos.
 Devolva a carga em excesso ao fornecedor, mantenha para uso no próximo trabalho, vender ou doe
para caridade.
 Tome atenção, para reduzir a necessidade de produtos extra de acabamento e fixação que geram mais
resíduos. Por exemplo, adquira um telhado de aço colorido pelo fornecedor para evitar a necessidad e
de pintar no local.
 Armazene separadamente os resíduos de madeira, telhas, tijolos, betão e metal para reciclagem.
Mantenha a madeira tratada separada dos outros tipos de madeira, e coloque -a no contentor para aterro.

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Parte 1 - CONSTRUÇÃO

1.9.10. Tintas e outros produtos de acabamento

 Encomende a tinta e outros produtos de acabamento em “grandes volumes” para reduzir a quantidade
de embalagens necessárias. Por exemplo, peça uma lata de 10 litros em vez de 2 latas de 5 litros
 Mantenha as sobras de tinta para reutili zação sempre que possível durante o projecto ou para
utilização noutros projectos. Doação das sobras de tinta para caridade .
 Devolva a carga em excesso ao fornecedor, mantenha para uso no próximo trabalho, venda ou doe
para caridade.
 Limpe as latas e baldes para reciclagem - Certifique-se que se a tinta endureceu no recipiente, raspe e
coloque a tinta endurecida no contentor para aterro. Recicle latas metálicas com outros tipos de metal.
Recicle os baldes de plástico ou ofereça para reutilização .
 Não lance tintas, vernizes, adesivos etc… pelo ralo, no solo ou nos cursos de água.

Papelão achatado para o manter arrumado e permitir uma fácil remoção.

1.10. Boa gestão do local para evitar desperdícios

Se o local de obra é bem gerido e arrumado, os materiais estão menos propensos a ficarem danificados e
os trabalhadores possam trabalhar mais eficientemente com os materiais. Isto leva a poupança tanto nos
resíduos como nos custos.
 Manter um local acondicionado – um local acondicionado significa que os materiais são menos
susceptíveis de serem danificados ou pe rdidos.
 Treinar pessoal e empreiteiros durante colóquios e reuniões .
 Designe zonas de corte ou de preparação de madeira, carpintaria, revestimentos, coberturas etc. E
guarde as sobras num únic o local para fácil acesso e reutilização (ver as orientações acima). Pessoal e
empreiteiros são mais susceptíveis de reutilização de sobras, se elas forem encontradas facilmente e
armazenadas separadamente dos outros resíduos. Fornecer sinalização que iden tifique que os resíduos
são para reutilização, e não eliminação.
 Proteger os novos materiais de danos, clima etc.
 Ter uma única área de armazenamento de resíduos, com a sinalização clara sobre a forma de
classificar e armazenar materiais recicláveis.

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Parte 1 - CONSTRUÇÃO

1.10.1 Formação e comunicação

 Os resíduos devem fazer parte dos habituais locais de comunicação e formação, como também durante
colóquios e reuniões.
 Desenvolver uma Folha de Indução para explicar o sis tema de gestão de resíduos.
 Dê conhecimento ao pessoal a quem devem abordar se tiverem um problema, ideia ou out ra sugestão
sobre resíduos.
 A redução de resíduos poderia ser um ponto da agenda, em encontros e reuniões de gestão de
projectos, com o cliente e equipa de desenho.
 Use sinalização clara ao redor do local, para explicar o sistema de gestão de resíduos. Algu ns
exemplos são:
- utilizando um sinal de identificação dos perigos
- sinal de aviso
- sinalização em recipientes e na área de armazenamento de resíduos
- sinais nos locais de entrada
 Comentários no inicio do trabalho, bebidas no final do projecto ou providencie outros incentivos, se
foram cumpridas as metas de redução dos resíduos.

Sinal de entrada na obra

1.10.2. Armazenamento e manuseamento de novos materiais

 Tenha uma área designada para descarga e armaz enamento de novos materiais.
 Os materiais devem ser armazenados sob uma cobertura para protecção contra danos, decorrentes de
condições meteorológicas.
 Certifique-se que os materiais são armazenados longe de veículos e caminhos.
 Colocar sinalização se ajuda r.
 Ordene a entrega dos materiais, conforme as necessidades, p ara reduzir o tempo que eles estão
armazenados no local e minimizar a hipótese de desperdício provocado por danos e manipulações
desnecessárias. Isto é, solicite e instale, os equipamentos frágeis, o mais perto possível da data de
inicio de determinada fase.
 Verifique se a embalagem protege adequada mente as mercadorias, ou seja, as mantém seca s e livres
de poeiras durante o armazenamento.
 Verificar a quantidade, condição e qualidade na entrega. Aponte quaisquer discrepâncias e envie
imediatamente o produto indese jado de volta ao fornecedor.
 Rejeite mercadorias precárias se a sua qualidade irá resultar em mais resíduos. Enviá -los de volta para
o fornecedor.
 Relate ao fornecedor a entrega de material por pessoal “descuidado”.

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Parte 1 - CONSTRUÇÃO

1.10.3. Armazenamento e manuseamento de resíduos

 Mantenha uma lista actual de operadores de reciclagem no escritório par a consulta rápida.
 Designar uma pessoa para ser a respons ável pela gestão dos resíduos no local.
 Rotule com clareza cada contentor em cada área de armazenamento d e resíduos, para que as pessoas
saibam como funciona o sistema de triagem.
- Os sinais devem ser fáceis de afixar e retirar - sinais magnéticos ou sinais com ganchos funcionam
bem.
- Os sinais com quadro branco permitem que você altere a sinalização, dep endendo do tipo de
resíduos.
 Evite o uso de vários “baldes de rodinhas”, caixotes, tambores e outros recipientes pequenos ao redor
do local - pois torna muito fácil a deposição indiscriminada de resíduos e a triagem selectiva muito
difícil. É BOM usar pequenos contentores para um único tipo de resíduos, mas sinalize -os claramente
para evitar misturas com outros tipos de resíduos, ou seja, “apenas madeir a não tratada" ou " resíduos
para aterro”.
 Tenha um agente ou empregado para verificar a área de armazenamento de resíduos periodicamente
(talvez no final de cada dia, ou durante as limpezas diárias) e que retire qualquer tipo de contaminante .
 Feche os contentores à noite e aos fins-de-semana para evitar derrames e contaminações.

Sinais magnéticos usados em contentores.

1.10.4. Calendário de resíduos durante um projecto de construção

 Diferentes tipos de resíduos virão em fluxo, em diferentes fas es do projecto imobiliário, assim você
não vai precisar de todos os contentores de resíduos no local para todo o projecto. Plano de separação
de resíduos em torno das fases:
- Fundações e terraplenagem - madeira, betão, solo, vegetação.
- Construção (esqueleto) - metal, madeira, betão.
- Revestimentos - metal, tijolo, betão, madeira.
- Isolamento, VAAC, revestimento de paredes, electricidade, canalização – placas de gesso,
isolamento, metal, plástico, poliestireno, papelão, azulejo, varreduras.
- Equipamentos - papelão, madeira, plástico, metais, telhas, materiais perigosos, varreduras.

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Parte 1 - CONSTRUÇÃO

1.10.5. Ideias de armazenamento

Verifique com o seu operador de gestão de resíduos ou operador de reciclagem sobre os requisitos de
armazenamento.
 Papelão - caixa de um operador de reciclagem, ou uma pilha achatada sobre paletes para transporte (se
for possível, manter seco).
 Betão, tijolos, etc. – Contentores de obra com 4,5m 3 aproximadamente, pois o betão é pesado demais
para um de 9m 3. Para grandes volumes armazene em pilhas.
 Metal – em pilhas, contentores ou atrelados, dependendo do operador de reciclagem, e os volumes.
 Placas de gesso – contentores cobertos ou caixotes com tampa, ou empilhados sobre uma palete para
reutilização. Devem ser mantidos limpos e secos.
 Poliestireno - grandes sacos de plástico que possam ser atados de forma segura para que não voem
pelo local (veja foto em baixo).
 Plástico (duro) - contentor com tampa para não voar pelo local.
 Invólucros de plástico e películas - atrelados ou balde de carga frontal com uma tampa de modo que
não voem pelo local (ver foto em baixo).
 Solos – em pilha no local ou logo na caixa de um camião para remoção.
 Madeira tratada - manter
separada de outra madeira,
numa pilha ou contentor,
desde que haja um acesso
fácil por parte do pessoal,
para reutilização.
 Madeira não tratada –
contentores, caixotes ou
pilhas, desde que haja um
acesso fácil por parte do
pessoal, para reutilização.
 Vegetação - em pilha no
local ou logo na caixa de
um camião para remoção.
 Resíduos equiparados a
resíduos sólidos urbanos –
em contentores.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 26


Parte 1 - CONSTRUÇÃO

1.11. Revisão após concluída a construção

Revendo, no final do projecto, o seu esforço na redução dos resíduos, ajudá -lo-á a aprender com esta
experiência e dar um começo melhor no seu próximo projecto. Considere o envolvimento dos
funcionários, contratantes, projectistas e clientes para discutir e encontrar soluções para os problemas que
foram encontrados. Perguntas a fazer:

Você alcançou as suas metas?

Você cumpriu os objectivos e metas de redução de resíduos definidas no início do projecto? Quanto
dinheiro você “salvou” através da redução de resíduos? Achou tudo isto valeu a pena? Estabelecer o que
funcionou bem e o que funcionou mal. Quando os objectivos foram cumpridos, considere a definição de
metas mais ambiciosas para o próximo projecto.

Encontrou problemas?

 Registos irregulares ou inconsistentes.


 Contaminação de contentores .
 Armazenamento inadequado.
 Estimativa de quantidades de resíduos.

Identifique os problemas e tente analisar as suas razões. Você deve questionar-se sobre o seguinte:
 O seu pessoal obteve formação adequada?
 Estariam os contentores para separação e armazenamento bem colocados, para protecção e
conveniência?
 Que tipos de materiais foram colocado s nos contentores incorrectamente ?
 Que tipos de materiais foram desperdiçados e por quê?

1.12. Plano de Gestão de Resíduos

Apresentação do Plano de Gestão de Resíduos:

Dentro de 10 dias após a recepção da comuni cação da licença, ou antes de qualquer remoção de resíduos,
o que ocorra mais cedo, o Contratante deve apresentar ao Chefe e Engenheiro um Plano de Gestão de
Resíduos. O plano deve conter os seguintes elementos:

 Pessoa (s) responsável por instruir os trabalhadores e supervisionar e document ar os resultados do


Plano de gestão de Resíduos no projecto.
 Prevenção ou redução dos resíduos na fonte, medidas que serão tomadas durante o projecto .
 Análise da proposta dos resíduos gerados, incluindo reutilizáveis, recicláveis e de para eliminação
(por volume ou peso).
 Propostas alternativas à deposição em aterros ou aterro de inertes: uma lis ta de cada material proposto
a ser recuperado, reutilizado, ou reciclado durante o decurso do Projecto. No mínimo, os seguintes
materiais devem ser reciclados:
- Betão / tijolos / Bloco de Cimento
- Asfalto
- Tijolos, telhas e blocos de cimento
- Todos os metais
- Placas de estuque
- Vegetação

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 27


Parte 1 - CONSTRUÇÃO

- Madeira tratada
- Madeira não tratada
- Papelão ondulado
- Plásticos
- Solo
- Quaisquer componentes do edifíc io
- Isolamento
 Contentores & sinalização : descrição de contentores / recipientes que serão utilizados , e os sinais
que serão utilizados nos contentores.
 Procedimentos de manuseamento e armazenamento de materiais : identificação das medidas a
tomar para evitar a contaminação dos materiais a serem reutilizados ou reciclados e para garantir que
estes são compatíveis com os requisitos de aceitação, por determinadas instalações.
 Se no local irá ocorrer separação e como os materiais serão armazenados. Note qu e onde haja espaço,
a separação é recomendada . Sempre que os materiais devam ser misturados, estes devem ser levados
para uma instalação de processamento e separação fora do local.
 Manutenção de registos: o contratante deve manter um registo dos resíduos, reciclados, reutilizados
e eliminados. Para cada material reciclado a partir do projecto , inclua o montante (em metros cúbicos
ou em toneladas), ou no caso de reutilização registe as quantidades por número, tipo e tamanho dos
itens, e os destinos. Para cada material depositado em aterro ou aterro de inertes registe o montante
(em metros cúbicos ou em toneladas) de material e a identidade do aterro, aterro de inertes e / ou
estação de transferência.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 28


Parte 2 DEMOLIÇÃO

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Parte 2 - DEMOLIÇÃO

1- DEMOLIÇÃO – redução de resíduos


Este guia foi desenvolvido para incentivar e apoiar todos os envolvidos na indústria da construção e
demolição (C & D) para reduzir a deposição de resíduos em aterro e aterro de inertes.

A longo prazo, projectos para desconstrução são uma solução fundamental para a redução de resíduos, no
final de vida de um edifício. A curto prazo, no entanto, a redução dos resíduos de edifícios focando a
desconstrução e desmantelamento, e m vez da demolição, vai ajudar alcançar este objectivo. Este guia
fornece orientações de boas práticas para:
 Empresas de demolição.
 Proprietários de edifícios.
 Construtores.

Os objectivos deste guia são os seguintes


 Ajudar a maximizar a quantidade de material recuperado no fim de vida de um edifício
(redução dos resíduos para aterro ).
 Promover a consciência ambiental entre os agentes envolvidos na demolição e
desconstrução.

Existem oportunidades para reduzir os resíduos em todas as fases do projecto de construção e demolição.
A maioria dos edifícios que atingem o final da sua vida pretendida, ou estão a sofrer renovações, têm
alguns materiais e sistemas que ainda possuem alguma vida útil, e a maioria dos itens recuperados, a
partir de edifícios, podem ser reutilizado s ou reciclados em materiais utilizáveis. É bem sabido que uma
cuidadosa e selectiva desmontagem e separação, para reutilização e reciclagem, reduz o volume de
resíduos depositados em aterros.

1.1. 10 Dicas para a redução de resíduos durante a demoliçã o

1. Ter um plano para o projecto para maximizar a recuperação de peças e materiais do edifício.

2. Realizar uma avaliação inicial do local, e fazer um inventário de todos os tipos e quantidades de
materiais a serem recuperados, reciclados ou eliminad os. Considere o que poderia ser reutilizado no local,
tal como betão como agregado reciclado para bases.

30
Parte 2 - DEMOLIÇÃO

3. Poderá o prédio ser deslocado? Isto significaria que muito pouco s resíduos serão gerados.

4. Encontre mercados para os materiais antes de inicia r o projecto.

5. Assegurar ao gestor do projecto ou cliente, horários com tempo suficiente para o desmantelamento.
Explique a diferença nos custos, benefícios ambientais, etc. durante a fase de concurso.

6. Seleccione as áreas de armazenamento de resíd uos, antes da desmontagem começa r, para tornar o
processo mais suave e ajudar a reduzir os danos de materiais recuperados.

7. Desmantelar edifícios em componentes na ordem inversa à construção.


- Retire todas as componentes interiores manualmente, para r eduzir danos.
- Mantenha os fechos, dobradiças, molduras, etc., com a janela, porta ou outra parte do edificio.

8. Separar os materiais no local ou "na fonte", para reduzir o custo e o tempo de manuseamento dos
materiais. Armazene separadamente os tipos de materiais, isto é, metal, betão, madeira etc.

9. Garantir o armazenamento de itens recuperados em segurança e secos, e remoção cuidadosa do local


para reduzir os danos e contaminações, que poderiam desvalorizar os materiais.

10. Coloque-se ao serviço do mercado, e também os bens recuperados, para incentivar a indústria da
construção civil a aumentar a utilização de materiais em segunda mão.

1.2. Os três R's: Reduzir, Reutilizar, Reciclar

Aplicando os três R's, na minimização de resíduos de pro jectos de demolição, irá reduzir o volume de
resíduos eliminados para aterro. Reduzir a procura de novos materiais e conservar materiais preciosos, e
pode reduzir custos do projecto. Os três R´s de funcionam em hierarquia:

1. Reduzir
Prevenção, em primeiro lugar, de resíduos serem criados, é a melhor forma de reduzir os resíduos. A
longo prazo, a maior influência sobre os resíduos gerados no fim de vida de um edifício, é o de incluir
recursos eficientes, conceitos de desconstrução e redução de resíduos n o projecto. A curto prazo, no
entanto, as decisões sobre a extensão da demolição que irá ocorrer e os materiais que serão recuperad os,
podem influenciar a quantidade de resíduos gerados.

2. Reutilizar
A reutilização, tanto quanto possível, de edifícios existentes e materiais em projectos de construção e
renovação, é a segunda melhor maneira de reduzir os resíduos. A quantidade de material que está
disponível para reutilização pode ser m aximizada através de cuidadosa desconstrução, manipulação e
também o armazenamento de materiais recuperados, reduzindo assim a possibilidade de danos.

3. Reciclar
Recursos que já chegaram ao final da sua vida útil devem ser reciclados, sempre que possível. Isto
envolve uma cuidadosa triagem de materiais recicláveis em ti pos, tamanhos e graus, conforme exigido
pelos operadores de reciclagem, e armazenamento de materiais para evitar contaminação e danos.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 31


Parte 2 - DEMOLIÇÃO

Benefícios da redução de resíduos

Embora a redução dos resíduos seja bom para o ambiente, as empresas que reduzam os resíduos através
da desconstrução podem também encontrar os seguintes benefícios:
 Lucro com peças recuperadas do edifício.
 Um nível elevado de satisfação do cliente poderia melhorar a imagem da empresa e in centivar a
repetir negócios.
 A formação e competências necessárias para a desconstrução podem ajudar a atrair e reter os
empregados que estão desejosos de desenvolver habilidades .
 Redução dos riscos decorrentes de desconstrução, que permite a correcta remoção e eliminação de
materiais perigosos, tal como o amianto.
 Ganhar contratos para projectos que especificam procedimentos de redução de resíduos.

Remoção manual de janelas.

1.3. Planeamento para a desconstrução

A quantidade de materiais que podem ser recuperados para reutilização ou re ciclagem é largamente
dependente do tipo de edifício a ser desconstruído, limitações de tempo e os mercados locais de
reciclagem. O bom planeamento irá contribuir para melhorar a recuperação e reduzir
o desperdício. O planeamento inclui:
 Desenvolver um plano de desconstrução.
 Encarregar-se de uma avaliação inicial do local e d a construção.
 Descobrir quais são os materiais recicláveis ou reutilizáveis e, se possível, arranjar compradores para
os materiais resgatados e recicláveis .
 Desenvolver um inventário dos materiais.
 Garantia de tempo suficiente em agenda .
 Estabelecer procedimentos de monitorização e gravação.
 Estabelecimento de um sistema de gestão dos resíduos.

Estes são discutidos em detalhe nas secções seguintes.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 32


Parte 2 - DEMOLIÇÃO

1.3.1. Plano de desconstrução

Agrupar todos os trabalhos de planeamento num plano escrito . O plano pode ser utilizado quando você
concorrer a contratos, e também pode ser utilizado para oferecer ao pessoal informações sobre o projecto.
O plano deve incluir:
 A quantidade de materiais a serem recuperados para reutilização, reciclagem e enviados para
eliminação.
 Destino e / ou utilização final dos diversos componentes dos edifícios, incluindo a elimi nação
adequada dos resíduos.
 Metodologia e sequenciação da desconstrução .
 Calendário de desconstrução.
 Localização, protecção e segurança das áreas de armazenamento (caso os materiais devam ser
armazenados no local). Marcar claram ente a localização de todas as áreas de armazenamento num
local plano, se este estiver disponível .
 Detalhes sobre os materiais e procedimentos de manuseamento e remoção, nomeadamente nos locais
do projecto com limitações de espaço.

1.3.2. Avaliação inicial do local e do edifício

Uma avaliação inicial do edifício e do local irá ajudar a identificar oport unidades de recuperações. Nesta
fase, verificar se se vende a totalidade do edifício ou desmantelar e vender em partes individuais.

Tipos de edifícios susceptíveis de serem bons candidatos para a desconstrução

 Estrutura com vigas de madeira pesad a, ou com a uma madeira única .


 Construção com materiais especiais, tais como madeira nativa ou de parede ou piso em madeira,
janelas com vidro duplo, molduras arquitectónicas, portas únicas ou canalização / equipamentos
eléctricos únicos.
 Construída com tijolos de alta qualidade estabelecidos com argamassa de baixa qualidade (para
permitir relativamente fácil remoção e limpeza).
 Edifícios comerciais construídos com itens reutilizáveis de alta qualidade, como revestimento e vigas
de aço.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 33


Parte 2 - DEMOLIÇÃO

Papelada

Uma análise da documentação para determinar os tipos de materiais, técnicas de construção e localização
de todos os serviços é um bom ponto para começar. Rever planos de trabalho, desenhos, e relatórios de
engenheiros obtidos a partir da sua cidade ou municíp io, ou a partir do seu cliente. O arquitecto ou
engenheiro pode ter já preparado um plano de desconstrução que inclui:
 Uma lista de materiais e componentes, bem como da sua concepção ou tempo de vida, e as melhores
opções para a reutilização, recuperação ou reciclagem;
 Instruções sobre a forma de desconstruir elementos.

Avaliação do local
Uma avaliação do local deverá ser feita para determinar se o edifício será removido para reutilização ou
para desconstruir, e para identificar materiais perigosos e o portunidades de recuperação de materiais.

Considere o envolvimento de algumas das seguintes pessoas na avaliação do edifício:


 Construtor, carpinteiro, arquitecto ou alguém com experiência nos método s e materiais de construção.
 Comerciante experiente em reparação / recuperação de equipamentos, aparelhos, mate riais.
 Engenheiro estrutural, ou inspector de materiais que pode fornecer informações sobre a integridade
estrutural de componentes de construção e / ou a existência de materiais perigosos que exigem
tratamento especial.
 Alguém que tem uma boa compreensão do valor da recuperação de materiais de construção no
mercado local.

Inventário de materiais
 Cada tipo de material de construção deve ser quantificado, utilizando unidades de medida padrão da
indústria.
 Avaliar cada material para:
- Recuperação para reutilização;
- Reciclagem;
- Eliminação.
 Determinar os custos e poupanças associados à reutilização, reciclagem e eliminação. Certifique -se
que inclui o pagamento de materiais recicláveis e reuti lizáveis, redução de custos de deposição em
aterro, os custos de transporte, e o tempo necessário para triagem ou preparação de materiais para
reutilização ou reciclagem.

1.4. Materiais de construção reutilizáveis e recicláveis

Como você sabe se é um material reutilizável ou reciclável?


A maioria dos materiais de demolições podem ser reutilizados ou reciclados. Os materiais que são
recuperados para reutilização e reciclagem dependem :
 das actuais instalações e a procura no mercado, na sua área, que po dem mudar ao longo do tempo;
 da qualidade e estado dos materiais;
 do tempo disponível para recuperação.

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Parte 2 - DEMOLIÇÃO

Peças de edifícios, estaleiro de recuperados

Materiais de construção reutilizáveis e recicláveis

Dependendo dos mercados locais, em geral , os seguintes componentes podem ser reciclados ou
reutilizados:

1.4.1. ÁREA DE TRABALHO E VEGETAÇÃO


 Pavimentação em asfalto: reutilizável, pode ser quebrado e reutilizado no local para uma estrada
temporária de acesso. Pode ser removido e reciclado .
 Vedações: reutilizáveis ou recicláveis.
 Vedações em madeira: reutilizáveis.
 Árvores: alguns espécimes podem ser removidos e replantados. A Vegetação pode ser retalhada ou
transformada em húmus para cobertura do terreno ou formação de composto.

1.4.2. BETÃO
 Betão fabricado no local e pré -fabricado: reciclável ou pode ser reutilizado quer na construção,
paisagismo e estabilização de terras.

1.4.3. ALVENARIA
 Blocos de betão: reutilizável, caso não seja preenchido com betão - recicláveis se preenchido
com betão.
 Pedras de pavimentação: reutilizáveis ou recicláveis.
 Tijolo: reutilizável, se estava ligado com argamassa de cal - recicláveis se estava ligado com betão.
Pode ser usado no local como cobertura deco rativa, bases ou enchimento.
 Bloco decorativo de betão: reutilizável caso não seja preenchido com betão - recicláveis se preenchido
com betão.

1.4.4. METAIS
 Aço reforçado (barra): reciclável, geralmente embutido em betão, portanto, não reutilizáveis.
 Aço e telhados de zinco: reutilizáveis, recicláveis.
 Pregos: recicláveis
 Aço estrutural: reutilizável, inclui vigas, armações, canos de ferro, de outra forma é reciclável.
 Ferro fundido: reciclável.
 Cobre: reciclável.
 Alumínio: reciclável.

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Parte 2 - DEMOLIÇÃO

 Algerozes de metal: recicláveis.


 Chumbo: recicláveis.
 Canalizações eléctricas e acessórios : reutilizável, veja abaixo, caso contrário, recicláveis.

Metal seleccionado para reciclagem.

1.4.5. MADEIRA
 Estruturas de madeira não tratada : reutilizável, pode ser usada como lenha ou tri turada para formar
composto.
 Estruturas de madeira tratada : reutilizáveis.
 Painéis: reutilizáveis.
 Painéis de madeira não tratada : reutilizáveis.
 Chão em madeira: reutilizável, se a pavimentação for de encaixe. Pavimentação com ta cos finos não é
reutilizável.
 Ripas de madeira: reutilizáveis.
 Viga de madeira treliçada : reutilizáveis.
 Marcenaria, janelas, portas: reutilizável.
 Madeira não tratada- todos os tipos de madeira não tratada sem acabamentos (tintas, vernizes, etc.),
que não é boa o suficiente para recuperação, pode m ser separada para lenha ou defeito num produto
composto.

Resíduos de madeira pronta para transformação

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Parte 2 - DEMOLIÇÃO

1.4.6. ISOLAMENTO TÉRMICO


 Isolamento a fibra de vidro: reutilizáveis.
 Isolamento a fibra de vidro rígida : reutilizáveis.
 Isolamento a poliestireno rígido: reutilizável, o componente metalico é reciclável.

1.4.7. PORTAS E JANELAS


 Portas de metal: reutilizável com plena moldura.
 Portas de madeira: reutilizável com plena moldura.
 Portas duplas de metal: reutilizáveis.
 Portas duplas de madeira: reutilizáveis.
 Portas rolantes: reutilizáveis.
 Portas deslizantes: reutilizáveis, recicláveis através da remoção do vidro, e reciclagem do vidro e
moldura em separado.
 Fecho mecânico: reutilizáveis.
 Portas anti-pânico: reutilizáveis.
 Portas de pátio: reutilizáveis.
 Janelas de alumínio: reutilizáveis, recicláveis através da remoção do vidro, e reciclagem do vidro e
moldura em separado.
 Janelas de aço: reutilizáveis, recicláveis através da remoção do vidro, e reciclagem do vidro e meta l
moldura em separado.
 Unidades de vidro seladas: reutilizáveis.
 Espelhos de vidro emoldurado : reutilizáveis.
 Montras: reutilizável, melhor ser mantido numa só unidade.
 Albóis: reutilizáveis, garantir que a vedação não seja quebrada.
 Vidros das janelas e portas: reutilizáveis, recicláveis.
 Madeira ou metal das armações : recicláveis.

Materiais de construção em segunda mão, estaleiro de materiais recuperados

1.4.8. REVESTIMENTOS E ACAB AMENTOS


 Tapete / azulejos: reutilizáveis para fins originais . Reciclável.
 Azulejos terracota: reutilizáveis, caso contrário, recicláveis com betão .
 Arquitraves e rodapés: reutilizáveis.
 Painéis de madeira: reutilizáveis, recicláveis. Com madeira não tratada ter em consideração a tinta /
verniz de acabamento.

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Parte 2 - DEMOLIÇÃO

 Acessórios de madeira: reutilizável, inclui cornijas, estantes embutidas e molduras.


 Marcenaria: reutilizáveis, recicláveis.

1.4.9. ELECTICIDADE, FIXAÇÕES E ENCAIXES


 Banhos, lavatórios, sanitários, etc : reutilizáveis.
 Torneiras: reutilizáveis, o metal é reciclável.
 Interruptores: reutilizáveis.
 Acessórios de iluminação: reutilizáveis.
 O equipamento de serviço: fogões, aquecedores, aparelhos de ar condicionado todos reutilizáveis,
componentes metálicos recicláveis.
 Cablagem: recicláveis, sem isolamento.

1.4.10. MATERIAIS PERIGOSOS


No interesse da saúde e segurança, você deve verificar os requisitos de remoção e eliminação de ma teriais
perigosos na sua cidade ou município. Os resíduos perigosos provenientes da demolição de edifícios
incluem:
 Balastros de luz fluorescente fabricados antes de 1978 - contêm PCB;
 Lâmpadas fluorescentes - contêm mercúrio;
 Refrigeração, ar condicionado e outros equipamentos que contenham refrigerantes feitos com o uso de
CFC;
 Baterias - contêm chumbo, mercúrio e ácido;
 As tintas, solventes e outros fluidos perigosos;
 Materiais à base de amianto;
 Materiais com acabamentos à base de chumbo;

1.5. Criação de um sistema de gestão de resíduos

Instituindo o sistema de gestão de resíduos no local e garantindo a adequada prepa ração do local antes de
começar o desmantelamento, tornará o processo mais suave e ajuda a reduzir os danos de materiais
recuperados.
 Gestão de resíduos On-site ou off-site? Decida se você vai separar os resíduos no local em diversas
opções como a reciclagem, reutilização e eliminação ou encaminhar os resíduos mistos para fora do
local, para triagem e separação. Você mesmo poderia ter uma combinação dos dois. A maioria dos
projectos de desconstrução envolve um grande volume de materiais triados no local. O s factores chave
são:
- Espaço no local para as áreas de armazenamento de resíduos e materiais recuperados (onde o espaço
é limitado, a triagem fora do local -off-site- é normalmente melhor).
- Custos.
- Disponibilidade de serviços de reciclagem e trans portadores de resíduos, ou se vai você transportar
os seus próprios resíduos, materiais recicláveis e recuperados, do local do edifício.
- A disponibilidade, a formação e o comprometimento da força de trabalho no local.
- Se os materiais serão reaproveit ados no novo desenvolvimento.
- Se os materiais serão vendidos directamente a partir do local.
- O potencial risco de dano ou contaminação durante o transporte p ara fora do local, ou durante a
armazenagem no local.

 Verifique com os clientes, comer ciantes de mercadorias recuperadas e operadores de reciclagem,


sobre quaisquer especificações de armazenamento e transporte.
 Ao designar as áreas de armazenamento, considerar o espaço para carga e descarga de contentores,
necessidade de guinchos, etc .

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Parte 2 - DEMOLIÇÃO

 Áreas de armazenamento claramente demarcadas no terreno, por exemplo usando obstáculos, tais
como betão recuperado para criar baías.
 Criar áreas separadas para triagem e armazenamento de materiais recicláveis e reutilizáveis, garantir
que essas áreas são claramente identificadas.
 Contactar operadores de reciclagem de resíduos e providenciar recipientes para deposição, e também
prazos aceitáveis de remoção dos resíduos do local.
 Providencie contentores separados, paletes ou outros recipientes para os divers os materiais, e
assegurar que estes são claramente rotulados.
 Providenciar e erguer barreiras e dispositivos de segurança em torno do local, conforme necessário,
para proteger os itens recuperados de danos materiais, manuseio inadequado, roubo, vandalismo e
incêndios.

1.6. Princípios para a desconstrução e desmontagem

Princípios gerais para o desmantelamento e desconstrução de edifícios


 Desconstrução é o inverso da construção - remover partes do edifício na ordem inversa à construção .
Comece com desmontagem do arranjo interior, portas e revestimentos, em seguida, rem ova a
cobertura, janelas e, finalmente, “esqueleto” e fundações.
 Os edifícios são desconstruído s andar por andar, com início no telhado e piso superior.
 Realizar o desmontagem manualmente, com ferramentas manuais para minimizar danos ca usados por
grandes máquinas.
 Durante a desconstrução, a preparação das peças podem ser exigida s antes da remoção, como o
humedecimento de pisos de madeira e acessórios com a água para evitar fendas e racha s.
 Durante a desconstrução, o desmantelamento de grandes componentes pode ser feito em etapas. A
remoção em grande escala de peças do edifício, como pavimentos ou coberturas, pode ser feita
inicialmente, com gruas ou escavadoras, seguido da separação manual mais pormenorizada dos
componentes e contaminantes (on-site ou off-site).
 Fotografe marcenaria ou outras componentes do edifício antes da remoção, para indicar uma potencial
reutilização e dar aos compradores uma melhor ideia de como ficariam as peças montadas.
 Manter todos os acessórios (dobradiças, parafusos, rolos, guias, chaves, etc), juntamente com a
componente da construção como portas, jan elas, carpintaria, VAAC, etc
 Etiquetar os componentes que são removidos, para facilit ar a reinstalação.
 Amianto só deve ser removido por empreiteiros aprovados.
 Armazenamento e manuseio de materiais recicláveis e reutilizáveis deve ser feito de uma maneira que
reduza a contaminação e dano.

1.7. Triagem e armazenamento no local

Triagem

Quando separar os materiais e componentes, retirados do edifício, e prep ará-los para a remoção:
 Obtenha as especificações, para os materiais, dos operadores de reciclagem ou comerciantes de artigos
em segunda mão antes de começar.
 Garanta materiais de diferentes tipos, tama nhos, graus, e os materiais reutilizáveis e recicláveis sejam
mantidos separados.
 Classifique os materiais de acordo com as dimensões e comprimento.
 Não misture madeira tratada e com madeira não tratada.
 Separe directamente para os recipientes que serão utilizados para armazenamento ou remoção, a fim
de evitar manuseamento desnecessário .
 Retire contaminantes à medida que separa.

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Parte 2 - DEMOLIÇÃO

Empilhar madeira, de acordo com as dimensões,

Armazenamento

O armazenamento adequado dos materiais e itens recuperado s irá reduzir os danos e contaminações, que
poderiam impedir a reutilização dos materiais ou sua desvalorização. Em geral os materiais recuperados
devem ser armazenados e tratados da mesma forma que os novos materiais .
 Armazene materiais, que se danificam facilmente, no interior de um casão ou sob uma cobertura de
protecção, do estado do tempo, sempre que possível, caso contrário, cobrir com lona plástica ou outros
materiais para proteger do sol e chuva.
 Armazene os materiais para evitar a contaminação cr uzada e danos, bem como também permitir a
fácil circulação em torno do local.
 Empilhe ou coloque em paletes as alvenarias, coberturas, revestimentos, telhas, etc. para fácil remoção.
 Use clara sinalização para todas as áreas de armazenamento e contentores , para evitar a contaminação
cruzada. A sinalização deve incluir o tipo e o grau de material e quaisquer instruções para protecção
do produto (por exemplo, "Manter seco").

Tijolos empilhados para fácil revenda.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 40


Parte 2 - DEMOLIÇÃO

Eliminação de resíduos

Uma vez que você acompanhou todos os caminhos possiveis para a reutilização e reciclagem, você vai
precisar de se assegurar que os resíduos são eliminados responsavel mente.
 Use apenas instituições de eliminação que são consentidas pelo Conselho Regional, ou tenham a
“licença de actividade" nos planos regionais. Estes registos devem estar disponíveis nas instalações de
eliminação de resíduos ou concelhos regionais para que possa visualizar.
 Obter os critérios para a aceitação dos resíduos nas instalações de eliminação e operar de acordo com
esses critérios.
 A madeira tratada não separada para reutilização deve ser depositada num aterro de resí duos sólidos
urbanos.
 O amianto deve ser depositado num aterro licenciado de resíduos sólidos urbanos.

1.8. Quando concluída a desconstrução

 Resumir o montante (volume, quantidade, número) de materiais reutilizados e reciclados, ou


utilizados de outra forma.
 Avaliar o sucesso do projecto de desconstrução pela análise:
 Se recuperou tanto material como você esperava (comparar suas estimativas do plano para os dado s
reais de acompanhamento).
 Como você poderia ter recuperado mais.
 Se a desconstrução foi mais gratificante financeiramente do que a demolição.
 Quanto material foi desviado do aterro .
 Capacidade de usar o projecto para fins de marketing.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 41


Parte 2 - DEMOLIÇÃO

1.9. Formação do pessoal e subcontratantes

Formar a equipa e subcontratantes de demolição é um factor de sucesso essencial para a alta recuperação
dos componentes do edifício. Por compreensão do processo de transformar materiais de demolição em
produtos valiosos, os trabalhadores tenham muito mais cuidado na sua recuperação, assegurando ao
mesmo tempo a mínima contaminação. A maior parte da formação na indústria é feita no trabalho, então
o seu programa de formação deve reflectir isso.
 Garantir que os trabalhadores e sub -adjudicatários estão conscientes do que eles precisam fazer e
como devem fazê-lo. Considere o fornecimento de documentação sobre o seguinte:
- Requisitos para valorização dos recursos;
- Técnicas de desconstrução;
- Requisitos de triagem e armazenagem .
 Formalizar o papel como formadores aos altos funcionários, bem como fornecer qualquer formação
que lhes permita serem mais eficazes como formadores no local de trabalho .
 Enfatizar os benefícios da desconstrução e maximização da recuperação de recursos .
 Garantir a identificação precisa e planeamento de substâncias perigosas - o aumento da desconstrução
de carácter manual significa que isto é ainda mais importante. Conselheiros de Higiene e Segurança
no Trabalho podem ser capazes de auxiliar.
 Verificar a documentação regularmente e mantenha um registo de formação.

1.10. ESPECIFICAÇÕES DO CONTRATO D E GESTÃO DE RESÍDUOS

Requisitos regulamentares

O contratante e os subcontratantes devem:


 Sujeitar-se a todos os códigos e regulamentos aplicáveis para a eliminação e remoção d e resíduos
comuns e perigosos.
 Manuseie e descarte-se de todos os materiais perigosos e proibidos, em conformidade com os
regulamentos locais e nacionais. Estes materiais perigosos e proibidos incluem (mas não estão
limitados) o amianto, tanques de armazenagem subterrânea, Bifenilos Policlorados
(PCB), químicos abandonados (gasolina, pesticidas, herbicidas, substâncias in flamáveis e
combustíveis), gás Fréon de equipamentos de refrigeração, tintas à base de chumbo, detectores de
fumo e interruptores que contêm mercúrio.

Plano de Gestão de Resíduos

O plano deve conter os seguintes elementos:


 Pessoa (s) responsável por instruir os trabalhadores e supervisionar e documentar os resultados do
projecto.
 Análise da proposta de resíduos a serem gerados, incluindo materiais reutilizáveis, recicláveis e
resíduos (por volume ou peso).
 Propostas alternativas à deposição em aterros: uma lista de materiais que deverão ser recuperados para
reutilização ou reciclados no decurso do projecto, bem como o destino. No mínimo, os seguintes
materiais devem ser recuperados para reutilização ou reciclagem:
- Madeira tratada e não tratada.
- Todos os metais.
- Elementos de património arquitectónico como colunas, molduras etc.
- Armários e suas componentes.
- Isolamento.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 42


Parte 2 - DEMOLIÇÃO

- Tijolos, telhas e blocos.


- Equipamentos eléctricos e equipamento de iluminação.
- Fixadores de canalizações.
- Janelas, portas e molduras.
- Chão de madeira de lei.
- Betão – fabricado no local ou pré-fabricado.
- Revestimento exterior.
 Manuseamento de materiais e procedimentos de armazenamento : identificar as medidas a tomar
para evitar a contaminação dos materiais a serem reutilizados e reciclados, e para garantir que os
materiais são compatíveis com os requisitos de aceitação por parte instalações designadas.
 Manutenção de registos: o contratante deve manter um registo dos resíduos, materiais para
reciclagem, reutilização e eliminação provenientes do Proj ecto. Para cada material reciclado a partir
do projecto, incluir o montante (em metros cúbicos ou em toneladas), ou no caso de reutilização
registe as quantidades por número, tipo e tamanho dos itens, e o destino. Para cada material
depositado em aterro inclua o montante (em metros cúbicos ou em toneladas) do material e da
identidade do aterro, estação de transferência. Se solicitado, o contratante deverá ser capaz de
apresentar um registo de transferência de resíduos, ou recibos, facturas e outros document os,
confirmando que todos os materiais têm sido recebidos nos locais requeridos.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 43


Parte 3 BETÃO

44
Parte 3 - BETÃO

1- BETÃO
Processamento e armazenamento

Este guia fornece aconselhamento sobre boas p ráticas para maximizar taxas de recuperação de betão, de
projectos de construção e demolição (C & D), melhorando os processos de trituração, triagem e
armazenamento.

O objectivo é ajudar os operadores de sistemas de britagem e crivagem a adoptar práticas que:


 maximizem a eficiência operacional e a quantidade de betão triturado e crivado num produto fino;
 minimizar a contaminação e maximizar a qualidade do produto britado;
 evitar ou minimizar os efeitos ambientais perturbadores do processamento e armazena mento

Betão de demolições pronto para processamento.

As orientações não abrangem o comércio do agregado de betão britado.

Ler o guia 'Betão recolha e transporte' em conjunto com este guia. Por favor, consulte as especificações
para o funcionamento da sua maquinaria, para detalhes sobre a forma de maximizar a eficiência e o
desempenho. Estas orientações não substituem as instruções específicas do fabricante.

1.1. Encontrar bons mercados de betão agregado britado

Os resíduos de betão incluem:


 Betão, tijolos, telhas (betão ou terracota), revestimentos cerâmicos ou rocha.

Você precisa de encontrar mercados sustentáveis para resíduos de betão e compreender os requisitos dos
seus clientes em termos das características do produto triturado.

Agregado britado pode ser usado em qualquer lugar onde o agregado natural é utilizado
actualmente, incluindo:
 bermas das estradas e tratamento paisagístico;
 como base de passadiços para peões, caminhos, estradas e outras superfícies asfaltadas ou
impermeabilizadas;
 como enchimento em fundações;

45
Parte 3 - BETÃO

 em obras civis, tais como diques, barreiras, canais de drenagem e almofadas de assentamento.
Conheça os seus mercados

Compreender as necessidades dos seus clientes e da indústria - especificações aceites para o betão
agregado britado.
Os clientes terão as suas próprias especificações para o agregado britado de betão, o que dependerá da
utilização final do produto. Aqui estão algum as dicas.
 Ficarem sempre claras, instruções por escrito dos seus clientes sobre as suas especificações, incluindo
referências à indústria ou outras especificações.
 Betão, tijolos, telhas de alvenaria (betão ou terracota), revestimentos cerâmicos ou de rocha são
materiais aceitáveis para britagem e reciclagem em obras civis. Especific ações para a qualidade desses
materiais, em geral:
- Betão esmagado deve ser triturado a partir de limpos, duros, duráveis e angulares fragmentos de
betão.
- Alguns produtos "antigos" de betão são difíceis de usar em algumas máquinas de esmagamento, pelo
que não serão aceites pelos operadores.
- Alguns produtos de betão são demasiado suaves para atender às especificações de reutilização após o
esmagamento, pelo que não serão aceite pelos operadores.
- Os tijolos que podem ter argamassa de cimento ou cal aderindo a eles, devem ser cozidos em fornos
para barro.
- Telhas deverão ser de betão ou de barro cozido, que podem ser esmaltados .
- Não aceitar amianto para reciclagem, reutilização ou esmagamento.

Cálculo da economia de reciclagem


 Antes da criação da empresa, você pode usar um simples modelo de custos, para estimar a economia
da sua reciclagem comparando com o escoamento do betão para aterro de inertes (ou outras
alternativas):
I = Q[It + rIs – Cp – (1−r)Cd]

onde:
- I = rendimento bruto de agl omerados processados (€)
- Q = resíduo de betão recebido (em toneladas)
- lt = receita recebida para tratamento do betão ( € / tonelada)
- r = taxa de recuperação do betão, a partir do betão original recebido (%)
- ls = receitas de vendas do betão proce ssado (€ / tonelada)
- Cp = custo de processamento ( € / tonelada)
- Cd = custo de deposição dos resíduos ( € / tonelada).

1.2. Processamento no local versus centralizado

Uma das principais decisões, relativas ao funcionamento de uma fábrica de transf ormação de betão, é se
se implementa um mecanismo específico de transfor mação ou se fornece um serviço móvel onde a
unidade é levada para a fonte de betão. Há muitas razões pelas quais você iria escolher um deles sobre o
outro, a maioria dos quais viria ab aixo da capacidade de fazer lucro na operação.

Algumas coisas a considerar


O processamento de betão no local de construção ou demolição faz sentido quando:
 haverá betão suficiente para justificar a unidade móvel (usar fórmula acima para determinar isso );
 a instalação é fácil de mobilizar - o tempo e o trabalho necessário para mover a “fábrica” de local para
local pode anular qualquer outro benefício, mas isso pode ser novamente respondido através da
fórmula acima;
 existe espaço suficiente para configur ar a instalação e o armazenamento do betão agregado britado ;

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 46


Parte 3 - BETÃO

 os custos de transporte podem baixar através da redução do transporte de betão para uma instalação,
ou do agregado britado para o mercado final ;
 o agregado britado de betão pode ser utilizados no local;
 a população vizinha não seja sensível aos efeitos ambientais da instalação.

O processamento centralizado faz sentido quando :


- As economias de escala mostram que é mais eficiente processar a longo prazo num local centralizado,
mesmo quando são considerados os custos de transporte;
- Plantas que não são mobilizadas facilmente (ver o ponto acima);
- Não há espaço suficiente no local;
- É mais fácil obter consentimentos e outras aprovações reguladoras para um único local, e não para uma
operação móvel;
- Nem todo o agregado de betão britado pode ser usado no local, e / ou é necessário armazenamento para
além do calendário do projecto de construção.

1.3. Criação de uma unidade transformadora ou uma planta móvel

Bom planeamento na fase de instal ação irá ajudá-lo a desenvolver um produto de qualidade - sem o
município atrás de si.

Factores que afectam a qualidade dos produtos e reduzem o seu valor


 Contaminantes, tais como o vidro, ladrilhos, produtos de metal, madeira e solo podem afectar a
qualidade do produto final.
 Alguns betões “antigos” são demasiado difíceis de usar, em algumas máquinas de esmagamento.
 Alguns produtos de betão são demasiado “suaves” para atender às especificações de reutilização após
o esmagamento.

Considerações ambientais
 O equipamento de trituração é ruidoso.
 A britagem do betão gera poeira, e a pilha armazenada cria poeira durante dias ventosos e seco s.
 Multas por lavagem de instalações. As operações de esmagamento e as pilhas de armazenamento
podem contaminar as águas de recorrência durante eventos de precipitação, por elevação dos níveis de
pH e contribuição dos sedimentos na descoloração da água, que afectam negativamente a vida
aquática por asfixia e dimi nuição da penetração da luz.
 O armazenamento em pilhas pode originar incómodo visual em alguns bairros.

Desenhe a sua fábrica de processamento para a maximizar a eficiência

 Considerações específicas incluem:


- Fornecer um acesso adequado e manobrável para todos os veículos;
- Proporcionar o acesso ao públi co, caso seja apropriado.
- Especificar locais designados de descarga;
- Permitir espaço suficiente, e tenha o equipamento adequado, para as manobras e armazenamento de
produtos de betão processados e não processados (é provável que, pelo menos, vários hectares sejam
necessários);
- Gerir as pilhas para evitar contaminações e os impactos ambientais;
- Providencie sinalização e orientações para as áreas triagem de material e armazenamento.

Como implementar uma unidade móvel no local de construção ou dem olição, em segurança e
permitir um processamento eficiente
 Instale a unidade de forma a maximizar a eficiência no local.
- Instale a unidade junto à fonte de betão, e / ou onde o armazenamento do betão processado é seguro
e conveniente.
- Evite outras máquinas e caminhos, permitindo, simultaneamente, manobras e acessos adequados em

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 47


Parte 3 - BETÃO

torno da fábrica, de pessoas e veículos.


- Lembre-se que o local de construção é muito ocupado e em constante evolução. O que poderia ser
uma boa posição uma semana, poderá
estar no meio de toda a acção na seguinte. Verifique com o gerente local.
- Forneça orientações e sinalização para as áreas de armazenamento em pilha de betão processado e
não processado.
 Verifique as exigências da sua cidade, distrito ou município region al sobre em legislação ambiental e
de construção.

O típico equipamento inclui:


 Pulverizadores - demolidores hidráulicos ou martelos pneumáticos para quebrar grandes peças e
cisalhamento de barras reforçadas ;
 Equipamentos de esmagamento - em geral uma unidade com três fases com mandíbulas trituradoras,
pêndulos e cones trituradores;
 Separadores magnéticos rotativos;
 Crivos vibratórios para diferentes dimensões;
 Correias transportadoras;
 Uma unidade de lavagem;
 Um separador a ar;
 Pás carregadoras para mover pilhas e alimentar os trituradores.

O equipamento é semelhante ao utilizado para a britagem e crivagem do agregado natural, e muitas


operações de pedreira utilizam o mesmo equipamento para ambos os processos, a diferença fundamental é
a altura da parte inferior da boca para a correia de transporte .

[1]

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 48


Parte 3 - BETÃO

[1]
Granuladores cónicos (movimento de oscilação)

[1]
Diagrama ilustrativo da acção de crivagem horizontal (Lea,1998)

[1]
Lavagem - Separador de areia (Bauer, 1987)

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 49


Parte 3 - BETÃO

1.4. Operar uma fábrica de transformação de betão

Tenha sistemas operacionais e procedimentos claros


Se você deseja um produto de qualidade, cada pilha, cada turno, então faz sentido documentar os seus
procedimentos e informe cada um do que precis a fazer e como devem fazê -lo.
 Considerações específicas incluem:
- formação de pessoal (quem forma, quem precisa ser treinado, que informação precisa de ser passado
para cada equipa, etc.)
- manuais de operação e manutenção do equipamento
- controlo da qualidade do produto, incluindo ensaios e documentação de procedimentos.
- os procedimentos de emergência, incluindo respostas a derrame s.
- saúde e procedimentos de segur ança
- procedimentos ambientais e de acompanhamento.
 Verificar a documentação regularmente e manter um registo da formação.

Certifique-se de obtém betão de qualidade para transformação de clientes da C & D,


transportadores de resíduos ou instalações de triagem
 Ter um contrato escrito com os fornecedores de resíduos de betão, para ajudá -los a compreender as
suas exigências particulares ou especificações e maximizar a recuperação de recursos. Incluir
referências a orientações relevantes da indústria .
 Pedido de entrega de uma carga pré -triada para reduzir o tempo de triagem e aumentar a qualida de do
produto.
 Considerar a imposição de sanções para cargas contaminadas.
 Não aceitar amianto para a reciclagem, reutilização ou esmagamento.
 Fazer um documento de registo de modalidades de entrega, incluindo o acesso ao local (e de
quaisquer questões associadas ao tráfego), horário de acesso, volume que pode ser aceite, tipos de
recipientes, contentores, etc. e procedimentos de manuseamento.
 Considere uma política de “á terceira está fora” para a entrega de cargas altamente contaminadas, após
a terceira sanção o negócio com o fornecedor terminará.

Verifique cada carga de betão que recebe


 Controlo da matéria é importante.
 Pesar e inspeccionar cada carga que você receba - uma câmara pode ser posicionada para visualizar o
conteúdo dos contentores e cami ões.
 Assegurar que você recebe betão para o qual já tenha mercado, e tenha as competências e
equipamentos adequados para triar e armazenar.
 Assegurar que seu fornecedor tenha conhecimento das suas especificações, nomeadamente para o
nível de contaminação.
 Rejeitar quaisquer cargas com amianto.
 Rejeitar quaisquer cargas que não atendam à s suas especificações.
 Mantenha registos dos materiais recebidos.
 Direccione a carga para a triagem e de área de armazenamento antes da transformação.

Classificar e armazenar o betão par a trituração


Você precisa de ter boas práticas de triagem e armazenamento para assegurar o manuseamento eficiente
de materiais, e para proteger a qualidade do produto.
 Seleccionar o betão recebido em:
- tijolos e telhas quebradas e outros escombros sem b etão.
- betão armado.
- betão não armado (isto pode ser classificado em tamanhos, dependendo se as peças devem ser
quebrados antes do esmagamento).
 Guarde os diferentes graus em pilhas separadas. Consulte as dicas sobre as exigências de gestão para
minimizar impactos ambientais.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 50


Parte 3 - BETÃO

 Providenciar sinalização clara para todos as pilhas .


 Retirar a contaminação durante a triagem .

Remover a contaminação e preparar peças de grandes dimensões


 Utilizar escavadoras com garras, mandíbulas, pulverizadores e iman, bem como métodos manuais,
remover, tanto quanto possível, os seguintes materiais “estranhos” antes do esmagamento:
- Madeira e material orgânico;
- Metal solto
- Vidro
- Asfalto, tijolo e telha
- Solo
- Plásticos, borracha, gesso, etc
 A remoção de contaminantes antes do esmagamento reduz danos no equipamento, e é mais fácil
porque o tamanho das partículas é maior.
 Recicle ou então elimine todos os contaminantes.
 Prepare as peças de betão, de grandes dimensões, para a estação de trituração usando pul verizadores,
britador hidráulico ou martelos pneumáticos. Isto também irá afrouxar o reforço de aço.

Implementação da unidade de esmagamento


 Se for móvel, posicione a unidade (e correias transportadoras) onde a pilha de produtos será localizada,
a fim de evitar que se deslocam pilhas desnecessariamente. A unidade terá de ser deslocada
periodicamente quando a nova pilha chegar à alt ura da correia transportadora. Algumas unidades são
de auto-propulsão, enquanto outras têm de ser movidas manualmente.
 Use pás carregadoras e camiões para transporte de betão para o sistema de trituração, e para move r
pilhas de produto britado.
 Uso de crivos para especificações exigidas (por exemplo, crivo 65 = 65 milímetros de malha, etc.)
 Separadores magnéticos rotativos de me tal devem ser instalados acima do transportador após
trituração, antes dos crivos. Colocar um contentor ou caixa sob o separador para colectar o metal para
reciclagem.
 Separadores a ar devem ser colocados após o esmagamento, antes dos crivos. Recolha o p lástico,
papel, etc. num caixote com cobertura para reciclagem ou eliminação.
 Posicione a unidade de processamento onde pretende que a pilha seja localizada, para prevenir
movimentos posteriores de pilhas. Quando a pilha atingir a altura da correia transp ortadora, a unidade
terá de ser transferida para a próxima pilha.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 51


Parte 3 - BETÃO

Operação da unidade
 A qualidade da matéria é a chave para a q ualidade de toda a produção.
 Sempre operar máquinas de acordo com as recomendações do fabricante .
 Use pás carregadoras ou escavadoras com garra para alimentação, com peças de betão, para a
tremonha.
 O operador do carregador ao alimentar o triturador deve ter atenção a contaminantes e peças de
grandes dimensões.
 A instalação deve ter pessoal para verificar a existência de b loqueios, derramamentos, contaminação
na alimentação e outros problemas durante
a transformação.
 O pessoal deve fazer controlos de
qualidade do produto final durante a
transformação, tanto para fazer
quaisquer alterações ao processo no
local, e para eliminar qualquer
contaminação posterior do produto
final.
 Metal do separador magnético deve
ser colhido para um caixote ou
contentor para reciclagem.
 Águas residuais provenientes da
lavagem devem ser recicladas, ou
tratadas antes da descarga.
 Manter as pilhas de diferentes graus
separadamente.
Contentor de metal posicionado ao lado do triturador para recolher
o ferro separado do betão

[2]
Britadeira móvel.

1- Funil de alimentação, com extensão (1a) e alimentador cruento (1b).


2- Calha by-pass.
3- Britador.
4- Prato de protecção do tapete.
5- Transportador principal, com controlo hidráulico (5a) e tapete reforçado (5b).
6- Separador magnético.
7- Motor, com gerador (7a).
8- Tanque de combustível e óleo.
9- Tracção a lagartas.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 52


Parte 3 - BETÃO

1.5. Ensaio e armazenamento do produto de betão esmagado

Certificação dos lotes em conformidade com as especificações


 Material armazenado pode ser certificado para uso posterior, mas deve ter uma clara sinalização
que indique a certificação e os resultados.
 É da responsabilidade do fornecedor de fornecer aos clientes testes certificados antes da entrega.
Manter o registo dos ensaios, e forneça -o aos clientes com a entrega de outra documentação.

Pilhas de diferentes granulometrias de betão esmagado.

Gestão de armazenamento
 São necessárias, geralmente, grandes áreas para armazenamento de pilhas .
 As pilhas devem ser armazenadas num local com drenagem de águas .
 Diferentes produtos e lotes devem ser armazenados separadamente para evitar contaminações
cruzadas.
 Fornecer sinalização clara para todas as áreas de armazenamento. Sinalização deve incluir o grau do
granulado (por exemplo, crivo 65) e certificação.

1.6. Obstáculos ao ambiente, à saúde e segurança

As boas práticas não estariam completas sem considerar os efeitos da sua operação no bairro, no ambiente
local e a saúde e segurança de você e os seus trabalhadores. Este não é um g uia completo, mas deve dar -
lhe informação suficiente para começar a contactar com a sua cidade, bairro ou conselho regional, ou o
conselheiro de Higiene e Segurança no Trabalho.

Antes de criar uma unidade de transformação, verifique o manuseamento de resíduos e regulamentação


ambiental.
 Verificar com a sua cidade ou município
 Verifique se o seu Conselho Regional, em matéria de:
- Os requisitos para descargas e medidas de protecção para águas da chuva;
- Requisitos para a libertação de poeiras e cheiros para o ar;
- Requisitos para o armazenamento de materiais perigosos;
Repare que, para operações móveis, as regras podem ser diferentes para cada projecto, dependendo da
localização. Você pode necessitar de controlar estas componentes , para cada projecto.
 Procure ajuda profissional para obter os consentimentos relevantes .
 Garantir que todos os funcionários estão cientes das obrigações ambientais, documentando todos os
procedimentos e proporcionar formação regular.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 53


Parte 3 - BETÃO

Evite distúrbios, como o ruído e poeiras, para os funcionários, vizinhos e a vida selvagem
 Ruído e poeira são considerados impactes ambientais adversos e deve
ser gerido para evitar impactes sobre as pessoas e a vida selvagem. Ruído e poeiras são também
problemas para a saúde e segurança no emprego .
 Considerações gerais para a gestão do ruído incluem:
- operar no 'típico' horário laboral (verifique com a sua cidade ou município para ver o que a definição
do horário de trabalho, e restringir o ruído quando trabalhar fora de horas);
- utilize a unidade de forma a realizar as especificações do fabricante, ou a utilize de unidades com
baixas emissões de ruído;
- modifique as unidades, cerc ando-as com um tapume ou adicionando partes de atenuação de ruído;
- desligue o equipamento quando não estiver em uso;
- proporcionar barreiras amortecedoras como terra, construções ou muros entre a unidade e os
vizinhos;
- instale a unidade distante, o máximo possível, da vida selvagem, habitações e locais de trabalho;
- Reduzir o tempo que o pessoal está exposto ao ruido do equipamento (por exemplo, trocando
tarefas).
 Considerações gerais para a gestão de poeiras incluem:
- minimizar movimentação de material das pilhas;
- pulverizar levemente as pilhas com água, para suprimir a poeira durante o tempo seco e ventoso;
- humedecer os materiais durante a carga ou movimento, onde a poeira pode causar perturbação;
- a água não deve ser aplicada de forma a provocar recorrência;
- ter uma velocidade controlada para os veículos, para reduzir a agitação de poeira;
- providenciar lavagens das rodas dos camiões para evitar que a poeira e sujidade migrem para fora do
local.
 Providenciar ao pessoal, protecção auditiva adequada e equipamentos para a poeira, em conformidade
com as exigências da Higiene e Segurança no T rabalho.

Aspergir os acessos com água para assentar as poeiras

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Parte 3 - BETÃO

[1]
Métodos correctos e incorrectos de armazenamento d e agregado (Concrete Technology, 1977 )

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Parte 3 - BETÃO

[1]
Métodos correctos e incorrectos de armazenamento d e agregado (Concrete Technology, 1977)

Gerir as escorrências a partir do local para evitar a contaminação dos solos e riachos
 As águas da chuva podem ser contaminados pelo a lto pH (condições básicas) do calcário do betão
mudo esmagado. A matéria fina também pode contribuir com sedimentos na água provocando
descoloração desta, afectando negativamente a vida aquática por asfixia e decrescente penetração da
luz.
 Cubra as pilhas e as unidades da chuva, sempre que possível.
 Não empilhe agregado britado de betão a menos de 10 metros de distância, de cursos naturais de água
ou sistema de drenagem de águas pluviais, nem de um local onde a escorrência de águas possa chegar
a um curso de água, sem tratamento prévio. Distâncias superiores a 10 metros podem ser necessárias
em áreas com alta pluviosidade ou terrenos inclinados .
 Criar barreiras de betão ou terra em torno do local (ou área da pilha) para impedir que a água da chuva,
não tratada, escorra para um curso de água.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 56


Parte 3 - BETÃO

 Verificar a qualidade da água pluvial antes de descarregar as zonas acumuladas (de água). O pH pode
ser verificado utilizando um aparelho medidor de pH e a turvação pode ser pode ser verificada
utilizando um tubo transparente. Peça a um profissional no ramo do ambiente ou um oficial do
conselho regional, sobre a monitorização adequada para as suas instalações .
 Considere um sistema de água reciclada, e use -a para fazer rebaixar a poeira das pilhas. Assegurar que
a água não contém contaminantes que possam afectar o produto final.

[3]

Saúde e procedimentos de segurança


 Escreva um plano que tenha procedimentos para a manipulação segura de betão e operação de
instalações, para você e o seu pessoal seguirem. Considere a abordagem dos seguintes pontos:
- uma lista dos riscos na propriedade e métodos para os gerir;
- formação de segurança;
- procedimentos para manuseamento de resíduos;
- procedimentos para operar máquinas;
- equipamento de protecção individual.
 Todos os funcionários e adjudicatários devem ser periodicamente treinados nos procedimentos.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 57


Parte 3 - BETÃO

2 - BETÃO
Recolha e transporte

Este guia fornece aconselhamento sobre boas práticas p ara melhorar a taxa de recuperação de betão dos
locais de construção e demolição (C & D).

2.1. Encontrar bons mercados de betão agregado britado

Os resíduos de betão incluem:


 Betão, tijolos, telhas (betão ou terracota), revestimentos cerâmicos ou rocha.
Você precisa de encontrar mercados sustentáveis para resíduos de betão e compreender os requisitos
dos seus clientes em termos das características do produto triturado.

Agregado britado pode ser usado em qualquer lugar onde o agregado natural é utilizado
actualmente, incluindo:
 bermas das estradas e tratamento paisagistico;
 como base de passadiços para peões, caminhos, estradas e outras superfícies asfal tadas ou
impermeabilizadas;
 como enchimento em fundações;
 em obras civis, tais como diques, barreiras , canais de drenagem e almofadas de assentamen to.

Blocos e tijolos de betão podem ser reutilizado s


 Blocos de betão são utilizados para estabilizar encostas, rios e praias. O t amanho e o tipo de blocos
varia de acordo com cada projecto.
 Tijolos são reutilizados em cercas, paisagismo e construção.

Compreender as necessidades dos seus clientes


Os clientes terão as suas próprias especificações para os resíduos de betão, o que dependerá da utilização
final do produto. Eis algumas dicas.
 Sempre tentar obter instruções escritas e claras dos seus clientes , sobre as especificações destes, para o
betão agregado britado.
 Betão, tijolos, telhas de alvenaria (betão ou terracota), revestimentos cerâmicos ou de rocha são
materiais aceitáveis para britagem e reciclagem em obras civis. Especificações para a qualid ade desses
materiais, em geral:
- Betão esmagado deve ser triturado a partir de limpos, duros, duráveis e angulares fragmentos de
betão.
- Alguns produtos "antigos" de betão são difíceis de usar em algumas máquinas de esmagamento, pelo
que não serão aceites pelos operadores.
- Alguns produtos de betão são demasiado suaves para atender às especificações de reutilização após o
esmagamento, pelo que não serão aceite pelos operadores.
- Os tijolos que podem ter argamassa de cimento ou cal aderindo a eles, d evem ser cozidos em fornos
para barro.
- Telhas deverão ser de betão ou de barro cozido, que podem ser esmaltados .
 Obter especificações de clientes que fazem estabilização de terras sobre as peças de betão. As coisas a
verificar incluem:
- tipos de betão e cascalho, a dimensão dos resíduos betão e da quantidade de peças "pré -processadas" ;
- níveis aceitáveis de tijolos e telhas, e também contaminação, tal como vidro, metal, solo, etc.
- quantidades mínimas ou máximas aceites.
 Não aceitar amianto para a r eciclagem, reutilização ou esmagamento.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 58


Parte 3 - BETÃO

2.2. Serviços de recolha e transporte

Forneça, aos seus clientes da C & D, boas informações para maximizar a qualidade dos materiais
Para maximizar a qualidade dos materiais que você recolhe e transporta, os cli entes da C & D precisam
entender as suas especificações. Se você fornecer boas informações e um eficiente sistema de recolha, os
clientes devem ser capazes de lhe dar um produto de qualidade.
 Dê instruções claras para os seus clientes C & D sobre as suas e specificações. Muitas empresas têm
um contrato com o seu cliente, em que as especificações são claramente indicadas, juntamente com
quaisquer materiais inaceitáveis.
 Visite o local antes da renovação ou demolição, e identificar o betão e o entulho adequad o para
reciclagem / trituração. Fornecer instruções claras ao cliente, para manter separados os produtos
contaminados e de má qualidade.
 Separar o betão no local aumenta a recuperação para reutilização, em comparação com a triagem num
local centralizado, pois é mais fácil separar os contaminantes, como o solo e a vegetação.
 Verificar e eliminar contaminantes antes do transporte.
 Incluir uma lista de materiais inaceitáveis nos recipientes. Seja específico (por exemplo, "Não colocar
solo ou vegetação").

Os serviços e métodos de transporte


 Quando fornecer um serviço de contentores, use apenas contentores de “meia carga” para colocar
betão, com o fim de evitar o enchimento excessivo dos contentores padrão, pois não são concebidos
para o peso do betão. Em alternativa, obtenha contentores por encomenda que sejam desenhados para
suportar o peso do betão.
 Para grandes volumes de betão, forneça camiões basculantes no local de demolição / pulverização.
 As escavadoras utilizadas na demolição podem ser usadas para encher contentores ou camiões.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 59


Parte 4 Gesso Cartonado “ Pladur”

60
Parte 4 – Gesso Cartonado “ Pladur”

1- GESSO CARTONADO (“PLADUR”)


Triagem, armazenamento e transformação centralizada

Este guia fornece aconselhamento sobre boas práticas para maximizar taxas de recuperação de resíduos
de gesso dos locais de construção e demolição (C & D). As orientações abrangem a triagem do gesso
cartonado, tratamento das placas, em gesso triturado e papel, e o armazenamento da matéria processada
numa instalação específica ou centralizada.

O objectivo é ajudar os operadores de unidades de trituração, moveis ou centralizadas, a ad optar práticas


que:
 maximizem a eficiência operacional e a quantidade de placa de reboco separada;
 minimizar a contaminação e os danos no produto processado;
 evitar ou minimizar os efeitos perturbadores do processamento no ambiente.

1.1. Encontrar bons mercados para o gesso cartonado (“pladur”) triturado

Uma vez o gesso cartonado ser triturado, o gesso pode se r vendido como um pó (com ou sem papel) ou
moldado em pequenas esferas.

Utilização como adubo e condicionador do solo agrícola e outras aplicações

 Na agricultura exerce um efeito corrector do pH dos solos .


 Utilizado como fertilizante fornecendo cálcio e enxofre às plantas e como controle da disponibilidade
de outros nutrientes.
 Utilizado como suplemento na dieta no sentido de suprimir necessidades de enxofre quer para
humanos quer para animais
 Gesso e / ou papel pode ser compostado com outros resíduos verdes.
 Gesso pode ser misturado com produto compostado .
 Gesso (com ou sem papel) pode ser usado como um condicionador do solo em aplicações agrícolas.
 Gesso pode ser adicionado ao solo em tratamento paisagístico.

61
Parte 4 – Gesso Cartonado “ Pladur”

 Gesso (com ou sem o papel) pode ser combin ado com serradura e aparas de madeira para camas de
animais, porque absorve humidade.

Usos industriais

Muitos dos usos industriais ainda estão sendo investigados. Alguns envolvem a substituição do gesso
virgem pelo gesso reciclado, enquanto outros sã o novas tecnologias.
 O gesso pode ser reutilizado no fabrico de gesso cartonado. O fabricante deve determinar as
especificações para a qualidade do gesso .
 O papel pode ser reciclado.
 O gesso (com muito baixa contaminação) pode ser utilizado no processo d e fabrico de cimento. O
gesso é actualmente acrescentado ao clínquer (principal constituinte do cimento). O fabricante deve
determinar as especificações para a qualidade do gesso.
 Gesso tem características de absorção de humidade e pode ser usado para seca gem de lamas de
tratamento de águas residuais municipais e industriais .
 Gesso poderia ser utilizado para fazer assentar a turvação das águas .
 Gesso poderia ser utilizado para absorver os derrames de óleo.

Compreender as necessidades dos seus cliente s

Cada mercado terá as suas próprias especificações - é melhor confirmar estas antes de começar. Uma
análise errada pode custar caro .
 Os clientes terão especificações especiais para o gesso reciclado, dependendo de suas necessidades.
Coisas a verificar:
- tamanhos mínimos e máximos de aparas e partículas de pó;
- tolerâncias de contaminação (parafusos, pregos, tintas, colas, etc.);
- tolerâncias de humidade;
- quantidades mínimas e máximas;
- gesso, com ou sem papel;
- quaisquer controlos de qualid ade, análises laboratoriais ou outra verificação da qualidade do produto;
- requisitos de triagem e manuseamento, incluindo o transporte para o cliente;

Calcule a economia da reciclagem

 Antes da criação da empresa , você pode usar um simples modelo de custos para estimar a economia
da sua reciclagem em comparação com a eliminação do gesso cartonado em aterro (ou outras
alternativas):
I = Q[It + rIs – Cp – (1−r)Cd]

onde:
- I = rendimento bruto da reciclagem do gesso ( €)
- Q = resíduo de gesso recebido para processamento (em toneladas)
- It = receita pela recepção do gesso ( € / tonelada)
- r = taxa de recuperação de produto, a partir do gesso rec ebido (%)
- ls = receitas pela venda do produto ( €/ tonelada)
- Cp = custo do processamento ( €/ tonelada)
- Cd = custo da deposição dos resíduos em aterro ( € / tonelada)

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 62


Parte 4 – Gesso Cartonado “ Pladur”

1.2. Processamento no local versus centralizado

Uma decisão fundamental quand o se opera uma fábrica de transformação de gesso, é se se implementa
um mecanismo específico de transformação ou se fornece um serviço móvel onde a unidade é levada para
a fonte de gesso cartonado. Há muitas razões pelas quais você iria escolher um deles s obre o outro, a
maioria dos quais viria abaixo da capacidade de fazer lucro na operação.

Algumas coisas a considerar:

O processamento de gesso usando uma unidade móvel no local de construção ou demolição faz sentido
quando:
 haverá gesso cartonado sufi ciente para justificar a unidade móvel (usar a fórmula acima para
determinar isso);
 A unidade é fácil de mobilizar - o tempo e o trabalho necessário para mover a “fábrica” de local para
local pode anular qualquer outro benefício, mas isso pode ser novamen te respondido através da
fórmula acima;
 Existe espaço suficiente para configurar a instalação e o armazenamento do gesso cartonado ;
 Os custos de transporte podem baixar através da redução do transporte de gesso cartonado para uma
instalação, ou do gesso e papel triturado para o mercado final ;
 O gesso triturado pode ser utilizados no local para decoração ;
 A população vizinha não seja sensível aos efeitos ambientais da instalação.

O processamento centralizado faz sentido quando:


 As economias de escala mostram que é mais eficiente processar a longo prazo num local centralizado,
mesmo quando são considerados os custos de transporte;
 Plantas que não são mobilizadas facilmente (ver o ponto acima);
 Não há espaço suficiente no local ;
 É mais fácil obter consentimentos e outras aprovações reguladoras para um único local, e não para
uma operação móvel;

1.3. Criação de uma unidade de transformação

Bom planeamento na fase de instalação irá ajudá -lo a desenvolver um produto de qualidad e

Factores que afectam a qualidade dos produtos e reduzem o seu valor


 A humidade transforma o gesso seco num produto empapado que não é possível triturar.
 A humidade torna o gesso, triturado na forma de pó, numa massa compacta, redu zindo a qualidade do
produto.
 O papel é um contaminante em algumas opções de reciclagem e, em alguns casos, ter á de ser separado
do gesso.
 O gesso cartonado de demolições é de qualidade inferior, até á presente data, para reciclagem. Em
particular:
- os componentes em gesso, provenientes de demoli ções, são difíceis de identificar e pode não ser
adequado para algumas opções de reciclagem;
- o gesso cartonado de demolições está frequentemente contaminado com pregos, parafusos, papel,
tintas (incluindo tintas à base de chumbo) e outros materiais, red uzindo a qualidade do gesso;
- o material triturado de gesso cartonado proveniente de construções é mais uniforme e consistente na
qualidade do que em demolições;

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 63


Parte 4 – Gesso Cartonado “ Pladur”

 Diferentes produtos de gesso têm diferentes aditivos ao gesso e / ou ao papel. Os diferentes aditivos
podem não ser apropriados para uma determinada opção de reciclagem, em função das quantidades na
mistura final.

Considerações ambientais

 O equipamento de trituração é ruidoso, e é possível criar incómodo para os vizinho s.


 A trituração de gesso cartonado gera poeiras, e as pilhas podem criar poeiras em dias ventosos e/ou
secos.
 As placas de gesso cartonado ou o gesso triturado, podem contaminar as águas de escorrência durante
a ocorrência de precipitação, elevando o pH e contribuindo com sedi mentos que turvam a água.
 As pilhas de armazenamento podem gerar incómo do visual em alguns bairros.
 O amianto pode ser encontrado com a demolição de peças de gesso. Este é um material perigoso e não
deve ser aceite na sua instalação, ou manipulado pelo seu pessoal.
 Você terá que consultar o seu conselho regional ou câmara municipal, antes de começar a identificar
potenciais efeitos ambientais do seu funcionamento, e levá -los em consideração.

Projecte a sua instalação de transformação para maximizar a eficiência

 Situe a unidade e a armazenagem num local com cobertura ou num edifício, para evitar danos
provocados pela humidade durante chuvadas .
 Se a unidade tem de estar fora de um abrigo, considere a armazenagem do gesso em contentores com
cobertura, antes e depois do processamento, para evitar dan os provocados pela humidade.
 Situe e opere a unidade longe de residências, locais de trabalho, etc. para reduzir o impacte provocado
por ruídos e poeiras.
 Providencie sinalização e orientações para áreas d e armazenamento de produtos processado e não
processados.
 Fornecer acesso seguro ao público, se for apropriado.
 Verifique as exigências da sua cidade, distrito, município ou conselho regional sobre a legislação
ambiental e de construção.

O equipamento típico inclui:

 moinhos para esmagar o gesso cartonado - estão disponíveis muitos tipos, e vão desde unidades
grandes e estacionárias até estilhaçadoras móveis operadas por uma pessoa ( é frequentemente
utilizado um moinho de martelo);
 crivos para separar as partículas por tamanhos, e o papel do gesso;
 um sistema de vácuo ou ventilador para capturar poeira s.
 pás carregadoras e escavadoras para mover produtos processados e não processados;

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 64


Parte 4 – Gesso Cartonado “ Pladur”

1.4. Operação de uma instalação de reciclagem de gesso

Tenha sistemas operacionais e procedimentos claros


Se você deseja um produto de qualidade, a cada pilha, a cada turno, então faz sentido documentar os seus
procedimentos, e dê todos a conhecer o que precisam fazer e como d evem fazê-lo.
 Considerações específicas incluem:
- formação de pessoal (quem forma, quem precisa ser treinado, que informação precisa de ser passado
para cada equipa, etc.);
- manuais de operação e manutenção do equipamento;
- procedimentos de emergência, incluindo respostas a derrames;
- saúde e procedimentos de segurança;
- processos de manipulação de materiais;
- monitorização ambiental e da qualidade;
 Verificar a documentação regularmente e manter um registo da formação.

Certifique-se que obtém gesso de qualidade a partir de clien tes da C & D, transportadores de
resíduos ou unidades de triagem
 Tenha um contrato escrito com os fornecedores de gesso para ajudá -los a compreender o seu
requisitos e maximizar a recuperação de recursos .
 Fornecer instruções escritas e claras, aos seus f ornecedores, para garantir que eles possam satisfazer as
suas especificações, para coisas como o gesso cartonado da demolição e / ou construção, a
percentagem de produtos especiais, etc.
 Pedido de entrega de cargas “pré -triadas” para reduzir o tempo de se lecção e aumentar a qualidade do
produto.
 Documente as modalidades de entrega preferidos, incluindo os locais de acesso (e de quaisquer
questões associadas ao tráfego), horário de acesso, volume que pode ser aceite, tipos de recipientes e
procedimentos de manuseamento.
 Considerar a imposição de sançõ es para cargas contaminadas.
 Não aceitar amianto para a reciclagem, reutilização ou esmagamento.
 Considere uma política de "à terceira está fora”, na entrega de cargas altamente contaminadas, após
cada sanção dá-se um aviso, ou o negócio com o fornecedor é parado.

Recepção do gesso na unidade de transformação

 O controlo da carga é importante.


 Pesar e inspeccionar cada carga que você vai receber - uma câmara pode ser posicionada para
visualizar o conteúdo dos contentores e caminhões.
 Assegurar que você recebe o tipo de gesso ao qual você tem mercado, e que você têm as competências
adequadas e equipamentos para seleccionar e armazenar .
 Assegurar que o seu fornecedor tenha cumprido as suas especificaçõ es de contrato (por exemplo, para
a contaminação, a origem do gesso).
 Corresponder a remessa com a descrição na documentação de transferência de resíduos .
 Rejeitar quaisquer cargas com amianto.
 Rejeitar cargas que não atenderem às suas e specificações.
 Manter registos de materiais recebidos.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 65


Parte 4 – Gesso Cartonado “ Pladur”

Selecção e armazenamento antes da trituração

 Utilize escavadoras com garras, e / ou métodos manuais, para seleccionar o gesso em pilhas para
processamento.
 Retirar a contaminação durante a triagem. A provável contaminação inclui:
- madeira
- pregos, parafusos, etc.
- papel de parede
- embalagem de plástico
- tinta
- fitas
 Remoção de contaminantes antes da trituração reduz os danos no equipamento, e é mais fácil porque o
tamanho das partículas é maior.
 Recicle, se for possível, ou então deposite em at erro todos os contaminantes.
 Armazene separadamente os diferentes graus de gesso - isso pode significar manter as placas de
demolição separadas das de construção.
 Armazene as placas de gesso no interior de um edifício ou sob uma cobertura, ou armazene em
recipientes fechados (como contentores com tampas) para evitar a humidade e para controlar a poeira.
 Fornecer sinalização clara para todas as áreas de armazenamento.

Operar uma unidade de britagem e criv agem

 Para proteger a qualidade do produto transformado, minimizar a quantidade de produto transformado


no local e processe unicamente à medida que as ordens são recebidas. Mantendo inalterada a forma do
gesso, irá reduzir os danos provocados pela humidad e porque será menor a superfície exposta à chuva.
 Sempre operar máquinas de acordo com as recome ndações do fabricante.
 Processe separadamente os diferentes graus de gesso.
 Posicione a unidade no local onde o produto processado será posto, para evitar que se desloquem
pilhas desnecessariamente. A unidade terá de ser deslocada periodicamente à medida que as pilhas
chegam à altura da correia de transporte. Algumas plantas têm auto -propulsão, enquanto outras têm de
ser movidas manualmente.
 Anexe crivos para a separação do papel, se for necessário, e coloque um contentor aparte para a
colecção do papel.
 Quando instalado, verifique se o sistema de eliminação de poeira está a funcionar.
 Use escavadoras ou pás carregadoras para a alimentação de gesso na unidade .
 As instalações devem ter pessoal para verificar a existência de bloqueios, derramamentos,
contaminação na alimentação e outros problemas durante o processamento.
 O pessoal deve fazer controlos de qualidade, do produto final, no decorrer da transformaçã o, tanto
para fazer quaisquer alterações do processo como para eliminar qualquer contaminação d o produto
final.
 Recicle, se for possível, ou então deposite em aterro todos os contaminantes.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 66


Parte 4 – Gesso Cartonado “ Pladur”

Planta Piloto em Operação

1.5. Ensaio e armazenamento do g esso cartonado triturado

Certificação dos lotes em conformidade com as especificações


 Cada lote de gesso triturado (com ou sem papel) deve ser testado para demonstrar a conformi dade
com as especificações.
 O material armazenado deve ser certificado para uso posterior, mas deve ter uma clara sinalização que
indique a certificação e os resultados.
 É da responsabilidade do fornecedor, facilitar aos clientes os testes certificados antes da entrega.
Manter registos de ensaios, e fornece -los aos clientes juntamente com outra documentação de entrega.

Gestão do armazenamento
São necessárias boas práticas de armazenamento para garantir a eficiência do manuseamento de materiais,
e para proteger a qualidade do produto.
 Onde é possível armazenar:
- são geralmente necessárias grandes áreas para armazenar o produto;
- as pilhas devem ser armazenados em suporte rígido, abrigadas ou em ambientes fechados;
 Quando armazenar gesso triturado e / ou papel nos contentores ou recipientes:
- use contentores ou recipientes com tampas ou coberturas;
- os contentores podem ser armazenados num recinto fechado ou ao ar livre, mas devem ser
protegidos do vento;
 Diferentes produtos e lotes certificados devem ser armazenadas separadamente para evitar
contaminações cruzadas.
 Fornecer sinalização clara para todas as áreas de armazenamento, incluindo os resultados dos testes e
o tipo de produto.
 Mais nenhum material deve ser adicionado a um recipiente ou pilha de materiais testados.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 67


Parte 4 – Gesso Cartonado “ Pladur”

Gesso triturado.

1.6. Obstáculos ao ambiente, saúde e segurança

As boas práticas não estariam completas sem considerar os efeitos da sua operação nas redondezas, no
ambiente e na saúde e segurança dos seus trabalhadores. Este não é um guia completo, mas deve dar -lhe
informação suficiente para começar a contactar com a sua cidade, bairro ou conselho regional, ou o
conselheiro de Higiene e Segurança no Trabalho.

Antes de implementar uma unidade de processamento, verifique o tratamento de resíduos e


regulamentos ambientais
 Verifique na sua cidade ou com o seu Conselho Regional, em matéria de:
- os requisitos para drenagem de águas pluviais e medidas de protecção;
- requisitos para o lançamento de poeiras e cheiros;
- requisitos para o armazenamento de materiais perigosos;
 Procure ajuda profissional para obter informações relevantes .
 Garantir que todos os funcionários estão cientes das obrigações ambientais, fornecendo documentos
de procedimentos e proporcionando formação regular.

Evite os distúrbios provocados por o ruído e poeira


 Ruído e poeira são considerados impactes ambientais adversos e devem ser geridos para evitar
impactes sobre as pessoas e a vida selvagem. Ruído e poeiras são também problemas de saúde e
segurança no trabalho.
 Considerações para a gestão do ruído incluem:
- operar em “típico” horário de trabalho (verifique com a sua cidade ou município);
- manter a instalação de forma a funcionar segundo as especificações do fabricante, ou use unidades
com baixas emissões de ruído
- modificar a instalação revestindo -a ou adicionando partes de atenuação de ruído;
- desligar o equipamento quando não estiver em uso;
- forneça equipamento de protecção e reduza o tempo que o pessoal está exposto a equipamento
ruidoso (por exemplo, troca de tarefas);

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 68


Parte 4 – Gesso Cartonado “ Pladur”

 Considerações para a gestão de poeira incluem:


- minimizar movimentação de material das pilhas: quanto mais você se move em torno dos materiais,
maior a probabilidade de libertar poeiras;
- pulverize levemente as pilhas com água para suprimir a poeira durante o tempo seco e ventoso , ou
pare de funcionar em condições extremas;
- humedeça os materiais durante a carga ou movimento, onde a poeira pode causar perturbação;
- a água não deve ser aplicada de uma forma a provocar escorrência;
- ter uma velocidade restrita para os veículos , para reduzir a ascensão de poeiras;
- providenciar um local de lavagem de rodados e de veículos, para evitar que a poeira e sujidade migre
para fora do local;
- fornecer equipamento de protecção;

Gerir a escorrência a partir do local para evitar a co ntaminação dos solos e riachos
 As águas pluviais podem ser contaminadas pelo alto pH (condições básicas) proveniente do gesso, e
por partículas de gesso e de pa pel.
 Uma autorização pode ser requerida para qualquer descarga de águas pluviais no solo ou curs o de
água (verifique com o seu conselho regional).
 Cubra as pilhas e instalações da chuva, sempre que p ossível.
 Não armazene as placas de gesso ou gesso a menos de 10 metros de um curso de água ou sistema de
drenagem, nem de uma forma onde a escorrência de águas pluviais possa chegar a um curso de água,
sem afinação e tratamento prévio. Distâncias superiores a 10 metros podem ser necessárias em áreas
com alta pluviosidade ou terrenos i nclinados.
 Criar barreiras, com resíduos de betão ou terra, em torno d o local (ou pilha), para impedir que a água
da chuva não tratada escorra para um curso de água.
 Verificar a qualidade da água pluvial antes de drenar as poças de água. O pH pode ser verificado
utilizando um aparelho medidor de pH e a turvação pode ser pod e ser verificada utilizando um tubo
transparente. Peça a um profissional no ramo do ambiente ou um oficial do conselho regional, sobre a
monitorização adequada para as suas instalações.
 Considere um sistema de água reciclada, e use -a para fazer rebaixar a poeira das pilhas. Assegurar que
a água não contém contaminantes que possam afectar o produto final.

Saúde e procedimentos de segurança

 Escreva um plano que tenha procedimentos para a manipulação segura de gesso e operação em
instalações, para você e o seu pessoal seguirem.
Considere a abordagem dos seguintes pontos:
- uma lista dos riscos na propriedade e métodos para os gerir;
- formação em segurança;
- procedimentos para manuseamento de resíduos;
- procedimentos para operar máquinas;
- equipamento de protecção individual.
 Todos os funcionários e adjudicatários devem ser periodicamente treinados nos procedimentos.
.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 69


Parte 5 Metal

70
Parte 5 – Metal

1- METAL
Recolha e transporte

Este guia fornece aconselhamento sobre boas práticas, para melhorar as taxas de recuper ação de todos os
tipos de metais em locais de construção e demolição (C & D).

Este guia não fala sobre a forma ou processo de reciclar metal, mas dá dicas sobre a prestação de um
serviço de recolha e transporte que satisfaça as exigências da indústria da construção. Isto é relevante
tanto para os operadores de reciclagem, que prestam um serviço de recolha, e os operadores de
transportes, que servem a indústria de reciclagem.

Sims Pacific Metals, Auckland

1.1. Que metal pode ser reciclado a partir de um local de C & D?

A maioria dos metais de locais de C & D podem ser reciclados


 Alguns exemplos abrangem:
- coberturas e revestimentos;
- varões;
- vigas de aço;
- janelas e aros de alumínio;
- fio eléctrico;
- latas de alumínio de refrigerantes e alimentos;
- tela metálica;
- fixações de canalizações e condutas;
- algerozes;
- latas de tinta vazias;
- condutas de aquecimento e ar-condicionado;
- fixações para lâmpadas (não incluind o a lâmpada).

71
Parte 5 - Metal

Compreender os requisitos dos recicladores de metal


 A forma mais eficaz de maximização das taxas de desvio de metal do aterro, está no cumprimento dos
requisitos dos recicladores de metal .
 Obtenha especificações de operadores de recicl agem e funcione de acordo com as mesmas. Coisas a
verificar:
- tipo de metal aceite
- quantidades mínimas ou máximas admitidas
- tolerância de contaminantes (para os plásticos, restos de produtos em contentores, etc.).

1.2. Serviços de recolha e transpor te

A questão fundamental na reciclagem do metal, na perspectiva do cliente da C & D, é um bom serviço de


recolha e transporte. Muitos gestores colocam a reciclagem de parte, porque os operadores de reciclagem
não recolhem pequenos volumes, ou baixo peso de metal. Seja flexível para responder às necessidades
destes tipos de trabalho na construção.

Minimizar a contaminação e maximizar a recuperação


 Maximizar a recuperação de metal começa com o bom manuseamento no local. Fornecer instruções
claras aos seus clientes da C & D quanto às sua s exigências.
 Fornecer contentores, atrelados ou outros recipientes para separar o metal de outros resíduos, para a
recolha e transporte.
 Evitar ou eliminar contaminantes (como o plástico ou betão) antes do transporte.
 Use sinalização clara nos recipientes.
 Incluir uma lista de materiais inaceitáveis nos recipientes (por exemplo, "Não colocar betão ou
plástico").

Metal seleccionado.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 72


Parte 5 - Metal

Os serviços e métodos de transporte


 Fornecer contentores, atrelados ou outros re cipientes adequados para seus clientes, no local, para a
separação dos resíduos. Considere o seguinte.
- Os atrelados são úteis para circulam em torno do local, principalmente, se não houver uma grua no
local para mover caixas ou contentores.
- Fornecer pequenas caixas ou baldes que podem ser localizados directamente onde os resíduos de
metal são criados, por exemplo, para sobras de vigas, cobertura ou canos .
 Por consequência, de muitos gestores, no local, colocarem a reciclagem do metal de parte, caso
tenham pequenos volumes ou pesos, considere o fornecimento de um serviço de recolha por rondas
com o intuito de acumular o metal de vários sítios num camião de carga. Use pás carregadoras, ou
camiões basculantes em circunstâncias em que o metal pode ser seg uramente carregado na báscula na
unidade de construção, e descarregado de forma segura nas instalações de triagem e reciclagem.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 73


Parte 6 Madeira

74
Parte 6 - Madeira

1 - MADEIRA
Recolha e transporte

Este guia fornece aconselhamento sobre boas práticas para melhorar taxas de recuperação de todos os
tipos de resíduos de madeira, de locais de construção e demolição (C & D).

O objectivo é auxiliar a indústria de recuperação de recursos, para for necer serviços de recolha e
transporte que:
 maximizem a quantidade de resíduos de madeira desviado s do aterro.
 minimizem a contaminação e danos .
 satisfaçam os requisitos dos clientes da construção ou demolição e o operador de reciclagem.

Resíduos de madeira seleccionados.

1.1. Encontrar bons mercados para os resíduos de madeira

Resíduos de madeira incluem:


 Madeira tratada e não tratada, madeira de lei, madeira nativa, demolição, sobras, revestimento,
arranjos e forros interiores, marcenaria, pa inéis, paletes e embalagens.

Você precisa de encontrar bons e sustentáveis mercados para os resíduos de madeira, e entender os
requisitos dos seus clientes em termos de qualidade e quantidade de matéria -prima. A madeira é um
material versátil, e pode ser reutilizada, queimada como combustível ou reciclada numa
variedade de novos produtos. No entanto, a madeira tratada pode limitar as opções para a reciclagem ou
combustível.

75
Parte 6 - Madeira

Os produtos de madeira podem ser reutilizados na forma original, ou quase f orma original

Peças tratadas ou não tratadas, vigas, pranchas, painéis e paletes podem ser recuperadas do local para
reutilização.
 Como um guia, o que se segue é na procura de:
- hardwood (comprimento superior a 0,6 metros, características arquitectónica s, nenhuma perfuração
ou outros danos, de preferência sem pregos)
- madeiras nativas (comprimento superior a 0,6 metros, características arquitectónicas, nenhuma
perfuração ou outros danos, de preferência sem pregos)
- Comprimentos de madeira não tratada superior a 0,6 metros
- Comprimentos de madeira tratada superior a 0,6 metros
- Painéis de madeira trabalhada , latada (grade de ripas cruzadas) e outros produtos de madeira
superiores a 0,5 metros quadrados .
 Confirme a procura actual com os fabricantes, os retalhistas de “segunda -mão” e os exportadores.

Softwood não tratada, madeira nativa e hardwood pode ser retalhada em :


 húmus para tratamento paisagístico
 combustível para caldeiras
 materiais compostos por madeira e acendalhas domésticas
 Os pontos a salientar
- a madeira deve estar livre de químicos (tintas, adesivos, tratamento químico, etc) e livre de objectos
estranhos, tal como plástico e pregos.
- confirmar as especificações de abastecimento com o operador de reciclagem ou fabricante

Madeira tratada pode ser aceitável para:


 materiais compostos por madeira (embora a tecnologia ainda esteja em desenvolvimento e seja
necessária investigação para confirmar isso)
 Reutilização (como explicado acima)

Compreender as necessidades dos seus cliente s

Cada mercado terá as suas próprias especificações de abastecimento - é melhor confirmar estas
especificações antes de começar. Uma má compreensão pode custar caro .
 Obter especificações claras a partir de retalhistas de “segunda -mão”, fabricantes, exportadores e
outros clientes. Isto pode mudar ao longo do tempo com as mudanças do mercado. Coisas a verificar:
- tipos de madeira aceitável (tratada, nativa, não tratada, etc.)
- tamanhos mínimos e máximos das tábuas e comprimentos da madeira
- quantidades mínimas e máximas
- tolerâncias de contaminação (para pregos, tintas, cimento, etc.)
- qualquer pré-tratamento requerido tal como seleccionar ou classificar
- como a madeira está a ser recebida (por exemplo, solta, em contentores ou empilhada em palet es).

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 76


Parte 6 - Madeira

1.2. Serviços de recolha e transporte

Forneça aos seus clientes da C & D boas informações para maximizar a qualidade dos materiais

Para maximizar a qualidade dos materiais que você recolhe e transporta, os clientes da C & D precisam
entender as suas especificações. Se você pode fornecer boas informações e um eficiente sistema de
recolha, os clientes devem ser capazes de lhe dar um produto de qualidade .
 Fornecer instruções claras das suas especificações aos seus clientes da C & D. Muita s empresas têm
um contrato com o seu cliente, em que as especificações são claramente indicadas, juntamente com
qualquer material inaceitável.
 Visite o local ou discuta com o empreiteiro antes da construção ou demolição iniciar para identificar
madeira adequada para reutilização, trata mento e reciclagem.
 Separar a madeira no local aumenta a sua recuperação para reutilização em comparação com as
instalações de triagem fora do local, porque é mais fácil de identificar os tipos de madeira (incluindo
tratadas versus não tratadas) e há menos probabilidade de ocorrência de danos e contaminação.
 A contaminação, como o aço, sujidade e solo, devem ser evitados ou re movidos antes do transporte.
 Providenciar recipientes adequados para separar a madeira para reaproveit amento da madeira para
reciclagem e de outros resíduos.
 Incluir uma lista de materiais inaceitáveis, fixada nos recipientes. Seja específico, por exemplo, "Não
colocar madeira tratada" ou "Não colocar parafusos e pregos ".

Os métodos e serviços de trans porte


 Fornecer paletes, contentores marítimos ou reboques com caixa plana, para os clientes da construção
ou demolição, para o armazenamento da madeira separada. Armazenamento e transporte plano da
madeira, é mais eficiente e reduz o potencial risco de dan os em relação à utilização de contentores de
obra. Reboques com caixa plana são úteis para deslocações em torno de um local, principalmente se a
madeira provém de diferentes partes do edifício, e onde as empilhadoras não estão disponíveis para
deslocar paletes ou contentores marítimos.
 Como alternativa, os clientes armazenam os painéis de madeira e tábuas numa determinada área, e
recolha usando um c amião de caixa plana,
porta contentores ou semelhante .
 A madeira para reutilização pode ser recolhida junta mente com outros itens recuperados.
 Fornecer contentores, reboques ou baldes aos clientes da construção ou demolição para a recolha
selectiva de resíduos de madeira para processamento.

Usando uma escavadora com um grande balde para


carregar madeira pré-triada de uma demolição para
os camiões para transporte.

 Reboques ou contentores com rodas são úteis para deslocações em torno de um local, principalmente
se a madeira provém de diferentes partes do edifício, e onde os guindastes não estão disp oníveis no
local para deslocação de contentores. Os pequenos contentores são também úteis para áreas próximas
das máquinas de corte de madeira.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 77


Parte 6 - Madeira

 Muitos locais beneficiariam de rondas de recolha para remover quantidades menores do que um
contentor de carga. Acumule a madeira de vários sítios num cami ão de carga, para reciclagem. Use
um camião basculante, em circunstâncias em que a madeira possa ser carregada de forma segura na
unidade basculante, no local de obra, e descarregada com segurança em instalações de triagem ou
reciclagem.

Manter a madeira tratada separada no ponto de recolha, antes do transporte


 A madeira tratada contamina o fluxo de resíduos de madeira para a maioria dos usos de
processamento ou reciclagem.
 A madeira tratada é mais bem separada na fonte, porque é difícil identificar quando mistur ada com
madeira não tratada.
 A madeira tratada que não está classificada para reutilização, deve ser recolhida com quaisquer outros
resíduos sólidos urbanos para deposição em aterros munic ipal.

Recolha de madeira

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 78


Parte 6 - Madeira

2 - MADEIRA
Transformada em mulch e aparas

Este guia fornece aconselhamento sobre boas práticas para maximizar as taxas de recuperação de resíduos
de madeira de projectos de construção e demolição (C & D), melhorando os processos de trituração e
crivagem. As orientações abrangem a transformação de resíduos pré -seleccionados de madeira num
produto de aparas ou mulch, bem como o armazenamento dos produtos transformados.

(http://www.loja.jardicentro.pt/product_info.php?products_id=2087 )

O objectivo é ajudar os operadores de sistemas de trituração e criv agem a adoptar práticas que:
 maximizem a eficiência operacional e quantidade de res íduos de madeira processada
 minimizar a contaminação ou dano d o produto de mulch ou aparas
 minimizar a queima inadequada ou a trans formação de madeira tratada
 evitar ou minimizar os efeitos perturbadores do processamento no ambiente.

Resíduos de madeira da C & D, após o primeiro processo de trituração.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 79


Parte 6 - Madeira

2.1. Calcule a economia da reciclagem

 Antes da criação da empresa , você pode usar um simples modelo de cus tos para estimar a economia
da sua reciclagem em comparação com a eliminação do resíduo de madeira em aterro (ou outras
alternativas):
I = Q[It + rIs – Cp – (1−r)Cd]
onde:
- I = rendimento bruto da reciclagem do resíduo de madeira ( €)
- Q = resíduo de madeira recebido (em toneladas)
- It = receita pela recepção do resíduo de madeira ( € / tonelada)
- r = taxa de recuperação das aparas de madeira, a partir do resíduo de madeira original (%)
- ls = receitas pela venda do resíduo de madeira em aparas ( €/ tonelada)
- Cp = custo do processamento ( €/ tonelada)
- Cd = custo da deposição dos resíduos de madeira em aterro ( € / tonelada)

2.2. Processamento no local versus centralizado

Uma das principais decisões relativas ao funcionamento de uma fábrica de transformação de madeira, é a
de saber se se cria uma unidade centralizada de processamento, ou fornecer um serviço móvel onde a
unidade é levada para a fonte de madeira. Há muitas razões pelas quais você iria escolher um deles sobre
o outro, a maioria dos quais viria abaixo da capacidade de fazer lucro da operação.

Algumas coisas a considerar

O processamento da madeira no local de construção ou demolição faz sentido quando:


 haverá resíduo de madeira suficiente para justificar a unidade móvel (usar fórm ula acima para
determinar isso);
 a unidade é fácil de mobilizar - o tempo e o trabalho necessário para mover a “fábrica” de local para
local pode anular qualquer outro benefício, mas isso pode ser novamente respond ido através da
fórmula acima;
 existe espaço suficiente para configurar a instalação e o armazenamento da madeira; (são necessários,
aproximadamente, 4 metros cúbicos por tonelada de resíduos de madeira em lascas )
 os custos de transporte podem baixar através da redução do transporte da madeira pa ra uma instalação,
e/ou das lascas de madeira para o mercado final;
 o produto de madeira não tratada lascada pode ser utilizada para fins paisagísticos no local
 a população vizinha não seja sensível aos efeitos ambientais da instalação.

O processamento centralizado faz sentido quando:


 As economias de escala mostram que é mais eficiente processar a longo prazo num local centralizado,
mesmo quando são considerados os custos de transporte;
 Plantas que não são mobilizadas facilmente (ver o ponto acima);
 Não há espaço suficiente no local ;
 É mais fácil obter consentimentos e outras aprovações reguladoras para um único local, e não para
uma operação móvel;

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 80


Parte 6 - Madeira

2.3. Criação de uma instalação de transformação ou operação móvel

Um bom planeamento na fase de in stalação irá ajudá-lo a desenvolver um produto de qualidade - sem o
município atrás de si.

Factores que afectam a qualidade dos produtos e reduzem o seu valor


 Os contaminantes, tais como o vidro, telhas, metais, betão e solo podem afectar a qualidade do
produto final.
 A mistura do conjunto errado de madeira pode afectar a nota final do produto (madeira tratada ou
produto de engenharia da madeira).
 Os produtos de aparas e mulch absorvem humidade que afecta a qualidade do produto.

Considerações ambientais
 O equipamento de processamento é ruidoso.
 A transformação da madeira cria poeira, e as pilhas podem criar poeiras em dias ventosos e/ou seco s.
 As águas pluviais podem ser contaminadas pelo baixo pH (condições ácidas) a partir do tanino da
madeira, e as partículas de madeira e serradura pode turvar a água.
 Se existir uma exposição à chuva e má drenagem, as pilhas de madeira começam a decompor -se, o
que pode provocar odores.
 As pilhas podem provocar incó modo visual em alguns bairros.
 Você terá que consultar o seu conselho regional ou câmara municipal, antes de começar a identificar
potenciais efeitos ambientais do seu funcionamento, e levá -los em consideração.

Projecte a sua unidade de processamento para maximizar a eficiência


 Considerações específicas incluem:
- providenciar um acesso adequado e manobrável para todos os veículos
- permitir um espaço suficiente, e ter o equipamento adequado, para manobrar e armazenar de grandes
volumes de madeira processada e não processada (é provável que, pelo meno s, vários hectares sejam
necessários)
- considerar como você pode reduzir os danos provocados pela chuva, através de áreas de
armazenamento no interior de edifícios ou com cobertura, e ter uma boa drenagem em torno das pilhas
que estão ao ar livre.
- fornecer orientações e sinalização para as áreas de armazenamento de madeira tratada e não tratada.
- proporcionar acesso seguro ao público, caso seja apropriado.

Como implementar a unidade, no local da construção ou demolição, em segurança e permitir um


processamento eficiente

 Situe a unidade para maximizar a eficiência no local.


- Situe perto da fonte de resíduos de madeira, e / ou onde o armazenamento de madeira é seguro e
conveniente.
- Evite outras máquinas e acessos, permitindo simultaneamente um acesso adequado e manobrável em
torno da unidade, para pessoas e veículos.
- Lembre-se que os locais de construção são “atarefados” e em constante evolução. O que poderia ser
uma boa posição numa semana, poderia estar no meio de toda a acção na semana seg uinte. Verifique
com o administrador local.
- Providencie sinalização e orientações para as áreas de armazenamento de madeira processada e não
processada.
 Verifique as exigências da sua cidade, distrito, município ou conselho regional sobre a legislação
ambiental e de construção

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 81


Parte 6 - Madeira

Típico equipamento inclui:


 retalhadoras ou estilhaçadoras de resíduos de madeira em lascas – unidades de diferentes tipos e
tamanhos estão disponíveis.
 crivos com vários tamanhos para seleccionar as lascas por tamanhos e remov er areias.
 separador magnético para remover metais, pregos, etc .
 pás carregadoras e escavadoras para mover os resíduos de madeira e as lascas de madeira, de/para as
retalhadoras ou estilhaçadoras.

2.4. Operação de uma instalação de transformação de m adeira

Tenha claros procedimentos e sistemas operacionais


Se você deseja um produto de qualidade, a cada pilha, a cada turno, então faz sentido documentar os seus
procedimentos, e dê todos a conhecer o que precisam fazer e como d evem fazê-lo.
 Considerações específicas incluem:
- formação de pessoal (quem forma, quem precisa ser treinado, que informação precisa de ser passada
para cada equipa, etc.);
- manuais de operação e manutenção do equipamento;
- procedimentos de emergência, incluindo respostas a d errames;
- saúde e procedimentos de segurança;
- monitorização ambiental e da qualidade;
 Verificar a documentação regularmente e manter um registo da formação.

Certifique-se que obtém resíduos de madeira de qualidade a partir dos clientes da C & D,
transportadores de resíduos ou unidades de triagem
 Tenha um contrato escrito com os fornecedores de resíduos de madeira, para ajudá -los a compreender
o seu requisitos e maximizar a recuperação de recursos.
 Fornecer instruções escritas e claras, aos seus forne cedores, para garantir que eles possam satisfazer as
suas especificações, para coisas como os tipos de madeira e a contaminação tolerada .
 Considere a preferência por fornecedores que são acreditados por um reconhecido programa nacional
de gestão ambiental. Você tem uma maior garantia que eles estão a trabalhar com boas normas
ambientais.
 Esclareça sempre as modalidades de entrega, incluindo o acesso ao local (e quaisquer questões
associadas ao tráfego), horário de acesso, os volumes que podem ser aceites, os tipos de contentores,
caixotes, etc. e procedimentos de manuseamento .
 Certifique-se de que seus fornecedores estão cientes dos seus encargos, incluindo as sanções em caso
de contaminação ou deterioração dos materiais.
 Considere uma política de “á ter ceira está fora” para a entrega de cargas altamente contaminadas, após
a terceira sanção o negócio com o fornecedor terminará.

Recepção dos resíduos de madeira para processamento numa instalação de transformação.


 O controlo da carga é importante.
 Pesar e inspeccionar cada carga.
 Assegurar que você recebe os materiais ao qual você tem mercado, e que você tem as competências e
equipamentos adequados para o processamento destes materiais.
 Assegurar que o seu fornecedor cumpriu as suas especificações, em e special sobre a contaminação,
tipo de material, etc.
 Corresponder a remessa com a descrição da documentação de transferência de resíduos.
 Rejeitar cargas que não atenderem às suas e specificações.
 Manter registos de materiais recebidos.
 Classificar e armazenar os resíduos de madeira antes da transformação.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 82


Parte 6 - Madeira

Uma abordagem faseada do processamento para alcançar uma melhor qualidade, e maior
eficiência
 As especificações do produto vão determinar a quantidade exigida de processamento .
 Para proteger a qualidade do produto transformado, minimizar a quantidade, de produto transformado,
armazenado no local e faça o processamento à medida das ordens recebidas. Mantendo os resíduos de
madeira na forma original, irá reduzir os danos provocados pela humidade porque se rá menor a
superfície exposta à chuva.
 Uma abordagem faseada pode maximizar o rendimento da máquina, minimizando o tempo de
processamento e custos de manutenção: produtos de baixo valor não são demasiadamente processados,
enquanto produtos de alto valor po dem ser qualitativamente controlados para atingir as especificações .
 Um produto primário de peças até 150 milímetros pode ser alcançado pela maioria das unidades
retalhadoras - estilhaçadoras, que é susceptível de ser adequado como matéria -prima para caldeiras
(dependendo do mecanismo de alimentação da caldeira).
 O produto secundário pode ser crivado para obter um tamanho mais coerente de lascas e mulch. Dois
ou mais crivos podem ser utilizados para uma selecção simultânea .
 A moagem do produto secundário pode proporcionar um alto grau de matéria -prima para produção de
painéis de platex, paletes, camas de animais, compostagem e paisagismo .
 A remoção do metal (usando magnetos) é mais simples na trituração primária, porque os metais
podem ser libertados da madeira como consequência do processo.

Operando a unidade de trituração e estilhaçamento para atender às especificações e controlo da


contaminação
 Operar as máquinas de acordo com a s recomendações do fabricante.
 Configure a unidade para alcançar a espec ificação desejada, incluindo o número e o tamanho dos
crivos, e os separadores magnéticos de metais .
 Posicione a unidade onde irá ser armazenado o produto, para evitar que se deslocam pilhas
desnecessariamente. A unidade terá de ser deslocada sempre que a pilha alcance a correia de
transporte. Algumas plantas têm auto -propulsão, enquanto outras têm de ser movidas manualmente.
 Use pás carregadoras ou escavadoras para alimentar a fábrica com os resíduos de madeira .
 Manter as pilhas separadas por tamanho de produto.
 A instalação deve ter pessoal durante o processamento, para verificar a existência de bloqueios,
derramamentos, contaminação na alimentação e outros probl emas.
 O pessoal deve fazer controlos de qualidade do produto final durante o processamento, para efectuar
quaisquer alterações do processo, e para eliminar qualquer contaminação do produto final.
 O metal recolhido pelo íman deve ser captado para um contentor ou caixote para reciclagem.
 Recicle ou deposite em aterro todos os outros contaminante s.

2.5. Armazenamento de lascas e mulch

São necessárias boas práticas de armazenamento para assegurar o eficiente manuseamento dos materiais e
proteger a qualidade do produto.

Eficientes sistemas de armazenamento.


 Verifique com os clientes quanto à s especificações de armazenamento e transporte.
 São geralmente necessárias grandes áreas para o armazenamento do produto, pelo menos 4 metros
cúbicos por tonelada.
 Armazene os resíduos e as lascas de madeira para evitar danos e contaminação cruzada, e pe rmitir a
fácil circulação em torno do local.
 Fornecer sinalização clara para todas as áreas de armazenamento. A sinalização deve incluir o grau
das lascas (o tamanho das lascas e tipo de madeira) e da finalidade de utilização (paisagismo,
combustível para caldeiras, etc.) Inclua todas as instruções para protecção do produto (por exemplo,
"Manter seco").

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 83


Parte 6 - Madeira

Armazene as lascas e mulch para minimizar a contaminação ou dano


As lascas e o mulch absorvem humidade e, se expostos à chuva e a uma má drenagem, pode r esultar em
compostagem, descoloração e promoção de fungos, bactérias e odores. Isto reduz o valor de revenda do
produto.
 Muita humidade nas lascas que servem de combustível para caldeiras , pode afectar a produtividade da
caldeira do seu cliente. Isto reduz o valor de revenda do produto.
 A maioria dos clientes serão relutantes em aceitar um produto com humidade devido ao peso extra - e,
portanto, custo extra - do produto.

Resíduos de madeira da C & D em aparas para cobrir terrenos.

Algumas sugestões para reduzir os danos do produto durante a armazenagem

 Minimizar a quantidade de produto transformado no local e processe unicamente à medidas das


necessidades. Manter os resíduos madeira na forma original irá reduzir a quantidade de danos pela
humidade, porque está exposta uma menor superfície à chuva .
 Revolver regularmente as pilhas.
 Não exponha as pilhas à chuva por longos períodos de tempo, e verifique -as periodicamente por sinais
de deterioração.
 O uso de uma cobertura adequada irá reduzir potencia is danos. Conservar no interior de um edifício,
ou em áreas cobertas. (Isto pode ser difícil, devido à dimensão da maioria das operações .)
 Armazenamento em áreas de chão impermeável e com boa drenagem, para evitar a humidade do solo
e da precipitação.
 Finalmente, as pilhas de madeira correm o sério risco de incêndio. Conserve os produtos de madeira
longe de fontes de ignição ou calor, longe da unidade de processamento e outras estruturas que podem
propagar as chamas.

Obstáculos ao ambiente, saúde e segu rança

As boas práticas não estariam completas sem considerar os efeitos da sua operação nas redondezas, no
ambiente e na saúde e segurança dos seus trabalhadores. Este não é um guia completo, mas deve dar -lhe
informação suficiente para começar a contact ar com a sua cidade, bairro ou conselho regional, ou o
conselheiro de Higiene e Segurança no Trabalho.

Antes de implementar uma unidade de processamento, verifique o tratamento de resíduos e regulamentos


ambientais

 Verifique com o seu Conselho Regional, em matéria de:


- os requisitos para drenagem de águas pluviais e medidas de protecção;
- requisitos para o lançamento de poeiras e cheiros;
- requisitos para o armazename nto de materiais perigosos;

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 84


Parte 6 - Madeira

 Procure ajuda profissional para ob ter informações relevantes.


 Garantir que todos os funcionários estão cientes das obrigações ambientais, fornecendo documentos
de procedimentos e proporcionando formação regular.

Evite os distúrbios provocados por o ruído e poeira

 Ruído e poeira são considerados impactes ambientais adversos e devem ser geridos para evitar
impactes sobre as pessoas e a vida selvagem. Ruído e poeiras são também problemas de saú de e
segurança no trabalho.
 Considerações para a gestão do ruído incluem:
- operar em “típico” horário de trabalh o (verifique com a sua cidade ou município);
- manter a instalação de forma a funcionar segundo as especificações do fabricante, ou use unidades
com baixas emissões de ruído
- modificar a instalação revestindo -a ou adicionando partes de atenuação de ruíd o;
- desligar o equipamento quando não estiver em uso;
- forneça equipamento de protecção e reduza o tempo que o pessoal está exposto a equipamento
ruidoso (por exemplo, troca de tarefas);
 Considerações para a gestão de poeira incluem:
- minimizar movimentação de material das pilhas: quanto mais você se move em torno dos materiais,
maior a probabilidade de libertar poeiras;
- pulverize levemente as pilhas com água para suprimir a poeira durante o tempo seco e ventoso, ou
pare de funcionar em condições ex tremas;
- humedeça os materiais durante a carga ou movimento, onde a poeira pode causar perturbação;
- a água não deve ser aplicada de uma forma a provocar escorrência;
- ter uma velocidade restrita para os veículos, para reduzir a ascensão de poeiras;
- providenciar um local de lavagem de rodados e de veículos, para evitar que a poeira e sujidade migre
para fora do local;
- fornecer equipamento de protecção;

Gerir a escorrência a partir do local para evitar a contaminação dos solos e riachos.

 As águas pluviais podem ser contaminadas pelo alto pH (condições básicas) proveniente do gesso, e
por partículas de gesso e de papel.
 Uma autorização pode ser requerida para qualquer descarga de águas pluviais no solo ou curso de
água (verifique com o seu conselho regional).
 Cubra as pilhas e instalações da chuva, sempre que possível.
 Não armazene as placas de gesso ou gesso a menos de 10 metros de um curso de água ou sistema de
drenagem, nem de uma forma onde a escorrência de águas pluviais possa chegar a u m curso de água,
sem afinação e tratamento prévio.
Distâncias superiores a 10 metros podem ser necessárias em áreas com alta pluviosi dade ou terrenos
inclinados.
 Criar barreiras, com resíduos de betão ou terra, em torno do local (ou pilha), para impedir que a água
da chuva não tratada escorra para um curso de água.
 Verificar a qualidade da água pluvial antes de drenar as poças de água. O pH pode ser verificado
utilizando um aparelho medidor de pH e a turvação pode ser pode ser verificada utilizando um tubo
transparente. Peça a um profissional no ramo do ambiente ou um oficial do conselho regional, sobre a
monitorização adequada para as suas instalações.
 Considere um sistema de água reciclada, e use -a para suprimir poeira. Assegurar que a água não
contém contaminantes que possam afectar o produto final.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 85


Parte 6 - Madeira

Saúde e procedimentos de segurança

 Escreva um plano que tenha procedimentos para a manipulação segura de gesso e operação em
instalações, para você e o seu pessoal seguirem.
Considere a abordagem dos seguintes pontos:
- uma lista dos riscos na propriedade e métod os para os gerir;
- formação sobre segurança;
- procedimentos para manuseamento de resíduos;
- procedimentos para operar máquinas;
- equipamento de protecção individual.
 Todos os funcionários e adjudicatários devem ser periodicamente treinados nos procedimentos.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 86


Conclusão

Sendo a construção civil um sector -chave a nível nacional, é imperativo que as


entidades intervenientes garantam o cumprimento da legislação aplicável em matéria de
ambiente, e assegurem os recursos necessários para o controlo ambiental em obra.

Face à importância do sector da construção civil na economia e sociedade Portuguesa,


torna-se de extrema relevância assegurar que os asp ectos ambientais associados ao
sector sejam controlados, e os impactes sobre o ambiente e sociedade sejam
considerados atendendo à importância prática que de facto têm.

As questões ambientais têm assumido um papel cada vez mais relevante na qualidade de
vida da população. Com efeito, tem vindo a verificar -se uma crescente
consciencialização para a necessidade de garantir que todas as actividades se
desenvolvem em respeito pelo ambiente, e vão de encontro ao tão desejável
desenvolvimento sustentável. Contud o, é de lamentar continuar a verificar -se que na
maioria das obras de construção civil não há qualquer controlo/minimização dos
impactes ambientais gerados e, mesmo nestas situações, as obras são licenciadas e
construídas.

As autoridades públicas aos nívei s local, nacional Têm um papel preponderante na


promoção da recolha selectiva e reciclagem disponibilizando enquadramentos legais (ex.
proibição de aterros ou obrigação de triagem de resíduos), instrumentos financeiros (ex.
taxas ou incentivos), assinar ac ordos com o sector privado (e garantir um tratamento
igual em garanti-los), auxiliar o desenvolvimento de sistemas de recolha e reciclagem,
etc.

Também possuem um papel exemplar e de consciencialização. De facto, as autoridades


públicas podem pedir o preç o efectivo para a triagem nas suas obras. Podem mencionar
uma alínea específica para a gestão, triagem e reciclagem de todos os resíduos da
construção civil nas especificações das obras públicas.

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Existe uma diferença significativa entre os resíduos deriv ados da construção e os de
demolição. Os resíduos derivados da construção são em muito menor quantidade mas os
resíduos, em regra, não estão ligados ou contaminados com outros materiais e, como tal,
são mais adequados para a recolha selectiva. Na demolição existem resíduos mais
misturados e estão disponíveis de uma só vez. Também o fluxo de resíduos na
demolição é concerteza diferente das actividades de construção. Por exemplo, não
surgem resíduos de embalagem nos locais de demolição. Um local de renovação
envolve frequentemente uma mistura de demolição e construção, onde os vários passos
de demolição não são necessariamente planeados numa ordem contínua, antes são
interrompidos por actividades de construção.

O sucesso da reciclagem de RC&D também sofre influência do contexto geral, que é


caracterizado por uma combinação de factores que promovem a recicla gem como o
custo de deposição elevado , as alterações na gestão de aterros, tais como a interdição de
deposição em aterro de resíduos não tratados e uma política geral de incentivo à
reciclagem.

O impacte ambiental da eliminação de resíduos da construção civil pode ser reduzido


através da reciclagem em vez do recurso a aterros e incineração. Os resíduos podem ser
utilizados como matérias-primas secundárias, poupando assim os recursos primários e
energia, alimentando um sistema económico circular. Dentro do enquadramento
financeiro e legal actual e do futuro, ao nível local, nacional e europeu, os custos
económicos de eliminação irão aumentar e devem ser encont radas soluções alternativas
aos aterros e incineração.

Existe uma necessidade de sistemas de triagem e recolha selectiva eficientes para


garantir a boa qualidade da fracção dos RC&D. Se for para se desenvolver, o sector de
reciclagem necessita de uma gara ntia de quantidades regulares e estáveis por um longo
período. As técnicas já existem e as infra -estruturas estão disponíveis, mas a nível local
poderá haver necessidade de algumas infra -estruturas intermédias para aglomer ação de
quantidades, reduzir o transporte (bem como, os custos e emissão de gases) e criar
oportunidades de emprego sustentáveis.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 88


O mercado de reciclagem é comandado pela procura e pela oferta, isto é, pelo lado da
oferta deve ser capaz de oferecer q uantidades estáveis de matérias-primas (dependendo
das entradas estáveis). No que toca à procura, há necessidade de ga rantir a utilização de
matérias-primas secundárias com o auxílio de padrões de qualidade, certificação e
promoção de produtos reciclados em nov as aplicações.

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 89


Bibliografia

Adaptado de REBRI Guides (2005), Reducing Building Material


Wastes, New Zealand, www.rebri.org.nz (Acedido em 15 Jun. 2009)

[1] Coutinho, Joana de Sousa (1999), MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1 –


“AGREGADOS PARA ARGAMASSAS E BETÕES ”,
http://paginas.fe.up.pt/~jcouti/Agregpart2.pdf
[2] McCabe, Peter; Byrne, Robert (2002), “ construction and demolition waste
management – A handbook for Contractors& Site Management ”, FÁS
Environmental Training Unit, 27 -33 Upper Baggot Street, Dublin 4 ,
www.ncdwc.ie (Acedido em 15 Jun. 2009).
[3] Rodrigues, Paulo, (2008), “ Gestão integrada de Resíduos de Construção e
Demolição – A Experiência da Lipor”, Apresentação no Seminário “Gestão de
RC&D”, Grande Auditório da Fundação Portuguesa de Comunicação, 5 de
Março de 2008. (http://www.ceifa-ambiente.net/portugues/seminarios/rc -
d/apresentacoes/PauloRodrigues_Ceifa%20Ambiente_Marco2008.pdf ) (Acedido
em 24 de Jun. 2009).

Guia de Boas Práticas na gestão de RC&D - Carlos Costa 90

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