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Cap 1: Introdução à Contabilidade de Gestão

Contabilidade Financeira vs Contabilidade Analítica vs Contabilidade de Gestão

Contabilidade emanam
Financeira
de gestão Contabilidade Analítica

§ Visa o controlo das relações com terceiros, § É a parte da contabilidade que consiste em determinar
§ A relevação contabilística e por ramos de atividade, produtos, serviços, clientes ou por
§ O apuramento do resultado global do exercício. outros elementos o montante de vendas, os custos
correspondentes, o lucro ou prejuízo (Charles Brunet).

§ Obtenção de informação histórica sobre as relações da § Conhecer os custos das diferentes funções desenvolvidas
empresa com o exterior; pela empresa;
§ Determinação da situação patrimonial da empresa; § Explicar os resultados, comparando os custos dos
§ Obedecer à legislação vigente em Portugal. produtos (bens e serviços) com os seus correspondentes
preços de venda;
§ Estabelecer previsões de despesas e de receitas
correntes;
§ Constatar a sua realização e explicar os desvios resultantes.
§ Não determina o custo unitário de cada unidade produzida § Fornecer informações atempadas e oportunas para
(ou servida); facilitar a tomada de decisões aos gestores;
§ Não apura em quanto é que cada produto contribui para § Reclassificação dos custos por funções;
a formação do resultado do exercício; § Medida e análise de gastos e rendimentos;
§ É incapaz de determinar se é mais vantajoso adquirir ou § Calcular custos;
fabricar as matérias-primas e outros fatores produtivos; § Valorizar existências;
§ Não informa a empresa sobre quando é que se deve § Ir além da determinação do resultado contabilístico;
optar por substituir uma máquina em lugar de a reparar § Contribuir para o controlo e redução de custos.

§ A informação proporcionada é tipicamente: § Objetiva


§ Histórica § Opõe-se à rigidez e à uniformidade características da
§ Quantificável Contabilidade Geral ou Financeira
§ Monetária § Permite o estabelecimento de padrões e previsões
§ Tendencialmente exata. § Examina e explica os desvios.

§ Comprar ou fabricar?
§ A empresa tem capacidade para solver as suas dívidas? § Transportes e manutenção próprios?
§ Dispõe de capitais próprios suficientes? § Investir ou não?
§ Oferece uma rentabilidade suficiente aos acionistas? § Que programa de produção e de vendas?
§ Tem Fundo de Maneio suficiente? § Quais os produtos que a empresa deverá fabricar?
§ Gere adequadamente os seus ativos? § Quais as quantidades a produzir?
§ Que preços se devem exigir?
§ Quais as modalidades de venda a adotar?
§ Quais as zonas geográficas que oferecem melhores
perspetivas?
Obrigatória Não Obrigatória
Global Pormenorizada
Histórica Presente e futuro
Externos Internos e Externos
Externos Externos e internos
Por naturezas Por destino
Financeiros Financeiros e não financeiros
Flexíveis (em função da
Rígidas e normativas
empresa
Terceiros e gestão Todos dentro da entidade
Conformes c/ SNC Flexível. Financeira.

Contabilidade de gestão

Ramo da contabilidade que tem por objeto a captação, § Deve ser organizada em função das necessidades específicas
medição e valorização dos circuitos internos de uma de cada empresa;
empresa, bem como a sua racionalização e controlo, com o § Permite servir todos os responsáveis da empresa, qualquer que
fim de proporcionar à organização: seja a sua posição hierárquica;
§ Utiliza as informações da Contabilidade Geral e os documentos
§ A informação relevante para a tomada de decisões que lhe servem de base;
empresariais; § Deve estar atualizada e fornecer as informações rapidamente;
§ As tarefas de planificação e controlo; § Deve ser organizada para pôr em relevo as responsabilidades;
§ Proporcionar informação relevante, histórica ou § Deve abandonar a perspetiva de curto prazo;
previsional, monetária ou não monetária,
§ Informação segmentada ou global, sobre a circulação
interna da empresa para a tomada de decisões.
§ Em suma, trata de dar resposta às questões não
respondidas pela contabilidade financeira e analítica!
§ Previsional ou real;
§ qualitativa ou quantitativa;
§ financeira ou não financeira;
§ A partir de que preço de venda se deve aceitar um § Oportuna;
pedido ou encomenda especial não prevista
§ Para o curto, médio e longo prazo
inicialmente?
§ Qual a rentabilidade que se consegue com um
determinado cliente?
§ Valerá a pena subcontratar uma determinada atividade?
§ Devemos produzir internamente ou subcontratar uma
parte do processo produtivo?
§ Devemos investir num programa de qualidade ou não § Proporcionar informação para a tomada de decisões;
se justifica para a nossa empresa? § Informar todas as pessoas envolvidas na organização;
§ Quanto custa à empresa a falta de qualidade? § Coordenar as atividades da empresa para a consecução dos
§ Qual o melhor sistema de custeio a adotar para a objetivos;
repartição de custos? § Motivar;
§ Como podemos oferecer mais valor acrescentado aos § Controlar e analisar a evolução da performance empresarial;
nossos clientes sem aumentar custos/preços? § Apoiar as restantes funções organizacionais (serviço interno
§ Como podemos ser mais eficientes? proporcionado à entidade)
§ Como podemos diminuir os prazos de entrega?
§ Os nossos clientes estão satisfeitos com os nossos
produtos/serviços?
§ Como se comporta a concorrência
§ Norte Americanos: Institute of Management Accountants (IMA)
§ Britânicos: Institute of Cost and Management Accountants (ICMA); The Chartered Institute of Management Accountants (CIMA)
§ Espanhóis: Asociación Española de Contabilidad e Administración de Empresas, (AECA) Asociación Española de Contabilidad Directiva
(ACODI)
§ Internacionais: International Federation of Accountants (IFAC)

Externos (stakeholders) Internos (gestão da entidade)

Segmentada e prospetiva (orientada


Agregada, histórica
para o futuro)

Facultativa
Obrigatória
Histórica ou Previsional, Quantitativa
ou Qualitativa, Monetária ou não
Quantitativa, Monetária, Exata
monetária, Oportuna

Relevância, Benefício/Custo,
Normativos
Flexibilidade
Formal (Exemplo NCRF’s, etc) Informal
Financeiros Financeiros e não financeiros

§ Integra-se com a contabilidade financeira, fornecendo


medidas de custo para avaliação de inventários e
determinação do custo dos produtos vendidos.
§ Integra-se com a contabilidade de gestão, na medida
em que proporciona alguma da informação
quantitativa sobre custos que os gestores necessitam
para:
1. avaliarem a rentabilidade dos produtos,
2. prepararem orçamentos
3. tomarem decisões.
Crise dos Sistemas de Custeio Tradicionais

§ Até aos anos 80, os sistemas de custos convencionais


desempenharam razoavelmente o papel para o qual foram
desenhados.
§ Na década de 90, os sistemas de produção incorporaram
melhorias consideráveis, facto este não acompanhado No entanto, se as empresas necessitam apenas da contabilidade
pelos sistemas de controlo de custos. de gestão para proceder:
§ Os sistemas de custos tradicionais não se adaptaram aos § À análise custo-volume-benefício,
desenvolvimentos modernos operados em determinadas § À formação de preços dos produtos,
empresas pelo que, em alguns casos, proporcionaram a § À planificação e controlo,
transmissão de informação errónea… § Ao controlo de inventários,
§ A decisões do tipo produzir ou comprar, então……
§ Assim: Os sistemas de custos tradicionais foram
severamente criticados, porque o contexto empresarial Não se pode falar em crise dos sistemas de custos
para o qual os sistemas contabilísticos foram concebidos convencionais (contabilidade analítica), já que esta atende
alterou-se notavelmente: razoavelmente a este tipo de necessidades de informação!

1. A produção diversificou-se consideravelmente;


2. Aumentou a complexidade dos processos;
3. Apareceram novos centros de trabalho;
4. A internacionalização dos mercados intensificou-se;

Todos estes fatores exigem uma maior e melhor informação


do que a tradicionalmente fornecida.
As alterações operadas no ambiente produtivo e empresarial
provocaram uma forte modificação na estrutura das empresas
tradicionais, nos próprios objetivos e nas respetivas estratégias.
Se as variáveis contextuais se alteraram, a capacidade de
resposta dos sistemas de custos tradicionais para fazer face a
uma situação distinta daquela para a qual foram concebidos, é
§ Alteração quantitativa sofrida na estrutura “tipo” do custo menor.
de produção.
Assim, em empresas onde se implantou, por exemplo:
§ A excessiva ênfase colocada no controlo da mão de obra
direta (obsoleto). § A filosofia de produção just in time, (JIT)
§ A excessiva preocupação pela gestão do curto prazo § A gestão da qualidade total, (TQM)
§ O desfasamento temporal entre a ocorrência dos factos § O sistema de custeio “activity based cost”, (ABC)
e a sua comunicação. § O target cost,…….etc…. …
§ Exige-se mais informação em tempo real.
§ A necessidade de utilização de medidas não financeiras. Os sistemas contabilísticos convencionais poderiam falhar
rotundamente quando se propusessem servir de instrumento
de apoio na tomada de decisões.
Reclassificação de Custos

Custo
Corresponde ao valor monetário dos recursos que foram consumidos e utilizados com o objetivo de atingir um propósito ou
objeto específico. (o ato de comprar um recurso é uma despesa, só passa a ser custo quando é utilizado/consumido)

Objeto de custeio
Qualquer coisa para a qual é apurado o respetivo custo.

Classificação dos custos

Relação com o objeto

Custo diretos: O recurso ou a atividade é utilizado ou consumido num único objeto.

Custos indiretos: O recurso ou atividade é utilizada ou consumida em mais do que um objeto de custo.

No seu comportamento face ao volume de atividade

Custos 00000
Fixos: São custos que se podem relacionar com o volume da atividade da empresa. A relação entre o
gasto e a atividade pode ser proporcional, progressiva (mais que proporcional) ou degressiva (menos que
proporcional).

Custos AHAH
variáveis:, Recursos relacionados com a estrutura da empresa, ou capacidade instalada. Como tal, não
dependem da atividade da empresa. São mais sensíveis em relação ao passar do tempo do que ao volume da atividade

Na tomada de decisão

Custos relevantes: São os custos que importa analisar na hora de tomar a decisão pois condicionam e são alterados
pela decisão. Nota: regra geral os custos variáveis são custos relevantes.

Custos irrelevantes: São custos que não interferem, e por isso não necessitam ser ponderados, quando se pretende
tomar uma decisão.

Custos afundados (sunk costs): São custos que resultam de decisões tomadas no passado e que não podem ser
alterados em função do curso de ação escolhido (Todos os custos afundados são irrelevantes., mas nem todos os
custos irrelevantes são afundados!

Na identificação com o produto

Custos industriais: Aqueles afetos a produção..

Custo Industrial = MP + MOD + GGF è São custos dos produtos

Custos não industriais: Aqueles que não estão afetos à função de produção: (gastos administrativos. , gastos
financeiros., gastos de distribuição è .São custos do período

Na produção da unidade extra

Custos marginais: É o custo a associado a produzir mais uma unidade.

Custo incrementais: É o custo associado a produzir mais “X” unidades do produto, face à situação de base.

Custos controláveis e custos não controláveis

Custos controláveis: Custos controlados pelo seu responsável direto.

Custos não controláveis: Não controláveis por ele, mas sim por uma autoridade superior.

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