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Profª. Elsa Maria L. S.

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PONTO 6. O PODER JUDICIÁRIO E SUA INDEPENDÊNCIA NO ESTADO


BRASILEIRO. Organização judiciária nacional e estadual. Funções essenciais à
justiça.

6.1 A INDEPENDÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO NO BRASIL

A função típica do Poder Judiciário é o exercício da atividade jurisdicional. No entanto,


algumas vezes, os órgãos judiciários assumem atividades legislativas (por exemplo, os
tribunais quando elaboraram seu regimento interno) ou administrativas (por exemplo,
quando organizam e preparam um concurso público de ingresso). Essa
interpenetração de atividades (típicas e atípicas), que também ocorre entre as demais
Funções estatais, não tira do Judiciário sua autonomia (autogestão/autogoverno) e
independência.

Como decorre do art. 2º da CF/88, o Judiciário é independente frente aos demais


poderes. Tal independência está assegurada por garantias, denominadas garantias do
Judiciário.

A doutrina classifica essas garantias em duas espécies: as institucionais, que


protegem o Judiciário como um todo, como instituição; e as funcionais ou de órgãos,
que asseguram a independência dos membros do Poder Judiciário.

A independência institucional é assegurada: pela autonomia orgânica-administrativa,


que se concretiza pelo exercício de atividades normativas e administrativas de auto-
organização e de auto-regulação (por exemplo, a competência para eleger seus órgãos
diretivos, para elaborar seu regimento interno, para organizar a estrutura administrativa
interna etc – ver art. 96 da CF); e pela autonomia financeira (CF, art. 99, §§ 1º e 2º).

Já a independência funcional é assegurada pelas garantias constitucionais dos


magistrados, previstas no artigo 95, incisos I a III: vitaliciedade (a perda do cargo só
pode ocorrer por sentença judicial transitada em julgada), que se adquire no primeiro
grau de jurisdição após os dois anos de estágio probatório e nos tribunais no momento
da posse; inamovibilidade, que impossibilita a remoção do juiz de um local para outro
sem o seu consentimento (esta garantia não tem caráter absoluto, pois o magistrado
pode ser removido, aposentado ou posto em disponibilidade pelo voto da maioria
absoluta dos membros do tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça – CF, art. 93,

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VIII); e irredutibilidade de subsídios, que impossibilita a redução da remuneração dos


magistrados.

Essa mesma independência se manifesta nas garantias de imparcialidade dos órgãos


judiciários, configuradas nas vedações impostas aos magistrados, que se encontram
previstas no artigo 95, parágrafo único, incisos I a V, da Constituição. A eles é vedado:
exercer outro cargo ou função, salvo uma de magistério; receber custas ou participação
em processo; dedicar-se à atividade político partidária; receber auxílios ou
contribuições de pessoas físicas ou de entidades públicas ou privadas; e exercer a
advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração (quarentena). No artigo 125 da
Constituição há um paralelo destas garantias e impedimentos para os membros do
Ministério Público.

6.2 ESTRUTURA DO JUDICIÁRIO BRASILEIRO / ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA


BRASILEIRA

Dadas as dimensões de um país, a multiplicidade de conflitos intersubjetivos de


interesses possíveis e a necessidade de solucionar as lides daí decorrentes, é
necessário otimizar a prestação jurisdicional. Por isso a Jurisdição é atributo de um
conjunto de órgãos, agentes e funções, organizados e estruturados num sistema que
habitualmente se designa de organização judiciária.

O Judiciário é um poder estruturado nacionalmente em todo o território. A estrutura


fundamental é traçada pela Constituição Federal, nos arts. 92 a 126.

O art. 92 enumera os órgãos que compõem o Poder Judiciário, respectivamente:


a) o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional de Justiça;
b) o Superior Tribunal de Justiça (STJ);
c) os Tribunais Regionais Federais (TRF’s) e os Juízes Federais;
d) os Tribunais (TST e TRT’s) e Juízes do Trabalho;
e) os Tribunais (TSE e TRE’s) e Juízes Eleitorais;
f) os Tribunais (TSM e TM) e Juízes Militares;
g) os Tribunais (TJ) e Juízes dos Estados e do distrito Federal e Territórios.
Em termos esquemáticos tem-se a seguinte visão:

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ORGANOGRAMA DO PODER JUDICIÁRIO

STF
(art. 101 e 102)

CNJ
(art. 103-B)

3º GRAU / STJ TST TSE STM


Instância (art. 104 e 105) (art. 111, I) (art. 118 e 119) (art. 122, I e 123)
Extraordinária

TJ Estados TRF’s TRT’s TRE’s


TJM 2º GRAU /
e DF (art. 106 a Turma (art. 112) (art. 118 e 120) 2ª instância
Estado Turma
s e DF (art. 125) Recursal 109) Recursal

Auditorias Juízes Tribunal Juízes Juízes do Juízes e Auditorias e


e Juízes de Júri Federais Trabalho Juntas Juízes Militares
Militares Direito Recursa (art. 118, federais
(art. 122, II)
Juizados Juizados
Especiais Especiais 1º GRAU /
Estaduais Federais
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Analisando o elenco dos órgãos que compõem o Poder Judiciário, verifica-se que,
respeitando a forma do Estado brasileiro – uma Federação – a CF/88 dividiu a
organização da Justiça brasileira em órgãos jurisdicionais federais e órgãos
jurisdicionais estaduais. Os órgãos jurisdicionais federais, por sua vez, se
subdividem em órgãos da justiça comum e órgãos da justiça especial. Estes
últimos se tripartem englobando, respectivamente, os órgãos da justiça trabalhista, da
justiça militar e da justiça eleitoral.

No texto constitucional se observa, ainda, que tanto a “Justiça Federal” (comum e


especial) como a “Justiça Estadual”, são dotadas de dois graus de Jurisdição, o
primeiro grau, em regra, formado por juízes singulares (juizes de direito e juízes
federais – há algumas exceções à singularidade, como ocorre na Justiça Militar com os
Conselhos de Justiça, na Justiça Eleitoral com as Juntas eleitorais e na Justiça
Estadual Comum com o Tribunal do Júri) e o segundo grau formado pelos tribunais,
sempre órgãos jurisdicionais colegiados.

No topo da organização judiciária brasileira dois tribunais exercem a denominada


jurisdição extraordinária, o Supremo Tribunal Federal (STF), órgão máximo do
Poder Judiciário, que tem como função principal garantir e defender a Constituição, e o
Superior Tribunal de Justiça (STJ), cuja função primeira é de assegurar o direito
positivo federal.

O STF e o STJ são chamados órgãos de superposição. Isso se deve ao fato de que
não integram (não pertencem) nenhuma das Justiças, mas suas decisões se
sobrepõem às decisões proferidas pelos órgãos inferiores.

O STF e o conjunto de Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE e STM) são chamados
órgãos de convergência. Convergência porque cada um dos Tribunais Superiores é
órgão de cúpula de um dos ramos da Justiça brasileira e, por isso, são responsáveis
pela última decisão nas causas de competência dessa Justiça. Já o STF, como órgão
máximo da Justiça brasileira, é quem dá a última palavra em controle de
constitucionalidade das leis, por essa razão para ele convergem todos os Tribunais
Superiores.

Além dos órgãos de superposição, a organização judiciária brasileira tem diversas


subestruturas, as Justiças Comum e Especial.
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A Justiça Especializada se subdivide em três ramos específicos: a) Justiça do


Trabalho (CF, art. 111 a 116), composta pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST),
pelos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT’s) e pelos Juízes do Trabalho (Varas do
Trabalho); b) Justiça Eleitoral (CF, arts. 118 a 121), composta pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TSE), pelos Juízes Eleitorais (Juiz
de Direito do Estado em exercício – Cód. Eleitoral, art. 32) e Juntas Eleitorais; c)
Justiça Militar (CF, arts. 122 a 124), composta Superior Tribunal Militar (STM), pelos
Tribunais e Juizes Militares (Conselhos de Justiça). Nos Estados, no Distrito Federal e
Territórios, por conta da existência de servidores militares estaduais (polícia militar e
corpo de bombeiros militar – CF, art. 144, § 6º), também existe Justiça Militar
especializada (Justiça Militar Estadual), composta pelos Tribunais de Justiça
Estaduais (TJ’s) ou Tribunal de Justiça Militar (TJM) – somente nos Estados com
efetivo militar superior a 20.000 integrantes; e, em primeiro grau, pelo juiz de direito
(juiz-auditor) e pelos Conselhos de Justiça, com sede nas auditorias militares (CF, art.
125, §§ º a 5º).

A Justiça Comum é composta pela Justiça Federal, pela Justiça Estadual Comum e
pela Justiça do Distrito Federal e Territórios.

A Justiça Federal comum, organizada em dois graus de jurisdição, compreende os


Tribunais Regionais Federais (são cinco, um para cada Região, têm sede em: Recife,
Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre – o Espírito Santo pertence à 2º
Região – RJ), os Juizes Federais (CF, art. 108 e 109) e os juizados especiais federais
(Lei n. 10.219/01).

A Justiça Estadual comum, também organizada em dois graus de jurisdição, é


composta pelo Tribunal de Justiça, pelos juízos de direito (incluídos os Juizados
especiais) e a justiça de paz. A Justiça do Distrito Federal e Territórios apresenta a
mesma estrutura, mas é organizada e mantida pela União.

6.3 JUSTIÇA ESTADUAL COMUM DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Como vimos a Justiça dos Estados apresenta dois graus de jurisdição. O órgão de 2º
grau é o Tribunal de Justiça, órgão de composição colegiada. No 1º grau atuam os

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juízos de direito, são órgãos monocráticos, com exceção do tribunal do júri, que é
colegiado, formado com a participação popular.

No Estado do Espírito Santo não é diferente.

O Tribunal de Justiça/ES é o órgão do 2º grau, tem sede em Vitória e jurisdição sobre


todo o território do Estado do Espírito Santo, e é composto por trinta Desembargadores
(LC 234/02, art. 11, com redação da LC 788/2014).

O TJ/ES divide-se em Câmaras e funciona em Tribunal Pleno, em Conselho Superior


da Magistratura, em Câmaras Cíveis Reunidas, em Câmaras Criminais Reunidas e em
Câmaras Isoladas Cíveis e Criminais (arts. 14 e 15, LC n. 234/02).

O 1º grau de jurisdição é exercido pelos juízos de direito distribuídos por todo o


território do Estado que, para efeitos da administração da Justiça, é dividido em
Regiões Judiciárias (grupos de comarcas) e Comarcas (art. 2, LC n. 234/02). A
Comarca pode compreender um município, ou mais de um, desde que contíguos, e
podem dividir-se em Varas.

As Regiões Judiciárias e as Comarcas, classificadas como entrância única, são


relacionadas no Anexo I, LC. n. 234/02, com redação da LC 788/2014), a saber:

ANEXO I
REGIÕES JUDICIÁRIAS
1ª Região: Vitória, Cariacica, Fundão, Guarapari, Serra, Viana e Vila Velha.
2ª Região: Itaguaçu, Itarana, Santa Teresa, Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina e
São Roque do Canaã.
3ª Região: Venda Nova do Imigrante, Marechal Floriano, Domingos Martins, Afonso
Cláudio, Laranja da Terra, Conceição do Castelo e Brejetuba.
4ª Região: Anchieta, Alfredo Chaves, Iconha, Piúma, Itapemirim, Marataízes, Rio Novo
do Sul e Presidente Kennedy.
5ª Região: Cachoeiro de Itapemirim, Vargem Alta, Castelo, Atílio Vivácqua, Mimoso do
Sul e Muqui.
6ª Região: Guaçuí, Alegre, Jerônimo Monteiro, Bom Jesus do Norte, Dores do Rio
Preto, Ibitirama, Muniz Freire, São José do Calçado, Iúna, Ibatiba, Divino de São
Lourenço, Irupi e Apiacá.
7ª Região: Linhares, Aracruz, Rio Bananal, Ibiraçu, João Neiva, Sooretama e
Governador Lindenberg.
8ª Região: Colatina, São Gabriel da Palha, Baixo Guandu, Alto Rio Novo, Pancas,
Mantenópolis, Marilândia, São Domingos do Norte, Águia Branca e Vila Valério.

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9ª Região: São Mateus, Boa Esperança, Conceição da Barra, Jaguaré, Pedro Canário,
Pinheiros, Montanha, Mucurici e Ponto Belo.
10ª Região: Nova Venécia, Barra de São Francisco, Ecoporanga, Água Doce do Norte
e Vila Pavão.

LISTA DAS COMARCAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


INTEGRANTES DA ENTRÂNCIA ÚNICA

1 - Capital: Juízos de Vitória, Serra, Vila 26 - Governador Lindenberg


Velha, Cariacica, Viana, Guarapari e 27 - Guaçuí
Fundão
28 - Ibatiba
2 - Afonso Cláudio
29 - Ibiraçu
3 - Água Doce do Norte
30 - Ibitirama
4 - Águia Branca
31 - Iconha
5 - Alegre
32 - Irupi
6 - Alfredo Chaves
33 - Itaguaçu
7 - Alto Rio Novo
34 - Itapemirim
8 - Anchieta
35 - Itarana
9 - Apiacá
36 - Iúna
10 - Aracruz
37 - Jaguaré
11 - Atílio Vivácqua
38 - Jerônimo Monteiro
12 - Baixo Guandu
39 - João Neiva
13 - Barra de São Francisco
40 - Laranja da Terra
14 - Boa Esperança
41 - Linhares
15 - Bom Jesus do Norte
42 - Mantenópolis
16 - Brejetuba
43 - Marataízes
17 - Cachoeiro de Itapemirim
44 - Marechal Floriano
18 - Castelo
45 - Marilândia
19 - Colatina
46 - Mimoso do Sul
20 - Conceição da Barra
47 - Montanha
21 - Conceição do Castelo
48 - Mucurici
22 - Divino de São Lourenço
49 - Muniz Freire
23 - Domingos Martins
50 - Muqui
24 - Dores do Rio Preto
51 - Nova Venécia
25 - Ecoporanga
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52 - Pancas 63 - São Domingos do Norte


53 - Pedro Canário 64 - São Gabriel da Palha
54 - Pinheiros 65 - São José do Calçado
55 - Piúma 66 - São Mateus
56 - Ponto Belo 67 - São Roque do Canaã
57 - Presidente Kennedy 68 - Sooretama
58 - Rio Bananal 69 - Vargem Alta
59 - Rio Novo do Sul 70 - Venda Nova do Imigrante
60 - Santa Leopoldina 71 - Vila Pavão
61 - Santa Maria de Jetibá 72 - Vila Valério
62 - Santa Teresa

Para maiores detalhes sobre a organização da Justiça Capixaba consulte o Código de


Organização Judiciária do Estado do Espírito Santo (LC n. 234 /02), que se encontra
disponível em:

http://www.tjes.jus.br/PDF/legislacao/LEI%20COMPLEMENTAR%20N%20234.pdf

6.4 FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

São designadas funções essenciais à justiça um conjunto de atividades profissionais,


públicas e privadas, que foram institucionalizadas pela Constituição. São elas: o
Ministério Público – arts 127 a 130; a Advocacia Pública – arts 131 a 132; a Advocacia
– art. 133; e a Defensoria Pública – art. 134.

6.4.1 O Ministério Público

O Ministério Público é definido pelo art. 127, caput, da CF/88, como a instituição
permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, a quem cabe a defesa da
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis.

O MP é uma instituição autônoma (orgânica e funcionalmente), que não integra o


Poder Judiciário (como acontece em alguns países), mas que desempenha funções
essenciais no âmbito do processo. Tem como princípios institucionais a unidade, a
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indivisibilidade e a independência funcional e os membros do MP gozam das


mesmas garantias que os Magistrados (CF, art. 128).

A organização do MP na CF/88 apresenta a seguinte divisão:

Ministério
Público

MP da União
MP Estadual

MP MP do MP MP do
Federal Trabalho Militar DF e Territórios

Como se pode ver o MP é integrado pelo MP da União e pelo MP Estadual. O MP da


União compreende: o Ministério Público Federal, que atua junto à Justiça Federal e à
Eleitoral (nesta, conjuntamente com o MP dos Estados); o Ministério Público do
Trabalho, que atua junto à Justiça do Trabalho; o Ministério Público Militar, que atua
junto à Justiça Militar; e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, que atua
justo à Justiça do Distrito Federal e Territórios.

O MP exerce funções processuais e extraprocessuais. No processo o MP pode atuar


como parte ou como custos legis (fiscal da lei), tanto no processo penal como no
processo civil. O art. 129 da CF/88 prevê as funções institucionais do MP, entre elas
vale destacar a titularidade e monopólio da ação penal pública e a titularidade da ação
civil pública para proteção do patrimônio publico e social, do meio ambiente e de outros
interesses difusos e coletivos.

6.4.2 A Advocacia Pública

A Advocacia pública comporta a Advocacia Geral da União (AGU) e a Procuradoria


Geral dos Estados e do Distrito Federal.

A Advocacia Geral da União (AGU) foi criada pela CF/88, art. 131, e instituída em 1993
pela LC n. 73, é a instituição federal que tem por atribuições o exercício da advocacia

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judicial e extrajudicial da União Federal, incluídas as atividades de consultoria e


assessoramento Jurídico do Poder Executivo. Está fora das suas atribuições a
cobrança judicial por ação executiva da dívida ativa tributária, que pertence à
Procuradoria da Fazenda Nacional.

Nos Estados da Federação e no Distrito Federal a representação judicial e a


consultoria são exercidas pelos Procuradores do Estado e do Distrito Federal.

6.4.3 A advocacia.

Como a atividade processual é uma atividade complexa que demanda conhecimentos


técnico-jurídicos, em regra, a capacidade de postular em juízo é do advogado. No uso
de sua capacidade postulatória e por outorga de poderes da parte que o contratou
(instrumento de mandato – procuração) o advogado vai a juízo representá-la e
defender-lhe os interesses.

O advogado é um particular, mas no exercício do seu mister privado desempenha um


serviço público e exerce uma função social (Estatuto da OAB - Lei n. 8.906/94, art. 2º, §
1º). Sua atuação profissional, alicerçada nos conhecimentos jurídicos, teóricos e
práticos, que detém, é imprescindível ao bom desenrolar da atividade processual. Por
isso a Constituição, art. 133, considera a advocacia indispensável à administração da
justiça.

É advogado o bacharel em Direito inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

6.4.4 A Defensoria Pública

A Defensoria Pública está prevista no art. 134 da CF/88 (que recebeu nova redação em
junho de 2014 pela Emenda Constitucional nº 80) que a apresenta como a instituição
permanente a quem cabe a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos
e a defesa (judicial e extrajudicial), dos direitos individuais e coletivos, de forma
integral e gratuita aos necessitados. Desse modo, surge como o instrumento capaz
de garantir o direito fundamental da assistência judiciária integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos, previsto no art. 5º, LXXIV.

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A LC n. 80/94 (alterada pela LC n. 98/99) organiza a Defensoria Pública da União, do


Distrito Federal e dos Territórios, prescreve normas gerais para a sua organização nos
Estados.

Segundo o art. 2 da LC n. 80/94, a Defensoria Pública abrange a Defensoria Pública da


União, a Defensoria Pública do Distrito Federal e Territórios e as Defensorias Públicas
dos Estados.

Sugestões de leitura:
CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; DINAMARCO, Cândido Rangel; GRINOVER, Ada
Pellegrini. Teoria Geral do Processo. 28ª edição. SP: Malheiros, 2012. Capítulos 15 a
20 e 23-24.

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