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Ferreira Pepino 1
OAB-ES n. 4.962
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1. COMPETÊNCIA
Viu-se que a jurisdição é o poder, a função e atividade estatal de aplicar o direito, que
atua por meio dos juízes e tribunais de modo a obter a pacificação das lides. Apesar de
una e indivisível, por razões organizacionais e práticas, a jurisdição é exercida por
vários órgãos (juizes e tribunais). Cada um destes órgãos é investido de Jurisdição, isto
é, recebe abstratamente a prerrogativa de exercer a função jurisdicional. No entanto, a
multiplicidade e variedade de processos, bem como a multiplicidade de órgãos
jurisdicionais, torna clara que para uma evolução racional do trabalho, essa pluralidade
de processos tem de ser repartida pelos múltiplos órgãos investidos de Jurisdição.
Significa dizer que, apesar de investido de Jurisdição, um juiz não está habilitado a
resolver todos os conflitos, mas apenas aqueles que a lei lhe atribui competência para
julgar, ou seja, cada órgão jurisdicional exerce a Jurisdição dentro de determinados
limites, os limites da sua habilitação, ou seja, da sua competência.
1.1 CONCEITO;
Competência, portanto, “[...] é o poder que tem um órgão jurisdicional de fazer atuar a
jurisdição diante de um caso concreto” (GRECO FILHO, 2003, p. 170). Por outras
palavras, competência é o mecanismo que vai permitir in concreto o exercício da
jurisdição, especificando a esfera de atuação de cada órgão jurisdicional.
É um poder limitado previamente pela Constituição e pela lei, de modo que cada órgão
jurisdicional é habilitado para resolver especificamente determinado grupo de litígios.
Desse modo, “[...] cada órgão judicial só poderá concretizar o exercício jurisdicional na
exata medida que as regras de competência determinarem se ele é ou não competente
para julgar a demanda” ( RODRIGUES, 2003, p. 182).
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Assim, perante um caso concreto faz-se necessário descobrir qual o órgão competente
para julgar essa ação. Tal descoberta faz-se por etapas sucessivas, segundo um
processo lógico de eliminação gradativo. Tais etapas são as seguintes:
pode atuar sobre a causa em questão. Para isso é necessário saber quais são os
casos sujeitos à jurisdição nacional e a resposta se encontra nos artigos 21 a 23 do
NCPC, que tratam especificamente dos limites da jurisdição nacional, que no CPC/73
era designado de competência internacional 1.
1
Segundo Cintra, Grinover e Dinamarco (2004, p. 231), a questão não diz respeito a um problema de competência,
mas de jurisdição, pois quando se diz que nenhum juiz brasileiro é competente para conhecer a ação, o que se está a
dizer na verdade é que falta à autoridade brasileira o próprio poder a ser exercido.
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Foro é o espaço geográfico onde o juiz exerce a sua jurisdição. Na Justiça dos Estados
chama-se comarca; na Justiça Federal chama-se seção judiciária. Assim, por exemplo,
o foro do Tribunal de Justiça do Espírito Santo é todo o território do Estado do Espírito
Santo. Já o foro do juiz da 1ª Vara de Família de Vitória é a comarca de Vitória.
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brasileira pode ser aplicada conjuntamente com a jurisdição estrangeira (NCPC, arts.
21 e 22).
Partindo-se da análise da justiça federal especial para a justiça estadual vê-se que o
legislador lançou mão de critérios diversos. Utilizou-se
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De modo geral, a doutrina aponta que a competência de foro se divide em foro geral
(ou comum) e em foro especial (ou privilegiado). As regras de foro especial
prevalecem sobre as de foro comum e protegem algumas situações ou pessoas
específicas, logo as regras de foro geral só não valem quando houver uma regra de
foro especial.
Dentro de um foro (comarca ou seção judiciária) pode haver apenas um juízo, uma
vara, que exerce toda a atividade jurisdicional (competência cumulativa), ou existirem
vários juízos. Nesse processo de distribuição dos processos pelos órgãos jurisdicionais
dentro do mesmo foro, o legislador, novamente, utiliza vários critérios determinantes,
principalmente:
penal ou o juízo cível, ou, se dentre estes existem varas especializadas com
relação à matéria discutida na lide (consumidor, meio-ambiente, família, falência,
registros públicos etc);
2) o critério do valor da causa, que determina a competência em consideração do
valor da causa. Por exemplo, os Juizados Especiais Cíveis competentes para
decidir os conflitos civis de valor patrimonial não superior a 40 salários mínimos
(Lei n. 9.099/95, art. 3º), os Juizados Especiais Federais (Lei 10.259/2001, art.
3º, I) e os Juizados especiais da Fazenda Pública (Lei 12.153/2009, art. 2º)
competentes para dirimir os conflitos de valor até 60 salários mínimos.
3) o critério pessoal, o que leva em conta a condição das pessoas. É o caso das
varas privativas da Fazenda Pública
4) havendo pluralidade de juízos com igual competência, a competência é
determinada pela distribuição dos processos – arts. 284 e seguintes do NCPC.
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