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Ferreira Pepino 1
OAB-ES n. 4.962
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1) NORMA PROCESSUAL
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A expressão fontes pode ser usada em diversos sentidos todos eles, no entanto,
ligados à origem, ao nascimento de alguma coisa. Quando relacionada com o Direito
refere-se ao surgimento das normas jurídicas. Ainda assim, dois sentidos devem ser
distinguidos: o sentido de fonte material ou real, que diz respeito às causas, os fatores
econômicos, políticos e sociais, que determinam o nascimento e o conteúdo histórico
das normas jurídicas; o sentido de fonte formal, que se refere aos modos, à forma de
exteriorização do Direito.
A fonte formal principal é, sem dúvida, a Constituição Federal, Lei Maior do sistema
jurídico brasileiro e fundamento de validade de todas as outras normas. Nela vamos
encontrar, por exemplo, normas de organização judiciária, regras de competência,
princípios processuais etc.
Logo abaixo da Constituição surge a lei como a fonte de direito processual mais
importante. Lei é aqui usada em sentido amplo, compreendendo as espécies
normativas previstas no art. 59, II a IV, da Constituição da República, por exemplo:
• As Constituições Estaduais;
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O Costume é outra fonte formal, não é legislado, surge de práticas reiteradas que
adquirem caráter de obrigatoriedade. No âmbito processual podem surgir da própria
jurisprudência.
Toda a norma jurídica tem sua eficácia limitada no espaço e no tempo, não poderia ser
diferente com as normas de direito processual.
Não é difícil entender esse principio, é que o direito processual, enquanto direito
público que regula o exercício da atividade jurisdicional, manifestação do Poder
Judiciário, tem ligação com a própria soberania do Estado.
Com relação á eficácia da lei processual no tempo, a questão é informada por dois
princípios fundamentais: o princípio da não retroatividade da lei (CF, art. 5º, XXXVI;
CPC, art. 14) e o princípio da aplicação imediata da lei nova (CPC, art. 14 e 1.046).
Quanto à norma em si, sabemos que a mesma existe (entra na ordem jurídica) com a
promulgação, mas isso não significa que adquira eficácia nesse exato momento. A
regra no ordenamento jurídico brasileiro é de que uma lei comece a vigorar e a gerar
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É certo que esse prazo pode ser encurtado, dispensado ou mesmo aumentado, desde
que o legislador disponha a respeito. Quando a lei processual altera substancialmente
as situações anteriores é comum a dilação do prazo de vacatio legis, como ocorreu
com o novo CPC, cuja vigência se iniciou um ano após sua publicação oficial (art.
1.045 CPC).
A perda da vigência pode dar-se pela revogação por outra lei ou pelo decurso do
tempo. No direito processual a forma mais comum é a revogação, revogação que pode
ser total (ab-rogação) ou parcial (derrogação), que pode dar-se de modo expresso,
quando é prevista no corpo da lei, ou de modo tácito, quando a lei nova regula integral
ou parcialmente a matéria ou dispõe de modo diverso da lei anterior (incompatibilidade
lógica).
Quando duas ou mais normas processuais sucessivas regulam o mesmo fato, surge o
que a doutrina chama de conflito das leis processuais no tempo, ou seja, a questão
de saber qual das normas deve ser aplicada. Tal questão é regulada pelas normas de
direito intertemporal.
Um dos princípios que regula aplicação da lei processual no tempo é, como dito acima,
o princípio da irretroatividade da lei, trata-se de garantia constitucional que impede a
lei de retroagir (aplicar-se ao passado) para prejudicar o ato jurídico perfeito, a coisa
julgada e o direito adquirido (essa proteção só pode ser mitigada por exceção prevista
no próprio texto constitucional, como ocorre em relação às leis penais).
Assim, podemos entender que, a nova lei processual não incide sobre os processos já
encerrados.
Entretanto, a situação não é tão fácil quando se trata dos processos pendentes, ou
seja, aqueles que se encontram em curso quando sobrevém nova lei processual. Por
força do princípio da aplicação imediata (CPC, art. 14; CPP, art. 1º) a nova lei
processual se aplica aos processos pendentes. Mas, como e a partir de quando?
(postulatória, instrutória, decisória etc) e defende que a lei nova incide sobre a fase
processual ainda não iniciada; c) a terceira considera os atos processuais
isoladamente, de modo que defende que a lei nova não atinge os atos processuais já
praticados e nem os seus efeitos, mas atinge os atos processuais não iniciados.
Sugestões de leitura:
CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; DINAMARCO, Cândido Rangel; GRINOVER, Ada
Pellegrini. Teoria Geral do Processo. 28ª edição. SP:Malheiros. Capítulos 6, 7, 8 e 9.
GRECO, Leonardo. Instituições de Processo Civil, volume I. RJ:Forense. Capítulo 2.
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