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Universidade Paulista (UNIP) – Chácara Santo Antônio

Psicologia Construtivista – O Quarto de Jack

Dereck Gustavo – N4715C0

Prof º.

SÃO PAULO

2020
Dereck Gustavo – N4715C0

Psicologia Construtivista – O Quarto de Jack

Trabalho referente à disciplina de Psicologia


Construtivista do curso de Formação
Específica em Psicologia, da Universidade
Paulista, dado como trabalho do Profª

SÃO PAULO

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2020

Sumário
1. Introdução......................................................................................................................................3
2. Bibliografia..................................................................................................................................6

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1. Sinopse

Joy (Brie Larson) e seu filho Jack (Jacob Tremblay) vivem isolados em um quarto. O
único contato que ambos têm com o mundo exterior é a visita periódica do Velho Nick (Sean
Bridgers), que os mantém em cativeiro. Joy faz o possível para tornar suportável a vida no
local, mas não vê a hora de deixá-lo. Para tanto, elabora um plano em que, com a ajuda do
filho, poderá enganar Nick e retornar à realidade.

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2. Analise

Jack, o garoto, nos é apresentado logo no inicio do filme, cumprimentando todos os


móveis do ‘’Quarto’’, estes que se tornaram uma parte ativa no emocional dele. Jack crê que
o quarto em que vive com a sua mãe, Joy, é o mundo todo; sua mãe o ensinou a falar, ler e
apresentou uma fábula à ele de como seria o mundo, uma forma de protege-lo da realidade
cruel em que estavam inseridos. Para Jack, nada é real além do quarto, sua mãe, os
objetos presentes no quarto, ele mesmo e o Velho Nick. Neste caso, Jack inverte a noção
do real. O mundo exterior é a ficção.

De acordo com Piaget, o processo de aprendizagem ocorre pela adaptação,


assimilação e acomodação. Reflexo e coordenação sensorial e motoras presente no recém-
nascido, torna-se mais complexo e coordenados enquanto se desenvolvem na adaptação ao
meio e as experiência que o ser sofre (WADSWORTH, 1997).

O processo da assimilação abrange o conhecimento inato; o processo de


acomodação abrange a capacidade da criança de criar esquemas novos ou remodelar os
velhos esquemas, resultando na mudança da estrutura cognitiva.

Apesar de todos os fatores, Joy favorece a construção de um ambiente cognitivo-


motor adequado (para a situação). Cria-se um cotidiano de desenvolvimento sensório-motor,
onde ela lê com ele, cozinha, canta, assiste televisão e responde suas perguntas, além de
em determinada cena, estimula ele a correr de canto à canto de parede, estimulando
atividade física, ajudando assim, se desenvolver melhor. Segundo Piaget, as organizações
mentais do ambiente se iniciam através das ações sensórias e motoras. Nessa fase, o
desenvolvimento afetivo e o cognitivo se instaura na criança e estruturas sentimentais e
intelectuais se desenvolvem com mais facilidade.

Durante as passagens, Joy decide que é a hora de quebrar o paradigma que havia
imposto em Jack sobre a realidade do mundo e a situação em que estavam. Esse momento
é decisivo para o desenvolvimento de Jack (explicado mais a frente pelo médico que eles
foram salvos à tempo, já que Jack ainda tem neuroplasticidade, sendo assim, mais chance
de adaptação e recuperação à uma vida normal.), durantes os diálogos, ela vai explicando o
que era realmente real e o que era ficção. Há princípio, por causa das informações estarem
contradizendo sobre tudo o que acredita, com o tempo, ele vai assimilando e acomodando a
ideia de que a sua mãe estava certa. Em determinado momento, questiona com a sua mãe
sobre alguns animais que estavam passando na TV e aparentemente, entende que aquilo
era real, em outro diálogo a mãe expressa confiança em Jack no seguinte momento: “Você

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já tem cinco anos, certamente já tem a capacidade de compreender o que estou te contando
sobre o mundo.”

Por fim, o processo de adaptação em Jack começa assim que ele escapa do
cativeiro e consegue salvar a sua mãe, trazendo ambos para a vida real. Por estar inserido
em um novo contexto social, Jack têm de a construir novos esquemas de cognição e
aprender a desenvolver relações sociais com outras pessoas além de sua mãe, esta que no
momento está passando por um processo intenso de realocação e acomodação da
realidade, sendo possível observar que em diversos momentos, há sintomas de depressão e
ansiedade em sua fala e atitude. Por fim, Jack possui uma percepção de uma criança, cujo
universo em que vivia, foi radicalmente mudado de uma hora para outra.

Ao final do filme, é interessante notarmos que Jack e sua mãe estão à alguns passos
de ter uma vida normal de volta, ainda que possuam alguns traumas consequentes do
ambiente em que estavam anteriormente, sendo estes possíveis de tratamento e
acompanhamento psicológico adequado. Jack, no fim, nos diz que ‘’quando eu tinha quatro
anos eu nem conhecia o mundo, agora vou viver nele’’. Este é um processo de assimilação
da realidade, adquirindo, modificando e estimulando novos estímulos nos esquemas
existentes anteriormentes.

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