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PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS QUE


RELATAM ANSIEDADE FRENTE AO TCC

Lara Bittencourt Galdina1

Resumo: Neste trabalho, objetivou-se investigar os pensamentos automáticos mais recorrentes


em estudantes universitários que relatam ansiedade frente ao TCC. A pesquisa é de cunho
qualitativo, e trata-se de um estudo de campo do tipo exploratória, desenvolvido através de uma
entrevista semiestruturada realizada em uma clínica escola de forma presencial com 10
universitários do 9° e 10° semestre de psicologia da Universidade do Sul de Santa Catarina -
UNISUL. As respostas dos indivíduos foram submetidas à análise de conteúdo, sendo dividas
conforme as perguntas realizadas, apresentando os pensamentos automáticos mais recorrentes,
os sintomas obtidos na pesquisa e por fim as estratégias de enfrentamento utilizadas. Os
resultados mostram que os estudantes que relatam ansiedade, apresentam pensamentos
funcionais e disfuncionais, e interpretam o TCC como temido, e ainda, não possuem diferenças
de sintomas entre situações, considerado um conjunto de situações ansiogênicas referente ao
TCC. A maioria das estratégias de enfrentamento encontradas foram do tipo desadaptativas,
dificultando a diminuição da ansiedade. Este projeto visa dar subsídio a novos estudos e
intervenções para a prevenção e minimização de futuros prejuízos relacionados à ansiedade aos
estudantes, possibilitando, também, serem seus próprios terapeutas, identificando suas
questões.

Palavras-chave: Pensamentos automáticos. Ansiedade. TCC.

1 INTRODUÇÃO

O trabalho de conclusão de curso (TCC), é um trabalho acadêmico de caráter obrigatório


para finalização do curso e recebimento do diploma, e um instrumento de avaliação final dos
cursos superiores, utilizado para avaliar e medir o conhecimento dos alunos concluintes do
Ensino Superior. O TCC costuma ser temido pela maioria dos estudantes universitários, além
de ser um grande fator ansiogênico para os mesmos, associado aos estágios e estudos, de forma
que atrapalha e contribui para o surgimento de distorções em seus pensamentos (PAULINO,
2019).
A ansiedade representa uma reação emocional consequente da apresentação de um
estímulo avaliado pelo indivíduo de maneira ameaçadora, de forma que esta antecipação gera
tensão muscular, sudorese, falta de ar, e comportamentos de esquiva. As interpretações

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Lara Bittencourt Galdina do curso de Psicologia da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul. E-mail:
laragaldina@hotmail.com. Artigo apresentado como requisito parcial para a conclusão do curso de Graduação
em Psicologia da Unisul. 2022. Orientador(a): Prof. Maria Paula Matos de Almeida, Msc.
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catastróficas e a pouca efetividade das estratégias de enfrentamento potencializam a ameaça,


dessa forma, a ansiedade atrapalha os universitários, que não conseguem se concentrar e focar
no projeto, além de procrastinar e se esquivarem a ponto de fazerem outras coisas, deixando o
trabalho de lado. e deixarem o trabalho de lado (AZEVÊDO; CREPALDI, 2018).
A ansiedade é considerada patológica a partir do momento em que o indivíduo,
derivando de sua manifestação, começa a ter comportamentos de fuga, evasão de importantes
áreas de sua vida (acadêmica, social e profissional), o que dificulta e, com frequência,
impossibilita o enfrentamento dos acontecimentos do dia-a-dia, gerando desordem em esferas
da vida. No entanto, a ansiedade é uma reação natural, que em níveis adequados, é benéfica,
motivadora e promissora, tornando-se um recurso importante na obtenção de resultados
satisfatórios para o indivíduo em seu cotidiano (ALVES et al., 2017; LIMA et al., 2017
PAULINO, 2019).
As abordagens cognitivas resultam da premissa de que o processo interno e oculto de
cognição medeia o comportamento. Uma mesma situação/evento pode ser interpretado como
agradável para um indivíduo, resultando em um comportamento de aproximação, ou ameaça
para outro, acarretando sintomas como ansiedade e comportamentos de esquiva. Desse modo,
pode-se considerar ser a interpretação de uma determinada situação resultante em emoções e
comportamentos, e não a situação em si (SILVA; NAKANO, 2019).
Compreende-se que ao temer o TCC, os universitários possuem como base as
interpretações anteriores, que podem ter sido entendidas por eles como negativas, de forma que
interpretem como temido o TCC. A terapia cognitivo comportamental consiste em um sistema
de psicoterapia baseada na teoria de que como o indivíduo estrutura as suas experiências define
o modo como ele se sente e se comporta. Caso esta forma de interpretar os ocorridos (percepção
dos acontecimentos) seja disfuncional e distorcida, pode-se gerar transtornos psicológicos e
influenciar os afetos e comportamentos, portanto, cada indivíduo interpreta o TCC de diferentes
formas, decorrente de suas experiências de vida, possibilitando-os de vivenciarem emoções e
comportamentos distintos (REYES; FERMANN, 2017).
Os principais componentes dessa interpretação são os Pensamentos automáticos (Pas),
conceitos da Terapia cognitivo comportamental. Esses pensamentos, que surgem de forma
rápida e espontânea, presentes no cotidiano de qualquer indivíduo, são cognições breves e
espontâneas resultantes em alterações no estado emocional do indivíduo. Desse modo, os
indivíduos percebem mais facilmente a emoção gerada em detrimento do pensamento em si
(FROESELER; SANTOS; TEODORO, 2013).
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Em função dos prejuízos com relação à ansiedade, que será relatada por estes estudantes
frente ao TCC, esses prejuízos podem influenciar não só a vida acadêmica, como outras áreas
importantes da vida desses sujeitos, como a pessoal e a emocional, sendo relevante que se
investigue melhor este fenômeno.
O objetivo deste trabalho é investigar os pensamentos automáticos mais recorrentes em
estudantes universitários que relatam ansiedade frente ao TCC. Além disso, este estudo tem o
intuito de descrever os sintomas de ansiedade relatados pelos acadêmicos, classificar os
pensamentos automáticos e as distorções cognitivas mais comuns conforme a proposta de
Aaron Beck e relatar as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos alunos frente à ansiedade
emocional e comportamental.
Desta forma, a partir dos resultados obtidos, pretende-se dar subsídio a novos estudos e
intervenções para a prevenção e minimização de futuros prejuízos relacionados à ansiedade aos
estudantes universitários.

2 MARCO TEÓRICO

2.1 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)

É na fase final de um curso superior, comumente caracterizada como uma fase


potencialmente aversiva para os estudantes universitários, que se encontra uma alta carga de
estresse. Este, originário das variadas responsabilidades apresentadas nessa fase, que vão tanto
de uma carga teórica que precisa ser absorvida de maneira mais intensa, quanto das atividades
práticas e dos estágios, que são, geralmente, o primeiro contato dos alunos com os pacientes.
Dessa maneira, demanda-se grande responsabilidade e competência técnica no momento de
lidar com os problemas dos mesmos e solicitar a cooperação (OLIVEIRA; SILVA; MELO,
2021).
Para os estudantes de diferentes áreas de conhecimento, curso ou graduação, construir
um artigo científico é poder, mediante uma publicação acadêmica, transmitir para a comunidade
científica o conhecimento e desenvolvimento de novas descobertas, novos materiais, técnicas e
métodos de análise (OLIVEIRA; SILVA; MELO, 2021).
A metodologia científica, responsável por possuir a capacidade de conceder uma
compreensão e análise do mundo, por meio da construção do conhecimento, pode ser
relacionada com o “trajeto de estudo a ser percorrido” e a ciência com “o saber alcançado”.
Este conhecimento somente acontece quando o estudante transita pelos caminhos do saber,
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possuindo como protagonismo deste processo o conjunto ensino/aprendizagem (PRAÇA,


2015).
O conhecimento científico obtido no decorrer das pesquisas realizadas em todo processo
metodológico, frequentemente, pretende explicar e discutir um fenômeno baseado na
verificação de uma ou mais hipóteses, buscando, assim, além de explicá-las, relacioná-las com
outros fatos. O trajeto pelo qual se propõem a alcançar o conhecimento científico deve sempre
ser direcionado por procedimentos técnicos e metodológicos bem precisos, visando fornecer
subsídios necessários na busca de um resultado provável ou improvável para a hipótese
pesquisada, posto que, auxilia na percepção de erros e na tomada de decisão de cientistas
(PRAÇA, 2015).
A divulgação do projeto científico, o reconhecimento próprio e institucional, a
capacidade de apresentar o progresso de suas pesquisas e projetos e a possibilidade de adquirir
experiência profissional, visando o mercado de trabalho, são algumas, dentre tantas razões para
o desdobramento de um artigo científico. Na qual, cada uma dessas, possuem um fator pessoal
envolvido, ou seja, dependem de cada indivíduo para a construção da produção acadêmica,
necessitando de uma motivação pessoal para acontecer (JÚNIOR et al., 2012).
Para isso, o ideal seria que os estudantes estivessem atentos em seu melhor
funcionamento psíquico e na qualidade deste, visto que os estudantes dependem de si para
conseguirem construir e desenvolver uma produção acadêmica. A resolução do projeto, os
prazos de entrega, somado a outros estressores, como estágios e estudos, são interpretados de
diferentes formas pelos acadêmicos, provocando emoções tanto positivas quanto negativas,
gerando comportamentos que influenciarão no desempenho deles. Assim, uma das possíveis
reações emocionais provocadas é a ansiedade, vista como um estado subjetivo de inquietação
ou desordem (CLEMENTE et al., 2017).

2.2 ANSIEDADE

A ansiedade se refere a uma antecipação de perigo de algo desconhecido ou incomum,


no qual o indivíduo não sabe o que vai acontecer, no entanto, sente medo e preocupação de
forma que começa a sentir tensão, desconfortos e outros sintomas como taquicardia e/ou boca
seca, decorrentes desse estado de emoção: a ansiedade. Esse estado de emoção leva a uma
inquietação e perturbação psicológica que se encontra ligada a pensamentos com relação ao
futuro. A ansiedade imediata ou de curto espaço, encontra-se relacionada ao comportamento de
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luta-e-fuga, cujo objetivo não é prejudicar o indivíduo, mas, sim, protegê-lo, retirando-o de
situações perigosas ou desagradáveis (LÚCIO et al., 2019; PAULINO, 2019).
A ansiedade é classificada em dois conceitos distintos: a Ansiedade Traço e Ansiedade
Estado. A ansiedade traço refere-se a uma disposição pessoal, aparentemente estável, a
responder com ansiedade a situações estressantes e uma tendência a perceber mais situações
como ameaçadoras; a ansiedade estado, corresponde a um estado emocional transitório,
passageiro, por sentimentos subjetivos de tensão, podendo variar em intensidade no decorrer
do tempo (ALVES et al., 2017; LIMA et al., 2017; PAULINO, 2019).
Algumas situações ameaçadoras do cotidiano tornam-se fatores ansiogênicos que
podem ter influências negativas sobre alguns fatores cognitivos, como o processo de
aprendizagem, a diminuição da atenção e concentração, reduzindo o desenvolvimento de
habilidades e aprendizado. Uma população que merece atenção, são os estudantes universitários
da área da saúde, visto que seus níveis de ansiedade se destacam ao serem comparados com
outras áreas de ensino. Além disso, esses níveis de ansiedade possuem uma tendência de
aumentar conforme o desenvolver do curso, refletindo negativamente sobre a qualidade de vida
destes estudantes, impedindo um bom desempenho durante e após a graduação (ALVES et al.,
2017; LIMA et al., 2017; PAULINO, 2019).
Segundo dados da Worlf Health Organization (2017), estimou-se que, em 2015, 264
milhões (3,6%) de pessoas em todo o mundo apresentaria algum transtorno de ansiedade, com
frequência mais comum entre as mulheres. No Brasil, é considerado o transtorno de maior
prevalência, e estima-se que cerca de 9,3% da população é afetada por este transtorno. Nas
pesquisas de Paulino (2019) e Silva, Panosso e Donadon (2018), os autores encontraram maior
incidência de transtornos ansiosos em indivíduos jovens, com idades entre 25 e 44 anos, em sua
maioria mulheres solteiras com filhos e de menor grau escolar, apresentando, também,
particularmente em estudantes universitários, vulneráveis a esses transtornos ansiosos.
Os sintomas psicológicos da ansiedade dentre os estudantes, abrangem sentimentos de
nervosismo antes de algumas aulas, esquecimento do conteúdo estudado na hora da realização
de provas, pânico, impossibilidade de realizar trabalhos, e o desinteresse nas matérias que
considera difícil. Esses sintomas podem apresentar níveis normais de ansiedade, visto que
possuem relação com o fenômeno fisiológico responsável por essa adaptação do organismo, no
entanto, quando fogem desta normalidade pode ser patológico, de forma que interfere na
cognição dos estudantes, atrapalhando seu desenvolvimento acadêmico, além de atingir outras
áreas da vida, como o social (LÚCIO et al., 2019).
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Para a terapia cognitivo comportamental, o transtorno de ansiedade é visto como um


problema, pois há a interpretação dos acontecimentos pelo indivíduo, gerando recorrência de
pensamentos distorcidos, disfuncionais. Mesmo quando a situação em si não apresenta riscos,
o indivíduo pode interpretar de forma distorcida e, para ele, a situação é vista como verdade e
considerada ameaçadora. Esta abordagem é muito utilizada para pessoas com transtornos de
ansiedade e outros transtornos (NEGRELLI, 2019).

2.3 TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL

A terapia cognitiva, inúmeras vezes utilizada como sinônimo para a terapia cognitivo
comportamental, foi desenvolvida entre 1960 a 1970 por Aaron Beck, como uma forma de
psicoterapia. A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) constitui uma integração de
conceitos e técnicas cognitivo-comportamentais, que se diferem conforme o enfoque
predominante, cognitivo ou comportamental. Essa terapia é considerada por muitos como a
principal abordagem cognitiva da atualidade, além de ser muito efetiva na redução de sintomas
e taxas de recorrência, em uma abrangente diversidade de transtornos psiquiátricos, como
mostram as pesquisas e a prática clínica (BECK, 2022; REYES; FERMANN, 2017).
A terapia cognitivo comportamental parte do pressuposto de que são as interpretações
sobre os fatos/eventos que fazem as pessoas se sentirem ou reagirem de determinada forma, e
não o fato em si que provocam essas alterações. As cognições (tanto as adaptativas quanto as
mal-adaptativas), possuem três níveis: os pensamentos automáticos, as crenças intermediárias,
e as crenças centrais. O modelo cognitivo afirma que ao modificar essas cognições, haverá
influências nas emoções e comportamentos, modificando-os. Desta forma, compreende-se que
detectar e transformar essas crenças disfuncionais significa, possibilitar, também, a alteração
das reações comportamentais e emocionais do indivíduo em decorrência da ativação de tais
crenças (ALVES et al., 2017; BECK, 2022; REYES; FERMANN, 2017).
Os pensamentos automáticos são interpretações imediatas e, no nível mais superficial,
ligadas aos eventos, as crenças intermediárias, como os pressupostos subjacentes, são regras,
atitudes e suposições do sujeito, e as crenças centrais ou crenças nucleares, em um nível mais
profundo, são entendimentos enraizados desenvolvidos pelas pessoas ao longo da vida, sobre
si mesmas, sobre os outros e o sobre o mundo, formando nas crenças centrais a chamada tríade
cognitiva (BECK, 2022; REYES; FERMANN, 2017).
Nas crenças nucleares disfuncionais/negativas, encontram-se três categorias (quadro 1),
a categoria de desamparo, no qual se sentem inadequados, incapazes de realizarem as coisas, a
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categoria de desamor, responsável pela dificuldade e incapacidade de receberem amor, de se


envolverem em relacionamentos, se sentem incapazes de serem amados, e a terceira, de
desvalor, os indivíduos sentem-se perigosos para os outros, como se não tivessem valor (BECK,
2022; REYES; FERMANN, 2017).

Quadro 1- Crenças nucleares disfuncionais sobre si mesmo


CRENÇAS NUCLEARES DE DESAMPARO

“Não consigo fazer as coisas.”


“Sou incompetente, ineficaz, incapaz, desamparado, inútil e carente; não consigo lidar com as coisas.”
“Não sou capaz de me proteger.”
“Sou incapaz, fraco, vulnerável, não tenho saída, não tenho controle da situação, e provavelmente vou me
machucar.”
“Sou inútil comparado aos outros.”
“Sou inferior, um fracasso, um perdedor, defeituoso, inútil.”
“Não sou suficientemente bom (em termos de realizações); não estou à altura dos outros.”

CRENÇAS NUCLEARES DE DESAMOR

“Sou alguém impossível de ser amado, desagradável, indesejável, pouco atraente, chato, sem importância e
dispensável.”
“[Não vou ser aceito ou amado pelas outras pessoas porque] sou diferente, um nerd, mau, defeituoso, não sou
suficientemente bom, não tenho nada a oferecer e tem alguma coisa errada comigo.”
“Certamente serei rejeitado, abandonado e ficarei sozinho.”

CRENÇAS NUCLEARES DE DESVALOR

“Sou imoral, moralmente mau, um pecador, desprezível e inaceitável.”


“Sou perigoso, tóxico, louco e mau.”
“Não mereço viver.”

Fonte: Beck (2022, p. 79).

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é uma das abordagens que orientam a


prática da Psicologia clínica, enquanto oferece uma forma de contribuir para os pacientes que
sofrem de transtornos emocionais, possibilitando-os a diminuírem seus pensamentos
recorrentes, responsáveis pelos indivíduos sempre terem uma mesma forma de interpretarem
tais situações que acontecem consigo. Desta forma, a terapia cognitivo comportamental procura
identificar os pesamentos disfuncionais do indivíduo sobre as situações e modificá-los
(NEGRELLI, 2019).
As distorções cognitivas são interpretações em desacordo com a realidade. São
pensamentos automáticos incorrendo em erros típicos e, podem levar o indivíduo a uma
conclusão inválida sobre si, sobre os outros, ou sobre o mundo, possuindo níveis de cognições
desadaptadas, como percepção, pensamento ou crença falha ou inadequada. As distorções
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cognitivas são comuns de acontecer e podem ocorrer com qualquer pessoa (ROSA; LOPES,
2013; ROUBUSTE; LÜDTKE, 2015).
Esta conceituação é denominada como forma de categorizar os erros típicos desses
pensamentos (quadro 2) que podem dar origem a crenças e comportamentos desadaptados. As
distorções fazem parte dos componentes do funcionamento psíquico do sujeito, como base de
conteúdo a serem avaliados para a formulação da conceituação cognitiva e elaboração do
planejamento terapêutico (ROSA; LOPES, 2013; ROUBUSTE; LÜDTKE, 2015).

Quadro 2 – Erros no pensamento (continua)


Distorções cognitivas Conceito Exemplos
Pensamento do tipo tudo ou Também denominado “Se eu não for um sucesso total,
nada. pensamento em preto e branco, sou um fracasso.”
polarizado ou dicotômico. Você
vê uma situação em apenas duas
categorias, e não em um
continuum.
Catastrofização. Também denominada “Vou ficar tão perturbado que
adivinhação. Você prevê o serei absolutamente incapaz de
futuro negativamente sem funcionar.”
considerar outros desfechos
mais prováveis.
Desqualificação ou Você irracionalmente diz a si “Executei bem aquele projeto,
desconsideração do positivo. mesmo que experiências mas isso não significa que sou
positivas, ações ou qualidades competente; apenas tive sorte.”
não contam.
Raciocínio emocional. Você acha que alguma coisa “Sei que faço bem muitas coisas
deve ser verdadeira, pois no trabalho, mas ainda acho que
“sente” isso (na verdade sou um fracasso.”
acredita nisso) muito
fortemente, ignorando ou
desconsiderando evidências ao
contrário.
Rotulação. Você coloca um rótulo fixo “Sou um perdedor”; “Ele não é
global em si mesmo ou nos bom.”
outros, sem considerar que as
evidências podem mais
sensatamente conduzir a uma
conclusão menos extrema.
Maximização/minimização. Quando avalia a si mesmo, “Receber uma avaliação
outras pessoas ou uma situação, medíocre comprova o quanto
você irracionalmente maximiza sou inadequado.” “Receber
o negativo e/ou minimiza o notas altas não significa que sou
positivo. inteligente.”
Filtro mental. Também denominado abstração “Como recebi uma nota baixa
seletiva. Você presta atenção na minha avaliação [que
indevida a um detalhe negativo também continha várias notas
em vez de ver o quadro mais altas], isso significa que estou
amplo. fazendo um péssimo trabalho.”
Leitura Mental. Você acredita que sabe o que os “Ele está achando que eu não
outros estão pensando, deixando sei nada sobre este projeto.”
de considerar outras
possibilidades mais prováveis.
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Quadro 2 – Erros no pensamento (conclusão)


Distorções cognitivas Conceito Exemplos
Generalização excessiva. Você tira uma conclusão “Como me senti desconfortável
negativa abrangente que vai na reunião, não tenho o que é
muito além da situação atual. necessário para fazer amigos.”
Personalização. Você acredita que outros estão “O funcionário foi rude comigo
agindo de forma negativa por porque fiz alguma coisa de
sua causa, sem considerar errado.”
explicações mais plausíveis para
o comportamento deles.
Declaração do tipo “deveria” e Também denominadas “É terrível que eu tenha
“tenho que”. imperativos. Você tem uma cometido um erro. Eu deveria
ideia fixa precisa de como você sempre dar o melhor de mim.”
ou os outros devem agir, e
superestima o quanto será ruim
se essas expectativas não forem
atingidas.
Visão em túnel. Você só vê os aspectos “O professor do meu filho não
negativos de uma situação. sabe fazer nada direito. Ele é
crítico, insensível e péssimo
para ensinar.”
Fonte: Beck (2022, p. 433-436).

A TCC utiliza diversas técnicas para trabalhar os pensamentos distorcidos. Em


conjunto, elas propiciam melhoras como benefício da tolerância aos riscos, às incertezas e à
ansiedade. Essas técnicas são: identificação de pensamentos imprecisos, exame das evidências
a favor e contra pensamentos automáticos, desafio e mudança de pensamentos desadaptativos,
alteração de comportamentos problemáticos e relacionamento mais adaptável com outras
pessoas (ARRIGONI et al., 2021).

3 MÉTODO

Esta pesquisa diz respeito aos pensamentos automáticos de estudantes universitários que
relatam ansiedade frente ao TCC. Trata-se de um estudo qualitativo, de pesquisa de campo,
com o propósito de obter informações referentes a um problema, hipótese ou para descobrir a
relação entre eles, procurando, desta forma, uma resposta para os mesmos. Essa pesquisa de
campo foi do tipo exploratória, que busca o conhecimento para elaboração de questões ou
problemas, e possuiu como intuito apresentar hipóteses, alterar e clarificar os conceitos
(MARCONI; LAKATOS, 2003).

3.1 PARTICIPANTES
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Foram selecionados para a pesquisa 1(um) aluno do nono semestre e 9 (nove) estudantes
do décimo semestre, 10 pessoas escolhidas com uma característica em comum ao relato de
ansiedade frente ao TCC, com idades entre 22 a 35 anos. Todos os entrevistados não possuem
filhos, dois são casados, e os demais, solteiros e moram com os pais, fechando uma amostra de
10 participantes.
Foram excluídos da pesquisa os indivíduos que negaram experienciar ansiedade,
portanto, antes, havia uma amostra de 11 alunos. Uma dentre estes, atendeu ao critério de
exclusão, não atendendo aos critérios de ansiedade.
A amostra caracteriza-se por intencional, quando se investiga somente uma parcela da
população, desse modo, foi realizada a pesquisa com apenas uma porção de participantes
(MARCONI; LAKATOS, 2003).

3.2 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS

No primeiro passo, foi realizada uma filtragem para saber quais alunos experienciavam
ansiedade frente ao TCC. Para essa busca de participantes para a entrevista, foi disponibilizado
um recado convidativo nos grupos de WhatsApp, explicando sobre a pesquisa, por um
formulário no Google Forms. O preenchimento do formulário consistia em dados pessoais e
disponibilidade para a entrevista. Posteriormente, a pesquisadora entrou em contato com estes
estudantes e explicou melhor e mais profundamente sobre a pesquisa e o funcionamento da
entrevista. Por fim, foi combinada a data e o horário da entrevista com o participante.
Para a coleta de dados foi realizada uma entrevista semiestruturada, para analisar e
classificar os pensamentos automáticos dos universitários. A entrevista, o encontro de duas
pessoas para obtenção de dados de um determinado tema ou assunto específico, foi realizada
em uma clínica escola, por ser um ambiente tranquilo e sem interrupções, com horário marcado
e um por vez. O instrumento da coleta de dados continha perguntas para atender a proposta
deste estudo, a partir de respostas como os sintomas e os pensamentos automáticos. Outras
informações necessárias, como idade, sexo, profissão (com ou sem vínculo empregatício) foram
avaliadas com as demais respostas (MARCONI; LAKATOS, 2003).
Os aspectos éticos que conduziram esta pesquisa foram submetidas às exigências do
Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos, conforme previsto na resolução CSN/466/12
e 510/16. Todos os participantes receberam o termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE), de forma que todos estavam com suas identidades preservadas, em anonimato. Os
participantes da pesquisa ficaram livres para desistirem de participar. Caso o participante não
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conseguisse continuar a entrevista em andamento, seria remarcada e feita em outro momento


ou o indivíduo poderia deixar de participar da pesquisa. A pesquisadora se colocou à disposição
para a escuta das demandas caso aparecessem.
A análise de dados desta pesquisa foi realizada a partir da análise de conteúdo, de forma
qualitativa, visto que os indivíduos escolhidos foram indicados para a pesquisa, não importando
a quantidade dos mesmos, e sim, a qualidade do conteúdo obtido. Na abordagem qualitativa, o
pesquisador visa dedicar-se à compreensão dos fenômenos que estuda, como no caso deste, os
pensamentos automáticos, escolhido de forma proposital os sujeitos que foram avaliados, as
ações dos indivíduos perante suas situações, interpretando-os segundo a perspectiva dos
próprios sujeitos que participam da situação, sem ter se preocupado com representatividade
numérica, generalizações estatísticas e relações lineares de causa e efeito. Desta forma,
tínhamos como elementos, a interação entre objeto de estudo e pesquisador, as informações
coletadas e a interpretação feita pelo pesquisador (GUERRA, 2014).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Abaixo, estão apresentados os pensamentos disfuncionais mais identificados na


pesquisa, separados por classe, frequência, e alguns exemplos encontrados. Tais pensamentos
disfuncionais correspondem com a teoria de Beck (2022).

Tabela 1 – Pensamentos disfuncionais dos participantes diante do TCC


Classe Frequência Exemplos
Declaração do tipo “tenho que” ou 7 Preciso dar conta (–P7).
“deveria” Preciso fazer um TCC muito bom
(–P9).
Catastrofização 5 Vou rodar, ficar no 9° (-P2). Vai
que a banca lê e esta tudo errado (–
P5).
Pensamento do tipo tudo ou nada 2 Tenho um prazo e se eu não
cumprir, dá ruim (–P4).
Tenho que entregar algo, se não a
professora vai comer meu couro (–
P2).
Leitura Mental 2 Penso que minha noiva vai achar
que não sou tão inteligente quanto
ela imagina (–P1).
Não está tão bom quanto a
expectativa que ele criou falando (
–P1).
Generalização excessiva 2 Estão sempre na minha frente e isso
me incomoda (–P3).
Penso que parece que estou sempre
atrasada, e que o meu está sempre
ruim e o dos outros bom (–P4).
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Rotulação 1 Não tenho conhecimento suficiente


(–P1).
Fonte: Elaboração da autora, 2022.

Dentre as doze distorções cognitivas propostas por Beck (2022), as que aparecem na
pesquisa são: declaração do tipo tenho que ou deveria, catastrofização, pensamento do tipo tudo
ou nada, leitura mental, generalização excessiva e rotulação. Entre os principais pensamentos
que ocorrem para os alunos quando se referem ao TCC, são pensamentos do tipo “tenho que ou
deveria” e “catastrofização”, vistos com sete e cinco resultados, respectivamente.
O pensamento do tipo “tenho que ou deveria”, é considerado também como imperativo,
neste caso o indivíduo possui uma ideia fixa precisa de como ele ou os outros precisam agir, e
superestima o quanto vai ser ruim se essas expectativas não forem atingidas, e a
“catastrofização”, também conhecida como advinhação, ocorre quando o indivíduo prevê o
futuro de forma negativa sem considerar outras opções de desfechos prováveis (BECK, 2022).
A pesquisa de Román e Savoia (2003), desenvolvida com atletas de alto desempenho,
buscando identificar os pensamentos automáticos, apontam de forma semelhante aos resultados
obtidos nesta pesquisa, com algumas distorções cognitivas em comum, tais como:
catastrofização, pensamento do tipo tudo ou nada e generalização. Logo, correlaciona-se o alto
desempenho dos atletas com o desempenho dos universitários, visto que possuem uma grande
demanda de si mesmos para obterem rendimento e produzirem os projetos.
Assim, tais aspectos supracitados, concordam com o modelo cognitivo de Beck (2022),
nas quais as cognições possuem influência na emoção e no comportamento do indivíduo, ou
seja, a interpretação distorcida que ambos fazem das situações em si, gera ansiedade e sintomas,
simultaneamente, em que outros atletas e estudantes possuem pensamentos funcionais e,
consequentemente, ficam tranquilos com a situação ou possuem comportamentos mais
adaptativos.
Os pensamentos funcionais, conforme Beck (2022), são aqueles que apresentam uma
flexibilidade cognitiva, onde encontram outras formas de pensar e geram um comportamento
mais adaptativo. Nesta pesquisa, além dos pensamentos distorcidos, foram encontradas
respostas funcionais, como os pensamentos: “Vai dar tempo (-P8) ”; “Tenho tempo para fazer,
eu consigo (-P3)”, relacionados a entrega do TCC. “Vai dar certo (-P2)”; “Vai ser bom, a
professora vai me ajudar (-P7)”.
A TCC utiliza diversas técnicas para trabalhar os pensamentos distorcidos, em conjunto,
elas propiciam melhoras como benefício da tolerância aos riscos, às incertezas e à ansiedade.
Na terapia cognitivo comportamental, conforme Beck (2022), a intervenção para o tratamento
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dos pacientes e a melhora deles, é realizada numa relação por meio do terapeuta e a colaboração
ativa do paciente. Isto é, o indivíduo aprende e identifica suas próprias questões até que receba
alta e se torne seu próprio terapeuta.
Algumas das técnicas utilizadas pela TCC são: identificação de pensamentos
imprecisos, exame das evidências a favor e contra pensamentos automáticos, desafio e mudança
de pensamentos desadaptativos, alteração de comportamentos problemáticos e relacionamento
mais adaptável com outras pessoas (ARRIGONI et al., 2021).
Uma das técnicas da TCC é o exame das evidências a favor e contra pensamentos
automáticos, no qual o indivíduo levanta evidências a favor ou contra determinado pensamento
que possui, identificando se tal pensamento é realmente verdadeiro ou se é apenas uma
distorção. Outra técnica é a reestruturação cognitiva, uma integrante da terapia cognitivo
comportamental, na qual auxilia o paciente a reconhecer e modificar seus pensamentos
(ARRIGONI et al., 2021). Com isso, os estudantes podem identificar seus pensamentos,
compreenderem a presença de padrões de comportamento, se se repetem em outros momentos
ou não, e, modificá-los de forma que irá refletir em como se sentem, reagem e se comportam,
possuindo formas mais adaptativas de enfrentar o TCC.
Diante disso, conforme a proposta deste trabalho, foi possível observar diversas
situações relacionadas ao TCC enfrentados pelos estudantes, para identificar se há variações
nos sintomas quando se diferem os momentos. Desta forma, apresenta-se abaixo, tabelas
referentes às 4 perguntas: 1) Você possui algum desses sintomas quando lembra do prazo de
entrega do TCC?; 2) Você possui algum desses sintomas quando pensa em ter que apresentar o
TCC em público?; 3) Você sente algum desses sintomas quando está frente ao supervisor?; 4)
Sente algum sintoma ao pensar em TCC?

Tabela 2- Sintomas relatados quando lembram do prazo de entrega do TCC.


Sintomas Frequência Participantes
Dificuldade de se concentrar 8 P1, P3, P4, P6 P7, P8 P9, P10
Taquicardia 4 P3, P5, P6, P8
Tensão Muscular 4 P2, P5, P7, P9
Irritabilidade 4 P4, P6, P7, P10
Suor 3 P2, P6, P9
Dificuldade para dormir 2 P2, P9
Boca seca 1 P6
Falta de ar 1 P6
Frio na barriga 1 P1
Tristeza 1 P10
Fonte: Elaboração da autora, 2022.
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Os sintomas relatados pelos estudantes, quando lembram do prazo de entrega do TCC,


foram: dificuldade de se concentrar, taquicardia, tensão muscular, irritabilidade, suor,
dificuldade para dormir, boca seca, falta de ar, frio na barriga e tristeza. Dentre os sintomas
relatados, a dificuldade de se concentrar, com o resultado de 8 participantes, foi o sintoma que
mais apareceu, em seguida, os sintomas de taquicardia, tensão muscular e irritabilidade com 4
participantes cada. Apesar dos sintomas apresentados e comportamentos de procrastinação,
todos os participantes afirmaram entregar o projeto no prazo ou até mesmo antes, nenhum
afirmou perder o prazo ou deixar de entregar.

Tabela 3 - Sintomas relatados quando pensam em ter que apresentar o TCC em público.
Sintomas Frequência Participantes
Taquicardia 6 P2, P3, P5, P7,P8, P9
Tensão Muscular 4 P2, P5, P7, P9
Nenhum 3 P1, P4, P10
Boca seca 3 P2, P6, P7
Suor 3 P2, P5, P8
Falta de ar 2 P5, P6
Dificuldade de se concentrar 2 P2, P9
Dificuldade para dormir 1 P2
Gagueira 1 P9
Dor de barriga 1 P5
Vontade de urinar 1 P5
Vermelhidão 1 P9
Tremor 1 P8
Fonte: Elaboração da autora, 2022.

Os sintomas apresentados pelos estudantes quando pensam em ter que apresentar o TCC
em público, foram: taquicardia, tensão muscular, falta de ar, boca seca, suor, dificuldade de se
concentrar, dificuldade para dormir, gagueira, dor de barriga, vontade de urinar, vermelhidão e
tremor. Posto os sintomas relatados, taquicardia obteve maior resultado, possuindo 6
participantes, seguido por tensão muscular, com 4 participantes, e 3 participantes que
responderam não sentir nenhum sintoma quando pensam em ter que apresentar o TCC em
público.

Tabela 4- Sintomas relatados pelos estudantes quando estão em frente ao supervisor.


Sintomas Frequência Participantes
Taquicardia 7 P2, P3, P4, P7, P8, P9, P10
Tensão Muscular 4 P4, P8, P9, P10
Suor 3 P2, P4, P6
Boca Seca 2 P2, P8
Nenhum 2 P1, P5
Irritabilidade 1 P9
Fonte: Elaboração da autora, 2022.
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Na tabela 4, os sintomas escolhidos pelos participantes ao serem questionados o que


sentiam quando estavam em frente ao supervisor, foram: taquicardia, tensão muscular, suor,
boca seca, irritabilidade e nenhum. Taquicardia foi de maior frequência, obtendo 7
participantes. Os demais sintomas não foram relatados pelos mesmos, portanto, foi a pergunta
que apresentou menos sintomas em relação às outras. Ao serem questionados como se sentiam
após a supervisão, muitos afirmaram sentirem-se aliviados (P2, P3, P4, P8, P9), traquilo (P5) e
contente (P7).

Tabela 5- Sintomas relatados quando pensam no TCC.


Sintomas Frequência Participantes
Taquicardia 7 P1, P3, P4, P5, P6, P8,P9
Irritabilidade 5 P4, P6, P7, P9, P10
Dificuldade de se concentrar 5 P1, P3, P4, P6, P9
Tensão Muscular 3 P5, P8, P10
Suor 2 P4, P6
Falta de ar 1 P6
Boca Seca 1 P6
Dificuldade para dormir 1 P2
Tristeza 1 P10
Angústia 1 P5
Frio na barriga 1 P1
Fonte: Elaboração da autora, 2022.

A tabela 5, referente aos sintomas relatados pelos estudantes quando pensam no TCC
foi a que obteve maiores índices de respostas. Os sintomas descritos foram: taquicardia,
irritabilidade, dificuldade de se concentrar, tensão muscular, suor, falta de ar, boca seca,
dificuldades para dormir, tristeza, angústia e frio na barriga. Apenas a participante P2
selecionou apenas um sintoma, dificuldade para dormir, e os demais sentem de dois para mais
sintomas.
Os sintomas de maiores destaques entre os estudantes são do tipo somáticos, aparecendo
em todos os momentos e com maior frequência, a taquicardia, por exemplo, mostra-se em alta,
já os sintomas cognitivos aparecem mais quando os acadêmicos lembram do prazo de entrega
e do TCC. Por meio dos sintomas apresentados nesta pesquisa, pode-se deferir que se
enquadram nos sintomas de ansiedade, e corroboram com os estudos de Paulino (2019),
afirmando que tensão, desconfortos e sintomas como taquicardia, boca seca, são decorrentes
desse estado de emoção: a ansiedade.
Desse modo, conforme Lúcio et al. (2019), mediante à antecipação de perigo de algo
desconhecido ou incomum, o indivíduo não sabe o que vai acontecer, no entanto, sente medo e
16

preocupação. Então, os estudantes possuem pesamentos distorcidos sobre as situações, por


exemplo, o P1, pensa que não possui conhecimento suficiente para iniciar o TCC, pensamento
distorcido do tipo rotulação, pois ainda não iniciou o TCC, ou seja, não sabe o que saberá ou
não, desta forma, ele se antecipa de um problema que não possui confirmação (gerando a
ansiedade), e consequentemente, possui sintomas, como neste participante quando pensa no
TCC possui sintomas somáticos e cognitivos, como taquicardia e dificuldade de se concentrar.
Os resultados obtidos correspondem com o proposto por Beck (2022), já que os
participantes possuem pensamentos disfuncionais e distorções que geram ansiedade e,
consequentemente, inúmeros sintomas nos quais foram apresentados nas tabelas anteriores. As
perguntas foram separadas por situações a fim de identificar as diferenças, no entanto, pode-se
observar que todas as situações são ansiogênicas, se tornando realmente um conjunto de fatores,
conforme estudos de Clemente et al. (2017), no qual afirmam que a resolução do projeto e seus
prazos de entrega, somado a outros estressores como estágios e estudos, são interpretados de
diferentes formas pelos acadêmicos, provocando emoções. Todos os níveis de sintomas foram
considerados altos e o menor, foi com relação aos sintomas apresentados pelos estudantes
quando estavam diante do supervisor.
Considerado prevalente pela população mundial e universitária, o medo de falar em
público é um estressor psicossocial que se manifesta mediante aos sintomas somáticos,
respostas de comportamento e de cognição (MARINHO et al., 2019). O resultado dessa
pesquisa apresentou acentuado número de sintomas como taquicardia, tensão muscular e boca
seca, que corroboram com os estudos de Marinho et al. (2019), no qual verificou que os
sintomas geram mudanças fisiológicas, tais como taquicardia, rubor, tremor, sudorese e desvios
na comunicação não verbal, além da falta de concentração, também encontrado na pesquisa
presente. Os participantes P2, P5 e P9 apresentaram os sintomas citados, possuindo mais de um
sintoma, no entanto, apesar de haver 6 participantes com um ou mais sintomas, 3 relataram não
sentir nenhum sintoma ao serem questionados sobre isso.
Neste caso, pode-se ponderar como um modelo integrativo de ansiedade, estresse e
enfrentamento por considerar que a percepção do indivíduo sobre o evento, TCC, que se dará
por meio da perda, ameaça ou desafio, representa um primeiro aspecto para a busca de
estratégias cognitivas e comportamentais para encarar as demandas classificadas estressoras,
difíceis de lidar. Define-se o enfrentamento como a forma pelo qual os indivíduos desenvolvem
estratégias para lidar com eventos estressores, representando um processo com inúmeras
variáveis, englobando a relação criada pelas pessoas, como o próprio ambiente, as situações do
contexto, aspectos de emoção, comportamento e cognição (AZEVÊDO; CREPALDI, 2018).
17

Buscou-se identificar nesta pesquisa, as estratégias de enfretamento utilizadas pelos


estudantes ao se depararem com as situações estressoras, compreendendo se atrapalham ou
ajudam a lidar com a ansiedade. Deste modo, na tabela 6 estão apresentadas as estratégias de
enfretamento utilizadas pelos estudantes separadas em classe, estratégias, frequência e
participantes.

Tabela 6- Estratégias de enfrentamento.


Classe Estratégias Frequência Participantes
Esquiva: Evitação, esquiva, 4 P2, P3, P5, P6
procrastinação, deixar para
ultima hora, desfocar do
assunto e dormir.
Relaxamento: Atividade física, escalda 3 P1, P2, P9
pés, meditação, análise
semanal, respiração
diafragmática, banho.
Resolução de problemas: Fazer o que precisa no 3 P7, P8, P10
projeto, fazer as atividades
rápido para terminar o
projeto, entregar antes do
prazo, sentar para resolver.
Autolesivos: Comer muito, roer os 1 P4
lábios.
Fonte: Elaboração da autora, 2022.

As classes encontradas pelos estudantes para lidar com a ansiedade foram: esquiva,
relaxamento, resolução de problemas e autolesivos. Observou-se que cada participante ficou
em apenas uma classe, com exceção do participante P2 que possui duas: estratégias de esquiva
e relaxamento.
As estratégias de enfrentamento encontradas, podem se diferenciar entre adaptativas e
desadaptativas, ou seja, ajudam o indivíduo a lidar com a ansiedade ou atrapalham, favorecendo
ainda mais a mesma. Com isso, a única classe favorável é a de resolução de problemas, na qual
os indivíduos param e resolvem seus problemas, encaram o TCC, enfrentam realmente, de
forma que conseguem adiantar, terminar ou dar um andamento no projeto, aliviando sua
ansiedade.
Já no caso das outras classes, o indivíduo apenas encontra estratégias para lidar com a
ansiedade naquele momento, de maneira passageira, isto é, o problema não é resolvido, apenas
deixado de lado. Neste caso, surge a procrastinação, apresentado pelos participantes desta
pesquisa, nos quais adiam muito suas atividades, deixando para outra hora.
Essas estratégias de enfrentamento adotadas pelos estudantes fazem parte do estado de
emoção que é a ansiedade, corroborando com o estudo de Lúcio et al. (2019), em que se
18

encontram relacionadas ao comportamento de luta-e-fuga, cujo objetivo não é prejudicar o


indivíduo, mas, protegê-lo, retirando-o de situações perigosas ou desagradáveis. Portanto,
apesar de aliviar a ansiedade no momento, conforme a seguinte pesquisa e estudos de Azevêdo
e Crepaldi (2018), as interpretações catastróficas e a pouca efetividade das estratégias de
enfrentamento potencializam a ameaça, dessa forma, a ansiedade atrapalha os universitários,
que não conseguem se concentrar e focar no projeto.
Considerando as informações apresentadas, pode-se concluir que as interpretações que
os estudantes fazem da situação referente ao TCC, concebem pensamentos automáticos que
podem ser funcionais ou distorcidos, conforme apresentados na tabela 1, e que estes
pensamentos disfuncionais geram sintomas de ansiedade, acarretando estratégias de
enfrentamento adaptativas ou desadaptativas. Todas as situações avaliadas pelos estudantes
relacionadas ao TCC são ansiogênicas, ficando exposta à interpretação que eles possuem
referente a este projeto.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os objetivos esperados com esta pesquisa foram obtidos, visto que, apresentaram os
pensamentos automáticos mais recorrentes de estudantes universitários que relataram ansiedade
frente ao TCC, pois apareceram tanto pensamentos funcionais quanto disfuncionais, sendo o
último os pensamentos e as distorções classificadas na pesquisa. As interpretações feitas pelos
estudantes com relação ao TCC geraram pensamentos, produzindo sintomas, que ao serem
avaliados se confirmaram e encaixaram com os mesmos apresentados pelo estado de emoção,
sendo a ansiedade. Com isso, compreende-se que não é o TCC em si que gera temor e sim a
interpretação que os estudantes fazem deste evento.
No que se refere aos pensamentos funcionais, os indivíduos também possuem
ansiedade, no entanto, ela possui um viés mais motivador (benéfico) que ajuda o indivíduo e o
impulsiona a realizar seus afazeres. É necessário transformar o pensamento disfuncional dos
estudantes em funcional para um melhor desempenho no projeto, visto que, ao modificar estes
pensamentos, alteram-se, também, as reações fisiológicas e comportamentais. Os estudantes
dependem de si mesmos para realizarem seus projetos, deste modo, este artigo é de grande
importância, pois há maneiras para aprender a identificar esses pensamentos e prevenir a
ansiedade, além de servir como um alerta e possibilitar maior atenção em si próprios.
Foi possível identificar de forma clara os sintomas relatados pelos estudantes e concluir
que não possuem apenas uma situação ansiogênica, e sim, um conjunto de situações que
19

envolvem o TCC. Todas as situações apresentaram sintomas, com menor frequência a situação
de estar em frente ao supervisor, no entanto, enquadra-se como ansiogênica devido aos
resultados obtidos e ao contexto.
Em relação ao objetivo de relatar as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos alunos
perante a ansiedade emocional e comportamental, os resultados demonstram que a ansiedade
realmente atrapalha os indivíduos, pois possuem dificuldades para se concentrar, e outros
sintomas. E, a partir das estratégias de enfrentamento desadaptativas realizadas, atrapalham
ainda mais os indivíduos, favorecendo a ansiedade e seus sintomas. No entanto, também foram
encontradas estratégias de enfrentamento adaptativas, nas quais o indivíduo encara o problema
e resolve, auxiliando o indivíduo a diminuir a ansiedade e seus sintomas, logo, foram duas
formas que os estudantes encontraram para enfrentar as situações e a ansiedade.
Por fim, a pesquisa possibilita o subsídio a novos estudos, como por exemplo o motivo
de alguns participantes não sentirem nenhum sintoma quando pensavam em ter que apresentar
o TCC em público e quando estavam frente ao supervisor, posto que há muito a ser estudado,
pesquisado e aprofundado. Além disso, com a informação passada pelos professores e
orientadores a respeito da existência deste projeto, para os estudantes, este trabalho poderá
proporcionar aos universitários formas de intervenção e atenção com os próprios sintomas e
situações.

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