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Capacidade para a celebração do CT, Artigo 70 CT

Já completaram 16 Carecem de capacidade negocial de exercício. Trata-se de uma


anos, mas ainda incapacidade suprível através do instituto da assistência,
não estão sujeito a:
matriculados e a
frequentar o Requisito: autorização escrita dos representantes legais do
ensino secundário, menor: 70/nº1, nº2 e nº4. Sem a autorização, a incapacidade
OU já estão negocial provoca a anulabilidade do CT.
matriculados e a
frequentar o Nota: em relação à generalidade dos NJ, a incapacidade dos
ensino secundário, menores é suprida através do instituto da representação,
mas ainda não têm substituindo-se o representante ao menor na atuação jurídica,
16 anos. celebrando ele o negócio em lugar, nome e interesse do
menor. Contudo, a execução do CT pressupõe um
envolvimento direto e ativo da pessoa, sendo mais adequado
que fosse o próprio menor a celebrar o contrato. Relaciona-se
com a pessoalidade da prestação --> nunca existe
representação legal propriamente dita, os representantes
legais do menor não o substituem na celebração do contrato,
antes o assistem.

Nota: o artigo 70/nº2 induz em erro  faz crer que qualquer


menor com 16 anos pode celebrar contrato de trabalho. Mas
essa interpretação não é correta. Tem de se conjugar com o
artigo 68/nº3 CT.

Já perfizeram 16 O menor dispõe de capacidade negocial de exercício para


anos e, além disso, celebrar o contrato de trabalho, isto é, pode celebrá-los por si,
estão matriculados sem necessitar de autorização dos representantes legais. Mas,
e a frequentar o …
ensino secundário.
Requisito: não oposição escrita dos representantes legais,
70/nº1; ver nº4. Ou seja, os representantes legais podem
exercer uma certa “tutela parental”. Se se opuserem, o
contrato já não é valido. Podem opor-se quer no momento da
celebração do contrato, quer a posteriori. Podem fazê-lo a
todo o tempo, (mas, obviamente, só enquanto o menor é
efetivamente menor).

Não têm ainda 16 O contrato não é válido em circunstância alguma. Trata-se de


anos, nem estão uma hipótese de negócio nulo.
matriculados e a Não podem, de todo, celebrar CT. Trata-se de uma
frequentar o incapacidade jurídica insuprível – resulta do regime legal, a
ensino secundário. contrario, e dos textos internacionais.
Responsabilidade penal: artigos 82 e 83 CT.
Artigo 69/nº6 CT.
Atingidos os 18 anos, passa-se à situação de capacidade plena, donde resulta que quer
a escolaridade quer a penosidade da atividade deixam de ser impedimentos para a
celebração de qualquer contrato de trabalho. Caso pretenda continuar a estudar, o
trabalhador beneficiará da proteção conferida ao trabalhador-estudante prevista nos
artigos 89 e ss CT.

A propósito da capacidade para a retribuição devida pelo seu trabalho, a lei determina
que, em princípio, o menor dispõe de capacidade (salvo oposição escrita dos
representantes legais), artigo 70/nº3 CT. Confessamos ter algumas dúvidas em relação
à bondade deste preceito, que permite que os representantes legais possam
autorizar/não se opor à celebração do CT, mas oporem-se que seja o menor a receber
a retribuição. Por um lado, entendemos que haverá casos em que não seja
aconselhável ser o menor a receber os rendimentos (pois poderá destiná-los a
consumos menos próprios). Mas, por outro lado, o facto de a decisão recair sobre os
representantes legais é uma solução mais discutível, tendo em conta os perigos de
aproveitamento indevido dessa remuneração por parte dos representantes legais.

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