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SÉRIE

INFO
GRÁFICOS
Overtraining e Overreaching
Não Funcional

O treinamento visa quebrar a homeostase do corpo com a aplicação de


cargas para, após uma recuperação adequada, chegar à supercompensação
e ao ganho de performance. O período momentâneo de fadiga aguda após a
aplicação dessas cargas é chamado de overreaching funcional (OR).
Quando a recuperação não é suficiente e o estado de fadiga perdura por
dias a semanas, temos o chamado overreaching não funcional (NFOR). Já a
chamada síndrome de overtraining (OS) é o estado de estresse que pode
perdurar por meses a anos.

1. Teoria do desequilíbrio autonômico: propõe um desequilíbrio do sistema


nervoso autonômico como causa da OS. Baseia-se no feedback negativo nos
centros simpáticos, causado durante o treinamento intenso, com aumento da
secreção das catecolaminas, aumento da produção dos aminoácidos
aromáticos e aumento da temperatura corporal.

2. Teoria da depleção de glicogênio: a hipótese sugere que extensos períodos


de treinamento intensos levam à depleção de glicogênio nos músculos e
fadiga periférica. Além disso, esses baixos níveis de glicogênio seriam gatilho
para a oxidação de BCAAs (aminoácidos leucina, isoleucina e valina) em
glicose, na tentativa de suprir esse déficit de energia, levando a uma baixa
desses aminoácidos no corpo e à fadiga central;

3.Teoria da fadiga central: essa teoria coloca o aumento da produção do


neurotransmissor 5-hidroxitriptamina no sistema nervoso central como
causador da OS
Os Cinco
mecanismos 4. Teoria das citocinas: a recuperação tecidual inadequada provoca uma
resposta inflamatória local, que passa a ser sistêmica, produzindo elevados
Possíveis níveis de citocinas pró-inflamatórias, como IL-1 beta, TNF - alfa e IL- 6. A
persistência desse aumento de citocinas provoca fadiga central e periférica,
além de mudanças hormonais e metabólicas

5. Teoria do distúrbio do sono: estudos observacionais demonstraram que o


sono é atrapalhado por aumentos significativos da carga de treinamento

É importante ressaltar que não há uma teoria única que explique a


etiologia da síndrome de overtraining.
Sinais e sintomas que podem apresentar são fadiga, depressão,
bradicardia, letargia, insônia, irritabilidade, taquicardia, agitação e
hipertensão, anorexia, perda de peso, falta de concentração, falta de
motivação, dores musculares, ansiedade, dificuldade de recuperação,
oscilação de humor e infecções respiratórias.

Info

O tratamento deve ser específico e


individualizado, sendo o repouso o
principal elemento. Atentar aos fatores
nutricionais e distúrbios de humor, que
Tratamento devem ser tratados quando identificados.

É importante pensar na OS como diagnóstico de exclusão, sendo


fundamental pesquisar causas orgânicas de fadiga.
Um achado consistente é a diminuição da concentração máxima de lactato.
A queda de mais de 30% da relação de testosterona livre/cortisol pode
sugerir um estado mal adaptativo.
Altas cargas de treino podem propiciar maior número de infecções no
atleta. As infecções de via aérea superior são mais comuns
Como a queda de performance é uma importante característica na OS, a
realização de um teste é considerado uma importante ferramenta. Os testes
de exaustão parecem ter melhores resultados.
Diagnóstico

Burke L, Deakin V. Clinial sports nutrition. 5th edition. Australia: Mc Graw Hill education; 2017.
Soligard T, Schwellnus M, Alonso JM, et al. How much is too much? (Part 1) International Olympic Committee consensus
Fontes: statement on load in sport and risk of injury. Br J Sports Med 2016 Sep;50(17):1030-41.
Soligard T, Schwellnus M, Alonso JM, et al. How much is too much? (Part 2) International Olympic Committee consensus
statement on load in sport and risk of illness. Br J Sports Med 2016 Sep;50(17):1043-52.
Load, Overload, and Recovery in the Athlete: Select Issues for the Team Physician - A Consensus Statement. Med Sci Sports
Exerc 2019 Apr;51(4):821-828.
Halson S. Overtraining syndrome in athletes [Internet]. O'Connor FG, Grayzel J, eds. UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc.

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