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LARISSA LOYOLA

BLOCO SÍNDROMES GINECOLÓGICAS


GT 4

Vulvovaginites
 Corrimento vaginal e/ou prurido vulvar, ardência, irritação local e odor – principal causa de corrimento vaginal patológico (Vulvovaginites + vaginoses)
 São infecções do epitélio estratificado da vulva e/ou vagina
 Patologias associadas: tricomonas, candidíase e vaginose bacteriana

Vaginose Bacteriana Candidíase Vaginal Tricomoníase


Conceito - Infecção poli microbiana que resulta de um Infecção causada por um fungo que abandona seu estado Infecção cervicovaginal por um protozoário flagelado que
supercrescimento da flora bacteriana anaeróbica, obrigatória de comensal e assume o parasitismo (desequilíbrio no sistema tem afinidade pelo TUI e pelo epitélio vaginal pH > 6
ou facultativa da vagina imunológico do hospedeiro) É uma cervicocolpite que acomete o epitélio escamoso
- Discreta resposta inflamatória = vaginose → ausência de CVV recorrente: 4 ou + episódios sintomáticos em 1 ano, por
fungos ou outros parasitas. cândida albicans, suscetíveis ao ambiente azólico
- Não apresenta leucócitos (por isso, não é vaginite) CVV complicada: doença severa ou recorrente devida a
- VB recorrente: 4 ou mais diagnósticos confirmados no ano outras espécies que não a albicans ou alterações nas
repostas imunológicas do hospedeiro
Epidemiologia - Causa + comum de Vulvovaginites (responsável por 40-50% - 2ª causa + comum - ↓ da incidência nos últimos 20 anos
dos casos) - 75% de toda mulher adulta já teve um episódio - Responsável por 15 – 20% das infecções vaginais
- 3x + comum em negras - ↑ da incidência.: uso de imunossupressores e citotóxicos, - 50% são assintomáticos
- Incidência no BR: 45% ATB, infecção por HIV
- 40-50% são sintomáticas → Episódios ocasionais de gravidade variável
→ Episódios recorrente (crônico)
- ↑ incidência no verão carioca (novembro a março) -
sazonalidade
Via de Concomitante a tricomoníase (via sexual) Via sexual Via sexual; água contaminada (piscina com cloro)
Transmissão
Agente Gardnerella vaginalis Candida albicans Trichomonas vaginalis
patogênico Candida glabrata
↓ sintomática → seleção com uso de TTO inadequado
Fatores de FR: múltiplos parceiros sexuais, ducha vaginal, ↓ lactobacilos, - Uso recorrente de ATB - DM2 FR: múltiplos parceiros sexuais, ↓ $, raça negra, tabagismo, HP
Risco/ adereços sexuais, sexo oral, não usar preservativo, fumar - Diabetes de DST, não usar ACO ou método de barreira
Fatores - ACO: ↑ estrogênio.: ↑ [glicogênio] (usar ACOS de baixa dose)
FP: uso de ACO (↑ lactobacilos na flora) + método de barreira
- Gravidez
protetivos - Imunossupressão

Patogenia Alteração do ecossistema vaginal, com ↓ da [lactobacilos] e Reprodução por brotamento (dimorfismo) → leveduras ou - Movimentação flagelar do T. vaginalis tem efeito citotóxico
↑ Gardnerella vaginalis (100 a 1.000 x maior) → [G. vaginalis] é pseudohifas → eritema
2x maior: Brotamento → pseudo hifas (forma de infecção) → levedura - Tricomona produz H2 que se liga ao 02, removendo-o do
- ↓ de lactobacilos protetores → supercrescimento de (forma assintomática) ecossistema vaginal → não formará H202 → proliferação
microrganismos → ↑ pH → ↓ lactobacilos e ↓ ácido lático → ↓ Contato com a forma pseudo-hifa →penentração no bacteriano anaeróbico
H2O2 hospedeiro → terreno favorável (falha nos mecanismos de
- Gardnerella vaginalis → prod. ácidos orgânicos (sialidase) → defesa da vagina)
produção de anaeróbios → produção de aminas → odor - Uso recorrente de ATB
- Fatores dietéticos (↑ carboidrato)
- Aumentam na época da menstruação → ↑ DIP pós - TTO antimicótico deficitário (uso de álcool)
menstrual, se associado a cervicite - Não TTO de parceiros
- Diabetes
- ACO: ↑ estrogênio .: ↑ [glicogênio]
- Uso de roupas apertadas
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Corrimento Corrimento vaginal ↑, fino, branco ou acinzentado, bolhoso - Corrimento de cor branca, de aspecto de leite talhado variável de - Corrimento espumoso amarelo-esverdeado
Vaginal Odor fétido (peixe) → pós coito ↑ (o sêmen ♂ básico ↑ o pH vaginal, espesso a aquoso
- Pode ser branco ou amarelado
liberando aminas) - Sem odor fétido

Sinais e - Padrão cíclicos, que aumenta progressivamente durante o - Prurido vaginal (intensidade variável): piora a noite - Irritação e desconforto na vulva e períneo
Sintomas meio do ciclo, até o final da menstruação → ↓ após - Eritema, fissura - Dispareunia, disúria
- Parede vaginal íntegra - Irritação vaginal, ardor vulvar - Prurido;
- Dispareunia e disúria - Dor debaixo do ventre (DIP)
- Sintomas devem iniciar ou exacerbar na semana antes da - Micro ulcerações no colo uterino – aspecto em morango
menstruação e melhorar após ♂: irritação e hiperemia no pênis
- ♂: irritação e hiperemia no pênis ou balanopostite
Diagnóstico Deve ser encontrado 3 ou 4 itens: Critérios de Amsel (1983) - Exame ginecológico: edema e eritema vulvar; mucosa da - Corrimento típico, profuso
- Corrimento típico, homogêneo, com pequenas bolhas vagina e colo hiperemiadas de coloração variável, flocular, - pH vaginal > 4,5 (entre 6 e 7)
- pH > 4,5 (básico) → (↓ especificidade → duchas) viscoso - Na maioria das vezes, teste de amina positivo (KOH)
- Teste de amina positivo (KOH) - Whiff - Clínico: prurido + corrimento vaginal típico - Eritema vaginal “colo em morango” + teste de Shiller com
- Presença de clue cells: células epiteliais escamosas cobertas - pH vaginal entre 3,5 a 4,5 (normal) colpite focal e difusa → repetir oncologia de 2 a 3 meses
por bactérias que deixam as bordas sem nitidez. - Exame colposcópico: sinais inespecíficos de vaginite - Achar o tricomononas móvel no exame a fresco (cultura) →
- Teste de Schiler: negativo (paredes íntegras) - Exame a fresco (KOH) positivo principal
- Microscopia direta/citologia a fresco: pseudo-hifas
- Teste de Schiler: as vezes positivo, pois, há colpites erosivas,
quando a resposta inflamatória é intensa

Tratamento Uso sistêmico Uso tópico TTO do Grávidas Medidas gerais: Uso sistêmico Tolerância TTO do Grávidas
parceiro: - Evitar roupas apertadas, duchas higiênicas parceiro:
- Tratar o diabetes
- Evitar exagero de ATB e antimicróbicos
- ↓ açúcar na alimentação
- Não usar saboneyes e cremes vulvovaginais que não
respeitem o pH, nem perfumados, nem irritantes

Metronidazol Metronidazol Não rastrear. Só Uso Uso Tópico TTO de parceiro Grávidas Metronidazol Metronidazol Gestantes
oral 500mg gel 5 dias tratar sistêmico (usar a
2g dose única 250 mg TID ou sintomáticas
noite)
(BID) por 7 NÃO sintomático ou 500mg BID (moderado
dias FAZ com HGU de VIDE TABELA NÃO FAZ, Agente azólico Metronidazol por 7 dias e severos)
prematuridade exceto se tópico por 7 dias gel por 7 dias
balanopostite (Clotrimazol 1%) alivia sintomas FAZ IGUAL
- Evita
Clindamicina Clindamicina Metronidazol CVV complicada: uso tópico por 10ª 14 dias (no mínimo, 7 Se, alergia: Se, falha: 2g recorrência Mesmo TTO
oral 300 mg gel 5g oral 250mg (TID) dias, com doses múltiplas de Fluconazol (150mg a cada 72h, dessensibilizar por 3 a 5 dias (melhor após
(BID) por 7 intravaginal a por 7 dias 3 doses). + abstinência 2º semestre
dias noite por 7 CVV recorrente: controle dos FR + indução de terapia azólica sexual de gravidez)
dias Clindamicina por 10 a 14 dias + regime supressivo de fluconazol 150mg
oral 300 mg (oral), 1x por semana por 6 meses
(BID) por 7 dias CVV não complicada: azólicos, dose única
Efeitos colaterais: danificação do látex (códon), irritação
vulvogaginal
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VB recorrente: metronidazol oral ou vaginal por 3 dias, desde Em caso de pacientes que fazem uso de fenobarbital e
a menstruação, por três a 6 meses fenitoína → metronidazol 500mg BID por 7 dias
Tratar mulheres sintomáticas. Orientar não fazer uso de bebida
alcoólica durante o TTO → disulfuram-like
Complicações - Rotura prematura de membranas (7,3 x maior) - Infecção pós aborto e puerperal
- Trabalho de parto e parto prematuro (predispõe infecções do TGU as - Parto prematuro
membranas obstétricas) - Rotura prematura de membrana
- Pode predispor endometrite pós-cesariana

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