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capítulo 8

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TEORIA EM
HISTÓRIA:
PROBLEMAS DE
CONTEXTO E
NARRATIVA ...................................................... .............................................
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j. g. a. pocock

1 Os problemas de terminologia
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Construir um estudo das relações entre “teoria política” e “história” —
como fenômenos conceituados ou como disciplinas que praticamos - é
necessário estude esses termos e, se possível, reduza-os a formas
administráveis. O termo “teoria política” é impreciso; tem sido usado de
diversas maneiras, e os colaboradores deste manual provavelmente não
concordam com nenhum uso único. Do ponto de vista a partir do qual este
capítulo foi escrito, é observável que A “teoria política” é frequentemente
usada como se fosse intercambiável com “teoria política”. pensamento”,
um termo igualmente inexato. Na primeira metade do século XX, foram
escritas várias “histórias do pensamento político” ou de “políticas teoria'',
da qual o assunto e o método eram praticamente indistinguíveis. Por
“pensamento político” (e, portanto, “teoria”), entende-se um número de
disciplinas intelectuais - ou alternativamente, modos de retórica – que de
tempos em tempos foi aplicado a um assunto ou assuntos que foi
acordado formou o da “política”. A “história” desses modos de discurso foi
concordaram em formar a “história do pensamento político” ou “teoria”.
muito disso equivalia a um tratamento “teórico” de um conceito abstrato
de ‘‘política’’, e cada uma delas – pelo menos em princípio – gerou um
discurso que examinou criticamente sua conduta, e assim ascendeu a
“teoria” em um sentido mais amplo do termo.
Essas “histórias” do pensamento/teoria política foram
canonicamente construídas; isto é, eles organizaram modos de discurso -
e acima de tudo, os principais textos que adquiriu status clássico e
autoridade em cada um - em uma ordem que havia chegaram a ser
acordados formaram a ‘‘história’’ que está sendo apresentada.
Classicamente - e, devem ser enfatizados, por razões históricas, muitas
das quais eram boas – elas começaram com a invenção na Atenas do
século IV do que foi denominado “filosofia política”, de modo que
“filosofia política” tornou-se um termo de igual status (e imprecisão) com
“pensamento político” e “teoria”. emergiu uma grande narrativa, na qual
“a história do pensamento político”, “teoria”, ou “filosofia” moveu-se dos
primórdios platônicos ou aristotélicos através de um período medieval em
que a “filosofia” encontrou a teologia cristã, em aquele em que esse
encontro foi liquidado e substituído por modos de pensamento, teoria e
filosofia foi convencionada a denominar “moderna”.
Outra característica dessas “histórias” era que elas não foram escritas
tanto por historiadores quanto por “teóricos políticos” e “filósofos” que o
estudo desta “história” era de alguma forma propício para o
empreendimento ou inquérito em que eles próprios estavam envolvidos.
Estudar “a história da "teoria política" foi útil para a prática da "teoria
política". em e depois de meados do século XX, para ser atacado em dois
caminhos. Surgiram modos de conduzir tanto o empírico quanto o
normativo estudo da política que afirmava não ter necessidade de
conhecimento histórico – ainda descrito em sua forma canônica - porque
eles possuíam meios de validar, criticando, verificando ou falsificando, as
declarações que fizeram, que dependia do método que praticavam e não
da circunstância histórica ou personagem. Este pode ser considerado um
dos momentos em que o termo “ciência política” fez sua aparição.
Simultaneamente - e em alguns maneiras em resposta a esse
desenvolvimento - surgiram historiadores que propuseram (muitas vezes
de forma agressiva) para reduzir “a história do pensamento político” a um
modo rigorosamente autônomo de investigação histórica. A escrita de
textos, a formação mais lenta de sistemas de crença ou “filosofias”,
deveriam ser reduzidos a performances ou “atos de fala”, as ações de
atores históricos em circunstâncias e com intenções que poderiam ser
verificadas. Eles não faziam parte de uma “teoria da política;'' ou se
fossem, os processos pelos quais eles vieram a ser, e o a própria existência
das próprias “teorias políticas” foram processos históricos na realização de
atos e a formação de linguagens, a serem estudadas como tais.
Afirmações importantes podem ser feitas sobre o aumento e
intensificação do conhecimento histórico que essa revolução nos métodos
traz. o teórico ou filósofo se depara com a questão de saber se a “teoria
política” é ou não reduzida ao conhecimento de sua própria história. Uma
resposta típica tem tratado esta questão como um problema em teoria ou
filosofia, e pode ser observado que mais foi escrito sobre Quentin Skinner
- um líder na revolução histórica - como teórico político ou filósofo do que
como historiador. O autor deste artigo, no entanto, trata o trabalho de
Skinner, e o seu próprio, como a construção de narrativas históricas, nas
quais as coisas acontecem (neste caso a enunciação de afirmações
teóricas sobre política), as condições ou “contextos” em que eles
acontecem existem e mudam, e os processos ocorrem na história dessas
performances que podem ser narradas. A seguir, será pressuposto que um
“historiador”, interessado na pergunta “o que é que estava
acontecendo?”, e um "teórico político", engajado em uma investigação
que possui seus próprios meios de autovalidação, confrontam-se na
leitura de um determinado texto. vou viciar a minha própria investigação,
apontando que o texto será um artefato histórico, mas que o teórico
deseja fazer uso dele para propósitos diferentes de estabelecê-lo como
um fenômeno histórico.
2 História e Teoria: O Encontro
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A atividade da mente chamada "teoria política" terá sido definida -
provavelmente, e apropriadamente, em mais de uma maneira - pelos
colaboradores deste volume. Para fins de abreviação, vou supor que eles
definiram como a construção de declarações heurísticas e normativas, ou
sistemas de tais declarações, sobre uma área da experiência e atividade
humana chamada ‘‘política’’ ou ''O político”. também suporá que a
atividade chamada ‘‘teoria política’’ é uma disciplina que possui suas
próprias regras: isto é, as afirmações que ela visa construir reconhecem
certos procedimentos de acordo com os quais eles são construídos e pode
ser validado e criticado. Surgirá instantaneamente, no entanto, uma outra
atividade de questionamento de como tais procedimentos foram e são
construídos, a quais capacidades da mente eles apelam, se suas
reivindicações de validade são ou foram justificáveis e, em resumo, se
como, é possível construir uma disciplina chamada “teoria política”. Essa
atividade de segunda ordem pode ser chamada de “filosofia política” –
embora este termo tenha tido outros significados - e distinguido de
"teoria política" como realizado em níveis suficientemente confiantes de
seus procedimentos para dispensar, em pelo menos provisoriamente, com
o questionamento deles nos níveis chamados ‘‘filosofia’’. Tendo feito essa
distinção, é claro, observamos que as duas atividades continuamente se
cruzam, embora a distinção não desapareça.
É valioso imaginar o “teórico político” – dado que este termo pode
têm mais de um significado – confrontados por um “historiador do
pensamento político”, que considera a “teoria política”, em qualquer um
de seus significados, como uma das muitas maneiras de qual o
“pensamento”, ou melhor, o “discurso” sobre a “política”. Até se
supusermos que nossos agonistas concordam com uma definição da
atividade a ser chamada ‘‘teoria política’’, e concordar que esta atividade
teve uma história contínua de alguma duração, permanecerão muitos
sentidos nos quais eles não e talvez não devem ter muito a dizer um ao
outro. O “teórico” está interessado no fazer declarações (hipóteses?)
obedientes a certos modos de validação; o “filósofo” na questão de como
(e se) é possível construir estes (ou quaisquer) modos de validação (ou
avaliação). O historiador não está interessado principalmente, embora
talvez secundariamente, em qualquer uma dessas questões, mas na
pergunta "o que aconteceu?" (ou estava acontecendo) - mais amplamente
ainda, ‘‘o que foi que estava acontecendo?’’ - quando eventos ou
processos ocorreram no passado sob estudo. O objetivo é caracterizar,
avaliar, explicar (em vez de explicar) e, portanto, em última análise,
narrar, ações realizadas no passado registrado; e se foram realizados de
acordo com, ou mesmo em busca de certos modos de validação, um está
interessado em seu desempenho em vez do que a sua validade, e nas
validações a que recorreram como contexto que os torna os
acontecimentos que eram. As perguntas ‘‘essa afirmação válida?” e “o que
aconteceu quando foi feito?” não são idênticos, a menos que—e esta é a
questão - o teórico que pergunta o primeiro pode obrigar o historiador
que pede a este último que admita que nada está acontecendo, exceto a
prática de um certo modo de validação; e essas são as perguntas feitas
pelo ‘‘filósofo’’ já tornaram algo incerto.
O historiador, então, pode ser pensado como escrutinando as ações
e atividade da teoria política, e fazendo perguntas sobre o que tem sido e
feito, cujas respostas necessariamente assumirão a forma de narrativas de
ações realizadas e suas consequências. A atividade do historiador
claramente não é idêntica ao do teórico político. Antes de prosseguirmos
para definir essas duas atividades em confronto e interação, é desejável
perguntar se “histórias da teoria política” foram ou podem ser
construídas, e o que caráter que possam possuir. Aqui o foco de nossa
investigação muda. Uma ‘‘história de teoria política” iria claramente além
do escrutínio de atos particulares na construção de tal teoria, e suporia a
“teoria política” como e tem sido uma atividade contínua, sobre a qual
generalizações podem ser feitas e que pode ser dito ter sofrido mudanças
em seu caráter geral ao longo o curso do tempo; mudanças que poderiam
ser contadas na forma de uma narrativa história. Existem, no entanto,
poucas dessas histórias; poucos, isto é, que são ou podem ser chamadas
de histórias da “teoria” política em qualquer sentido em que esse termo
possa ser distinguido ou isolado dentro da “história do pensamento
político” como o gênero acadêmico que se tornou. Histórias desse tipo são
indeterminadas, no sentido de que as opções existem e foram exercidas
quanto aos tipos da literatura pode ou deve ser incluída neles, e é uma
consequência que os termos “pensamento político” e “teoria política” têm
sido frequentemente usados intercambiavelmente, ou sem atenção
precisa às diferenças entre eles. O teórico político cuja atenção se volta
para a história, portanto, é frequentemente confrontado com narrativas
históricas cujo conteúdo guarda pouca relação com a atividade da “teoria
política” como pode ter sido definida. não é irracional se tal teórico
pergunta por que tais histórias merecem atenção.

3 Histórias e seu propósito


Nos últimos quarenta ou cinquenta anos, histórias canônicas desse
tipo caíram em desfavor (embora recentemente tenha havido alguns
sinais de um avivamento1). A alternativa mais conhecida em inglês,
associada ao trabalho de Quentin Skinner e outros, 2 assumiu a forma de
um exame minucioso da história – um palavra-chave tem sido “contexto”
– em que textos e padrões de discurso político pode ser situado e dito ter
acontecido. Será visto que a distância, mencionada anteriormente, entre
as perguntas feitas pelo teórico ou filósofo, e pelo historiador, tornou-se
mais amplo. Historiadores desta escola olhar para a literatura política de
qualquer período como composta de atos de fala ou escrita, articulações
realizadas por autores na linguagem ou diversidade de idiomas disponíveis
para eles. Essas línguas têm histórias; eles podem ser vistos na formação e
na mudança; as performances dos autores agem em e sobre eles; e este é
o sentido em que eles podem ser chamados de “contexto” primário, em
que textos e debates acontecem na história. Claro que existem mais
contextos, as situações políticas, religiosas, sociais e históricas em que os
autores e seus públicos foram situados; e o que eram está para ser
descoberto tanto das implicações de suas línguas quanto das pesquisas de
historiadores. O que os atores pensaram que estava acontecendo é de
igual importância com o que os historiadores acham que estava
acontecendo; história é o estudo de comportamento subjetivo.
Nesta multiplicidade de “contextos” – tanto linguísticos quanto
situacionais – os historiadores buscar as interações entre as intenções de
um autor, a linguagem disponível para ele ou ela usar, e as respostas
daqueles que leram, ou foram informados sobre o texto e seu autor; as
tensões entre o que um autor ‘‘pretendeu’’ dizer e o que um texto
‘‘significou’’ para os outros, são muitas vezes complexas e produtor de
ambivalências. Pode ser o caso de um autor ter escrito em mais de um
‘‘contexto’’ e foi lido em contextos diferentes daqueles que ele
pretendido. Para dar exemplos: Leviatã foi escrito em inglês e latim, e
pode-se diferenciar entre a intenção de Hobbes e a recepção em um
círculo de filósofos em Paris, a corte dos Stuarts exilados, o público leitor
de panfletos em Londres e nas universidades holandesa e alemã. As obras
de Maquiavel foram escritas em manuscrito para grupos de discussão em
a política de Florença, e foi por outros depois de sua morte que eles foram
lançados nas redes impressas da Europa, onde eram lidos e respondido
por outros grupos e públicos, de maneiras que não são imediatamente
certo que ele pretendia. Os acontecimentos da comunicação e da
performance são de interesse primário para o historiador, mas não para o
teórico político. O primeiro está interessado no que um autor “significou”
e no que um texto “significou” para atores da história; o último no que
“significa” para um teórico, no contexto de o inquérito que ela ou ele está
conduzindo.
Trabalhos sobre a história do pensamento político, escritos da
maneira acima, tendem a ser micro-histórias em vez de macro-histórias,
estudos de desempenhos particulares, ações e composições focadas no
contexto imediato da ação, em vez do que suas consequências a longo
prazo. Se forem condenados - já que não há razão para que eles não
deveria ser - para um determinado texto ou grupo de textos, e para o
estado da cultura linguística quando foram escritos, eles serão síncronos
em vez do que diacrônico em sua ênfase; e tem sido perguntado se a
abordagem contextual é capaz de fornecer uma história de contextos.
Isso, no entanto, pode ser feito de várias maneiras. O texto e seu autor
podem ser mostrados inovando e agindo sobre a língua em que o texto
está escrito, obrigando a língua a dizer coisas novas e modificar ou
inverter suas implicações. O texto pode ser estudado tal como é lido e
respondido por outros, tornando-se o que significa para eles como distinto
do que seu autor pretendia. Por fim, os textos às vezes sobrevivem tanto a
seus autores e os contextos em que são escritos, viajando tanto no espaço
quanto no tempo para agir e receber a ação em contextos de linguagem e
circunstância nitidamente diferentes aqueles em que receberam seu
significado original. Haverá agora a possibilidade de narrativa histórica,
contando tanto como o texto passou mudanças de uso e significado,
talvez e talvez não continuando a transmitir sua as intenções do autor em
situações que ele não pode ter previsto, e como a linguagem contexto
sofreu alteração por razões não redutíveis às performances pretendidas
de atores de fala identificáveis. Pode até ser possível - embora pareça que
deve ser questionável - para fornecer "histórias do pensamento político"
uniWed, em qual um padrão de consenso e desafio é progressivamente
substituído por outro, embora as Histórias recentes de Cambridge tendam
a apresentar várias tais histórias acontecendo simultaneamente em
contextos distinguíveis um do outro. 3 Se algo parecido com as antigas
histórias canônicas for restaurado, provavelmente ser o trabalho de
teóricos políticos desejosos de um passado utilizável, ao invés de
historiadores não estou interessado em fornecê-los com um.
4 O Encontro Retomado

Para supor um encontro direto entre um teórico político e um


historiador, cada um envolvido no estudo do mesmo texto, devemos fazer
duas suposições. Em primeiro lugar, devemos supor que o teórico esteja
realizando um programa de investigação teórica, possuindo sua própria
disciplina e meios de validando as declarações que avança; isso nos
permitirá justapor as proposições do teórico com aquelas apresentadas
pelo historiador, e questionar em qualquer encontro ou colisão que possa
ocorrer entre eles. No segundo lugar - e aqui é difícil evitar colocar um
fardo adicional sobre o teórico - devemos supor que os dois atores estão
estudando o mesmo texto, que não foi escrito pelo teórico, mas por algum
outro agente em algum ponto na história. É difícil, embora em princípio
não impossível, imaginar o historiador que estuda um texto escrito por um
teórico contemporâneo como se fosse um fenômeno histórico. Os
historiadores normalmente se preocupam com o passado; eles deixem o
tempo passar, durante o qual as evidências podem se acumular e as
perspectivas surgirem e alterar. Mas uma vez que supomos que o teórico
esteja envolvido com um texto escrito por outro lado, e em si um
documento histórico, devemos perguntar por que isso é acontecendo, e
que papel um texto escrito por outro e - o historiador acrescenta
instantaneamente - em outro contexto, joga na autodisciplina e na
autovalidação empreendimento que supúnhamos que o teórico estava
conduzindo. A resposta às nossas perguntas pode surgir em termos
literários e quase fortuitos. O teórico leu, por qualquer motivo, o texto
histórico e encontrou sua linguagem para servir ao propósito de algum
empreendimento em teoria política sendo conduzido em o presente; a
linguagem do texto é, portanto, apresentada como uma proposta para ser
avaliada nos termos e pelos critérios do presente empreendimento. O
historiador agora aparece, fazendo perguntas e fazendo declarações sobre
as intenções do autor do texto e o significado (um termo de duas faces) de
suas palavras no contexto ou contextos que ele e eles ocuparam na
história. Em quê maneiras, se houver, as proposições avançadas pelo
teórico e historiador confirmarão ou negar um ao outro?
O teórico pode afirmar que o autor no passado estava envolvido em
um programa de teorização política idêntico ou muito parecido com
aquela sendo conduzida pelo teórico no presente; para que o autor
linguagem pode ser citado, citado ou parafraseado como linguagem
empregada no empreendimento do teórico. O historiador examinará essa
afirmação. Vamos supor que ela ou ele seja capaz de entender um
programa de política teoria conduzida no presente, bem como de
reconstruir as linguagens em que programas de tipo semelhante foram
conduzidos no passado contextos. Tal historiador será, portanto, capaz de
pronunciar o a asserção do teórico é válida ou inválida. Se for o primeiro,
o idioma do autor anterior pode ser empregado no empreendimento do
teórico atual sem fazer violência ao primeiro (com o que o historiador,
como historiador, está preocupado principalmente); isto é, sem violentar
as intenções do autor anterior ou os significados das palavras usadas no
texto. Não é, em princípio, impossível que isso seja o resultado da
investigação do historiador.
Mas o negócio do historiador é então, não agora; com o que o autor
estava fazendo,4 com o que estava acontecendo e aconteceu quando o
texto foi escrito, publicado, lido e respondido. A preocupação do primeiro
é com os contextos, em vez de programas; com a multiplicidade de
contextos em que o texto pode ter tido significado e pode ter sido
intencional; com a diversidade de línguas (ou vocabulários conceituais) em
que foi lido e pode até ter sido escrito (já que os autores não são
incapazes de reconhecer multivalência e participando dela). A leitura do
texto pelo teórico portanto, foi um ato de seleção, uma decisão de ler o
texto como engajado em determinado programa, mesmo que o autor
comprove ter feito a mesma decisão. O historiador está interessado na
multiplicidade das coisas que aconteceram e os contextos em que
aconteceram, e provavelmente responder, mesmo no caso extremo em
que pode ser demonstrado que um autor escrevia em apenas um idioma e
estava envolvido em apenas um empreendimento, por perguntando se
essa é a única maneira pela qual outros leem e leram isso obras do autor.
Quando os textos sobrevivem à situação histórica em que foram Primeiro
escrito e lido, pretendido e compreendido, a probabilidade de uma
diversidade de efeito torna-se maior.
O teórico está realizando um ato de seleção em bases que não são
aqueles sobre os quais o historiador atua. Até agora supusemos uma
situação em qual esta seleção não levanta problemas para o historiador e
é até aceitável como uma afirmação histórica sobre o “significado” do
texto ou do autor, mas é metodologicamente interessante afastar-se
dessa suposição. Suponha em vez disso, o que o teórico está fazendo é
menos citação do que tradução; a remoção das palavras do autor de seus
significados e implicações em um contexto histórico passado para aqueles
que eles podem suportar em um contexto presente - um, isto é, definido
pelo empreendimento em que o teórico está engajado, e não por
qualquer outra situação linguística. A última estipulação implica que a
empresa é puramente teórica e não está sendo levado à prática, pois a
prática se passa em um mundo de múltiplos contextos e história. Dada
esta condição, no entanto, o teórico ainda pode ser questionado por que
o texto historicamente distante escolhido como objeto deste ato de
tradução. A resposta pode ser que aconteceu acidentalmente; o teórico
por acaso leu este texto, e acontece que sua linguagem se presta a esse
propósito teórico. a circunstância que o autor tinha intenções
semelhantes ou, alternativamente, que seu a linguagem pode ser assim
interpretada, ela própria é acidental; estamos em uma situação em que a
história é acidental, ou incidental, à teoria. Essas circunstâncias
hipotéticas, no entanto, implicam diferentes afirmações históricas; o
primeiro é sobre o autor atuando em seu momento histórico, este último
sobre a ação e momento do teórico. Este último afirma estar agindo
agora, fazendo uma declaração cuja validade não depende do contexto
histórico em qual é executado. Pode ser chamado de positivista no sentido
de que ultrapassa suas próprias condições de validação e apela apenas
para eles.
É claro que isso é totalmente justificável; é valioso montar
laboratórios e construir hipóteses sujeitas a validação em condições
rigorosamente controladas. Uma consequência comum da falsificação, no
entanto, é a descoberta que algo estava presente que o experimento não
previu ou conseguiu em excluir, e aqui o empreendimento de nosso
teórico pode ser o melhor para saber sua própria história; quais são
exatamente as condições que especifica e por que especificar estes e não
outros? Esta questão torna-se ainda mais premente à medida que
entramos nos domínios da prática e da história, onde as condições sob
quais e os contextos em que operamos nunca podem ser definidas com
finalidade. Aqui vamos além do simples diálogo entre teórico e
historiador, para além do problema da congruência entre o sentido de um
texto em o presente e os que gerou no passado. O historiador começou a
assemelhar-se a um conservador moderado pós-Burkean, lembrando-nos
que há sempre mais acontecendo do que podemos compreender em
qualquer momento e converter em teoria ou prática. Um tornou-se uma
espécie de teórico político por direito próprio, avançando e convidando
outros a explorar, a proposição de que a ação política e a sociedade
política devem sempre ser entendido em um contexto de narrativa
histórica. Há espaço, portanto, para consideração da historiografia como
um ramo do pensamento político e teoria, literatura e discurso.
O teórico, no entanto, pode ser imaginado usando informações
históricas, fazendo suposições históricas explícitas ou implícitas, ou
refletindo sobre os processos históricos, pois estes parecem relevantes
para o empreendimento na política teoria sendo conduzida.5 A questão
agora surge se essas operações são implicadas pelo método de
enquadramento e validação de declarações em que o teórico está
envolvido, ou se são incidentais ou acidentais a ele. Se o anterior, o
teórico está reivindicando fazer declarações históricas validadas em da
mesma forma que o historiador pratica, ou de outras formas que deve ser
definido e defendido. Se o último - e isso o historiador descobre mais fácil
de imaginar – a distinção entre “teoria política” e “teoria política”
pensamento” começou a desaparecer: isto é, o primeiro começou a
coexistir com outros modos de discurso político, e estamos reentrando no
mundo histórico em que os discursos interagem, modificando, mudando,
confundindo e distorcendo um outro. Há historiadores que estudam e
narram o que se passa neste mundo; é possível que haja uma ‘‘teoria
política’’ que mesmos fenômenos.

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