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CDD. 20.ed. 306.483

DINÂMICA DAS RELAÇÕES GRUPAIS:


ANÁLISE SOCIOMÉTRICA DE UMA EQUIPE DE HANDEBOL

Antonio Carlos SIMÕES*


Mário HATA*
Katia RUBIO*

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo identificar como uma equipe esportiva revela aspectos
internos de relações interpessoais de aproximação cultural, afetividade e ação de comando, apresentando
atletas com características comportamentais para liderar seus companheiros de grupo. O estudo foi
desenvolvido com 21 atletas de uma equipe masculina adulta de handebol, com idade cronológica acima dos
19 anos, com média em tomo de 23,8 anos. Os dados foram obtidos utilizando-se como instrumento o teste
sociométrico. As freqüências de escolhas emitidas e recebidas em relação a cada uma dos atletas levaram a
concluir que os indivíduos se baseiam em escolhas e rejeições pessoais, para ressaltar companheiros com
atributos pessoais, para liderar o grupo perante aspectos que envolvem aproximação cultural, afetividade e
ação de comando. Concluiu-se também, que a percepção que cada atleta tem de si mesmo em relação aos
demais companheiros, caracteriza atributos pessoais que distinguem diferentes perfis de atletas-líderes no
campo sócio-cultural, afetivo e de ação de comando.

UNITERMOS: Esporte de competição; Equipe; Atletas; Handebol; Atributos pessoais; Comportamento de


i

liderança; Relações interpessoais.

INTRODUÇÃO

Há, na época atual, um interesse grupais e pessoais entram em campo na arte de


constante com relação ao conhecimento dos ativar e persuadir os indivíduos, driblando as teses
problemas centralizados sobre as equipes de dos adversários e enfrentando a opimão pública.
diferentes esportes coletivos. Não apenas existe um Daí se pode dimensionar que as equipes esportivas
aumento de interesse por parte dos estudiosos do pertencem a um tipo diferenciado de grupo
esporte, mas também se multiplicam a participação humano, se organizando e operando com objetivos
de profissionais das áreas da sociologia e pré-determinados para responder com êxito às
psicologia no cenário dos diferentes tipos de exigências das competições em nível nacional e
esporte individuais e coletivos. Tais interesses internacional.
advêm do próprio fato dos problemas sócio- A coerência orgânica e funcional que
interativos, psicológicos, ideológicos e políticos se une “indivíduo-equipe-indivíduo” depende
configurarem como manifestações interligadas à decisivamente do intercâmbio de comportamento
valorização e à legitimidade dos indivíduos em mantido entre eles. Isso ilustra que é muito difícil
pertencer a uma equipe esportiva -manifestações um indivíduo enfrentar e interagir com as forças
que podem influenciar decisivamente a capacidade sociais estabelecidas pelo poder esportivo maior
de rendimento e de relacionamento vivenciado por em relação ao menor. Seja qual for o tipo de
técnicos e atletas. Aliás, pela força de um ideal de modalidade esportiva, a análise e conhecimento de
união, todo um jogo de interesses institucionais, equipes passa por um modelo de interpretação

Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo.

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relacionado coin o vínculo estabelecido entre acabam refletindo na “performance” de conduta de


“clubc-cquipc-indivíduo” e pelos fenômenos todos os seus membros.
psicossociais, sociodinâmicos e institucionais que As vitórias não deixam de
norteiam o individual com o coletivo c o coletivo sensibilizar o “espírito de grupo” o mesmo não
com o institucional. Dentre esses fenômenos, ocorrendo com as derrotas, que detonam relações
poderíamos destacar que as equipes comportam “conflitivas” entre a situação de coesão social e a
relações sociais e funcionais juntamente com as capacidade de rendimento coletivo. Lcwin (citado
“performances” de condutas pessoais de técnicos e por Chappuis & Thomas, 1988) defimu a coesão
atletas. 9 grupai como um conjunto de forças que atua sobre
E nesse sentido que se pode afirmar os componentes dos grupos para continuarem
que o relacionamento mútuo mantido pelos fazendo parte deles. Significa que as contribuições
indivíduos dentro das equipes é o ponto definidor básicas dos indivíduos ao comportamento coletivo,
do que denominamos de vínculo coletivo, portanto, ultrapassam os limites das relações interpessoais,
um compromisso dos indivíduos com um conjunto adentrando a legitimidade das relações interativas c
de valores c normas estabelecidas num ambiente, funcionais, cuja realidade existencial das equipes
que muda constantemente pelas exigências de encontra a suas razões no sentido profundo de
vencer a qualquer custo. Indubitavelmente, toda abertura, de disponibilidade e de consentimento
manifestação individual ou coletiva dispõe de hierárquico de natureza ética c moral,
mecanismos com diferentes quantidades de poder proporcionados por técnicos e atletas. Sc for
sobre as necessidades de superação e desejo de verdade que os componentes de uma equipe são
compromisso entre si, por si. de técnicos c atletas. agentes de produtividade e de uma “filosofia” de
Aliás, sob diferentes sistemas de idéias, valores, trabalho conjunto, tornar-sc-ia verdade, também,
métodos e operações provenientes da capacidade que técnico e atletas são personagens
de relacionamento dos dirigentes, técnicos e determinantes de como se processam as relações
atletas, as equipes se apresentam como fenômenos sociais c funcionais que ali ocorrem.
sociais de marcante universalidade, que Cagigal Alguns estudos abordados por Tajfcl
(citado por Rioux & Chappuis, 1979) postulou (1984) sugerem que somente atitudes interpessoais
serem paradigmas da vida humana distribuídos em positivas não são suficientes para a formação de
minisocicdadcs, face ao espírito c características de um grupo, já que cada indivíduo deve corresponder
personalidade de seus membros. às necessidades do grupo - a auto-expressão e
O caráter peculiar de cada equipe participação de todos. Pagés (1982) escreveu que
não deveria ser visto como um simples os grupos são conjuntos de pessoas que, pela
agrupamento de dirigentes, técnicos e atletas. Elas cultura, histórico individual c relações
se apresentam, conforme Simões (1990) como interpessoais, percebem de forma especial um
micro-sistcmas sociais de rendimento entre a conflito afetivo determinado por um conjunto mais
ideologia de liderança “Ideal próprio dos vasto de pessoas, das quais os indivíduos fazem
técnicos c a percepção dessa ideologia de liderança parte. Na verdade, a vida do grupo não se restringe
por parte do “Real equipe” dos atletas. Aqui, apenas à sua vida emocional. Anzicu (1993) os
encontramos tanto problemas de relacionamentos comparou a um envelope que faz os indivíduos
indi\ iduuis como coletivos, que traduzem, ainda, a ficarem juntos, representando mais que um
inobservância de uma coerência cm relação aos agregado humano, c enquanto não for constituído -
desejos de intervir na aquisição e desenvolvimento paradoxalmente - esse envelope vivo, como a pele
de valores, personalidade, independence que se regenera no corpo, possui dois lados: um
disposições cm situações cooperativas e voltado para o exterior (cultural, social) c outro
competitivas que vão além do “fair play” Diríamos para a realidade interna dos movimentos das
que são micro-sistcmas dos próprios clubes, uma projeções que os indivíduos fazem sobre si
vez que as equipes fazem parte deles e de próprios, e com as suas fantasias.
organizações estranhas ao próprio esporte, pois Em suma, o modelo ou imagem das
dificilmente encontramos exemplos de equipes equipes esportivas é mais espacial do que orgânico,
estruturalmente organizadas c eficientes no que tem coesão ou repulsão dos indivíduos cm
contexto do esporte de competição. O sucesso ou busca de objetivos pessoais e grupais. A direção
insucesso delas condiciona todo um conjunto de desse intercâmbio de comportamento reflete as
variáveis sócio-psicológicas, que por conseqüência forças sociais c psicológicas que levam as equipes
a mudanças consideráveis no contexto do esporte

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de rendimento. A padronização das relações não é Os conceitos parecem ilustrar que os atletas-líderes
meramente um dado dinâmico, mas um espaço de perseguem os mais variados tipos de
aprendizagem, que Pichòn-Rivière (1995) postulou comportamento de liderança para influenciar seus
implicar informação, emoção e produção para companheiros, em benefício da equipe e na
todos os indivíduos no grupo. Uma das suposições manutenção do seu poder dentro de um clima de
fundamentais é que as equipes são motivadas de confiança mútua. Os princípios inferidos nesses
forma implícita e explícita, pelas suas dimensões valores envolvem desde as características de
sociais e funcionais na superação dos múltiplos conduta pessoal dos líderes, até os diferentes
obstáculos que o esporte de rendimento coloca no estilos e/ou esteriótipos comportamentais que
caminho das equipes. Vale dizer que seus membros possam caracterizar um atleta ou técnico como
se aceitam mutuamente para trabalhar líder. Jesuíno (citado por Sidónio, Pataco & Santos,
conjuntamente - portanto, toda equipe representa 1991) demonstrou que a subjetividade de
um modelo de consolidação das ações dos seus comportamento dos líderes está relacionada às suas
membros. Aliás, a literatura tem mostrado que a personalidades, mais especificamente, em situações
posição e o prestígio atribuídos às equipes bem particulares. ,
sucedidas tendem a preservar as suas imagens num E provável que em termos de
campo em que a grande maioria das pesquisas são relações sociais, execução de tarefas e integração
polarizadas em função dos diferentes métodos de grupai, alguns atletas mais sensíveis ao “vencer a
preparação física, técnica e tática. qualquer custo” se convertem em líderes de ação
Paulatinamente vamos entrando de comando para dotar seus companheiros de
naquilo que comumente é chamado de dinâmica responsabilidade em prol do êxito coletivo. Outros
grupai - aquela dinâmica social e funcional com mais ligados aos problemas de natureza
vistas a uma melhor adaptação às exigências de psicológica, se convertem em líderes pacificadores
formação e de desenvolvimento das equipes no de conflitos e tensões emocionais, numa tentativa
mundo dos esportes coletivos. Afinal, a de unir os companheiros em tomo de um clima
importância que os líderes (técnicos, atletas) ambiental de confiança mútua. Um terceiro tipo de
desempenham frente aos companheiros de grupo, liderança poderia ser estabelecido com base na
pode determinar o equilíbrio e o desequilíbrio entre aproximação cultural entre os atletas - indicador na
a capacidade de produtividade técnico-tálica e o sensibilidade dos elementos que marcam a
processo do intercâmbio de comportamento rivalidade, diversidade de interesses e manutenção
vivenciados pelos indivíduos. de vínculos no âmbito das relações sócio-culturais,
ideológicas, econômicas e políticas dentro das
equipes. Assim, a eficiência das equipes
CONFIGURANDO O PROCESSO DO dependeria do secretismo das suas relações como
INTERCÂMBIO COMPORTAMENTAL DAS um modelo de realidade social. Por isso, em razão
EQUIPES dos fatores intervenientes de ordem externa à
equipe (clube, mídia, públíco) e dos internos
Como visto, toda equipe se apresenta (estrutura orgânica e funcional), que refletem
no esporte como um micro-sistema social, cujo sempre conceitos distintos - alguns restritos à
elemento definidor é a capacidade de “performance” de conduta pessoal de dirigentes,
produtividade, implicando assim o papel apurado técnicos e atletas entre si e pela equipe como um
de técnico e atletas de uma dada equipe, todo organizado. Entre as razões para esse
conseqüentemente, a uma dada sociedade como um conhecimento, estão as análises de grupo e/ou
macro-sistema social que interfere sobre o dinâmica grupai - amplamente exploradas pelos
comportamento dos clubes, equipes e indivíduos. psicólogos sociais.
No entanto, a capacidade de interagir e produzir, A rigor, Sherif & Sherif (citado por
que são elementos essenciais do êxito coletivo, são Brawley & Martin, 1995) enfatizaram que a
interdependentes de um conjunto de fatores dinâmica grupai é um estudo científico das
institucionais, grupais, individuais e de condições experiências e comportamentos individuais
situacionais ligadas com aproximação cultural, relacionados com as situações sociais. Daí a
afetividade e ação de comando dentro das equipes. necessidade de se pesquisar as equipes esportivas a
Nesses termos, o comportamento de liderança dos partir da auto-expressão e participação de técnicos
técnicos e atletas poderia assegurar todo o processo e atletas, uma vez que o estudo de qualquer equipe
de coesão social, afetivo e operacional das equipes. é a própria compreensão da sua dinâmica interativa

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e funcional. Qualquer que seja o esquema inquestionavelmente superiores às dos demais.


conceituai apresentado sobre elas, devemos levar Exemplo disso, é que analisando a relação entre
em conta o modelo que enquadre os atletas entre si, coesão social e eficácia coletiva, Spink (1990)
com o técnico e com a equipe. Weinberg & Gould concluiu que avaliações específicas cm grupos
(1995) escreveram que, distinguir entre “coesão coesos estão positivamente correlacionadas com a
grupai para as relações humanas e para execução eficácia coletiva cm equipes de alto nível, o mesmo
de tarefas, envolve inúmeros problemas sobre o não ocorrendo cm relação às equipes menos
termo justamente por conta dos fenômenos sociais competitivas. A proposição de que uma equipe de
que surgem com a existência do grupo. Organizar handebol também mantém seu próprio perfil
essas diversidades dentro de uma equipe esportiva, comportamcntal, atribuindo um significado para
demandou o agrupamento de algumas variáveis cada atleta que traz consigo modelos de conduta
comportamentais que poderiam aproximar e/ou pessoal em relação aos demais companheiros,
afastar os atletas entre si. Afinal, o esforço dessas poderia ser equacionada pela regra de que, dentro
relações se resumiria cm virtude da aproximação dela, surgem atletas com capacidade de serem
cultural, afetividade c ação de comando entre os identificados como líderes cm relação às
atletas, que remetem a características dimensões aproximação cultural, afetividade c ação
comportamentais de indivíduos com capacidade de de comando. Consideremos aqui o tema “dinâmica
exercer a arte de liderar seus companheiros. das relações grupais” dentro de uma equipe de
Basicamente, o processo de handebol, como constituída de “performances” de
rendimento de uma equipe consiste cm usar a conduta pessoais compartilhando valores, idéias c
estrutura de relacionamento e sentimento pessoais “espírito de grupo” dentro de uma mesma estrutura
de atleta para atleta, que podem garantir o orgânica e funcional que, conforme Antonclli &
ajustamento ou isolamento de qualquer um. Como Salvini (1978), não seria um conjunto
nessa estrutura o atleta é o agente que mais indifcrcnciado nem desordenado de dinâmica, mas
trabalha em prol do “Ideal próprio” dos técnicos, um sistema que tende à racionalização específica
ele poderá ser também o mais forte cm ativar e das tarefas e dos procedimentos exigidos dos seus
persuadir os companheiros de grupo. Por isso, é próprios objetivos.
importante escolher como grupo uma equipe cujo Gill (1986) enfatizou que a interação
sistema orgânico e funcional seja confiável. Isto é a chave para caracterizar um grupo enquanto tal,
reforça o pensamento de Cralty (1984) de que a pois as equipes esportivas são exemplos naturais de
dinâmica grupai pode ser considerada como uma grupos que necessitam de apoio na forma de
terapia em nível de sentimentos interpessoais, já suporte social c na pressão da rivalidade entre
que uma luta acirrada acontece entre os indivíduos companheiros de grupo. Sc por um lado, as
em busca de posições de destaque portanto, pesquisas sobre os grupos esportivos envolvem
podendo levar uma equipe a possuir um clima ordenação c concciluação de fatores psicossociais,
ambiental conílitivo, especialmente se não tiver por outro, o simples fato dos atletas se
lideranças efetivas. O fato delas aceitarem c/ou identificarem mutuamente cm torno da
rejeitarem indivíduos sugere que estão aproximação cultural, afetividade c de ações de
fundamentadas cm padrões definidos de liderança efetiva, é um sinal de que poderíamos
organização, canais de comunicação c métodos de determinar ou diferenciar os possíveis líderes cm
procedimentos com as relações de aproximação função daquelas dimensões psicossociais dentro de
cultural, afetividade e ações de comando das uma equipe de handebol, que se preparava para um
lideranças, uma vez que a identidade social, grande evento esportivo mundial.
pessoal e interdependência com quem mais ou
menos gostam de conviver, treinar e jogar estão
presentes como verdadeiros intrumentos de poder OBJETIVOS DO ESTUDO
grupai.
O estar “unido” não significa que Geral
uma equipe esteja consciente e coesa em tomo de
seus objetivos comuns. Até que ponto um atleta Procurou-se caracterizar que uma
estaria comprometido com seus companheiros, é equipe esportiva revela como características
um enigma para todos os analistas e especialistas aspectos internos de relações interpessoais de
da área do esporte de competição. Talvez porque aproximação cultural, afetividade e ação de
os atletas pensem que suas ações individuais sejam comando, apresentando atletas com características

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comportamentais para liderar seus companheiros mantidas pela equipe antes do evento esportivo.
de grupo. Talvez, a característica mais importante desse
acompanhamento foi que os atletas foram
»

Específico esclarecidos de que o estudo não tinha uma posição


para divulgar nominalmente os sujeitos da pesquisa
a) Organizar e interpretar através do à sociedade. Portanto, não houve perda de
teste sociométrico, as relações interpessoais em nenhuma das respostas envolvendo as questões
nível de aproximação cultural, afetividade e ação inseridas no instrumento aplicado junto aos atletas
de comando, mantidas pelos atletas dentro de uma daquela equipe de handebol. Todos os
equipe de handebol de alta “performance”; instrumentos foram preenchidos como constituídos
b) Identificar e comparar as posições de opiniões subjetivas, tanto na escolha do
sociométricas individuais entre os atletas com mais primeiro quanto na escolha do segundo
semelhanças entre si, e aqueles que possuem companheiro de grupo, para diferenciação de
atributos pessoais para liderá-los perante as papéis com relação às variáveis aproximação
dimensões comportamentais de aproximação cultural, afetividade e ação de comando.
cultural, afetividade e ação de comando.
*
Os dados foram analisados através
das freqüências (maior, menor, média) atribuídas
pelos atletas àqueles companheiros com quem mais
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ou menos se identificavam na equipe dentre o
conjunto de respostas obtidas junto aos 21 sujeitos
Foram pesquisadas opiniões de da pesquisa. As freqüências foram distribuídas
atletas de uma particular equipe adulta, do sexo sobre círculos concêntricos, indicando que o
masculino, representativos de uma equipe círculo central seria o núcleo das maiores
brasileira de alta “performance” Não foram freqüências atribuídas a um companheiro de grupo,
consideradas diferenças sócio-econômicas, tanto na primeira quanto na segunda escolha. No
ideológicas e políticas dos atletas, onde se poder- círculo intermediário, os atletas com freqüências
se-ia observar influências interpessoais. médias recebidas, e no círculo externo, os atletas
Generalizações dos resultados devem ser vistas com menores freqüências de escolha, ficando claro
com a devida cautela dessa delimitação. que os atletas situados no centro dos círculos,
seriam os líderes de aproximação cultural,
afetividade e ação de comando - atletas-líderes, que
PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
#
poderiam desempenhar um papel importante na
arte de ativar e influenciar os companheiros em
O estudo foi desenvolvido com 21 prol das ações comuns do grupo.
atletas de uma equipe masculina adulta de
handebol, em fase final de treinamento para o
torneio mundial da modalidade, com idade APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS
cronológica acima dos 19 anos de idade, com RESULTADOS
média de idade em tomo de 23,8 anos. Os dados
foram obtidos através de instrumento elaborado por Sob o dclincamento estabelecido de
Moreno (1972) - o teste sociométrico (“socius”= que a coesão social c operaüva constitui a base
social; “metrum”= medida), que é o estudo explicativa da funcionalidade de uma equipe de
matemático de características psicológicas dos handebol, falando-se de aproximação cultural,
conjuntos sociais a partir de métodos quantitativos. afetividade e ação de comando, cremos que foi
Foi perguntado aos atletas, quem entre todos os definido todo um conjunto de manifestações
companheiros da equipe, ou especialmente, quais humanas em tomo daqueles companheiros com
os dois companheiros (ordem de preferência um e quem mais e menos os atletas se identificavam,
dois) escolheriam para: a) compartilhar idéias, naturalmente, decorrente do fato dos atletas
valores e estabelecer relações interpessoais de distinguirem alguém com característica(s)
aproximação cultural; b) relações sócio-afetivas; e comportamental(is) de líder(es) em suas
c) ser capitão da equipe com êxito. manifestações pessoais perante o grupo. As
O instrumento foi aplicado durante a freqüências obtidas dentro daquela equipe, nos
fase final dos treinamentos, após o levaram a algumas posições sociométricas
acompanhamento de todas as fases anteriores estabelecidas pelos atletas em relação aos

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companheiros que desempenhavam papéis a própria valorização do modelo interacionista das


fundamentais na formação e evolução da equipe - equipes esportivas. Goffman (1996) escreveu que
papéis e funções que poderiam combinar atributos qualquer indivíduo pode gerar conflitos por uma
pessoais com perfis de líderes frente aos “performance” de conduta inadequada, pois que
companheiros de equipe. Por essa razão, os atletas tem de confiar na conduta dos demais
estariam se posicionando com relação à capacidade companheiros. A representação das posições
que alguns atletas têm de liderar indivíduos e sociométricas dos atletas em fimção da estrutura
equipe para conseguir objetivos. Daríamos como social de aproximação cultural, estão apresentadas
compreendido nessa estrutura orgânica e funcional na FIGURA 1.

freqti encia maior ncia menor

FIGURA 1 - Representação das posições sociométricas em aproximação cultural.

Analisando os níveis de freqüências atletas têm de suas próprias habilidades,


atribuídos pelos atletas aos dois companheiros em motivações e clima ambiental em que trabalham.
que eles viam mais semelhanças para liderar a A compatibilidade de relação “atleta-
equipe, observou-se que o “atleta 3” recebeu a líder-liderados” indicaria que existe uma relação
maior freqüência de escolha, o mesmo não interativa confiável de tomada de decisão dentro da
ocorrendo coin a segunda opção. equipe. É bem provável que o “atleta 3” possuía
Conseqüentemente, os atletas configuraram uma condições intelectuais que satisfizesse aos
estrutura de relações interpessoais com os interesses de grande parte dos companheiros de
parâmetros sociais, ideológico e políticos, que grupo. Daí ser possível afirmar que o tipo de
designaram o “atleta 3” com características para liderança exercido por ele era um referencial
liderar a equipe em nível de aproximação cultural. fundamental, no amplo sentido de relacionamento
E importante fixar que cada atleta possuía a sua total com o processo de aproximação cultural. Em
própria visão sobre o comportamento dos demais outras palavras, o relacionamento sócio-cultural da
companheiros, por isso se identificavam com as equipe era potencialmente capaz de identificar, de
condições ambientais, e fundamentalmente, com a forma clara, atletas que fundamentavam suas
conduta de comportamento dos líderes. Significa atitudes e ações com “performance” de conduta
que o “atleta 3” devia assumir um comportamental pessoal de liderança em beneficio não só do
de liderança no campo de aproximação cultural, já técnico, senão dos próprios atletas que compunham
que houve em primeira opção, convergência da a equipe frente aos adversários. O líder é,
maioria das freqüências em tomo do seu nome. freqüentemente, alguém percebido pelos
Isso reforça os conceitos estabelecidos por Andree companheiros e revestido de grande importância
& Whitehead (1996), de que as metas de um grupo para a “performance” da equipe, que Chelladurai
esportivo estão fundamentadas na percepção que os (1990) escreveu estar fundamentada na satisfação

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de seus membros e num modelo multidimensional comunicar sentimentos de auto-expressão e


de liderança com comportamentos requeridos, participação. A representação das posições
preferidos e presentes. sociométicas que caracterizam os atletas que mais
Certamente, as freqüências atribuídas ou menos se identificam dentro do processo sócio-
pelos companheiros ao “atleta 3” nos afetivo dentro da equipe, estão apresentados na
proporcionam dados quantiílcáveis sobre padrões FIGURA 2. As freqüências atribuídas pelas
de aceitação ou rejeição existente dentro daquela posições sociométricas dos atletas nos mostram
equipe. Tanto é verdade, que nenhum outro atleta que a maioria das freqüências de escolha recaíram
foi indicado com características comportamentais sobre o “atleta 2” Isso significa que esse atleta
de liderança, em segunda opção. Poder-se-ia, pode possuir atributos pessoais para exercer um
inclusive, hipotetizar que entre a primeira e a comportamento de liderança afetiva que influencia
segunda opções não existe posições sociométricas os demais companheiros a enfrentar seus
que identifiquem um segundo líder em problemas sócio-afetivos dentro do grupo.
aproximação cultural. Logo, o “atleta 3” Observou-se, também, que não houve em segunda
representava o sentimento do “nós” que cada um opção, convergência de escolhas para caracterizar
dos atletas sentia em relação à liderança dentro
»
um segundo líder no campo sócio-afetivo. Isso
daquela equipe de handebol. Não se pode esquecer pode ser entendido, inicialmente, pela própria
que o sentimento do “nós” não só assegura natureza do intercâmbio comportamental quanto à
posições, papéis e funções, como mantém um identidade das relações pessoais e quanto ao clima
vínculo de solidariedade e respeito humano, que ambiental que inclue certas situações do cotidiano
também pode depender, conforme Chappuis & no comportamento indicativo de amizade,
Thomas (1988), das posições assumidas pelos reciprocidade mútua e respeito humano - reforçado
atletas, já que trazem para o grupo, concepções pelos papéis dos atletas e de outras características,
determinadas de um modelo de conduta social tais como traços de personalidade e emoções que
precedente de suas origens. devem instigar as intervenções individuais e
Em vista disso, toma-se necessário coletivas. A posição e o prestígio social atribuídos
que os atletas se adaptem à equipe, aproveitando o pelos atletas a um companheiro de grupo bem
potencial sócio-afetivo do grupo e minimizando as sucedido, tendem a preservar seus atributos
relações “negativas” de forma que todos possam pessoais de auto-confiança e de liderança.

ncia maior ncia média meia menor

FIGURA 2 - Representação das posições sociométricas dos atletas em afetividade.

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Essa representação traduz um “jogo” estabelecimento no grupo de sistemas coletivos de
de relações interpessoais capaz de desencadear defesa contra a angústia de separação, que tem por
preocupação nos processos de fonnação, evolução função expressar indiretamente a angústia e o laço
e de um clima ambiental condizentes com os de união grupai, e defendendo seus membros
sentimentos dos atletas. Indubitavelmente, a contra eles. A partir daí é provável que, segundo as
essência das tonalizações afetivas recai freqüências observadas na FIGURA 2, as
especialmente na natureza do vínculo coletivo, e qualidades pessoais do “atleta 2”, poderiam ser
isso não se consegue individualmente. Se o “atleta vistas como um elo de ligação sócio-afetiva entre
2” conseguiu atrair o entusiasmo dos seus os membros na composição social do grupo, como
companheiros é porque possuía atributos pessoais um todo organizado.
que se identificam com o clima sócio-afetivo da A situação gerada pelo “atleta 2”
equipe. Segue que os diferentes aspectos sócio- como agente social afetivo, foi resultado de um
afetivos manifestam-se ao contrário de outras clima de solidariedade, que se impôs como uma
características pessoais, de maneira espontânea, e força social impulsora, que motiva e modifica
nem sempre são manifestadas (deliberadamente) costumes e valores pessoais, inicialmente, no
pelos membros de uma equipe esportiva. Talvez o ambiente de trabalho e convivência da equipe e,
significado mais amplo desse processo seja a posteriormente, na vida privada de cada um. Poder-
descoberta, por parte dos atletas, de gostar, sentir e se-ia dizer que o “atleta 2” assumiu um papel de
trabalhar conjuntamente. liderança que não se baseia apenas em suas
Tudo isso, naturalmente, seria o habilidades técnicas, mas em suas manifestações
núcleo afetivo cuja ênfase reside, conforme Pagés comportamentais de afetividade para com os
(1982), na experiência das relações sociais. É um companlierios de grupo. Uma vez que a inter-
dos pilares de sustentação do equilíbrio da relação entre os atletas se toma fundamental para a
estrutura social das equipes, onde cada um dos formação e desenvolvimento da estrutura orgânica
indivíduos enfrenta, no plano inter-pessoal, o e funcional de uma equipe, as ações de comando
companheiro com quem prefere manter boas mantidas pelo capitão são básicas para o processo
relações sócio-afetivas, e os que ele rejeita. Em cooperativo do grupo, tendo em vista que o capitão
nível mais profundo, a relação é vivida como um pode definir e organizar o conjunto de ações
sentimento de solidariedade na separação sentida individuais dentro da quadra de jogo. Tais
como angústia. O laço de união grupai é, portanto, hipóteses sugerem que a ação de comando pode
baseado num sentimento inconsciente de refletir os interesses de todos os membros da
solidariedade com todos, unido ao sentimento de equipe. As freqüências atribuídas pelas posições
separação mútua. A solidariedade assim definida sociométricas dos atletas em tomo da escolha do
raramente é consciente - manifesta-se de fato pelo capitão aparecem na FIGURA 3.

FIGURA

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Vemos que as figuras retratam as enfatizadas por muitos estudiosos (Chappuis &
freqüências atribuídas pelos atletas à categorização Thomas, 1988; Cratty, 1984; Spink, 1990) que
de papéis voltada para os indivíduos com consideram o comportamento subjetivo dos líderes
características pessoais para ser o líder de ação de em relação a sua personalidade e, mais
comando da equipe. Diríamos que o “atleta 12” especificamente, em situações grupais.
devia possuir habilidades pessoais para manter o Dentro dessa perspectiva, o “atleta
“espírito de grupo”, reforçando os argumentos de 12” devia ter qualidades e atributos pessoais que
Hippolyte et alii (citado por Brandão, 19%) de que possibilitarim atrair, em tomo de si, os seus
o capitão precisa ter confiança e respeito dos companheiros de equipe e de satisfazer uma série
demais membros da equipe. As posições assumidas de necessidades individuais que, às vezes, frustram
pelos atletas serviram para legitimar a e/ou facilitam o intercâmbio de comportamento
categorização dos papéis dos indivíduos com poder mantido entre os atletas dentro de uma equipe
para equilibrar ou resolver problemas sócio- esportiva. Isso eqüivale a dizer que, à medida em
interativos e funcionais dentro da equipe. Isso que os atletas de uma determinada equipe esportiva
reflete as tendências pragmáticas de como os cooperam para manter uma impressão, permitindo
capitães são escolhidos. Cratty (1984) diz que são a explicitação da tarefa e a participação através
escolhidos pelas suas capacidades de influenciar o dela, permitindo não só sua compreensão, mas
grupo a ter um melhor desempenho tanto no também sua execução, constitui, aquilo que
aspecto técnico quanto no social. Pichòn-Rivière (1991) denominou grupo.
Aliás, o intercâmbio de
comportamento mantido pelos líderes e liderados é
um processo contínuo de manifestações pessoais CONCLUSÕES
sobre os problemas que permeiam o ajustamento
sócio-funcional dos atletas entre si. Samulsky Como vimos pelas posições
(1992) escreveu que quanto mais poder a posição sociométricas, uma equipe esportiva promove
de líder oferece, mais favorável toma-se a situação interações que nos ajudam a compreender como
para ele, destacando três dimensões para a seus membros se inter-relacionam com os
favorabilidade do líder: a) as relações afetivas do acontecimentos estabelecidos pelas relações sócio-
líder com o grupo; b) a estrutura da tarefa; e c) a interativas em função da aproximação cultural,
posição de poder. As relações afetivas do líder afetividade e ação de comando. Vale lembrar que
com o grupo têm sido assumidas como sendo de os dados obtidos centralizam “núcleos de
grande efeito nas situações favoráveis. O líder que liderança” que demonstram que os indivíduos são
é respeitado e querido pode obter o consentimento percebidos pelos demais com atributos de uma
do grupo em relação às suas decisões, sem o posição de líder, sendo que o grau de
exercício do poder, podendo dessa forma agir mais relacionamento com os demais e seu
decisivamente e com mais confiança do que o líder comportamento, são capazes de assumir papéis de
que não é querido ou é rejeitado pelos membros do lideranças significativas com o processo de
grupo. A estruturação da tarefa é aceita como aproximação cultural, afetividade e ação de
outro fator que favorece uma situação para o líder. comando. Daí o sentido de alguns atletas
Isso implica a boa estruturação da proposta de chamarem a atenção dos demais em função de suas
trabalho, com a indicação clara dos procedimentos habilidades para influenciar e liderar uma equipe -
específicos para que os objetivos sejam alcançados. sentido de como os atletas se sentem em relação
A posição de poder é considerada como o terceiro aos demais, reforçando a tese de que as equipes
fator determinante, uma vez que essa condição está esportivas distinguem líderes e “não-líderes”, na
relacionada a autoridade do líder sobre o grupo, auto-avaliação de suas posições no grupo.
bem como o apoio que o primeiro recebe do Talvez, o significado mais amplo dos
segundo, constituindo uma relação bi-direcional. resultados obtidos nesse estudo seja a descoberta
O caráter unificado do de que, dentro de uma equipe de handebol, os
comportamento grupai seria reforçado, conforme atletas distinguem companheiros com perfis
Turner (1984), pelas funções exercidas pelos comportamentais de lideranças quanto à força do
indivíduos e por outras características (traços de líder de ação de comando e quanto à natureza das
personalidade, atributos pessoais), que devem relações humanas em tomo da aproximação
instigar as ações comuns. Essas características cultural e afetividade. Isso eqüivale a dizer que as
comportamentais assumidas por líderes são freqüências (maior, média, menor) atribuídas e

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recebidas representam que os atletas identificaram que os atletas podem fornecer, com relativo
uma tríplice liderança dentro da equipe. Foi sucesso, as posições que ocupam e/ou julgam
caracterizado um líder de aproximação cultural, um ocupar como destaques nas suas intervenções como
líder afetivo e um líder de ação de comando. líder ou liderados, uma vez que toda situação
Portanto, a diferença entre os estilos de requer talento especial para enfrentá-las e resolver
comportamento de liderança se baseiam no grau de os problemas que surgem na formação e
reciprocidade no âmbito das relações interpessoais desenvolvimento de uma equipe de alta
quanto à aproximação cultural, à afetividade e à “performance”
ação de comando do capitão da equipe -
evidenciando que existem grandes tendências de

ABSTRACT

DYNAMICS OF GROUP RELATIONSHIP:


SOCIOMETRIC ANALYSIS OF A HANDBALL TEAM

The purpose of this study was to identify if social behavior of a handball team may be analyzed
by a tridimensional model involving cultural proximity, affection and initiative action of leadership. The
instrument for data collection was the sociometric questionnaire with 21 handball players, with mean age of
23.8 years old. The results obtained were capable to provide immediate feedback about athlete’s perception of
their co-workers performance. It was also concluded that there was a relationship between athletes’ choices
and the degree of cultural proximity and affectionate and initiative action. The perception each athlete lias of
himself and in regard to his team mates caracterize personal attributes that distinguish different profiles of
leader athletes in the socio-cultural, affection and guidance domains.

UNITERMS: Athletes; Sport team; Handball; Personal characteristic; Leadership.

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Recebido para publicação em: 26 ago. 1997


Revisado em: 22 out 1998
Aceito em: 18 nov. 1998

ENDEREÇO: Antonio Carlos Simões


Departamento de Esporte
Escola de Educação Física e Esporte - USP
Av. Prof. Mello Moraes, 65
05508-900 - São Paulo - SP - BRASIL
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