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- DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA – TÍTULO VII

- CAPÍTULO I – DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO -


(ARTIGOS 235 A 240 CP).

- PREVISÃO CONSTITUCIONAL DA FAMÍLIA

A FAMÍLIA, BASE DA SOCIEDADE, PODE SER VÍTIMA DE


CRIMES E MERECE PROTEÇÃO DO ESTADO.

O ARTIGO 226 DA C.F. DISPÕE QUE A FAMÍLIA, BASE DA


SOCIEDADE, TEM ESPECIAL PROTEÇÃO DO ESTADO.

O PARÁGRAFO PRIMEIRO DIZ QUE O CASAMENTO É CIVIL E


GRATUITA A CELEBRAÇÃO.

O PARÁGRAFO SEGUNDO ESTABELECE QUE O CASAMENTO


RELIGIOSO TEM EFEITO CIVIL, NOS TERMOS DA LEI.

O PARÁGRAFO TERCEIRO DISPÕE QUE PARA EFEITOS DA


PROTEÇÃO DO ESTADO, É RECONHECIDA A UNIÃO ESTÁVEL
ENTRE HOMEM E MULHER COMO ENTIDADE FAMILIAR,
DEVENDO A LEI FACILITAR SUA CONVERSÃO EM
CASAMENTO.

NO DIREITO PENAL, ALGUMAS CONDUTAS FORAM


SELECIONADAS PELO LEGISLADOR COMO AS MAIS GRAVES,
PARA FINS DE TIPIFICAÇÃO.

- BIGAMIA – ARTIGO 235 CP

Conceito: pessoa casada no civil que contrai novo casamento


no civil (caput) ou pessoa que sabe que seu parceiro é casado
no civil e mesmo assim casa com o mesmo (parágrafo
primeiro)

- SUJEITO ATIVO

SOMENTE PESSOA CASADA


- SUJEITO PASSIVO

PRIMEIRO – ESTADO – SEGUNDO – CÔNJUGE DO PRIMEIRO


CASAMENTO E TERCEIRO – DO SEGUNDO CASAMENTO,
DESDE QUE NÃO SAIBA.

- OBJETO JURÍDICO PROTEGIDO

PROTEÇÃO CASAMENTO MONOGÂMICO

- OBJETO MATERIAL PROTEGIDO

CASAMENTO

- ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO:

CONTRAIR CASAMENTO –

OBS: AQUI, EMBORA CF RECONHEÇA UNIÃO ESTÁVEL COMO


ENTIDADE FAMILIAR, PARA FINS DE PROTEÇÃO DO ESTADO,
NÃO HAVERÁ CRIME DE BIGAMIA NA UNIÃO ESTÁVEL
(ARTIGO 226, PARÁGRAFO 3, CF) BIGAMIA TEM DE SER
CASADO CIVILMENTE PARA CONFIGURAÇÃO DO CRIME E
NÃO UNIÃO ESTÁVEL.

- PENA –

2 A SEIS ANOS DE RECLUSÃO.

- PARÁGRAFO PRIMEIRO, DO ARTIGO 235, CP:

- AQUELE QUE NÃO CASADO, CONTRAI CASAMENTO COM


PESSOA CASADA, SABENDO DESSA CONDIÇÃO.

PENA – RECLUSÃO OU DETENÇÃO DE UM A TRÊS ANOS.

SE NÃO TEM CIÊNCIA QUE A OUTRA PESSOA É CASADA, NÃO


HÁ CRIME, ERRO DE TIPO (ARTIGO 20, CP).

AQUI, TRAZ UM CRIME PUNÍVEL COM PENA MENOR,


QUEBRANDO A REGRA PREVISTA NO ARTIGO 29, CP, DO
CONCURSO DE AGENTES, EM QUE A PENA É A MESMA, A
TODOS, RESPONDENDO DENTRO DA SUA CULPABILIDADE, O
QUE DEMONSTRA A INTENÇÃO DO LEGISLADOR EM PUNIR
COM MAIOR RIGOR AQUELE QUE CASADO CONTRAI NOVO
CASAMENTO.

- ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO DO TIPO:

NÃO HÁ

- ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME –

DOLO

- DA TENTATIVA –

ADMISSÍVEL, EMBORA DE DIFÍCIL CONFIGURAÇÃO. COMO


PARA A CELEBRAÇÃO OFICIAL, HÁ PROCLAMAS, PODE
OCORRER DE SER DETECTADO NESSE MEIO TEMPO

AÇÃO PENAL:

PÚBLICA INCONDICIONADA

- CONSUMAÇÃO –

QUANDO DA CELEBRAÇÃO DO SEGUNDO CASAMENTO.

- PARTICIPAÇÃO NO CRIME DE BIGAMIA DE TERCEIROS

TESTEMUNHA QUE TEM CIÊNCIA DO CASAMENTO ANTERIOR


E DECLARA QUE NÃO EXISTE IMPEDIMENTO, PODE
RESPONDER POR PARTÍCIPE NO CRIME DE BIGAMIA.

PARTICULARIDADES: PARÁGRAFO SEGUNDO, DO ARTIGO


235, CP – ANULAÇÃO DE UM DOS CASAMENTOS – “TESE DE
DEFESA”

CAUSA DE EXCLUSÃO DA TIPICIDADE. INEXISTÊNCIA DO


CRIME - SE O PRIMEIRO CASAMENTO FOR
POSTERIORMENTE ANULADO OU O SEGUNDO, POR MOTIVO
QUE NÃO A BIGAMIA, CONDUTA ATÍPICA – EFEITO “EX TUNC” -
PRECISA DE SENTENÇA QUE DECLARE A NULIDADE DO
CASAMENTO NO CÍVEL PARA EXCLUSÃO DA TIPICIDADE.
- CLASSIFICAÇÃO:

- PRÓPRIO – SUJEITO ATIVO ESPECIAL – PESSOA CASADA

DE CONCURSO NECESSÁRIO – NECESSIDADE DE PELO


MENOS MAIS UMA PESSOA

- INSTANTÂNEO DE CARÁTER PERMANENTE – CONSUMAÇÃO


SE DÁ NO MOMENTO QUE CONTRAI SEGUNDO CASAMENTO,
BÍGAMO. E O EFEITO PERDURA COM O PASSAR DO TEMPO,
PARECENDO PERMANENTE

- COMISSIVO – PRATICADO POR UMA AÇÃO

- PLURISUBJETIVO – COMETIDO POR MAIS DE UMA PESSOA


(NÃO HAVENDO NECESSIDADE DE PUNIÇÃO DE TODOS)

- DE FORMA VINCULADA – COMETIDO DA FORMA PREVISTA


EM LEI (CONTRAIR CASAMENTO)

- PLURISUBSISTENTE- VÁRIOS ATOS (PROCLAMAS)

CRIME DE RESULTADO/MATERIAL – POSSUI UM RESULTADO


NATURALÍSTICO - SE NÃO HÁ TENTATIVA, SE PREVISTA EM
LEI – PRINCÍPIO DA EXCEPCIONALIDADE DO CRIME
CULPOSO.

- INDUZIMENTO A ERRO ESSENCIAL E OCULTAÇÃO DE


IMPEDIMENTO – ARTIGO 236, CP.c

Conceito: tipifica o crime quando o agente contrai casamento com


pessoa induzindo a mesma a erro essencial sobre sua pessoa
( esconder sua identidade; fato de ter condenações anteriores; sua
má-fama, etc) ou ocultando (escondendo) impedimento, quer seja,
uma causa que não permita o casamento entre as partes
(parentesco em primeiro grau, por um exemplo, não pode casar pai
com filho, irmãos com irmãos, etc..) – VER ARTIGOS 1557 E 1521
CC.

- SUJEITO ATIVO
QQ PESSOA QUE SE CASE INDUZINDO O OUTRO EM ERRO
ESSENCIAL OU OCULTANDO IMPEDIMENTO

- SUJEITO PASSIVO

PRIMEIRO – ESTADO – SEGUNDO – PESSOA LUDIBRIADA

- OBJETO JURÍDICO PROTEGIDO

INTERESSE DO ESTADO NA REGULARIDADE DOS


CASAMENTOS CELEBRADOS

OBJETO MATERIAL PROTEGIDO

CASAMENTO

- ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO:

CONTRAIR CASAMENTO – INDUZINDO PESSOA A ERRO


ESSENCIAL – ARTIGO 1557, CC OU OCULTANDO
IMPEDIMENTO – ARTIGO 1521 C.C

- PENA –

6 MESES A DOIS ANOS DE DETENÇÃO

- ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO DO TIPO:

NÃO HÁ

- ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME –

DOLO

- DA TENTATIVA –

NÃO É ADMISSÍVEL, POR SE TRATAR DE CRIME


CONDICIONADO ( HÁ UMA CONDIÇÃO PARA A PUNIÇÃO DO
AGENTE, SER O CASAMENTO EFETIVAMENTE ANULADO
(PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 236, CP).

- AÇÃO PENAL:
AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA, SÓ PODENDO SER
INTENTADA PELO CÔNJUGE QUE SE SENTE ENGANADO –
NÃO CABE SUCESSÃO QUEIXOSA OU REPRESENTAÇÃO.

- CONSUMAÇÃO –

QUANDO DA CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO.

PARTICULARIDADES: PARÁGRAFO ÚNICO, DO ARTIGO 236,


CP – CRIOU UMA CONDIÇÃO OBJETIVA DE PUNIBILIDADE,
CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE

A AÇÃO PRIVADA, NÃO PODE SER INTENTADA, SENÃO APÓS


A SENTENÇA NO CÍVEL, TRANSITADA EM JULGADO, QUE
ANULE O CASAMENTO, EM DECORRÊNCIA DO IMPEDIMENTO
OU DO ERRO ESSENCIAL.

EX: PESSOA QUE SE CASA COM OUTRA SEM SABER DE UM


DEFEITO FÍSICO IRREMEDIÁVEL QUE POSSUE E PERMANECE
CASADO, NÃO HAVERÁ PUNIÇÃO.

- CLASSIFICAÇÃO:

PRÓPRIO – SUJEITO ATIVO ESPECIAL – PESSOA QUE TENHA


IMPEDIMENTO OU ERRO ESSENCIAL

- INSTANTÂNEO DE CARÁTER PERMANENTE – CONSUMAÇÃO


SE DÁ NO MOMENTO QUE CONTRAI SEGUNDO CASAMENTO.
E O EFEITO PERDURA COM O PASSAR DO TEMPO,
PARECENDO PERMANENTE

- COMISSIVO – PRATICADO POR UMA AÇÃO – INDUZIMENTO


OU OCULTAÇÃO

- PLURISUBJETIVO – COMETIDO POR MAIS DE UMA PESSOA


(NÃO HAVENDO NECESSIDADE DE PUNIÇÃO DE TODOS) –

- DE FORMA VINCULADA – COMETIDO DA FORMA PREVISTA


EM LEI (CONTRAIR CASAMENTO INDUZINDO OU OCULTANDO)

- PLURISUBSISTENTE- VÁRIOS ATOS (PROCLAMAS)


CRIME FORMAL – NÃO NECESSITA DE RESULTADO
NATURALÍSTICO –SATISFAZ COM CONDUTA HUMANA.

- CONHECIMENTO PRÉVIO DE IMPEDIMENTO – ARTIGO 237,


CP

CONCEITO: é quando uma pessoa contrai casamento


conhecendo a existência de um impedimento que lhe cause
nulidade absoluta, ou seja, sabendo que está impedido por lei.
– ver artigo 1521 cc e 1548, II, CC.

Ex; casa com um parente em primeiro grau ciente disso,


responde pelo artigo 237, CP.

OBS: se uma das partes ocultar o impedimento para o casamento


da outra, utilizando-se de emprego de fraude para enganar o
terceiro de boa-fé, responde pelo artigo 236 CP.

- SUJEITO ATIVO

QQ PESSOA QUE SE CASE CONHECENDO IMPEDIMENTO DA


LEI CIVIL

- COAUTORIA – SE AMBOS OS CONJUGES SOUBEREM DO


IMPEDIMENTO

- SUJEITO PASSIVO

PRIMEIRO – ESTADO – SEGUNDO – PESSOA QUE NÃO


CONHECIA O IMPEDIMENTO

- OBJETO JURÍDICO PROTEGIDO

INTERESSE DO ESTADO NA REGULARIDADE DOS


CASAMENTOS CELEBRADOS

OBJETO MATERIAL PROTEGIDO

CASAMENTO
- ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO:

CONTRAIR CASAMENTO TENDO CONHECIMENO DE


IMPEDIMENTO QUE GERE NULIDADE ABSOLUTA – (ARTIGO
1521, I A VII , C.C. ARTIGO 1548, II, CC)

- PENA –

DETENÇÃO DE TRÊS MESES A UM ANO

- AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

- ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO DO TIPO:

NÃO HÁ

- ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME –

DOLO

- DA TENTATIVA –

ADMISSÍVEL, VÁRIAS ETAPAS PROCLAMAS

- CONSUMAÇÃO –

QUANDO DA CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO.

- CLASSIFICAÇÃO:

- PRÓPRIO – SUJEITO ATIVO ESPECIAL – PESSOA QUE TENHA


CONHECIMENTO DE IMPEDIMENTO QUE CAUSE NULIDADE
ABSOLUTA

- INSTANTÂNEO DE CARÁTER PERMANENTE – CONSUMAÇÃO


SE DÁ NO MOMENTO QUE CONTRAI SEGUNDO CASAMENTO.
E O EFEITO PERDURA COM O PASSAR DO TEMPO,
PARECENDO PERMANENTE

- COMISSIVO – PRATICADO POR UMA AÇÃO –

- PLURISUBJETIVO – COMETIDO POR MAIS DE UMA PESSOA


(NÃO HAVENDO NECESSIDADE DE PUNIÇÃO DE TODOS) –
- DE FORMA VINCULADA – COMETIDO DA FORMA PREVISTA
EM LEI (CONTRAIR CASAMENTO TENDO CONHECIMENTO DE
IMPEDIMENTO)-

PLURISUBSISTENTE- VÁRIOS ATOS (PROCLAMAS)

CRIME FORMAL – NÃO NECESSITA DE


RESULTADONATURALÍSTICO – SATISFAZ COM CONDUTA
HUMANA.

- SIMULAÇÃO DE AUTORIDADE PARA CELEBRAÇÃO DO


CASAMENTO – ARTIGO 238, CP

CONCEITO: Comete o crime em estudo, aquele que atribuir-se


falsamente autoridade para a celebração de casamento. É o falso
celebrante. – intitular-se juiz de paz

Autoridade para a celebração do casamento:


Dispõe o artigo 98, inciso II da CF:

- PARTICULARIDADES:

1 - CRIME DE NATUREZA SUBSIDIÁRIA, CONDIÇÃO EXPRESSA


NO ARTIGO 238, CP. Só se pune esse crime se não configurar
crime mais grave.

EX: ARTIGO 328, PARÁGRAFO ÚNICO, CP (USURPAÇÃO DE


FUNÇÃO PÚBLICA)

2 - ANULAÇÃO DE CASAMENTO CONTRAÍDO PERANTE


AUTORIDADE INCOMPETENTE – PRAZO – ARTIGO 1560,II,CC.

O CASAMENTO CONTRAÍDO PERANTE AUTORIDADE


INCOMPETENTE É ANULÁVEL, TAL NULIDADE É
CONSIDERADA SANADA SE NÃO ALEGADA DENTRO DO
PRAZO DECADENCIAL DE DOIS ANOS, DA CELEBRAÇÃO.

OBS: casamento celebrado por autoridade incompetente é anulável


– artigo 1550, VI, CC, mas se houver boa-fé dos nubentes e
interesse da prole, o vício é sanado – artigo 1554 CC.
- SUJEITO ATIVO

QQ PESSOA QUE ATRIBUA A SI FALSAMENTE AUTORIDADE


PARA CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO-

SUJEITO PASSIVO

PRIMEIRO – ESTADO – SEGUNDO – NUBENTES ENGANADOS

- OBJETO JURÍDICO PROTEGIDO

INTERESSE DO ESTADO NA REGULARIDADE DOS


CASAMENTOS CELEBRADOS

OBJETO MATERIAL PROTEGIDO

CASAMENTO

- ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO:

ATRIBUIR-SE, IMPUTAR-SE, FALSAMENTE AUTORIDADE PARA


CELEBRAR CASAMENTO – JUIZ DE PAZ

- PENA –

DETENÇÃO DE UM A TRÊS ANOS, SE NÃO CONSTITUIR CRIME


MAIS GRAVE (CRIME SUBSIDIÁRIO)

- ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO DO TIPO:

NÃO HÁ

- ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME –

DOLO

- DA TENTATIVA –

ADMISSÍVEL

- AÇÃO PENAL:

AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

- CONSUMAÇÃO –
QUANDO O AGENTE SE PROCLAMA AUTORIDADE
COMPETENTE PARA CELEBRAÇÃO, INDEPENDENTE SEE
ESTA SE REALIZE OU NÃO

- CLASSIFICAÇÃO:

- COMUM –PODE SER COMETIDO POR QQ PESSOA QUE SE


ATRIBUA CONDIÇÃO FALSA PARA CELEBRAÇÃO DE
CASAMENTO

- INSTANTÂNEO– CONSUMAÇÃO SE COM UMA ÚNICA


CONDUTA

- COMISSIVO – PRATICADO POR UMA AÇÃO – IUMPUTAR


AUTORIDADE PARA CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO
FALSAMENTE

- UNISUBJETIVO – PODE SER COMETIDO POR UMA ÚNICA


PESSOA

- DE FORMA LIVRE – NÃO ESTA DESCRITA EM LEI

- PLURISUBSISTENTE- VÁRIOS ATOS (PROCLAMAS)

CRIME FORMAL – NÃO NECESSITA DE RESULTADO


NATURALÍSTICO – SATISFAZ COM CONDUTA HUMANA.

- SIMULAÇÃO DE CASAMENTO – ARTIGO 239, CP.

CONCEITO

Comete o crime aquele que simula casamento mediante engano de


outra pessoa.
Trata-se de simulação de casamento civil, e não religioso.
O casamento não chega a se realizar, pois trata-se de uma farsa,
uma simulação. Portanto, não há falar em nulidade ou anulação.

PARTICULARIDADES:

1 - DELITO EXPRESSAMENTE SUBSIDIÁRIO, SÓ SE


CONFIGURA SE NÃO HOUVER CRIME MAIS GRAVE
EX: ARTIGO 215, CP – VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE.

- SUJEITO ATIVO

QQ PESSOA QUE SIMULE CASAMENTO, UM DOS NUBENTES


OU AMBOS PARA ENGANAR TERCEIROS OU ALGUEM DA
FAMÍLIA.

COAUTORIA - PESSOAS QUE PARTICIPEM DO CASAMENTO,


TENDO CIÊNCIA DA SIMULAÇÃO

- SUJEITO PASSIVO

PRIMEIRO – ESTADO – SEGUNDO – PESSOA LUDIBRIADA

- OBJETO JURÍDICO PROTEGIDO

INTERESSE DO ESTADO NA REGULARIDADE DOS


CASAMENTOS CELEBRADOS

OBJETO MATERIAL PROTEGIDO

CASAMENTO

- ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO:

SIMULAR (FINGIR) CSAMENTO MEDIANTE ENGANO DE


TERCEIRO

- PENA –

DETENÇÃO DE UM A TRÊS ANOS

- SE NÃO CONSTITUIR ELEMENTO DE CRIME MAIS GRAVE


( CRIME DE NATUREZA SUBSIDIÁRIA)

- ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO DO TIPO:

NÃO HÁ

- ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME –

DOLO

- DA TENTATIVA –
ADMISSÍVEL

- CONSUMAÇÃO –

QUANDO DA SIMULAÇÃO DA CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO.

- CLASSIFICAÇÃO:

- COMUM – PODE SER COMETIDO POR QQ PESSOA QUE


SIMULE CASAMENTO

- INSTANTÂNEO– CONSUMAÇÃO SE COM UMA ÚNICA


CONDUTA

- COMISSIVO – PRATICADO POR UMA AÇÃO – SIMULAR


CASAMENTO

- UNISUBJETIVO – PODE SER COMETIDO POR UMA ÚNICA


PESSOA

- DE FORMA VINCULADA – SIMULAR CASAMENTO

- PLURISUBSISTENTE- VÁRIOS ATOS (PROCLAMAS)

CRIME MATERIAL/RESULTADO – NÃO NECESSITA DE


RESULTADO NATURALÍSTICO – SATISFAZ COM CONDUTA
HUMANA.

- ADULTÉRIO - ARTIGO 240, CP

- REVOGADO PELA LEI 11.106, DE 28/03/2005.

- PORTANTO, ADULTÉRIO NÃO É MAIS CONSIDERADO CRIME


EM NOSSO PAÍS
- CAPÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO

ARTIGO 241 CP -REGISTRO DE NASCIMENTO INEXISTENTE

CONCEITO
É crime o fato de alguém promover no registro civil, a inscrição de
nascimento inexistente. Há, pois, a declaração falsa de nascimento
de um ser humano.
-É irrelevante a finalidade que o agente pretende alcançar.
-Fará parte da conduta do agente, uma afirmação falsa perante o
oficial incumbido do registro.

PARTICULARIDADE:

1 - A prescrição somente começa a correr após o fato ter-se tornado


conhecido. (artigo 111, IV, CP)

2 - Pelo princípio da consunção, ou da absorção, (o crime fim


absorve o crime meio), o crime de falsidade ideológica – Art. 299,
ficará absorvido pelo previsto no artigo 241 CP.

SUJEITO ATIVO
Qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo. Não se exige condição
especial deste.

SUJEITO PASSIVO
-Primeiramente é o Estado, principal ofendido nesse crime cometido
contra a organização familiar.
-Também são sujeitos passivos, a mãe declarada no registro, os
filhos desta, e aqueles a quem o registro causar prejuízo ou dano.
-Não há necessidade de haver particulares ofendidos ou lesados,
sendo na maioria dos casos o próprio Estado o único sujeito
passivo, p.ex.: dá-se nome fictício como sendo da mãe.

OBJETO JURÍDICO – É o estado de filiação.

OBJETO MATERIAL: É o registro civil realizado, pois os atos nele


postos gozam de fé pública.
ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO:
O núcleo do tipo penal é “promover”, significando requerer o
registro de parto inexistente.
E assim, é típica a conduta daquele que “promover”, dar causa,
provocar, dar origem a inscrição de registro de nascimento
inexistente, que não ocorreu, ou o registro de natimorto. Há, pois, a
declaração falsa de nascimento de um ser humano.

ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO:

-É o dolo, a vontade livre e consciente de promover a inscrição do


registro de nascimento inexistente, ou de natimorto, sem qualquer
finalidade específica.
-Não existe a modalidade culposa.

CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
-Consuma-se o crime com a inscrição no Registro Civil de
nascimento inexistente, ou de natimorto.
-A tentativa é possível, p.ex.: No momento em que o sujeito ativo
tendo declarado ao oficial de registro o nascimento inexistente, e
antes que este o registre, intercede uma terceira pessoa ( a
falsidade.

AÇÃO PENAL
É pública incondicionada.

CLASSIFICAÇÃO: comum, formal, de forma livre, comissivo,


instantâneo, unissubjetivo, purissubsistente.

- ARTIGO 242 CP - PARTO SUPOSTO. SUPRESSÃO OU


ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO CIVIL DE
RECÉM-NASCIDO

CONCEITO
Condutas criminosas do tipo:
1ª – Dar parto alheio como próprio;
2ª – Registrar como seu filho de outrem;
3ª – Ocultar recém-nascido;
4ª – Substituir recém-nascido;
Tutela a lei penal, a segurança e a certeza do estado de filiação.
Protege o legislador a família, e pune a conduta daquele que vise
destruir o liame que liga um indivíduo à sua família.

ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO:

- Dar parto alheio como próprio - significa considerar, atribuir;


Consiste em a mulher atribuir-se a maternidade de filho alheio, em
regra simulando gravidez e parto. Desnecessário o registro civil.
Basta que apresente filho alheio como seu.
E assim, introduz numa família um indivíduo estranho, em prejuízo
aos legítimos herdeiros.

- Registrar, ou seja, lançar em livro ou consignar; Faz-se constar do


registro civil uma filiação inexistente, em prejuízo da identidade da
criança e também dos outros eventuais herdeiros.
Trata-se da “Adoção a Brasileira”, na qual as pessoas ao invés de
adotarem regularmente uma criança, registravam filho alheio como
seu filho.

Nesse caso, há o nascimento, e é necessário o Registro Civil da


criança, com o estado de filiação adulterado.

- “ocultar recém-nascido, suprimindo ou alterando direito


inerente ao estado civil”, Não se exige que o recém-nascido seja
escondido e mantido o nascimento em sigilo. Basta que deixe de
apresentar a criança para que assuma os direitos inerentes ao seu
estado civil, desde que resulte, dessa ação, uma efetiva supressão
de direito, p.ex.; obstar que figure como herdeiro.

Obs.: O tipo penal não se refere ao natimorto, cujo registro civil


também é obrigatório, mas em livro específico. A sua omissão não
configura o crime de ocultação de recém-nascido.

- “Substituir recém-nascido, suprimindo ou alterando direito


inerente ao estado civil”;
Tutela-se o estado de filiação.
É típica a conduta de substituir, trocar, um recém-nascido por outro,
pouco importando se já estejam ou não registrados, de modo que a
um se atribua o estado civil que ao outro competia. Assim os
neonatos passam a integrar famílias biológicas diversas.
Obs.: Pouco importa estar um dos recém-nascidos morto.
-FIGURA PRIVILEGIADA OU PERDÃO JUDICIAL– Art. 242, §
único

Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo


de reconhecida nobreza:
Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz
deixar de aplicar a pena.

Prevê o parágrafo único, o privilégio e o perdão judicial,

Referido dispositivo é aplicável somente às duas primeiras


modalidades, “dar parto alheio como próprio” e “registrar como seu o
filho de outrem”, vez que há incompatibilidade entre o motivo de
reconhecida nobreza e as condutas de “ocultar” ou “substituir”
recém-nascido.

Reconhecida nobreza: é a conduta que revela humanidade,


caridade, altruísmo, boa-fé, generosidade de alguém.

Ex.: -Marido e mulher resolvem registrar no próprio nome, uma


criança recém-nascida que encontraram numa lata de lixo, com o
fim de salvá-la e criá-la com amor, dedicação, afeto.

O juiz tem duas opções:


1ª – Aplicar a pena diminuída; ou

2ª – Perdão Judicial: “podendo o juiz deixar de aplicar a pena” –

CLASSIFICAÇÃO: próprio (primeira figura e comum (nas demais),


material, de forma livre, comissivo, instantâneo, (na modalidade
ocultar é permanente), unissubjetivo, purissubsistente.

- PARTICULARIDADES:

1 - A prescrição somente começa a correr após o fato ter-se tornado


conhecido. (artigo 111, IV, CP).

2 - É crime dar parto próprio como alheio?


Não é crime por falta de previsão legal. (princípio da reserva
legal)

EX: Condutas atípicas:


-Mãe que dá a criança recém-nascida a um casal que a registra
como filha. Conduta atípica da mãe. A conduta do casal que a
registra é tipificada pela 2ª Figura.

4- No conflito aparente de leis penais, entre o art. 242, e o art. 299


(falsidade ideológica) , ... “fazer inserir declaração falsa com o fim...”,
soluciona-se através do princípio da especialidade, buscando-se,
para a aplicação da lei penal, os elementos especializantes.
SUJEITO ATIVO

-Na primeira conduta: “Dar parto alheio como próprio”


Trata-se de crime próprio, e só a mulher poderá ser sujeito ativo, vez
que, biologicamente, só ela pode dar a luz a um filho.

-Nas demais condutas: “registrar como seu o filho de outrem; ocultar


recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito
inerente ao estado civil”, é crime comum, não se exige condição
especial do sujeito ativo, podendo ser qualquer pessoa, homem ou
mulher.

SUJEITO PASSIVO
-Em todas as quatro condutas, primeiramente é o Estado, o
interessado na organização regular da família e na tutela de direitos
inerentes à filiação.

-Na conduta – parto suposto, - “dar parto alheio como próprio”, são
sujeitos passivos, além do Estado, os herdeiros, pessoas
prejudicadas e a quem caberiam os bens do agente, não fosse a
existência desse filho, e a ocorrência da falsidade.
-Na conduta: “registrar como seu o filho de outrem”, são sujeitos
passivos, além do Estado, as pessoas que saíram lesadas com o
registro.

-Na ocultação de recém-nascido, sujeito passivo é o Estado e o


próprio recém-nascido.

-Na substituição de recém-nascido, sujeitos passivos são, o Estado,


e os recém-nascidos trocados, substituídos, cujos direitos são
lesados.
Obs.: pode ser apenas um recém-nascido o sujeito passivo, no caso
do outro ser natimorto.

OBJETO JURÍDICO – É o estado de filiação.


OBJETO MATERIAL: É o registro civil realizado ou o recém-nascido.

ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO DO CRIME:

É a vontade de suprimir ou alterar estado civil, implícita no tipo.

ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME

Em todas as figuras persiste o dolo, a vontade livre e consciente de


praticar a conduta delituosa.

Não se admite a modalidade culposa.

CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

- 1ª Figura – No “parto suposto”, consuma-se o crime com a


apresentação do recém-nascido. Não há necessidade do registro
civil. Caso este ocorra, haverá o exaurimento do crime.

- 2ª Figura – Com a inscrição do nascimento no Registro Civil de


Filho alheio como próprio;
3ª e 4ª Figuras – Consumam-se com a prática de ato que
efetivamente importe na supressão ou alteração dos direitos civis
dos recém-nascidos.

A tentativa é possível em todas as hipóteses.

AÇÃO PENAL
A Ação Penal é Pública Incondicionada.

- ARTIGO 243 CP - SONEGAÇÃO DE ESTADO DE FILIAÇÃO

CONCEITO
É crime o fato de abandonar, largar em asilo de expostos ou outra
instituição de assistência, filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a
filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito
inerente ao estado civil.

ELEMENTOS OBJETIVOS DO TIPO:


O núcleo do tipo penal é “deixar”, significando, abandonar, largar.

-Asilo de expostos: é o orfanato ou local que abriga crianças


abandonadas.
-Instituição de assistência: é a creche ou abrigo de crianças.

Ex.: -Mulher solteira que não quer ser vista com filho sem pai,
abandona o filho numa das instituições, ocultando-lhe a filiação;

- PARTICULARIDADE:

1- : Abandonar criança na rua ou em outro local, é crime de


abandono de incapaz ou exposição ou abandono de recém-
nascido, figuras típicas previstas, respectivamente, nos artigos
133 e 134 do Código Penal.
2-
3- Capitulo 3 periclitacao da vida e da saude

- SUJEITO ATIVO
O crime é comum, e pode ser cometido por qualquer pessoa.

SUJEITO PASSIVO
Primeiramente é o Estado, titular da ordem jurídica familiar. Também
a criança abandonada, nos seus primeiros anos de vida, sendo
prejudicada no seu estado civil e nos direitos pertinentes ao estado
de filiação.

OBJETO JURÍDICO:

É o estado de filiação

OBJETO MATERIAL:

A criança abandonada

ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO DO TIPO

É a vontade de prejudicar direito inerente ao estado civil.

ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME:


Trata-se de crime doloso

CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Consuma-se o crime com o abandono da criança em asilo de
expostos ou outra instituição de assistência, com a conseqüente
ocultação ou alteração do estado civil da criança.

A tentativa é admitida.

Ex.: O sujeito ativo ao abandonar a criança naqueles


estabelecimentos, não consegue ocultar ou alterar seu estado de
filiação, que é descoberto por aquele que a recebe.

AÇÃO PENAL
A ação Penal é pública incondicionada.

- CLASSIFICAÇÃO:

Comum, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo,


unissubjetivo, plurissubsitente.

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