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A avaliação psicológica é fortemente marcada pelo seu caráter técnico segundo Sass, 2002.
O psicólogo deve utilizar estratégias de avaliação psicológica, e partir de objetivos bem definidos
para assim encontrar respostas a questões propostas visando a solução de problemas (Cunha,
2002)
De acordo com Cruz (2002, p. 18) a avaliação psicológica tem que levar em consideração: O
objeto, o campo teórico, o objetivo visado e o método.
O movimento de avaliação psicológica no Brasil passou por distintas fases que refletem o nosso
crescimento e desafios durante diferentes períodos (Pasquali, 2016; Hutz & Primi, 2006;
Noronha & Reppold, 2010; Wechsler, 2013)
Podemos dizer que o iníco da avaliação psicológica acontece mais ou menos da seguinte forma:
no âmbito internacional:
Wundt com o primeiro laboratório experimental, na Alemanha em 1862 que começou a medir
os processos mentais através da introspecção. Francis Galton que organizou o primeiro
laboratório com medidas antropométricas para avaliar as funções mentais no International
Health Exibiton em Londres em 1884, James MacKeen Cattell com seus “testes mentais” que é
uma bateria de testes inspirados em Wunndt e Galton. Os primeiros movimentos a avaliar as
medidas fisiológicas tais como tempo de reação e sensação de dor, e Alfred Binet em 1895
trazendo medidas para avaliar os processos mentais, culminando com o primeiro teste para
avaliar a inteligência infantil, com a colaboração de HenriSimon, denominado Teste de Binet-
Simon.
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No âmbito nacional:
Manoel Bonfim com a colaboração de Joaquim de Medeiros em 1890 com o primeiro serviço de
psicologia aplicada no laboratório Pedagogium do Rio de Janeiro. No início do século XX foram
criados centros de psicologia aplicada (conhecidos como laboratórios) em São Paulo, entre 1906
e 1914, foram feitas pesquisas sobre aprendizagem, utilizando testes de desenvolvimento
mental e de aprendizagem para leitura e escrita. O médico psiquiatra Ulysses Pernambucano no
Instituto de Seleção e Orientação Profissional, posteriormente conhecido como Instituto de
Psicologia, com o programa de padronização de testes, avaliações psicológicas, seleção e
orientação profissionais. Isaías Alves que em 1924 fez a primeira adaptação da escala Binet-
Simon para o Brasil. Helena Antipoff, psicóloga mineira que criou o programa na Fazendo do
Rosário que atendia crianças excepcionais, consideradas como sendo aquelas que tinha
dificuldade de adaptação nas escolas, utilizando os testes de inteligência do Binet além de fichas
comportamentais para classificar o seu nível intelectual, culminando na fundação da Sociedade
Pestalozzi em 1932.
Por: Lourenço Filho, “Teste ABC de prontidão escolar” em 1933, trazia o diagnóstico da
maturidade psicológica o aluno para a aprendizagem, sendo composto por oito subtestes:
coordenação viso-motora, memória imediata, memória motora, memória auditiva, memória
lógica, pronúncia, coordenação motora, atenção e fadiga.
Emílio Myra Y Lopes foi um psicólogo espanhol que cordenou o ISOP por 17 anos onde foi criado
o primeiro periódico científico dedicado exclusivamente à Psicologia, conhecido como Arquivos
Brasileiros de Psicotécnica, posteriormente denominado Arquivos de Psicologia.
Juntamente com Lourenço Filho, Myra Y Lopes fundou a Sociedade Brasilerira de Psicotécnica,
conhecida depois como Sociedade Brasileira de Psicologia Aplicada, em 1995.
Em 1962 foi criada regularização legal da profissão de psicólogos (Lei nº 4.119/62), que abriu o
caminho para a definição em 1964 que uso de testes psicológicos foi declarado privativa do
psicólogo. (Decreto nº 53.464/64.
Embora tenha existido um veto presidencial em 1997, extinguindo estes exame da avaliação de
motorista, houve uma grande mobilização dos psicólogos e este veto foi derrubado
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posteriormente, mantendo-se esta exigência até os dias de hoje (Conselho Federal de Psicologia,
2010).
Entre 1950 e 1970, houve um período de interesse e valorização dos testes psicológicos.
Entre 1970 e 1990 foi uma fase crítica entre os psicólogos, que consideraram que os testes não
representavam as características do povo brasileiro e, principalmente, tinham origem em outros
países sem estudos de sua validade e sem normas para a nossa cultura, por cota disso foi
banalizado o estudo e prática de testes psicológicos no país.
Entre 1980 e 1981 o Conselho Regional de Psicologia-01, em Brasília, definiu uma política para
atender a área dos testes com a presença de pesquisadores de renoe como Aroldo Rodrigues e
Carolina Bori.
A partir disso começou a oferecer instrumentos com qualidade científica, como forma de reagir
às críticas aos testes psicológicos.
Na ultimas décadas o Brasil tem vivido um período de grande desenvolvimento nesse campo em
comparação com outros países da América do Sul. O entanto ainda há diversos pontos de
melhorias, a exemplo de: Caracteríssitca dos instrumentos, formação de docentes e
pesquisadores na área e preparação de psicólogos para a melhoria dos serviços para a sociedade.
O Brasil está entre os países com maior número de psicólogos no mundo com cerca de 240 mil
profissionais, sendo o Rio de Janeiro o estado do país que concentra o maior número de
profissionais.
O Código de Ética Profissional do Psicólogo de 1971, é uma das atribuições do Conselho Federal
de Psicologia (CFP), regulamentado pela Resolução nº 002/87, é um importante marco para a
profissão e representa um significativo avanço na garantia de uma prática profissional qualificada
e comprometida com os direitos humanos.
O Código de Ética visa assegurar os valores contidos na Declaração Universal dos Direitos
Humanos, aprovada na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em 1948, que
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defende a igualdade, a dignidade e a aplicação destes a todos os cidadãos do planeta, sem
discriminação
Em 2005, o CFP, à luz dos princípios éticos previamente indicados pela Associação Americana de
Psicologia (APA, 1992), revisou o Código de Ética da Profissão, foram acrescentados os preceitos
de competência, integridade, preocupação com o bem-estar do outro e responsabilidade
científica, profissional e social (CFP,2010), que se referem à conscientização do indivíduo sobre
as consequências de sua prática, em uma esfera pessoal e coletiva.
Busca assegurar os valores que são relevantes para a sociedade, devido ao fato de ela se
encontrar em constante desenvolvimento. Dada as constantes modificações encontradas no
corpo social, os códigos que orientam as profissões são, de tempos em tempos, repesados (CFP,
2005).
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
O Psicólogo deve lançar mão de diversas técnicas, por exemplo, entrevistas, observação, testes
psicológicos, dinâmicas de grupo, observação lúdica, provas situacionais e outras (CRP,2007)
É possível encontrar no site, por exemplo, se um teste está favorável ou não para o uso no
contexto brasileiro, a data de sua publicação e editora.
Ressalta-se que a utilização de um teste não reconhecido pelo CFP constitui em uma falha ética,
como consta no código artigo 2º, alínea F, do atual Código de Ética (CFP, 2005). A importância
desta citação se dá por que a Resolução define:
At. 16 – Será considerado falta ética, conforme disposto na alínea c do Art.1º e na alínea m do
art. 2º o Código de Ética Profissional do Psicólogo [de 1987], a utilização de testes psicológicos
que não constam na relação de testes aprovados pelo CFP, salvo os casos de pesquisa (CFP,2003,
p.8)
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O psicólogo deve ter familiaridade com o instrumento para que o examinado não seja
prejudicado no processo.
É importante considerar que a avaliação psicológica é um processo, e não uma ação pontual,
pois objetiva ter uma visão da vida do indivíduo avaliado como um todo. Para que isto ocorra, é
considerado o contexto no qual ele está inserido, as relações que compõem o universo deste
sujeito, o que faz da avaliação um conjunto de ações que visam amparar a mudança de um
cenário original.
O objetivo da avaliação deve sempre ser ajudar o indivíduo avaliado, e por isso é necessário se
ter atenção ao processo como um todo, desde o planejamento, a análise, reunião e devolução
de informações coletadas durante o processo de construção do conhecimento sobre os aspectos
psicológicos (CFP,2010).
Em uma pesquisa sobre as principais infrações éticas cometidas pelos psicólogos, desenvolvida
com os profissionais inscritos no Conselho Regional de Psicologia do Paraná (1994/2003), foi
identificado que 45,16% das infrações ocorridas estavam relacionadas à prática da avaliação
psicológica e, de forma mais específica, à falha na realização da perícia psicológica.
De acordo com Martin (1994), qualquer profissional sempre será responsável por seus atos,
porém nem sempre será culpado, diferenciando responsabilidade de culpabilidade.
O autor propõe que os erros profissionais podem ser resumidos em três grandes tipos: Imperícia,
imprudência e negligência, sendo difícil distinguir as diferenças entre cada um deles, pois
existem situações práticas nas quais uma ação, ou omissão, pode ser enquadrada em mais de
um tipo de erro.
IMPERÍCIA
Pode ocorrer quando um psicólogo que não possui a qualificação devida assume a
responsabilidade e realizar a Avaliação Psicológica em um determinado caso.
IMPRUDÊNCIA
Pode ocorrer quando o psicólogo, abandonando a sua humildade e os limites inerentes de cada
técnica de Avaliação Psicológica, supões ter o domínio pleno da situação.
NEGLIGÊNCIA
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Quando diagnósticos deixam de ser dados por desconhecimentos dos critérios presentes nos
manuais diagnósticos, ou por experiência clínica insuficiente.
É importante que o psicólogo tenha consciência de que o papel que ele irá exercer na prática da
Avaliação Psicológica requer responsabilidades e implica importantes consequências para o
indivíduo avaliado e que se estendem a toda sociedade.
O trabalho adequado e que proporcione benefícios, exige que o psicólogo tenha conhecimento
técnico e teórico sobre as diversas técnicas e procedimentos adotados ao longo do processo de
Avaliação Psicológica.
“este trabalhador tem um nível de atenção dentro do esperado para ocupar um cargo que
envolve trabalhar com materiais químicos perigosos?”
O psicólogo é o profissional habilitado para realizar a avaliação psicológica e, para isso, deve ter
seus objetivos claros que possam guia-lo até a conclusão.
Inicialmente, é importante referir que é primordial que a avaliação psicológica seja objetiva,
uma vez que é a base para a tomada de decisão nas práticas profissionais do psicólogo. Para
que, de fato, seja útil, deve ser organizada de modo a integrar todas as técnicas e metodologias
utilizadas.
O uso conjunto de abordagens e técnicas diversas na avaliação psicológica, com o passar dos
anos, passou a ser cada vez mais reconhecido como um recurso válido para a prática do
psicólogo.
Nem todos os casos que chegam para uma avaliação inicial necessitam, de fato, de uma
avaliação psicológica e que há casos em que uma avaliação pode ser realizada com técnicas
psicológicas que prescindem de uso de testes, por exemplo.
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A avaliação psicológica pode ocorrer em todas as áreas de ação da psicologia, entre elas a
pesquisa (na formulação de hipóteses propostas, reflexão e construção de novos
instrumentos), a psicologia clínica, a neuropsicologia, a psicologia jurídica, a psicologia do
trabalho, a psicologia do trânsito, a psicologia do esporte, bem como em todos os contextos
clínicos e institucionais que demandem uma avaliação, como a educação, a área de recursos
humanos, a saúde e a justiça.
Todos os casos devem ter propósitos claros e fundamentados, de modo a cumprir com os
princípios éticos de beneficência e não maleficência, que as técnicas devem respeitar.
Não deve ser realizada de forma inócua, sem que os dados coletados sirvam para nortear uma
ação futura, beneficiando, assim, a pessoa avaliada ou os demais envolvidos com ela, uma vez
que essa avaliação pode oferecer um panorama mais elaborado sobre as forças, as virtudes, as
características e as necessidades dos sujeitos no momento da avaliação.
A avaliação (de indivíduos ou de instituições) tem sido utilizada em todos os campos de ação
da psicologia como uma estratégia que, inclusive, contribui para um diálogo interdisciplinar,
pois fundamenta a prática dos psicólogos diante de casos de perícia judicial, escolha
profissional, seleção pessoal, internação hospitalar, avaliação de projetos sociais, etc.
A avaliação psicológica excede a aplicação de testes propriamente ditos. Ela pode ser
composta, por exemplo, por testes, entrevistas e observações. Segundo Werlang, Villmor-
Amaral e Nascimento (2010), os dois últimos são procedimentos avaliativos comumente
utilizados em contexto clínico e visam à obtenção de uma quantidade maior de informação do
avaliando, a fim de garantir que o diagnóstico seja adequado e que seja possível organizar a
intervenção.
Outros métodos também podem ser incluídos nesse processo, como desenhos e práticas de
contar histórias, por exemplo, que não apresentem dados padronizados para correção e que
dependem unicamente da interpretação do psicólogo. Uma avaliação adequada, nesses
moldes, depende da experiência e da consistência do referencial teórico utilizado pelo
psicólogo, de modo a garantir a coerência das conclusões.
Werlang e colaboradores (2010), ainda, citando textos clássicos, como o de Anzieu (1981),
apontam que as técnicas de avaliação psicológica podem ser categorizadas em três tipos:
Expressivas, projetivas e psicométricas.
As técnicas expressivas estão relacionadas com maior liberdade quanto às instruções e aos
materiais e incluem formas de expressão variadas, como a pintura.
As medidas projetivas, embora possam apresentar bases quantitativas, são mais aceitas
quando baseadas em aspectos mais dinâmicos do funcionamento do sujeito.
As medidas psicométricas, por sua vez são mais baseadas em recursos estatísticos e teorias de
medida.
A seleção do número de sessões para a sua realização, das questões a serem respondidas e
quais instrumentos ou técnicas de avaliação devem ser utilizadas será baseada nos seguintes
elementos:
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3- Construtos psicológicos a serem investigados;
4- Adequação das características dos instrumentos/técnicas aos indivíduos e grupos
avaliados e;
5- Condições técnicas, metodológicas e operacionais do instrumento de avaliação.
Ao final, também cabe ao psicólogo analisar os resultados obtidos de forma crítica com o
objetivo de verificar se estes forneceram elementos seguros e suficientes para a tomada de
decisão nos contextos de atuação do psicólogo (CFP, 2013).
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OBSERVAÇÃO;
ENTREVISTA;
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