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Após séculos de domínios da igreja Católica e das monarquias durante o século XVII,

lançou-se nas bases de uma nova sociedade o pensamento liberal. Segundo o Liberalismo, para
o homem desempenhar o seu papel é necessário que ele esteja no centro social. Para isto
acontecer, a educação tem uma função fundamental para dar ao homem estas condições,
mostrando que a história da educação faz parte da história da sociedade.
Segunda WARDE (1984), a doutrina liberal deu-se início na Europa, durante o século
XVII, processo que levou a burguesia como uma classe social dominante. Tal ato foi uma forma
de expressão contra o regime absolutista da monarquia. Na época, a organização social era
formada pelo clero, aristocracia e povo, onde os mesmos foram desvinculados da sociedade para
que essa concentração de privilegiados fossem derrubados pela população - que estava cansada
do regime monárquico - onde a educação era restrita apenas para filhos de aristocratas.
De acordo com Locke (1632-1704) o homem passou a ocupar o centro da sociedade, onde
surgem reflexões de novos princípios para a organização social, bem como: a liberdade,
individualidade, propriedade privada, igualdade de oportunidades entre outros. Cada indivíduo
deveria realizar mobilidade social diante seus esforços, para o liberalismo a sociedade deveria
ser aberta à educação, para proporcionar conhecimentos para garantir o bem-estar de todos.
Para preparar o aluno para a sociedade burguesa, o professor teria o papel de oferecer
experiências que auxiliassem a criança. Para Locke, foi proposto que o ensino tivesse várias
disciplinas que visassem o comércio, tais como história, geografia, geometria contabilidade e
escrituração. A educação teria como foco a cultura e a moral, permitindo que ela fosse o
alicerce do qual o individuo conseguiria prosperar, tornando assim o liberalismo agindo como
uma linha para a educação ter o foco no humanístico.
Com o objetivo de realizar a integração social do indivíduo, a educação tradicional liberal
foi incontestável durante os primeiros séculos de vigência do capitalismo (WARDE, 1984, p.
82). Um dos objetivos era o positivismo, que pregava a formação intelectual formando a
educação moral sem ser distribuída a todo identicamente.
O liberalismo clássico precisou se adaptar à nova realidade social, mesmo eles terem se
consolidado. A escola agiu como mecanismo para que o homem se adeque à nova sociedade
vigente, tendo em vista que o pensamento liberal clássico seria incapaz de solucionar problemas
sociais mais complexos (Barbosa, 2000).
Para que a nova lógica social tivesse êxito, seria necessário oferecer conhecimento
cultural para que o processo de aprendizagem fosse conduzido pela escola. Portanto, à partir da
educação, seria possível conquistar propriedades privadas e o seu lugar na sociedade burguesa.
Para Locke, o homem nasce como uma página em branco, que vai sendo preenchida ao
longo de diferentes experiências, assim tendo seu processo de aprendizagem. Para a educação
tradicional, o indivíduo deve ser educado para entender os conhecimentos científicos e
tecnológicos, os conceitos, os modelos e as teorias acumuladas pela humanidade (MIZUKAMI,
2019).
Segundo MIZUKAMI (2019), a função do aluno é apenas memorizar os resultados que
são apresentados pelo professor, de acordo com seu aspecto dedutivo o aluno é conduzido a um
aprendizado que não leva à reflexão. Estes aspectos repercutem diretamente no ensino, como no
objetivo da escola deve atingir que o modelo social seja vigente.
Para que a escola exerça este papel, o professor deve formar a mente do aluno por meio
da incorporação de conteúdos culturais, apresentados como verdades inquestionáveis
(LUCKESI, 1990). Para que este contexto ser vigente, o professor deve exercer autoridade
máxima, onde os alunos ingressariam na escola em condições diferentes, porém, ao final do
curso devem apresentar os mesmos resultados. Deste modo, a aprendizagem ocorreria de forma
mecânica, não apenas em manifestações de coação ou punição quando não fosse atingido o
resultado pelo aluno, utilizando exercícios e retomando aulas para a memorização dos
conhecimentos. (LUCKESI, 1990).
Para que este sistema funcionasse, de acordo com Libâneo (1992), o professor realizaria
análises de itens que ajudariam na exposição de transmissão de conteúdos, que são: introdução
ao conteúdo, apresentação, associação, generalização, aplicação. Porém, é de suma importância
antes de seguir prestar atenção na divisão entre os alunos que conseguem finalizar e os que não
conseguem atingir o desempenho esperado, onde muitos destes alunos reprovados desistem de
estudar. Diante disto, deve-se reforçar para tratar questões individuais do aluno para sanar o
abandono escolar.

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