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DÉBORA REGINA DE LIMA

ANÁLISE DO ACORDÃO DO
PROCESSO TST-RR100353-
02_2017_5_01_0066

Atividade Discente Supervisionada


apresentada como requisito parcial de
obtenção de nota na Disciplina de Direito
Processual do Trabalho, do Curso de
Direito, do Unibrasil Centro Universitário

Professora: Adriane Pires Heller

CURITIBA
2023
Trata-se de demanda em que o Reclamado pleiteia o reconhecimento do
vínculo de emprego do motorista com a empresa Uber, objetivando a condenação
da Reclamada ao pagamento de verbas trabalhistas não adimplidas.
Para tanto, alega, em síntese, que prestou serviço para a Reclamada na
condição de empregado desde 21/07/216 até sua dispensa imotivada em
17/08/2016 não tendo recebido as parcelas decorrentes dessa relação jurídica,
desenvolvida com a presença de todos os elementos para a configuração do vínculo
empregatício (pessoalidade, habitualidade, onerosidade e subordinação).
De início, importante pontuar a observação feita nas razões de decidir no
sentido de que “... no âmbito processual, uma vez admitida a prestação de serviços
pelo suposto Empregador/tomador de serviços, a ele compete demonstrar que o
labor se desenvolveu sob modalidade diversa da relação de emprego”, sendo que
“... a Reclamada não se desvencilhou satisfatoriamente de seu encargo probatório.”
Nos termos do voto do Ministro Relator, “... a prestação de serviços ocorria
diariamente, com sujeição do Autor às ordens emanadas da Reclamada por meio
remoto e telemático (art. 6°, parágrafo único, da CLT); havia risco de sanção
disciplinar (exclusão da plataforma) em falta de assiduidade na conexão à
plataforma e notas atribuídas pelos clientes/passageiros da Reclamada; inexistia
qualquer liberdade ou autonomia do Reclamante para definir os preços das corridas
e dos seus serviços prestados, bem como escolher os seus passageiros; (ou até
mesmo criar uma carteira própria de clientes); não se verificou o mínimo de domínio
do trabalhador sobre a organização da atividade empresarial; ficou incontroversa a
incidência das manifestações fiscalizatória, regulamentar e disciplinar do poder
empregatício na relação de trabalho analisada.”
Para o caso, compartilho do entendimento do Ministro Relator no sentido de
reconhecer a existência do vínculo de emprego entre as partes, eis que “... o
trabalho foi prestado pessoalmente pela pessoa física do Reclamante à Empresa
Reclamada e seu amplo e sofisticado sistema empresarial, mediante remuneração,
com subordinação e de forma não eventual.”

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