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DIREITO

ADMINISTRATIVO
Autor(a): Bruno Nunes
Assunto: Ato Administrativo

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SUMÁRIO
CONCEITO .......................................................................................................................... 3
ELEMENTOS OU REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS (MACETE: FiFoCOM) 5
CLASSIFICAÇÃO ................................................................................................................ 6
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO ............................................................................. 7
ANULAÇÃO ......................................................................................................................... 8
CONVALIDAÇÃO ................................................................................................................ 8
REVOGAÇÃO ...................................................................................................................... 9
CASSAÇÃO E CADUCIDADE ............................................................................................ 9

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1. CONCEITO

• ATO ADMINISTRATIVO É A MANIFESTAÇÃO QUE PRODUZ EFEITOS PARA O


DIREITO ADMINISTRATIVO.
• ATO
➢ Manifestação de vontade
➢ Pronunciamento
➢ Goza de presunção de legitimidade
➢ Legalidade e veracidade
➢ Pode ser anulado ou revogado

Quando a administração manifesta sua vontade, ela está praticando um ato. Todavia, nem
sempre este ato praticado será um ato administrativo.

Quase tudo que a administração faz é ato administrativo. Mas NEM tudo.

E como são chamados esses atos praticados pela administração que não são
considerados atos administrativos? São os chamados atos da administração.

Ato da administração é o ato praticado pela administração, e que poderá (ou não) ser um
ato administrativo, o que dependerá do regime jurídico. Se regime público, é ato da
administração que consubstancia ato administrativo. Se regime privado, é ato da administração
que não é ato administrativo.

• LEGAL
DESCENTRALIZAÇÃO
• CONTRATUAL

NEM TODO ATO DA ADMINISTRAÇÃO É UM ATO ADMINISTRATIVO.

Sintetizando, são três, portanto, os atos:


Atos da administração que não são atos administrativos, pois seguem o regime privado.
• Ex. locação.

Atos da administração que são atos administrativos, pois seguem o regime público.
• Ex. desapropriação.

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Atos administrativos que não são atos da administração. Seguem o regime público, mas
não são manifestações da administração.
• Ex. ato de concessionária de serviço público (concessionária que corta o serviço por
inadimplemento pratica ato administrativo).

ADMINSITRATIVO SIGNIFICA UMA MANIFESTAÇÃO DE VONTADE DO ESTADO OU DE


QUEM O REPRESENTE, DE QUEM LHE FAÇA AS VEZES, QUE TEM COMO OBJETIVO
CRIAR, MODIFICAR OU EXTINGUIR DIREITOS, BUSCANDO O INTERESSE PÚBLICO,
SUJEITO AO REGIME JURÍDICO PÚBLICO, NUMA POSIÇÃO INFERIOR E COMPLEMENTAR
À PREVISÃO LEGAL, E QUE ESTÁ SUJEITO A CONTROLE PELO PODER JUDICIÁRIO.

ATRIBUTOS/ CARACTERÍSTICAS
• PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E LEGITIMIDADE DO ATO
P ADMINISTRATIVO

• IMPERATIVIDADE – A ADM. PÚBLICA IMPÕE AO PARTICULAR


I
• CONDUTAS: • COMISSIVAS • OMISSIVAS

• TIPICIDADE (É UMA APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA


T LEGALIDADE) É AQUILO QUE ESTÁ NA LEI.
• AUTO EXECUTORIEDADE (≠ AUTOTUTELA – ANDAM
JUNTOS)
A • NEM TODO ATO DA ADM. PÚB. É AUTO EXECUTÁVEL →EX:
COBRANÇA DE MULTA

IMPERATIVIDADE TEM UMA CONSEQUÊNCIA EXIGIBILIDADE/ COERCIBILIDADE


(QUE PODEM SER TAMBÉM UM ATRIBUTO)

• PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E LEGITIMIDADE DO


P ATO ADMINISTRATIVO

• IMPERATIVIDADE
I

• EXIGIBILIDADE/ COERCIBILIDADE
E/C

• TIPICIDADE
T

• AUTO EXECUTORIEDADE
A

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2. ELEMENTOS OU REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
(MACETE: FiFoCOM)

Para a doutrina majoritária, nós temos uma ordem. ELEMENTOS E REQUISITOS DO ATO SÃO:

SUJEITO
FORMA MOTIVO OBJETO FINALIDADE
COMPETENTE

• Para a doutrina majoritária, os elementos ou requisitos (de validade) dos atos administrativos
estão previstos na lei de ação popular (4.717/65).
• A lei diz assim: um ato administrativo para ser válido, tem que preencher 5 requisitos. Se estiver
ausente qualquer um desses, o ato é passível de anulação, e pode ser discutido em sede de ação
popular.
• É importante lembrar que para a maioria da doutrina são todos condições de validade

MOTIVAÇÃO X MOTIVO

MOTIVAÇÃO MOTIVO

É a causa, ou seja, a
LIGADA A FORMA. É situação de fato e de
A EXTERIORIZAÇÃO Direito que determina
DO MOTIVO ou autoriza a prática do
ato

MOTIVO
• São fundamentos da doutrina majoritária para a obrigatoriedade da motivação: art. 1º, parágrafo
único, 5º, XXXIII e XXXV, da CF e art. 2º da lei 9.784/99.
• Entende-se que não é admitida a motivação superveniente. Só antes ou durante a prática do
ato. Motivação posterior pode salvá-lo da improbidade, do crime, mas salvar o ato não.
• É admitida a motivação “aliunde”, ou seja, aquela baseada em parecer prévio.

COMPETÊNCIA
• Poderes que a lei confere aos agentes públicos para exercer funções com mínimo de eficácia. •
A competência tem caráter instrumental. Ela é obrigatória para todos os agentes públicos; é
irrenunciável porque é um poder dever, podendo, entretanto, ser delegada ou avocada; é

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intransferível; imodificável pela vontade do agente, somente a lei pode alterar; e imprescritível, ou
seja, pode ser executada a qualquer tempo, sendo que a própria lei pode estabelecer prazos
prescricionais, como faz o art. 54 da Lei 9.784/99.

OBJETO
• É o ato em si! Por exemplo: no caso da remoção o ato administrativo é o próprio instituto da
remoção.

FORMA
• O ato administrativo em regra é na forma escrita, em respeito o princípio da solenidade.
Pode ser por sinal (apito de um agente de trânsito, por exemplo) ou por iluminação (sinaleira de
trânsito).

FINALIDADE
• Visa sempre ao interesse público e à finalidade específica em lei.

3. CLASSIFICAÇÃO

• Atos gerais: são aqueles que possuem destinatários não especificados, com caráter de norma,
em face de sua abstração. Ex.: um edital de concurso público, regulamentos e resoluções.
Os atos gerais prevalecem sobre os atos individuais.

• Ato exequível: produz efeitos imediatamente.

• Atos individuais: destinam-se a um sujeito ou mais de um sujeito especificamente


determinados.
 Singular: possui um único destinatário identificado, por exemplo, a nomeação de um
servidor para ocupar determinado cargo comissionado.
 Plúrimo: ato que possui mais de um destinatário e todos são identificados, como ocorre
com a nomeação de candidatos aprovados no concurso público.

CIUDADO PARA NÃO CONFUNDIR ATO INDIVIDUAL PLÚRIMO COM ATOS GERAIS!

• Atos simples: são os que têm sua existência condicionada à manifestação de um único órgão.
Exemplo: alvará de construção e a licença para conduzir veículos automotores.

• Atos complexos: sua existência depende da manifestação de mais de um órgão. Ex.: portaria
conjunta entre dois ou mais ministérios ou secretarias.

• Atos compostos: dependem da manifestação de vontade de mais de um órgão, onde é


possível identificar a existência de uma vontade principal e outra meramente acessória. Ex.:
ato que dependa da homologação de uma autoridade superior.

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• Atos de império: são os atos administrativos propriamente ditos, revestidos do atributo da
imperatividade.

• Atos de gestão: são os atos praticados com a finalidade de gerir os bens e serviços, sem a
necessidade das prerrogativas do regime jurídico administrativo. Neste caso, a Administração
age em igualdade com o particular. A Administração não usa o poder de coerção. Ex.:
alienação ou aquisição de bens pela Administração.

• Atos de expedientes: atos destinados a dar andamento aos processos e papéis que tramitam
na administração.

• Ato perfeito: ato que completou as etapas de acordo com as normas de regência. Assim, por
exemplo, um ato complexo só se torna perfeito quando forem exaradas todas as
manifestações jurídicas de vontade dos órgãos necessários para a formação de um único ato.
OBS: pode haver um ato perfeito que seja inválido.

• Ato válido: é o ato que foi praticado de acordo com a lei, é um ato sem vícios, sem
irregularidades. Produzirá efeitos, desde que não estejam sob condição suspensiva.

• Ato eficaz: aquele que está apto a produzir os seus efeitos. Se estiver pendente de uma
condição suspensiva, não terá a produção imediata de seus efeitos.

4. ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO

• Normativo: atos caracterizados pela generalidade e pela abstração. Não podem inovar no
ordenamento, não possuem destinatários determinados e correspondem aos atos gerais.
Ex.: regimento e resoluções.

• Ordinários: são destinados aos servidores públicos em geral e têm a finalidade de divulgar
determinações administrativas aplicáveis ao adequado desempenho das funções. São atos
internos; decorrem do exercício do poder hierárquico; vinculam os servidores subordinados
ao órgão que os expediu; não atingem os administrados; estão hierarquicamente abaixo dos
atos normativos.
Ex.: Instruções, circulares internas, portarias e ordens de serviços.

• Negociais: são atos administrativos editados quando o ordenamento jurídico exige que o
particular obtenha anuência prévia da administração para realizar determinada atividade de
interesse dele ou exercer determinado direito.
Ex.: licenças, autorizações, homologações etc. Exceção ao atributo da imperatividade.

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• Atos enunciativos: são atos administrativos que têm a finalidade de declarar um juízo de
valor, uma opinião ou um fato. Não produzem efeitos jurídicos por si só; e não contém uma
manifestação de vontade da administração pública.
Ex.: parecer, certidão e atestado.

5. ANULAÇÃO

Sempre que o ato tiver um vicio de ilegalidade. A anulação produz efeitos ex tunc (retroage
à data da edição do ato), todos os efeitos do ato serão anulados, exceto os direitos adquiridos
por terceiros de boa-fé, e.g, uma certidão emitida por um funcionário de fato (teoria da
aparência). Essa anulação não pode ser feita a qualquer tempo, segundo afirma o art. 54 da Lei
9.784/99, o prazo para anular os atos ampliativos é decadencial de cinco anos, salvo nos casos
de má-fé.

Essa análise para anular o ato é sobre a legalidade, e não sobre o mérito. Por isso, a própria
Administração Pública pode e deve (poder-dever do Estado) anular o ato (súmulas 346 e 473 do
STF) e também o Poder Judiciário (art. 5º, XXXV, CF/88, inafastabilidade do controle do Poder
Judiciário).

Aqui, o vício é insanável, a nulidade é absoluta (diz-se que o ato é nulo).

6. CONVALIDAÇÃO

Nos casos de vicio sanável a nulidade do ato é relativa (diz-se então, que o ato é anulável,
o vicio pode ser consertado.

Exemplo: nomeação feita por agente público incompetente. A autoridade competente pode
retificar este ato (convalidar).

A convalidação retroage (ex tunc) convertendo o ato em ato válido desde a sua origem
(edição). Pode ser feita sempre que a nulidade não cause prejuízo a Administração Pública nem
a terceiros.

Para fins de prova objetiva, em regra são sanáveis os vícios de competência (porque a
autoridade competente pode retificar o ato) e os de forma (em virtude do princípio da
instrumentalidade das formas: a forma não é a busca do interesse público, mas sim o
instrumento para alcançar a finalidade).

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7. REVOGAÇÃO

É uma forma de retirada de um ato administrativo válido/lícito, que será extinto em razão de
não haver interesse público na manutenção do ato ( oportunidade e conveniência:
discricionariedade). A revogação somente impede os efeitos futuros do ato (ex nunc). Uma vez
que essa análise é sobre o mérito do ato administrativo, somente a administração pode revogar
o ato, não sendo de competência do Poder Judiciário.

Ato vinculado não pode ser revogado, posto que não há análise de mérito pela
Administração Pública.

Atos consumados (já esgotou sua eficácia), e.g., o agente publico que pede férias em
janeiro e lhe foi concedida. Em abril, a Administração Pública revoga aquela concessão de férias
do agente para janeiro, posto que em um juízo de oportunidade e conveniência naquele mês as
férias daquele agente público não eram oportunas e convenientes para o interesse público. Mas
como as férias já foram gozadas não tem possibilidade de revogação. Ademais, o ato
consumado não tem efeitos futuros a ser produzidos, uma vez que seus efeitos já foram
exauridos. Por fim, os efeitos da revogação são ex nunc.
NÃO REVOGA ATO CONSUMADO!!!!

8. CASSAÇÃO E CADUCIDADE

Ambas são por motivo de ilegalidade superveniente. O ato nasce válido, porém durante sua
execução sofre uma ilegalidade.
Exemplo: Zé recebe uma licença da Administração Pública para o funcionamento de um
hotel, contudo, ele transforma este empreendimento em um bordel. Note que o ato nasceu
válido (licença para o funcionamento de um hotel, entretanto, ao longo da execução o ato
tornou-se ilegal (funcionamento do bordel). Nesse exemplo, haverá a cassação do ato por culpa
do beneficiado (que cumpria os requisitos do ato no início, mas descumpre mais tarde).

A caducidade ocorre quando a ilegalidade superveniente do ato decorre de uma lei nova
(alteração legislativa) que faz um ato originariamente válido torna-se inválido.
Exemplo: Maria recebe licença para o funcionamento de um restaurante na zona X da Cidade
do cabo. Contudo, posteriormente, a Administração Pública resolve estabelecer que a zona X é
um bairro unicamente residencial, sendo vedado qualquer tipo de comércio. Nesse caso a
ilegalidade não é culpa do beneficiário.

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