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1 INTRODUÇÃO

O judô, de acordo com Franchini (2008), foi criado no Japão por Jigoro Kano em
1882, com técnicas derivadas de várias artes marciais, especialmente de alguns estilos de ju-
jutsu praticados pelos samurais nos campos de batalha. Essas técnicas foram adaptadas para
que pudessem ser aplicadas sem colocar em risco a segurança de seus praticantes.
O termo judô consiste de duas palavras japonesas: ju (suave) e do (caminho), ou
seja, “caminho da suavidade”. Essa é uma luta de domínio, na qual o praticante tenta projetar
seu oponente e, quando no solo, imobilizá-lo ou fazê-lo desistir da luta através de
estrangulamentos ou chaves de braço (FRANCHINI, 2008).
Para compreender melhor quais são os cuidados envolvidos na preparação para o
judô (condicionamento físico, cuidados com a alimentação, lesões mais frequentes etc.) é
importante entender os principais aspectos da competição.
Na maioria das competições há o período das inscrições, o qual pode se estender
até o dia da pesagem, sendo que esta é realizada para fazer a distribuição dos atletas em
categorias. O judô é um esporte de luta cujas categorias são classificadas de acordo com a
idade e o peso do atleta. Isso se dá com o objetivo de equilibrar as disputas, minimizando as
diferenças não só de peso, mas também de força e velocidade entre os atletas (ARTIOLI,
FRANCHINI e LANCHA JUNIOR, 2006).
De acordo com a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) este esporte é dividido
nas seguintes categorias, como demonstrado nas tabelas abaixo, de acordo com a idade e o
peso dos atletas.

MASCULINO

CATEGORIAS/ sub 13 sub 15 sub 17 sub 20 15 a sênior


CLASSES 11/12 anos 13/14 anos 15/16 anos 19 anos partir de 15
anos
SUPER Até 28 Até 36 Até 50 Até 55 Até 55
LIGEIRO
LIGEIRO +28/31 +36/ 40 +50/55 +55/60 +55/60
MEIO LEVE +31/34 +40/44 +55/60 +60/66 +60/66
LEVE +34/38 +44/48 +60/66 +66/73 +66/73
MEIO MÉDIO +38/42 +48/53 +66/73 +73/81 +73/81
MÉDIO +42/47 +53/58 +73/81 +81/90 +81/90
MEIO +47/52 +58/64 +81/90 +90/100 +90/100
PESADO
PESADO +52 +64 +90 +100 +100
Fonte: Confederação Brasileira de Judô
FEMININO
CATEGORIAS/ sub 13 sub 15 sub 17 sub 20 15 a Sênior a
CLASSES 11/12 anos 13/14 anos 15/16 anos 19 anos partir de 15
anos
SUPER Até 28 Até 36 Até 40 Até 44 Até 44
LIGEIRO
LIGEIRO +28/31 +36/ 40 +40/44 +44/48 +44/48
MEIO LEVE +31/34 +40/44 +44/48 +48/52 +48/52
LEVE +34/38 +44/48 +48/52 +52/57 +52/57
MEIO MÉDIO +38/42 +48/53 +52/57 +57/63 +57/63
MÉDIO +42/47 +53/58 +57/63 +63/70 +63/70
MEIO PESADO +47/52 +58/64 +63/70 +70/78 +70/78
PESADO +52 +64 +70 +78 +78
Fonte: Confederação Brasileira de Judô

Devido ao tipo de categorização usada no judô, muitos atletas enfrentam a pressão


de diminuir a massa corporal antes da competição na tentativa de obter alguma vantagem
sobre seus adversários, pois assim conseguem competir em categorias mais leves e
consequentemente contra lutadores menores e mais fracos (FABINI et al., 2010).
Geralmente a competição começa com as categorias mais leves e com os atletas
mais jovens, fato que influencia diretamente no período de recuperação dos atletas que se
utilizam da prática de redução do peso corporal para participarem do torneio em uma
categoria inferior à que deveria se enquadrar (FRANCHINI e DEL VECCHIO, 2008).
Segundo Artioli et al. (2011) essa manobra tem por objetivo reduzir a maior
quantidade de peso possível em um curto período de tempo, o que pode ocasionar a
desidratação, já que muitas vezes combina dietas radicais com restrições severas de líquidos,
além do uso de laxantes e diuréticos.
Esse processo de redução rápida de peso nos períodos pré-competitivos tem sido
documentado ao longo de vários anos, e no decorrer do tempo parece que sua prevalência
mudou muito pouco. Acreditasse que os lutadores praticam essas técnicas de redução de peso
achando que suas chances de sucesso nas competições aumentarão. Porém, essa redução
rápida de peso, na verdade prejudica o desempenho do atleta, além de colocar em risco sua
saúde (ARTIOLI et al., 2007).
Como a luta pode durar de três a cinco minutos cronometrados dependendo da
faixa etária, sendo prorrogável por tempo igual em caso de empate, o atleta deve estar com
sua saúde preservada, o que contribui para retardar o aparecimento da fadiga e promover uma
melhor recuperação do mesmo entre um combate e outro. A perda de líquido durante as
sessões de judô é algo que também demanda atenção, pois o judogi (kimono) trançado é
pesado e espesso, e sabe-se que a elevação da temperatura corporal devido ao uso do mesmo
faz aumentar a transpiração e, dessa forma, o risco de desidratação é elevado (FRANCHINI,
2008).
A tabela a seguir representa o tempo de cada luta de acordo com cada classe,
segundo as regras estabelecidas pela Confederação Brasileira de Judô.

CLASSE TEMPO GOLDEN SCORE

SENIOR e SUB 23 M/F 05 MINUTOS 03 MINUTOS

SUB 20 e SUB 17 M/F 04 MINUTOS 02 MINUTOS

SUB 15 e SUB 13 M/F 03 MINUTOS 01 MINUTO


Fonte: Confederação Brasileira de Judô

Tem-se observado que a conduta de redução rápida de peso vem sendo utilizada
com alta frequência por atletas das categorias de base, incentivados tanto por colegas, quanto
pelos próprios pais, técnicos e educadores.
Sendo assim, este trabalho tem por objetivo identificar os métodos utilizados
pelos judocas para a redução de peso nos períodos competitivos, além de revisar as
consequências dessa prática. O presente estudo é de grande relevância visto a grande
frequência com que se observa a ocorrência deste problema entre os atletas de judô. Este
trabalho também é importante, pois mostra os efeitos prejudiciais à saúde e ao desempenho
dos atletas decorrentes dessa prática, a qual deve ser desencorajada.
Para a realização do presente estudo foram realizados levantamentos
bibliográficos nas bases de dados Bireme e Google, sendo selecionados apenas os artigos
encontrados em revistas científicas de classificação B2 da CAPES. Foram usadas as seguintes
palavras chaves: perda de peso, Judô; perda rápida de peso e judocas e competição. Os artigos
encontrados foram selecionados quanto à originalidade e relevância. Textos não indexados
nessas bases de dados também foram consultados quando citados por vários dos artigos
obtidos pela busca original e, se atendessem os critérios mencionados, foram incluídos.
2 MÉTODOS UTILIZADOS PARA PERDA RÁDIDA DE PESO

É fato que atletas de diversas modalidades de combate utilizam-se de diferentes


estratégias para reduzir a massa corporal (perder peso), principalmente próximo às
competições. Normalmente, essa perda de peso acontece nos dias que antecedem à pesagem e
é conquistada utilizando-se de técnicas de desidratação (PAIVA, 2009).
Vários são os métodos utilizados para se conseguir baixar de peso rapidamente.
Uma revisão da literatura mostrou que, entre os judocas, os métodos mais utilizados para se
alcançar esse objetivo no período que antecede às competições foram: restrição severa de
alimentos; realização de exercícios intensos; desidratação; indução de vômitos e ingestão de
laxativos e diuréticos.

2.1 Restrição severa de alimentos

Segundo Juzwiak, Paschoal e Lopez (2000), a manutenção do balanço energético


deve ser uma preocupação constante, sendo que jovens atletas são particularmente afetados
pelo desequilíbrio energético, o qual pode resultar em graves consequências para a saúde, tais
como baixa estatura, atraso puberal, deficiência de nutrientes, desidratação, irregularidade
menstrual, alterações ósseas, maior incidência de lesões e maior risco para o aparecimento de
distúrbios alimentares.
De acordo com os autores citados acima, o peso foi a variável que apresentou a
melhor correlação com a taxa de metabolismo basal, sendo utilizado para o cálculo das
necessidades energéticas basais. Vale lembrar que para o cálculo do gasto energético durante
a atividade deve-se considerar o tipo de esporte praticado, a frequência, a duração e a
participação ou não em competições.
Para Thompson (1998) restrições alimentares são comuns entre atletas
competindo em esportes onde a composição corporal e a estética são fatores determinantes
para o sucesso.
Para a determinação das necessidades de macronutrientes (carboidratos, proteínas
e lipídios) devem ser levados em consideração as necessidades calóricas e o tempo necessário
de digestão para o aproveitamento dos músculos. Os macronutrientes são essenciais para a
recuperação muscular, a manutenção do sistema imunológico, o equilíbrio do sistema
endócrino e a manutenção e/ou melhora da performance (CARVALHO et al., 2003).
Recomenda-se que a dieta para atletas jovens forneça de 55- 60% da energia total
na forma de carboidrato, 12-15% de proteínas e 25-30% de lipídios. A ingestão inadequada de
carboidratos pode resultar em estoques insuficientes de glicogênio muscular e
consequentemente em fadiga precoce, além do uso de estoques proteicos para fins de
produção de energia (JUZWIAK, PASCHOAL e LOPEZ, 2000).
Artioli et al. (2007) relatam que como forma de restrição alimentar é muito
recorrente os atletas de Judô deixarem de comer à noite, evitarem comer entre as refeições e
jejuarem antes da pesagem. Os autores salientam ainda que os atletas entrevistados reduziam
o peso em menos de sete dias, e que grande quantidade de peso era perdida nos três últimos
dias antes das pesagens, as quais geralmente ocorrem no mesmo dia da competição, horas
antes do início das lutas.
Segundo os autores acima, a história alimentar é o método mais antigo e testado
de avaliação do consumo alimentar. Uma de suas grandes vantagens é que ela não fornece
apenas dados de consumo alimentar, mas também de comportamentos alimentares, sendo o
método de escolha quando se pretende levantar informações mais profundas sobre
alimentação dos atletas. Também para Carvalho et al. (2003) a avaliação nutricional é um
fator importante para a elaboração e adesão às dietas propostas aos atletas.
Com relação aos micronutrientes Thompson (1998) ressalta que a ingestão de
cálcio deve ser monitorada, assim como a de ferro. Um consumo adequado de cálcio é
extremamente importante para diminuir as fraturas de estresse e, mais tarde, o risco de
desenvolver osteoporose. Já a ingestão insuficiente de ferro pode prejudicar a capacidade de
transporte de oxigênio, diminuindo o desempenho e interferindo com o treinamento, se a
deficiência progredir para uma anemia. Segundo o autor a atenção também deve ser redobrada
em atletas que não possuam o hábito de ingerir frutas e hortaliças, pois a ingestão de vitamina
A e C, e de magnésio pode encontrar-se abaixo das recomendações.
Para Carvalho et al. (2003) de um modo geral, os micronutrientes (vitaminas,
minerais e os oligoelementos) presentes em dietas balanceadas e diversificadas em alimentos,
com aporte calórico suficiente para atender à demanda energética, são suficientes para as
necessidades do desportista. A suplementação só é indicada em algumas situações especiais
como: ácido fólico em gestantes, cálcio na presença de osteopenia e osteoporose e ferro para
anemia. Vale lembrar que os micronutrientes desempenham papel importante na produção de
energia, síntese de hemoglobina, manutenção da saúde óssea, função imunológica e a
proteção dos tecidos corporais em relação aos danos oxidadtivos.
Sendo assim, sugere-se que nos 3 a 4 dias anteriores à competição seja dada
especial atenção à ingestão de alimentos ricos em carboidratos. No dia da competição, o atleta
deve ingerir uma alimentação rica em carboidratos e com baixo conteúdo de gordura, devem
ser escolhidos alimentos de fácil digestão e pouco fibrosos. A última refeição deve acontecer
3 a 4 horas antes do evento para garantir o esvaziamento gástrico. Até 2 horas antes de
competir pode ser ingerido um lanche rico em carboidratos de baixo índice glicêmico. Água
pode e deve ser consumida antes do evento sendo estabelecido um padrão de ingestão para
que o atleta inicie o exercício num estado de hidratação ótimo (JUZWIAK, PASCHOAL e
LOPEZ, 2000).
Uma ressalva deve ser feita com relação às atletas femininas já que a “tríade das
atletas” (distúrbios alimentares, menstruais e ósseos) pode interferir no desempenho das
mesmas, principalmente quando tem-se associado uma nutrição insuficiente e excesso de
treinamento. A presença de um comportamento alimentar alterado, associado a outros
sintomas, como vômitos, uso de laxantes, perda de peso extrema, amenorreia e outras
complicações fisiológicas e psicológicas pode caracterizar um verdadeiro distúrbio alimentar
(JUZWIAK, PASCHOAL e LOPEZ, 2000).
Ainda de acordo com os autores acima citados, a prevalência de distúrbios
alimentares é significativamente maior entre atletas do que na população em geral, e em
particular entre atletas do sexo feminino.
Os principais distúrbios alimentares são bulimia, anorexia nervosa e obesidade. A
bulimia se caracteriza por episódios de grande ingestão alimentar acompanhados de
descontrole e ingestão excessivamente rápida em um curto período de tempo, alternado com
episódios de vômitos provocados ou uso de laxantes e diuréticos. Já a anorexia nervosa é uma
síndrome mais grave e com consequências mais deletérias para a saúde, envolve alteração da
imagem corporal e constante e compulsiva limitação da ingestão de alimentos ou até mesmo
jejum.
Segundo Fabrini et al. (2010) a dieta hipocalórica foi adotada por
aproximadamente 60% dos atletas que foram entrevistados em sua pesquisa, representado a
segunda estratégia de perda de massa corporal adotada pelos judocas, os quais eliminam uma
refeição do dia. Os autores consideram que o suprimento calórico diário inferior a 1500 kcal,
de forma contínua, está relacionado ao consumo inadequado de vitaminas e proteínas o que
pode afetar o desempenho do atleta em longo prazo, visto que essas substâncias, além de
desempenharem funções metabólicas, atenuam o estresse oxidativo pelo combate aos radicais
livres, devido à sua ação antioxidante.
Mais uma vez é importante salientar que às vésperas da competição não é
recomendada a restrição alimentar aguda, já que uma nutrição adequada pode otimizar as
reservas de carboidratos (glicogênio muscular e hepático) para a competição, o que pode
representar uma diferença significativa no desempenho em atividades de resistência como o
Judô. Sendo assim, a restrição de carboidratos não deve ser recomendada em períodos pré-
competitivos, pois o glicogênio depletado durante os treinos deve ser recuperado através da
dieta (FABINI et al., 2010).
Segundo Carvalho et al. (2003) apesar da comprovada eficiência do carboidrato
na recuperação do glicogênio muscular, atletas de elite ainda demonstram resistência no
consumo deste nutriente.
A restrição de lipídios pode ser mais adequada e recomendada quando a perda de
massa corporal for almejada e planejada em longo período, porém essa restrição de gordura
deve ser orientada por um nutricionista, pois existem ácidos graxos que são essenciais não
podendo ser retirados da dieta. Com relação à restrição de gorduras é importante lembrar que
a redução destas não ultrapasse 15% do total energético consumido, já que os lipídios são
fonte de vitaminas lipossolúveis. Como lutadores, em geral, apresentam em média 6 a 7% de
gordura, estes não apresentam a possibilidade de redução da massa, pois já estão muito
próximos do limite recomendado que é 5% medido por equações de dobras cutâneas
(FRANCHINI, 2010).
É importante lembrar que gordura abaixo do limiar de 5%, principalmente em
situações onde ocorre uma redução brusca de peso, pode trazer consequências negativas
como: diminuição da produção energética, mudanças comportamentais, exaustão física e
mental, diminuição da massa muscular e densidade óssea, dificuldade de concentração,
tonturas e cãibras, o que acaba comprometendo o desempenho do atleta durante a competição
(PERÓN et al., 2009).
De acordo com Carvalho e Mara (2010) os macronutrientes (carboidratos, lipídios
e proteínas) devem ser consumidos visando à recuperação muscular, manutenção do sistema
imunológico, equilíbrio do sistema endócrino e melhora do desempenho desportivo.
Assim, para perder peso e ainda ter sucesso na competição, é necessário um
planejamento perfeito e a longo prazo da dieta nutricional, sendo fundamental um
acompanhamento de um nutricionista, inclusive durante e após as competições (MARQUEZI
e LANCHA JUNIOR, 1998).
2.2 Desidratação

O estado normal ou hidratado do corpo humano, de acordo com Marquezi e


Lancha Junior (1998), também conhecido por euidratação, sofre alterações decorrentes da
temperatura e das atividades físicas realizadas. Esse fato é de extrema importância quando se
analisa o estado de hidratação dos atletas durante competições de judô.
A desidratação, segundo Franchini (2010), pode se dar de maneira involuntária,
sendo provocada pela reposição inadequada de eletrólitos; ou de forma intencional, a fim de
adequar o peso do atleta a uma categoria inferior.
Uma desidratação leve compromete a termorregulação causando o aumento da
frequência cardíaca e da temperatura corporal, além de uma diminuição do débito cardíaco. Já
em sua ocorrência moderada, a desidratação, causa colapso durante as atividades físicas
manifestando-se em forma de fadiga, tontura, intolerância ao calor, perda de apetite, pele
vermelha e sede. A sua manifestação grave causa olhos afundados, visão fosca, espasmos
musculares, pele seca, aumento da temperatura corporal (hipertermia), choque térmico,
podendo evoluir para coma ou até mesmo para o óbito (CARVALHO e MARA, 2010).
Também Carvalho et al. (2003) afirmam que os efeitos da desidratação podem
ocorrer mesmo que esta seja leve ou moderada, segundo os autores à medida que a
desidratação vai se acentuando seus efeitos também vão se agravando, com 1 a 2% de
desidratação inicia-se o aumento da temperatura corporal em até 0,4ºC para cada percentual
subsequente se desidratação, em torno de 3% há uma redução importante do desempenho,
com 4 a 6% pode ocorrer fadiga térmica e a partir de 6% existe o risco de choque térmico,
coma e morte. Os autores ainda relatam que como o suor é hipotônico em relação ao sangue, a
desidratação provocada pelo exercício físico pode resultar num aumento da osmolaridade
sanguínea, e tanto a hipovolemia quanto a hiperosmolaridade aumentam a temperatura interna
e reduzem a dissipação do calor pela evaporação e convecção.
De acordo com Fabrini et al.(2010) a maioria dos judocas que foram
entrevistados pelos autores já realizou redução de massa corporal aguda, sendo que o aumento
das atividades físicas foi a principal estratégia utilizada. Para os autores essa é uma estratégia
que pode ser recomendada, desde que realizada em períodos de preparação, uma vez que a
recuperação da homeostasia dos líquidos pode levar de 24 a 48 horas, sendo que o aumento na
quantidade de exercícios físicos, principalmente de caráter aeróbio, deve estimular a
mobilização de gordura e produzir gasto energético ainda maior, viabilizando a redução do
percentual de gordura sem comprometimento da massa corporal magra.
A transpiração é o método mais conhecido de perda rápida de peso. Esse processo
pode ser atingido de diversas maneiras, podendo retirar do organismo entre 2 a 4,5kg (de
líquido) em um curto período dependendo das condições e da forma que for executado. Pode
ser uma boa opção se o atleta já estiver bem condicionado e precisar perder pouco peso, vale
lembrar que esse método tem a limitação de promover um maior gasto de energia, podendo
causar fadiga no atleta (PAIVA, 2009).
Para Paiva (2009) o modo mais eficiente de perda rápida de peso é a diminuição
ou a restrição da ingestão de líquidos, já que eliminamos constantemente peso (em água) pela
respiração, urina e pela transpiração, assim o atleta não precisa gastar energia extra para
perder de 2 a 3 kg em 24 horas, basta apenas não beber água.
Para conseguir baixar de peso ainda mais rápido alguns lutadores fazem uso de
agasalhos e sacos plásticos debaixo do kimono (judogi) durante os exercícios ou realizam as
atividades físicas em ambientes quentes como saunas, para indução de sudorese excessiva,
assim com a perda de líquido tem-se uma diminuição do peso corporal (FRANCHINI, 2010).
Nessa forma extrema do método de desidratação, onde os atletas induzem a
sudorese excessiva por meio de exercícios físicos em ambientes quentes como salas sem
ventilação ou saunas, o uso de roupas pesadas (kimonos ou agasalhos) ou plásticas (borracha),
ou a combinação dessas mais o aumento na quantidade e intensidade dos exercícios podem
tornar essa estratégia muito perigosa, pois compromete a termorregulação podendo ocasionar
algumas lesões térmicas como: cãibras (contrações musculares ou espasmos dos membros e
abdômen), exaustão térmica por depleção de sal (vertigens, náuseas, cefaleia, vômitos ou
diarreia), síncope induzida pelo calor (fadiga, hipotensão, fraqueza generalizada, palidez e a
perda momentânea de consciência) e exaustão térmica por depleção de água (língua e boca
seca, suor reduzido, fraqueza, sede e perda de consciência) (PAIVA, 2009; FRANCHINI,
2010).
Também Fabrini et al. (2010) relataram que o uso de roupas antitranspirantes
prejudica a dissipação do calor corporal, o que resulta em aumento da temperatura interna o
que poderá causar cãibras, fraqueza generalizada, fadiga, náuseas e diarreia, eles relatam
ainda que a utilização da sauna diminui os estoques corporais de água, resultando em
hemoconcentração, o que contribui para que o lactato se acumule mais rapidamente em
exercícios subsequentes.
2.3 Indução de vômitos (transtornos alimentares)

Como já foi dito, os transtornos alimentares são comuns em atletas que praticam
esportes como o Judô, onde o controle de peso corporal é de extrema importância no período
de competições. De acordo com Appolinário e Claudino (2000) o inicio da anorexia nervosa é
marcado por uma restrição dietética progressiva com a eliminação de alimentos considerados
“engordantes”, como os carboidratos.
Segundo esses autores a prática de exercícios físicos associada à restrição dietética
e/ou a episódios de vômitos auto induzidos e uso de laxativos e diuréticos pode levar a várias
complicações médicas em decorrência da desnutrição como: anemia, alterações endócrinas,
osteoporose e alterações hidroeletrolíticas (especialmente hipocalemia, que pode causar
arritmia cardíaca e morte súbita). Tal comportamento, quando realizado por atletas, acaba
causando problemas sérios no desempenho durante as competições.
Já a bulimia nervosa (episódios de compulsão alimentar) costuma surgir no
decorrer de uma dieta para emagrecer. Como os judocas realizam constantemente dietas para
o controle do peso (visando competir em categorias mais leves) os treinadores devem estar
sempre atentos para diagnosticar precocemente este tipo de transtorno alimentar. Outro fator
importante de ser considerado é a presença de sentimentos negativos (ansiedade, frustração
etc) nos períodos de competição, o que ajuda a piorar o quadro bulímico (APPOLINÁRIO e
CLAUDINO, 2000).
Para Fabrini et al. (2010) a indução de vômito observada nos transtornos
alimentares causa uma perda excessiva de minerais, fraqueza muscular e deterioração da
função neuromuscular, o que acarreta em perda significativa no desempenho do atleta durante
uma competição.
Segundo Oliveira et al. (2003) o ambiente esportivo pode ser um meio ampliador
de pressões socioculturais motivadas pelo ideal de corpo magro, o que gera um número cada
vez maior de atletas que se submetem a dietas inadequadas para o controle do peso corporal.
Isso tem causado, com relativa frequência, quadros de síndromes parciais de transtornos do
comportamento alimentar o que leva também ao aparecimento de sintomas psicológicos como
ansiedade, depressão, baixa autoestima, irritabilidade, intolerância a frustração e humor lábil,
trazendo consequências à vida social, afetiva e profissional dos atletas.
Sendo assim, fica claro que a indução de vômitos visando perder peso é uma
prática que traz sérias consequências à saúde dos atletas, levando à diminuição significativa
no desempenho competitivo dos mesmos, essa prática deve ser desencorajada, e caso
diagnosticada, deve ser tratada o mais rápido possível, prevenindo assim a instalação de um
transtorno alimentar propriamente dito.

2.4 Uso de fármacos

De acordo com o Comitê Olímpico Brasileiro (2011) tem-se observado um


aumento na utilização de fármacos com o propósito de melhorar rapidamente, e com o
mínimo de esforço, o desempenho esportivo. Isso tem produzido uma ação intensa das
autoridades nacionais e internacionais no sentido de controlar e coibir entre os atletas e dirige
o uso de produtos como laxativos, diuréticos e remédios para emagrecer (anfetaminas),
visando preservar os aspectos éticos e morais do esporte e, sobretudo, a saúde dos atletas.
No Judô, o uso destes fármacos é considerado doping, visto que os atletas que se
utilizam destes produtos o fazem com intuito de reduzir o peso corporal de forma rápida com
a finalidade de se enquadrarem em uma categoria mais baixa tentando obter vantagens sobre
os adversários (PAIVA, 2009).
Para o Comitê Olímpico Brasileiro (2011) a utilização de diuréticos também é
entendida como doping, pois este tipo de medicamento funciona como agente mascarador, já
que atua diluindo a urina do atleta, diminuindo a concentração de outras substâncias proibidas
como esteroides anabólicos. Para a Agência Mundial Anti-Doping (WADA, 2005) os
diuréticos fazem parte da lista de agentes dopantes, logo o atleta que utiliza esse tipo de
fármaco poderá ser punido caso haja a realização de um exame.
A perda de peso rápida que ocorre pela utilização de fármacos como laxativos e
diuréticos se dá pela perda de líquidos. Segundo Artioli, Franchini e Lancha Junior (2006) o
efeito da perda de líquidos sobre a osmolaridade plasmática é dependente do tipo de técnica
empregada: transpirar, de acordo com os autores, resulta em hipovolemia (a diminuição do
volume plasmático) hiperosmótica; já a utilização de diuréticos causa hipovolemia isosmótica.
Para os autores hiperosmolaridade e hipovolemia afetam a termoregulação e
aumentam a temperatura central tanto durante o repouso, quanto durante o exercício. Na
ocorrência de desidratação o volume de ejeção e o débito cardíaco são menores, e o volume
plasmático reduzido também limita o transporte de oxigênio para os músculos causando
fadiga, além de uma frequência cardíaca elevada e um retorno venoso diminuído.
Fabrini et al. (2010) relatam que assim como a realização de exercícios em
ambientes quentes e o uso de roupas antitranspirantes (borracha/ plástico), o uso de laxantes e
diuréticos pode afetar o equilíbrio eletrolítico corporal, principalmente do mineral cálcio, o
que pode resultar em menor mineralização óssea e causar fraturas por estresse. Os autores
ressaltam ainda que os diuréticos produzem nos lutadores hipocalemia (diminuição da
concentração de potássio no sangue), o que pode colocar em risco a saúde do atleta, pois a
redução do potássio corporal altera a atividade da bomba sódio-potássio, a qual, em níveis
críticos pode levar a óbito.
O uso de diuréticos traz diversos efeitos adversos ao desportista, visto que a maior
parte de líquidos perdida irá afetar tanto a termoregulação quanto a função cardiovascular. Os
diuréticos também podem afetar a função neuromuscular, reduzir o desempenho, provocar
cãibras e produzir hipotensão arterial excessiva, tonturas, desmaios, anorexia, vômito,
distensão abdominal, ausência de reflexo e depressão mental. Também a utilização de
vômitos e diarreia induzidos causa perda excessiva de minerais, fraqueza muscular e
deterioração da função neuromuscular (FABRINI et al., 2010).
Segundo Paiva (2009) a utilização de diuréticos pode ocasionar sérios efeitos
colaterais por causa da dificuldade em se estimar a quantidade de líquido que o organismo
desperdiça, sendo que o uso desse fármaco combinado com outros métodos pode causar a
morte do atleta.
Os remédios para emagrecer são quase todos à base de anfetaminas, essas foram
sintetizadas para combater a obesidade, a depressão e a congestão nasal, porém nas décadas
de 60 e 70 o uso de anfetaminas tronou-se muito popular entre os jovens para reduzir o sono e
aumentar a disposição física, mas a principal indicação terapêutica continua sendo no
tratamento da obesidade, fazendo parte de fórmulas redutoras do apetite (VILARTA e
SONATI, 2007).
De acordo com Vilarta e Sonati (2007) as anfetaminas são estimulantes do sistema
nervoso central, elas atuam no sistema serotoninérgico aumentando a liberação de
noradrenalina e dopamina (neurotransmissores) reduzindo o sono e a fome, provocando um
estado de agitação psicomotora. Segundo os autores esse medicamento é indicado na presença
de hábitos alimentares patológicos (bulimia, por exemplo), porém essa droga causa afeitos
maléficos à saúde, pois apesar de a pessoa sob o efeito dela ser capaz de praticar atividades
que normalmente não conseguiria (devido ao aumento da resistência nervosa e muscular, além
do aumento da capacidade respiratória e da tensão arterial) a anfetamina leva o usuário a
extrapolar os reais limites do seu corpo o que causa dano à saúde como: taquicardia, dilatação
excessiva das pupilas e palidez, além de insônia e perda de apetite. Vale lembrar que o uso
contínuo dessa droga causa degeneração das células cerebrais de forma irreversível.
Para os autores acima os atletas que utilizam anfetaminas são classificados como
usuários instrumentais, já que consomem essa droga com objetivos específicos como
melhorar o desempenho na atividade física e emagrecimento (no caso dos judocas, visando se
enquadrar em uma categoria mais leve para obter vantagem sobre os adversários).
3 CONSEQUÊNCIAS DA PERDA RÁPIDA DE PESO EM PERÍODOS PRÉ-
COMPETITIVOS

Os métodos de perda rápida de peso podem afetar tanto o desempenho físico,


como podem causar danos à saúde dos atletas que se utilizam dessas práticas para obter
alguma vantagem durante sua vida competitiva.
Uma questão importante segundo Perón et al. (2009) é a frequência com que os
atletas do Judô perdem e recuperam o peso rapidamente, sendo esse ciclo comumente
chamado de weight-cycling (WC). O rápido ganho de peso após rápida redução deve-se a
adaptações fisiológicas pelas quais o corpo se torna mais eficiente na utilização e
armazenamento de energia (aumento na eficiência alimentar), aliado a diminuição da taxa
metabólica basal, o que torna as próximas reduções cada vez mais difíceis e exigem restrições
energéticas cada vez maiores. Os autores relatam ter sido observado que, após algum tempo
de prática de WC, a composição corporal pode alterar-se, e após o peso voltar ao normal,
pode-se encontrar maior quantidade de gordura corporal, a qual distribui-se de modo mais
centralizado.
Para Paiva (2009) as manipulações dietéticas que levam ao aumento e à perda
rápida de peso ao longo da carreira desportiva dos atletas de judô podem apresentar
consequências como a redução do plasma sanguíneo, sobrepeso, obesidade, hipertensão e
hipocolesterolemia, além disso, essas práticas podem aumentar o risco de os atletas que as
utilizam apresentarem posteriormente uma cardiopatia.
Nos atletas que são submetidos a dietas hipocalóricas observam-se algumas
alterações psicológicas, como o aumento do estado de confusão, desorientação, depressão e
sentimentos de isolamento, além de diminuição da densidade óssea e depressão da função
imune do organismo, pois a redução de massa corporal em judocas associada à baixa ingestão
de carboidratos também resulta em menor atividade do sistema imune, aumentando a
propensão do atleta a infecções. A redução rápida de peso altera a memória de curta duração
prejudicando as funções cognitivas e proporcionando um estado mental desfavorável ao
desempenho competitivo. Sendo assim, atletas em idade escolar podem ter seu desempenho
nas aulas prejudicado por essa prática (ARTIOLI, FRANCHINI e LANCHA JUNIOR, 2006).
Para Panza et al. (2007) a baixa ingestão de energia pode resultar em
fornecimento insuficiente de importantes nutrientes relacionados ao metabolismo energético,
à reparação tecidual, ao sistema antioxidante e à resposta imunológica, sendo que esse déficit
energético em atletas tem sido associado também a alterações reprodutivas. Por isso os
autores recomendam que atletas homens e mulheres tenham uma ingestão energética acima de
50 kcal/kg e 45-50 kcal/kg, respectivamente. Além disso, os autores acreditam que o consumo
apropriado de carboidrato é fundamental para a otimização dos estoques iniciais de glicogênio
muscular, a manutenção dos níveis de glicose sanguínea durante o exercício e a adequada
reposição das reservas de glicogênio na fase de recuperação, assim como a ingestão de
carboidratos pode atenuar as alterações negativas no sistema imune devido ao exercício.
Segundo Romano e Borges (2007) a glutamina é o aminoácido mais abundante no
organismo humano e o declínio na concentração plasmática do mesmo pode ser responsável
pela deficiência do sistema imunológico. Os autores afirmam que estudos têm comprovado
que as concentrações plasmáticas de glutamina diminuem em exercícios intensos e no excesso
de treinamento, logo concentrações plasmáticas reduzidas de glutamina têm sido descritas em
atletas com excesso de treinamento, sendo que o risco de infecções aumenta
consideravelmente em períodos de competição devido ao somatório da redução de glutamina
plasmática e o estresse psicológico gerado pela competição.
Atletas que perdem peso de forma brusca apresentam um maior risco de
desenvolverem distúrbios alimentares, os quais são psicopatologias consideradas graves, tais
como compulsão alimentar, anorexia e bulimia. É interessante lembrar que essas patologias
tem um risco maior de se manifestar em atletas do sexo feminino, as quais também podem
sofrer perturbações no ciclo menstrual e distúrbio ósseo, o que é conhecido como tríade das
atletas (já mencionada no tópico que fala sobre de restrições severas de alimentos). As
disfunções menstruais incluem desordens ovulatórias, oligomenorreia e amenorreia, sendo
que isso pode, a longo prazo levar, à infertilidade e a outros problemas de reprodução.
Alterações na função imunológica também são muito comuns em atletas do sexo feminino
(JUZWIAK, PASCHOAL e LOPEZ, 2000).
Para Artioli, Fanchini e Lancha Junior (2006) com a perda rápida de peso
observa-se efeitos que são potencialmente prejudiciais à saúde como: alteração da
concentração de alguns hormônios (aumento do GH hormônio do crescimento e diminuição
da testosterona hormônio masculino); diminuição do fluxo sanguíneo renal e do volume de
filtração glomerular; aumento da perda de eletrólitos; diminuição da atividade do sistema
imunológico; e interrupção da atividade do sistema imunológico; e interrupção temporária do
crescimento.
De acordo com Ide (2004) a redução rápida de peso em menos de uma semana é a
mais prejudicial ao organismo, pois ocorre principalmente pela desidratação, enquanto que
dietas mais prolongadas obtêm a diminuição do peso por meio da redução da ingestão
calórica, o que leva o atleta a consumir menos energia do que gasta, mas este consegue
manter-se hidratado. Para o autor além de todas as desvantagens fisiológicas que a prática da
redução rápida de peso proporciona é possível destacar mais um agravante, que seria a
preocupação do atleta com a pesagem antes das lutas, pois os lutadores que utilizam essa
estratégia nunca estão totalmente certos se estarão dentro da categoria ou não no momento da
pesagem, e uma vez inscrito em suas categorias, se extrapolarem os limites de massa dessas,
estarão automaticamente desclassificados da competição. Tal preocupação desfocaliza grande
parte da concentração do atleta para o momento da pesagem, fazendo com que ele se
concentre totalmente só após essa etapa.
A perda de peso aguda causada pela desidratação, restrição alimentar ou pela
combinação dos dois métodos interfere de forma negativa no desempenho dos atletas em
exercícios de longa duração de predominância do sistema energético aeróbico. A desidratação
diminui a ação do sistema cardiorrespiratório reduzindo o volume plasmático e a quantidade
de oxigênio transportado para os tecidos a cada batimento cardíaco, também reduz a
quantidade de eletrólitos causando um desequilíbrio hidroeletrolítico, dificultando a
termorregulação, aumentando a temperatura corporal. A restrição energética provoca a
depleção dos estoques de glicogênio muscular e diminui a utilização do mesmo como
substrato energético para o desempenho físico competitivo (FRANCHINI, 2010).
Apesar de uma quantidade bem maior de estudos sobre os efeitos da desidratação
sobre o desempenho anaeróbio, vários tipos de protocolos de avaliação do desempenho foram
utilizados para se mensurar o rendimento dos atletas do Judô que reduzem seu peso através da
desidratação, da restrição alimentar severa ou da combinação desses dois métodos. As
consequências da perda rápida de peso podem variar dependendo do tempo de recuperação,
da ingestão de alimentos após a pesagem e da reposição adequada de eletrólitos. Isso pode
causar um déficit no sistema de tamponamento sanguíneo o que torna mais precoce o
aparecimento da fadiga, e por consequência da acidose muscular, podendo afetar também a
produção de força dependendo do tipo da ação muscular (isocinética, isotônica ou isométrica)
(FRANCHINI, 2010; ARTIOLI; FRANCHINI e LANCHA JUNIOR, 2006).
4 RECOMENDAÇÕES DOS ESPECIALISTAS

Como vimos é muito comum atletas das modalidades de lutas optarem por mudar
de categoria devido a dois fatores: seu peso estar próximo do limite inferior, ou próximo do
superior de suas categorias. Os atletas que desejam mudar de categoria e manter ou melhorar
seus resultados têm algumas opções para realizarem essa mudança de forma segura e
planejada a fim de assegurar seu bem estar físico e mental.
Nesse tópico serão relacionados métodos seguros de perda de peso e incremento
das qualidades físicas inerentes ao Judô visando à manutenção da integridade física do atleta
para garantir a melhora de seu desempenho competitivo preservando a saúde do mesmo.
Para Franchini e Del Vecchio (2008) o trabalho de aumento da força relativa pode
ser benéfico para o desempenho dos atletas de Judô, o ganho de força pode ocorrer por meios
de dois mecanismos básicos: pelo aumento da ativação neural decorrente do maior
recrutamento das unidades motoras, da maior rapidez na frequência de ativação destas e do
aumento da sincronização das mesmas; e pelo aumento da área de secção transversal do
músculo (hipertrofia). No trabalho de hipertrofia deve-se levar em consideração o aumento da
massa muscular do atleta que pode ser indesejável caso ele se encontre no limite superior da
categoria de peso. Por outro lado, se o atleta estiver abaixo do limite superior da categoria ou
estiver considerando mudar para uma categoria superior o trabalho de hipertrofia pode ser um
meio eficiente para o aumento da massa muscular.
Segundo Foureaux, Pinto e Dâmaso (2006) o desenvolvimento de programas de
treinamento que maximizem o consumo excessivo de oxigênio após o exercício (EPOC) pode
ser um importante fator para a redução de peso corporal. Embora o custo energético do EPOC
em uma sessão de treinamento se mostre pequeno, seu efeito cumulativo poderá ter um
impacto positivo no controle do peso em atletas. Sendo assim, os autores recomendam
programas de treinamento com exercícios de maior intensidade, pois estes produzem elevação
mais prolongada no EPOC do que exercícios de intensidades menores, devido ao fato de
causarem maior estresse metabólico, sendo necessário maior dispêndio de energia para
retornar à condição de homeostase.
De acordo com Perón et al. (2009) no aspecto nutricional, a perda gradual de peso
é obtida por meio da diminuição da ingestão calórica, vinculada ao planejamento do
treinamento a fim de ajustar o peso e a composição corporal a longo prazo. Para os autores a
redução de 10% a 20% na ingestão calórica diária promove uma redução gradual no
percentual de gordura corporal sem induzir à fome ou à fadiga, como acontece em dietas com
baixo valor calórico e pobres em gordura. A diminuição da massa corporal é uma estratégia
aceitável quando planejada de forma adequada reduzindo a ingestão calórica de forma
gradativa, estocando energia e mantendo o organismo hidratado. Essa perda de peso não deve
ser maior do que 1 kg por semana para atletas de base e de no máximo 2,5 kg semanais para
atletas de elite.
Carvalho et al. (2003) completam ainda afirmando que a redução drástica da
gordura dietética pode não garantir a redução de gordura corporal e ocasionar perdas
musculares importantes por falta de nutrientes importantes na recuperação após o exercício
físico, como as vitaminas lipossolúveis e proteínas.
O esvaziamento gástrico também é uma estratégia de perda de peso que não
requer muito esforço e não prejudica o rendimento nem a saúde do atleta se for realizada
corretamente. Se o atleta esvaziar o estômago, e principalmente o intestino, dos alimentos que
ainda permanecem nessas estruturas ele poderá perder até 2,5 kg. Para que isso aconteça basta
ele se alimentar de frutas que são laxantes naturais (mamão, ameixa, laranja, abacate e
abacaxi) durante os dias que antecedem a pesagem (PAIVA, 2009).
Também é importante avaliar o desconforto gástrico que pode ocorrer caso o
atleta tenha se alimentado pouco tempo antes da competição. De acordo com Carvalho et al.
(2003) na impossibilidade de esperar por mais de três horas para a digestão, o desconforto
gástrico pode ser evitado com refeições pobres em fibras e ricas em carboidratos, os autores
sugerem escolher uma preparação com consistência leve ou líquida, ou seja, a refeição que
antecede o esforço físico deve ter quantidade de líquido suficiente para manter a hidratação,
deve ser pobre em gorduras e fibras para facilitar o esvaziamento gástrico e rica em
carboidratos para manter a glicemia e maximizar os estoques de glicogênio.
Artioli, Franchini e Lancha Junior. (2006) recomendam que as reduções não
sejam superiores a 20% do peso corporal e que ocorram de forma gradual (máximo de 1kg
por semana), sem restrição da ingestão de líquidos e/ou métodos que provoquem desidratação.
A porcentagem de carboidrato da dieta deve ser elevada durante o período de redução de peso
e após a pesagem, e antes do inicio das lutas, o consumo desse macronutriente deve ser
elevado.
De acordo com Carvalho et al. (2003) para garantir que o indivíduo inicie o
exercício bem hidratado, recomenda-se que ele beba cerca de 250 a 500 ml de água duas
horas antes do exercício. Durante o exercício recomenda-se iniciar a ingestão já nos primeiros
15 minutos e continuar bebendo a cada 15 a 20 minutos. O volume a ser ingerido varia de
acordo com a taxa de sudorese, na faixa de 500 a 2.000 ml/hora. Após o exercício deve-se
continuar ingerindo líquidos para compensar as perdas adicionais de água pela urina e
sudorese.
Devido aos benefícios questionáveis e aos potenciais riscos para a saúde trazidos
pelos procedimentos para redução rápida de peso, o Americam College of Sports Medicine
(1999) faz as seguintes recomendações: desestimular a utilização de roupas de borracha,
saunas secas ou a vapor, laxantes e diuréticos para perder peso; realizar pesagens diárias antes
e depois dos treinos e competições para saber se o peso perdido deve ser reposto através de
uma ingestão adequada de alimentos e líquidos; avaliar a composição corporal do atleta com
métodos validados para controlar adequadamente o percentual de gordura, o qual não deve ser
inferior a 5%; e ingestão calórica diária obtida através de uma dieta balanceada rica em
carboidratos, com baixo teor de gorduras e com uma quantidade adequada de proteínas, uma
vez que em combinação com o exercício, essa ingestão calórica contribuirá para uma redução
gradual de peso.
De acordo com Carvalho et al. (2003) é possível afirmar que o atleta que deseja
otimizar sua performance, antes de qualquer manipulação nutricional, precisa adotar um
comportamento alimentar adequado ao seu esforço, em termos de quantidade e variedade,
levando em consideração o que está estabelecido como alimentação saudável.
Segundo especialistas medidas para desencorajar as práticas de perda rápida de
peso nos períodos competitivos devem ser estudadas e implementadas como
comprometimento da saúde dos judocas.
Exemplos de medidas simples que as confederações, federações e demais
entidades reguladoras do esporte poderiam adotar são: 1) realizar a pesagem imediatamente
antes do inicio das lutas; 2) realizar programas de educação e conscientização para os
problemas que indiquem o estado de hidratação dos atletas como bio-impedância ou
osmolaridade da urina, o que pode ser conduzido na forma de sorteio, com punições aos
atletas que estejam excessivamente desidratados; 3) aumentar a quantidade de categorias de
peso; 4) obrigatoriedade da participação de um nutricionista no planejamento da perda de
massa corporal; e 5) estabelecimento do percentual mínimo de gordura em 5% (ARTIOLI.
FRANCHINI e LANCHA JUNIOR, 2006; ARTIOLI et al., 2007; FABRINI et al ., 2010).
Para o Americam College of Sports Medicine estas recomendações permitirão que
os lutadores se concentrem melhor na aquisição de habilidades técnicas, melhora da aptidão
física, preparação psicológica e nas interações sociais oferecidas pelo esporte.
5 RELATOS DE CASOS OCORIDOS NO JUDÔ NACIONAL E INTERNACIONAL

Nesse capítulo serão relatados casos de atletas que de alguma forma vieram a
contribuir com o desenvolvimento do Judô dando parâmetros de estudos que contribuíram
para o avanço desse esporte e da medicina esportiva.

5.1 Chung Se-hoon

Há três meses dos jogos Olímpicos de Atlanta 1996, os jornais noticiaram o caso
do judoca coreano Chug Se-hoon, de 22 anos de idade, que veio a óbito por realizar práticas
que levaram à perda rápida de peso. Este atleta estava cotado como possível medalhista de
ouro nesta Olimpíada, porém precisava perder 9 kg para se encaixar na categoria meio-leve
(60 a 66 kg).
Chug Se-hoon faleceu de ataque cardíaco decorrente da severa dieta a que estava
se submetendo concomitantemente aos treinos exaustivos, típicos de períodos que antecedem
competições tão importantes como uma Olimpíada.

5.2 Tiago Camilo

O Tiago Camilo é um exemplo de atleta que vem se destacando no Judô brasileiro


por obter sucesso em várias categorias diferente, estando cotado a se tornar o único atleta do
Judô mundial a ser medalhista Olímpico em três categorias diferentes. Seus principais títulos
foram: ouro no mundial Júnior de Cali Colômbia 1998 na categoria meio leve (60 a 66 kg)
classe sub 20; prata nos jogos Olímpicos de Sydney Austrália 2000, na categoria leve (66 a 73
kg); ouro nos jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro 2007, na categoria médio (81 a 90 kg),
e no mesmo ano também no Rio de Janeiro consagrou-se campeão mundial de Judô na
categoria meio médio (73 a 81 kg); e em Guadalajara México 2011, foi ouro na categoria
médio (81 a 90).
5.3 Leandro Guilheiro

O judoca brasileiro, Leandro Guilheiro, vem mantendo bons resultados em nível


internacional, mesmo após ter subido de categoria, passando da leve até 73 kg para a meio
médio até 81 kg. Esse caso demonstra que perder peso para se enquadrar em uma categoria
mais leve nem sempre é a melhor opção, pois se o atleta melhora seu nível técnico/tático e
mantém um planejamento adequado de treinamento (atividades físicas e alimentação) seu
rendimento aumenta mesmo que em uma categoria mais pesada.
Os principais títulos do Leandro Guilheiro foram: campeão mundial Júnior (sub
20) em 2002 Jeju Island coreia do Sul na categoria leve (66 a 73 kg); bronze em Atenas
Grécia 2004 na categoria leve (66 a 73 kg); prata nos jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro
2007, na categoria leve (66 a 73 kg); bronze em Pequim China 2008 na categoria leve (66 a
73 kg); prata no mundial de Tóquio Japão 2010 na categoria meio médio (73 a 81 kg); bronze
em Paris França 2011, na categoria meio médio (73 a 81 kg); ouro nos jogos Pan-americanos
de Guadalajara México 2011, na categoria meio médio (73 a 81 kg).

5.4 João Derly

Esse judoca foi o primeiro caso de doping no Judô brasileiro. Nos jogos Sul-
Americanos de 2002, João Derly foi pego no exame antidoping com resultado positivo para o
uso da substância Chlortalidone, um tipo de diurético.
O atleta teve sua medalha de ouro caçada pela Organização Desportiva Pan-
Americana (ODEPA), além de ser suspenso por seis meses.
Após cumprir a suspenção o judoca decidiu subir de categoria, desistindo dos
métodos de perda rápida de peso com o intuito de se manter em uma categoria na qual não
deveria se enquadrar. Depois dessa mudança para uma categoria mais pesada, o judoca teve
uma significativa melhora em seus resultados, comprovando mais uma vez que se preocupar
apenas em manter um baixo peso não é garantia de um bom resultado em competições.
Seus principais títulos foram: ouro em Nabul Tunísia 2000 na categoria ligeiro (60
a 66 kg); campeão mundial no Cairo Egito 2005 na categoria meio leve (60 a 66 kg); ouro nos
jogos Pan-americano do Rio de Janeiro 2007, na categoria meio leve (60 a 66 kg); campeão
mundial no Rio de Janeiro 2007, na categoria meio leve (60 a 66 kg).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com a revisão de literatura realizada neste trabalho é possível concluir


que a redução rápida de peso é uma prática comum entre os atletas do Judô. Foi possível
observar que são empregadas, com relativa frequência, ações que podem prejudicar o
rendimento ou a saúde do lutador. Dentre as práticas mais utilizadas estão a desidratação, a
restrição alimentar severa, o consumo de fármacos como diuréticos e laxativos, a indução de
vômitos e um aumento na quantidade e/ou intensidade das atividades físicas na véspera das
competições.
Como foi visto no desenvolvimento desta pesquisa o ideal seria que os atletas
competissem na categoria em que se encontram, preocupando-se mais em elevar seus níveis
técnicos e táticos, ao invés de somente se preocuparem com as capacidades físicas. Porém,
mesmo que seja necessário perder uma certa quantidade de peso o recomendado é que essa
perda ocorra de forma gradual durante o período de preparação (longo prazo) e não nos
momentos que antecedem as competições, para isso os atletas devem utilizar atividade físicas
e dietas bem planejadas.
Medidas que visem desencorajar a prática de métodos de redução rápida de peso
nos períodos que antecedem as competições devem ser estudadas e implementadas como
forma de prevenir consequências mais graves.
Sendo assim, para que se tenha um bom desempenho em torneios de Judô é
necessário que o atleta possua elevado nível técnico-tático, bem como força, capacidade
aeróbica, flexibilidade, potência e resistência anaeróbica. É válido lembrar que pequenas
alterações, em qualquer dessa variáveis, influencia o desempenho dos judocas, podendo
determinar o resultado final de uma luta ou competição, desse modo a prática da redução
rápida de peso, por ser contraproducente para o desempenho esportivo e por comprometer a
saúde dos atletas, deve ser desencorajada.
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