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ANOTAÇÕES — A ALTERNATIVA REPUBLICANA E O FIM DA MONARQUIA

Considerações Iniciais

— A perspectiva republicana estava presente mesmo antes de 1889, porém é só em


1870 que surge como movimento organizado com o Partido Republicano.

— A monarquia não segurou as pontas com a onda do republicanismo e com a ação


organizada de fração das Forças Armadas (mobilizada em princípios gerais do
republicanismo).

— Embora não existisse no país uma classe operária, o espectro do comunismo —


alimentado pela luta de classes nos países de capitalismo avançado — já
assombrava as classes dominantes e seus intelectuais.

— Antiescravismo.

Transformações econômicas, sociais e políticas no Brasil da segunda metade


do século XIX

— O período de 1850 e 1900 foi marcado por acontecimentos econômicos, sociais,


ideológicos e políticos associados a mudanças nas bases da sociedade brasileira
(são vários, pg. 208 do pdf).

— Foi um movimento de superação efetiva das estruturas coloniais e com a


acumulação de capital com a agroexportação, temos a primeira experiência de
administração autônoma da riqueza do país.

— O café permite o reerguimento do Centro-Sul brasileiro e constitui a base


econômica da formação do império e da constituição orgânica do próprio Brasil
independente.

— As classes dominantes mostraram-se pouco receptivas a inovações políticas,


econômicas e administrativas, optando sempre pela manutenção de um Estado
centralizado e escravista, e de uma organização econômica agroexportadora e
latifundiária.

— Do ponto de vista MATERIAL, a segunda metade do século XIX foi o momento de


maior transformação econômica na história brasileira.

— Multiplicação de negócios agrícolas, comerciais e industriais.

— Embora a agricultura permanecesse como o principal polo de acumulação de


capital, perdia, aos poucos, a condição de campo único e exclusivo de
investimentos.

— Lenta alternação do trabalho escravizado para o trabalho “livre”.

— Também entre 1850 e 1900, a população cresce de 7 milhões para 18 milhões,


concentrados em áreas como o Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

— Durante o império, o poder político das classes dominantes teve como base
material interna a grande propriedade rural e a força de trabalho escrava. No
exercício do poder, elas se constituíram como um grupo político conservador,
composto, principalmente, de proprietários de terras, burocratas e comerciantes que,
organizados em dois partidos — conservador e liberal —, revezaram-se no governo
do país sob o arbitramento do imperador, no exercício do Poder Moderador.

— O sistema centralizado permaneceu enquanto houve simetria entre o poder


econômico e o poder político. Porém, em finais do século XIX, ocorria o desencontro
desses dois poderes.

A alternativa republicana no Brasil

— A Guerra do Paraguai, segundo historiadores, foi elemento decisivo na crise do


“constitucionalismo” imperial.
— Forma-se a princípio o radicalismo, e logo após o republicanismo, claro, no nome
e na ideia e na ação.

— A cultura colonizadora europeia e a organização econômica baseada em relações


escravistas de produção.

— Embora defendida no Brasil desde muito tempo, a alternativa republicana só se


tornou politicamente viável a partir de 1870, dadas as transformações econômicas e
sociais pelas quais o país passou.

— Formado em 1870 com a cisão do partido liberal, o Partido Republicano da cidade


do Rio de Janeiro criticavam o regime de corrupção e privilégios, o centralismo, a
ausência de liberdade econômica, o sistema representativo limitado…

— Propunham uma reforma pacífica da sociedade através da soberania do povo,


administrada por um governo representativo e responsável.

— A divulgação do manifesto republicano propagou a adesão (nem sempre


partidária) ao republicanismo.

— Em todos os casos, os jornais cumpriram função estratégica, tanto em termos de


aglutinação quanto de ação propagandística, mas, na maioria das províncias, o
movimento republicano se encontrava em precárias condições organizacionais
quando da queda da monarquia.

— O partido republicano fornecia, ainda, a possibilidade de obter poder político, fator


que muito interessava os fazendeiros de café que já possuíam o poder econômico.

— O avento do Partido Republicano coincide com o incremento do movimento


abolicionista e, do ponto de visto estritamente econômico, a substituição do sistema
escravista tornou-se uma prioridade nacional.

— Para os republicanos, entretanto, a abolição era, antes de tudo, um problema de


oportunidade política.
— Mesmo defendendo a abolição, os republicanos ficavam quietinhos com a
intenção de agradar os fazendeiros e donos de escravizados.

— Resolvê-lo significava definir novas bases sociais, novas relações que


envolveriam o conjunto dos elementos da economia e da sociedade nacional. Os
republicanos não conseguiram formular um projeto de fôlego para enfrentar a
questão. Ao contrário, procuravam eximir-se dessa responsabilidade, defendendo a
tese de que era um problema a ser resolvido pela monarquia e, individualmente,
pelas províncias interessadas, de acordo com sua realidade e com o espírito
federalista.

— Defendiam, também, a abolição gradual.

— Republicanos, conservadores e liberais temiam os riscos à “ordem social” caso


fossem feitas mudanças sem o devido controle.

— Inspiraram-se no modelo americano, e não no modelo francês de


republicanismo.

— Divergiam os republicanos na forma de implantação da república. Alguns


defendiam a lenta e gradual sobreposição (Quintino Bocaiúva), outros defendiam
uma implantação rápida e com uso de violência, se necessário (Silva Jardim).

Militares na Política

— A posição das Forças Armadas no processo político nacional durante a


monarquia é tema que não desfruta de visão consensual entre os historiadores.
Ainda assim, pode-se considerar que, como instituição, elas estiveram distantes do
cenário político até a década de 1870.

— A partir de 1870, começam a surgir divergências entre as Forças Armadas e o


governo. (Alguns estipulam que isso ocorre devido a Guerra do Paraguai).
— Manuel Deodoro da Fonseca é um dos militares envolvidos nos atos contrários ao
governo, e é demitido de suas funções, tal qual outros líderes das mobilizações.

— Os sucessivos atritos entre militares e governo indicavam o desgaste das


instituições do Estado Imperial.

— Crescia o sentimento de insatisfação dos militares que desejavam ser mais do


que “cidadãos servis”, mas “soldados cidadãos”, como os caracterizavam jornais
republicanos.

— A corrente de opinião que, a partir dessa ideia, se desenvolveu entre os


republicanos evoluiu no sentido da formulação de uma estratégia de aliança com os
militares na luta contra a monarquia.

O golpe de novembro

— No dia 02 de fevereiro de 1887, foi realizada uma reunião no Rio de Janeiro com
o intuito de resolver a Questão Militar.

— Nela solicitavam a rejeição da punição dos envolvidos e requiriam a mediação do


imperador junto de marechal Deodoro da Fonseca para negociar a situação.

— Em março de 1889, treze republicanos de destaque reuniram-se em Reserva e


decidiram que não se deveria esperar pela morte do imperador e que o ataque ao
império deveria ser feito pelo Exército, sob a direção do Partido Republicano.

— O governo aceita, contudo, as condições da reunião e os ânimos “se acalmam”.

— A abolição tornava-se cada vez mais inevitável. Os casos de escravizados fugidos


aumentava e homens empregavam os fugidos, em vez de denunciá-los.

— Com a substituição do chefe de Governo, o barão de Cotejipe (escravocrata) pelo


conselheiro João Alfredo (igualmente conservador, porém a favor da abolição), é
enviado um projeto de abolição imediata da escravidão no dia 8 de maio de 1988.
Depois de três dias discutindo, o projeto é aprovado em 13 de maio de 1988,
referendado pela princesa Isabel.

— Sobre a propaganda e o desejo republicano: Um escritor monarquista


reconheceria, pouco tempo mais tarde, que, por essa época, “certamente o ideal de
muitos brasileiros era a república”. Mas, não como um projeto político alternativo:
“era para muitos a outra coisa, a coisa diferente do que se tinha. Desejar a
república era aspirar simplesmente uma mudança.

— A ideia de um movimento das forças armadas para instaurar a república agradava


os partidários republicanos.

— Porém, o próprio Deodoro expressava dúvidas em relação à alternativa


republicana, e dizia ainda que o presidente ideal seria Benjamin Constant.

— Benjamin, apoiado por uma série de seguidores, assume caráter cada vez mais
radical, pregando publicamente contra o governo e a monarquia.

— Aproximando-se do Partido Republicano, Benjamin propicia a publicação de


diversos artigos contrários ao governo e a favor de uma reforma.

— Benjamin consegue convencer Deodoro a liderar o movimento de destituição da


Monarquia e proclamação da república.

— Selado o acordo entre os chefes militares e a direção do Partido Republicano em


torno do projeto de substituição da monarquia pela república, Benjamin Constant fez
contato com o grupo republicano, de tendência positivista e divergente da direção
nacional do partido e informou-os da articulação do movimento, que garantiu ser
federalista e não ter caráter exclusivamente militar.

— Foi feita a república, ebaaaaaaaaa.

Considerações Finais
— Muito boas.

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