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Introdução

Em tempos remotos, os moçambicanos recebiam uma educação de submissão, uma educação


que permitia ao dominador, obter a servidão, e facilitava ao explorador a mão de obra sem
questionamento, em contrapartida, à obediência. Mesmo sendo uma educação de submissão,
não eram todos que conseguiam ter acesso a educação no tempo colonial, após a proclamação
da independência, o país disponibilizou recursos, na tentativa de, fazer uma sistematização de
ensino, que primeiramente estava norteado pelo cunho de, transmitir ao moçambicano, a idéia
de homem livre, homem liberto, homem de valor, com capacidade cientifica de pensar e
participar no desenvolvimento do país, ou simplesmente, homem novo.

Os objectivos da educação naquela época, respondiam a um conjunto de necessidades que o


povo carecia, com o passar dos anos, os objectivos perderam o seu valor, não descreviam, ou,
não respondiam bem as aspirações políticas da mesma época, pelo que, a primeira lei do
sistema nacional de ensino foi revogada, visando melhorar a qualidade do ensino.
Resenha sobre os pressupostos da educação aprovados pela assembléia popular de
Moçambique.

O jugo da dominação colonial repercutiu-se a educação, o colono construíu para o


moçambicano uma ferramenta que favorecesse a reprodução, exploração e opressão do povo,
foram desenvolvidos sistemas educativos de tónica discriminatória, a luta armada foi a
expressão vigente de negação da exploração e a proclamação da libertação da dominação
colonial portuguêsa, sob forma de criar uma sociedade livre de qualquer forma de dominação,
a educação se torna um direito, para construir uma sociedade socialista.

Da primeira tentativa de sair da dominação, e pelos esforços e reformas feitas em pequenos


sistemas que o estado adoptou, com base em leis e um conjunto de padrões que antes não
estavam sistematicamente organizados, criou-se a primeira lei do sistema nacional de
educação, para responder as aspirações sócio políticas do tempo, com o surgimento da lei
4/83, são várias revoluções ocorridas no ensino e na historia da educação em Moçambique.
Com o surgimento do sistema nacional da educação (SNE) Lei 4/83, 23 de Março, a
educação é declarada “um direito e um dever” de todo cidadão, direito este que se poderia
traduzir na igualdade de oportunidades de acesso a todos os níveis de ensino e a educação
sistemática a todos. O estado pretendia garantir uma educação uniforme não só para todas
crianças, mas também aos jovens, adultos idosos, camponeses, operários, antigos
combatentes da luta armada entre outros.

Concebida pela assembléia popular de Moçambique, o SNE respondia fundamentalmente aos


seguintes objetivos:

 Erradicação do analfabetismo;
 Introdução da escolaridade obrigatória;
 A formação de quadros para as necessidades de formação econômica e da
investigação científica, tecnológica e cultural.

Da primeira análise que se pode fazer, o artigo 1 alínea c) lei 4/83, sobre os objectivos gerais,
olha se a educação como mecanismo de começo de uma nova historia para o país, e
estabeleceu-se que, a educação é o instrumento principal da criação do homem novo, a idéia
de homem novo, nos leva a um homem que não tem a mentalidade do caráter da educação
colonial, um homem livre, liberto e responsável, capaz de assimilar, e não só, mas também
utilizar os conhecimentos a serviço da ciência, da revolução, do desenvolvimento, e da
sociedade ou, incutir no individuo, a cultura cientifica.

Lei 6/92, de 6 de maio

Pela necessidade de ajustar os objectivos da educação às mudanças socioculturais, houve a


necessidade de se ajustar o sistema educativo às conjunturas locais, nacionais e até
internacionais, daí a introdução da Lei 6/92, de 6 de maio, para suprir as necessidades e
aspirações daquela época. As inovações operadas propuseram objectivos e finalidade distinta
e idêntica para as duas leis. Os objectivos que fora propostas já haviam sido compridos assim,
houve necessidades de inovar para procurar formas e métodos de ultrapassar alguns desafios
no processo de ensino e aprendizagem. É notável que no início, a educação estava mais
centrado em criar fundamentos básicos para o desenvolvimento, inculcar no Homem
moçambicano a consciência científica criadora e a capacidade de participar de forma útil na
construção do país.

Modificações que revolucionaram a educação-Participação no processo de ensino

Artigo 1 da lei 6/92, alínea b) o estado no quadro da sua lei, permite a participação de outras
entidades, este constitui um dos principais marcos na educação, pelo que, permitiu a
massificação do ensino pela abertura na participação de outras entidades, no processo
educativo.

Novos ingressos, pré-escola.

Com a introdução de diversas entidades e espaços para a educação infantil, o estado abriu
espaço para diversas estruturas fazerem o trabalho de desenvolver habilidades estimulativas
na criança, está sob cargo do estado, fiscalizar estas entidades de ensino de alto prestigio
formativo. No artigo 13, da lei 4/83, a Pré-escola, é destinada a crianças menores de 7 anos,
de suma importância para familiarizar a criança no ambiente escolar, desenvolver habilidades
intelectuais que permitem o bom desenvolvimento da personalidade da criança e a sua fácil
integração no ambiente escolar. Após a reforma da lei anterior, a pré escola, fica para
crianças com idade inferior a 6 anos.

Novos ingressos, escola.

Na lei 4/83, os novos ingressos eram inscritos, crianças com idade corresponde a 7 anos ou
mais, ao passe que, na nova lei, o obrigatoriedade escolar inicia aos 6 anos de idade. Esta
alteração permite o acesso e término do nível médio mais cedo. O incomprimento do que
estava plasmado pelo conselho de ministros, agravavam-se nos encarregados de educação e
refletia se em penalizações, por exceder o prazo de inscrição escolar da criança, na lei 6/92,
vemos que não há estabelecimento de possíveis limitações na idade de ingresso e também no
que diz respeito às penalizações no caso de atraso, o ensino, desta forma, fica mais simples e
aberto e é caracterizado pela inclusão.

Estudo das línguas moçambicanas

Artigo 4 da lei 6/92, além da valorização implícita na lei 4/89, na nova legislação do ensino,
pressupõe a introdução das línguas nacionais, na transação cientifica de um conteúdo, que
deu inicio a introdução massiva de disciplinas cientificas em língua local, facto que
revolucionou e marcou a historia da educação no tempo, pela valorização e difusão prática de
um patrimônio cultural. Na lei 4/83 podemos entender que, ainda existia uma visão colonial
no que diz respeito ao uso da linguagem local, querendo com isto dizer que, os alunos ou a
língua local não tinham valor a ponto de ser difundida no contexto escolar.
Pedagogicamente, com a introdução das línguas locais, percebe-se que, a criança pode
aprender na sua língua de fluência, enquanto apreende a linguagem de ensino, um dos marcos
desta prática, é que, a criança fará transfusão, uma transformação do conhecimento aprendido
na escola, e logo a prior, saberá que está aprendendo conceitos que estão no seu meio social,
permitindo assim, não apenas a assimilação profunda, mas a reprodução do mesmo conteúdo.
Também podemos dizer que a criança não fica para trás, mas sim, caminha no ritmo de
aprendizagem com os que percebem a língua de ensino.

Lei 4/83 Lei 6/92


Pré-escola menores de 7 Menores de 6
anos
Escolaridade obrigatória 7 6 anos
anos
Nível cicl Classe idade Nível Ciclo Classe Idade
o
Primário 1 1,2,3,4,5 7 aos 14 Primário 1 1,2,3 4,5ª A partir
ª anos de 6 anos
2 6,7ª 2 6,7ª
Secundário 1 8,9,10ª 14 aos Secundári 1 8,9,10ª ----
17 o
Pré- 1 11-12ª 17 aos 2 11,12ª
universitário 19
Adaptado pelo discente a partir da Lei 4/83 e lei6/92

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