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FIG- UNIMESP

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

BRUNA DE OLIVEIRA DO NASCIMENTO RESENDE

A PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL EM


ESCOLAS PÚBLICAS BRASILEIRAS

GUARULHOS
2022
BRUNA DE OLIVEIRA DO NASCIMENTO RESENDE

A PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL EM


ESCOLAS PÚBLICAS BRASILEIRAS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Faculdade de Pedagogia
da FIG- UNIMESP, como requisito
parcial para a obtenção do título de
licenciatura em pedagogia.
Orientador: Luciana Patrocínio

GUARULHOS
2022
BRUNA DE OLIVEIRA DO NASCIMENTO RESENDE

A PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL EM


CRECHES E ESCOLAS PÚBLICAS BRASILEIRAS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Faculdade de Pedagogia
da FIG- UNIMESP, como requisito
parcial para a obtenção do título de
licenciatura em pedagogia.
Orientador: Luciana Patrocínio

 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
____________________________________________________ 
Luciana Patrocínio
FIG-UNIMESP

___________________________________________________ 
 
 
___________________________________________________ 

SUMÁRIO

Adicione títulos (Formatar > Estilos de parágrafo) e eles vão aparecer no seu sumário.

1. REFERENCIAL TEÓRICO

2. CONTEXTO HISTÓRICO PEDAGÓGICO

 Apesar de ainda discutirmos o emprego de uma pedagogia conservadora nas escolas, já


no final do século XIX e início do século XX tínhamos opositores que surgiram com
métodos inovadores, como John Dewey, pedagogo e sociólogo precursor da pedagogia
contemporânea com uma metodologia voltada à resolução de problemas, os Drs.
Decroly e Montessori, psiquiatras que trouxeram luz à educação sensorial e a professora
Célestin Freinet colocando as crianças como protagonistas em aula, que refutaram ponto
a ponto técnicas anteriores. (BOULCH, 2008 p. 18).
Neste contexto, a ciência da educação evolui em conjunto ao surgimento da psicologia
científica, unindo ao que a psicopedagogia já parecia ter previsto no século XIX, uma
pedagogia científica fundamentada em leis da pesquisa psicológica. Assim como em
diversas outras áreas cognitivas (psicologia, informática, neuropsicologia), os estudos
foram se entrelaçando e se disseminando em teorias multidisciplinares, apresentando
melhores respostas às problemáticas técnicas do ensino e interação professor-aluno,
associando desta forma o movimento humano ao domínio das ciências da educação e
não da medicina ou biomecanica (BOULCH, 2008). “A ciência do movimento humano
não pode ser semelhante ao estudo de uma máquina feita de alavancas, dobradiças e
músculos" (BOULCH, 2008 p. 32)
Segundo Bueno (2014) e Le Boulch (1982) o termo psicomotricidade surgiu no século
XIX em um cenário completamente diferente do atual, uma vez que o termo criado por
Ernest Dupré, psiquiatra francês, se referia à síndrome da debilidade motora,
relacionando a íntima união entre as alterações mentais e motoras. Segundo o mesmo
contexto citado anteriormente por Le Boulch, onde as pesquisas científicas se
influenciavam, de acordo com Bueno (2014) o mesmo ocorreu com a psicomotricidade,
onde, as pesquisas foram evoluindo e adentrando nos mais diversos campos de estudo,
passando pelo neurológico, psiquiátrico, psicanalítico e  filosófico. Um dos principais
teóricos sobre o tema é Henry Wallon (1925,1932) correlacionado caráter e motricidade
ainda no campo neurológico, evoluindo mais tarde para uma concepção mais dialética,
associando o movimento às relações do sujeito com o meio, enfatizando o
comportamento tônico. (BUENO, 2014)
Após diversas influências e testes realizados por pesquisadores como Gourevitch e
Ozeretski (1982), Ozeretski-Vayer (idade motora), Walter, Heuyer Bailler, Bergès e
Lèzine, Picq e Vayer, dentre outros, com a conclusão de que os limites corporais
dependiam de intervenções externas, os olhares sobre psicomotricidade se voltam ao
corpo consciente e o desenvolvimento motor guiado, como exercícios de atitude,
equilíbrio e coordenação motora. (Bueno, 2014)
Para Le Boulch (1982) a corrente em torno da psicomotricidade de forma pedagógica
nasceu na insuficiência da educação física em nutrir as necessidades de uma educação
real do corpo.
No final da década de 1950, Morizot já correlaciona o desenvolvimento
psicomotor ,com o uso de atividades de coordenação, de ritmo e de relaxamento, para o
tratamento de distúrbios de aprendizagem. O mesmo autor ainda publicou uma pesquisa
com escala avaliativa em psicomotricidade, com crianças brasileiras de 3 a 7 anos de
idade que serviu como base de avaliação por décadas depois.(Bueno, 2014)
A escola francesa, apresentada anteriormente principalmente nos estudos de Le Boulch,
destaca-se no processo evolutivo e influência atual da psicomotricidade, inclusive no
Brasil, principalmente após a década de 60, onde começam a surgir cursos relacionados
ao tema, de profissionais que se especializam no exterior, porém ainda de maneira
desorganizada e alguns até mesmo antagônicos, sem uma clareza sobre qual era
realmente o profissional responsável pela psicomotricidade surgiram especialistas nas
mais diversas áreas elaborando cursos sobre o tema, psicólogos, profissionais da
educação física, a fonoaudiólogos etc. se espalhando por diversos estados em escolas e
métodos diferentes.(Bueno, 2014)
Por décadas a difusão do ensino em psicomotricidade entre áreas e sua aplicabilidade
direcionada à distúrbios psicológicos, até 1980 com o surgimento da Sociedade
Brasileira de Terapia Psicomotora com a padronização de cursos, realização de
congressos e enfim trazendo base teórica e científica ao tema, concretizando-o como
ciência, tratando-o não mais em áreas distintas, onde cada uma tratava de maneira
distinta a temática, mas agora de maneira correlacionada.
Atualmente a Associação  Brasileira  de Psicomotricidade (ABP) conceituou a
psicomotricidade da seguinte forma:
Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo  o  homem         através do seu corpo em
movimento e em   relação ao seu mundo interno e externo.  Está  relacionada  ao  processo  de 
maturação,  onde  o  corpo  é  a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por
três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE PSICOMOTRICIDADE, 1999, online)
A importância da motricidade na educação se dá junto a importância de obter melhores
resultados pedagógicos, onde a arte de ensinar diante os desafios atuais, da lugar a uma
pedagogia como objeto de estudo e uma didática apoiada em uma abordagem científica
do ensino.

1.3    MOTRICIDADE E PSICOMOTRICIDADE


Em comparação às suas ciências originárias, a psicomotricidade pode ser denominada
como uma nova ciência, tendo o homem como objeto de estudo abrangendo diversas
áreas: educacionais, pedagógicas e de saúde.(Bueno, 2014)
  “A psicomotricidade considera o ser físico e social em transformação permanente e em constante
interação com o meio, modificando-o e modificando-se. Na psicomotricidade é trabalhada a globalidade
do indivíduo; é uma disciplina que estuda a implicação do corpo, a vivência corporal, o campo semiótico
das palavras e a interação entre os objetos e o meio para realizar uma atividade” (Bueno, 2014, p. 40)
Por ter um caráter multidisciplinar a psicomotricidade busca preencher de maneira
ampla diversas necessidades do indivíduo, buscando fazer do homem um ser
comunicativo, criativo e um pensador crítico, com uso consciente do seu corpo e
gestualidade. (Bueno, 2014)
A construção de uma ciência psicomotora, apesar de se espelhar na experiência humana
é baseada em estudos científicos e em categorias que os embasam, encontrando-se ainda
em construção e constante mudança segundo as transformações sociais e
comportamentais humanas. (Bueno, 2014)
Para Le Boulch (1982), a corticalização e intelectualização do movimento com a falta
de espontaneidade e naturalidade gera movimentos de incoordenação e inabilidade
motora, com uma forma de comportamento estereotipada, acreditando assim em uma
psicomotricidade mais livre com a inclusão de jogos e movimentos espontâneos.
“Motricidade é o mesmo que motilidade, é o domínio do corpo, agilidade, destreza,
locomoção, a faculdade de mover-se voluntariamente. É a possibilidade
neurofisiológica de realizar movimentos, a qualidade do que é móvel ou que obedece às
leis do movimento” (Bueno, 2014, p.43).
A motricidade está presente durante toda a vida do ser humano, desde o útero da mãe e
vêm se desenvolvendo conforme as fases do desenvolvimento e sua maturação psíquica.
Para que a prática da motricidade se dê de maneira segura, em um espaço onde possam
realizar suas próprias experiências de maneira permissiva é necessário, além de um
ambiente criteriosamente preparado com antecedência, uma atitude compreensiva do
adulto e firmeza para impor limites necessários. (Boulch, 1982)
1.3   A EDUCAÇÃO INFANTIL NAS ESCOLAS PÚBLICAS Guarulhenses

Durante um grande período histórico Brasileiro, o direito das crianças e bebês à


educação infantil foi preterido, apenas em 1996, com a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB) a educação infantil passa a ser a primeira etapa da educação
básica. (LDB, 1996)

BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional – LDB. Lei n. 9394, de 20 de dezembro
de 1996. Disponível em . Acesso em: 4 dez 2020.

A Educação Infantil nem sempre fez parte da Educação Básica. O direito do bebê e da criança à
Educação Infantil, bem como o direito social dos trabalhadores e das trabalhadoras, veio
apenas com a Constituição Federal de 1988. Em 1996, por ter sido consagrada como direito em
1988, a Educação Infantil passa a ser a primeira etapa da Educação Básica com a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), lei n. 9394 de 20 de Dezembro de 1996 (BRASIL,
1996). Campos (2008, p. 122) ressalta que essa conquista foi resultado de uma longa e ampla
mobilização social, que não se restringiu à área educacional, mas incluiu os movimentos de
mulheres e grupos de defesa dos direitos da criança e do adolescente, a definição da educação
infantil como primeira etapa da educação básica, incluindo a creche, representou a extensão
dos direitos à educação para a população menor de sete anos e a consequente ampliação do
mercado de trabalho para os profissionais da educação. Conforme a LDB (BRASIL, 1996) e de
acordo com a redação dada pela lei n. 12796 de 2013, a Educação Infantil é dividida em:
creche, ou entidades equivalentes, oferecida a 11 crianças de até três anos de idade; e pré-
escola, para crianças de quatro a cinco anos de idade1 . Vale lembrar que, diferentemente de
outras etapas da Educação Básica, o acompanhamento do desenvolvimento das crianças da
Educação Infantil ocorre por meio de avaliação e registro sem fins de promoção, nem para o
acesso ao Ensino Fundamental.

A formação inicial de professores é o primeiro passo para preparar profissionais


competentes e comprometidos. Perrenoud enfatiza a necessidade de uma base
sólida teórica aliada à prática. Ele destaca que os futuros professores devem
adquirir conhecimentos pedagógicos, disciplinares e didáticos, além de
desenvolver habilidades de gestão de sala de aula e relação com os alunos.

Citação de Perrenoud: "A formação inicial deve desenvolver uma ampla gama
de competências, combinando teoria e prática, para preparar os professores
para enfrentar os desafios da sala de aula" (Perrenoud, ano).

2. Formação Contínua de Professores:

A formação contínua é essencial para manter os professores atualizados em


relação às práticas pedagógicas e às demandas em constante evolução da
educação. Perrenoud argumenta que os professores devem estar engajados em
um processo contínuo de desenvolvimento profissional, participação em cursos,
seminários e reflexões colaborativas.
Citação de Perrenoud: "A formação contínua é uma oportunidade para os
professores atualizarem suas habilidades e conhecimentos, bem como para
refletirem criticamente sobre sua prática" (Perrenoud, ano).

3. Competência docente:

Perrenoud propõe uma abordagem baseada em competências para a formação


de professores. Ele destaca a importância de habilidades como planejamento,
comunicação efetiva, adaptação curricular e avaliação formativa. A competência
docente vai além do domínio do conteúdo; envolve uma combinação de
conhecimentos, habilidades e atitudes que permitem ao professor lidar com a
diversidade dos alunos e suas necessidades individuais.

Citação de Perrenoud: "A competência docente é multidimensional e envolve o


conhecimento, a ação e a reflexão. Os professores precisam desenvolver
habilidades que vão além do conhecimento

 
Durante um grande período histórico Brasileiro, o direito das crianças e bebês à educação
infantil foi preterido, apenas em 1996, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB) a educação infantil passa a ser a primeira etapa, dividindo assim a educação infantil em:
creche, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade, e pré-escolas para
crianças de quatro a cinco anos de idade (LDB, 1996).

a Wallon: “Todos os educandos, quaisquer que


sejam as suas origens familiares, sociais, étnicas,
têm igual direito ao desenvolvimento máximo que a
sua personalidade implica” (1977, p. 178).
2.1   IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO CAMPO
PSICOMOTOR
Cabe ao profe

2.2 CONTRIBUIÇÃO DO PROFESSOR


Cabe ao professor, de maneira primordial, o tratamento ao indivíduo como ser social,
levando em consideração suas vivências e conhecimentos, tornando o acolhimento no
início da vida escolar uma experiência segura e confortável. Ferronatto  (2006)
A Psicomotricidade deve ser tratada como parte curricular da escola, integrada assim a
proposta pedagógica curricular da mesma, assumindo assim um papel de relevância,
propiciando experiências e aprendizagens dentro do contexto global de
desenvolvimento do educando.  Ferronatto  (2006)
As atividades lúdicas na primeira infância surgem como um primeiro passo na
inicialização da psicomotricidade, além de estimular a expressão da expressão da
personalidade e evolução da imagem corporal, adquirindo assim um valor catártico
permitindo que a criança se liberte de certas tensões. A motricidade praticada de
maneira regular, propicia à criança oportunidade de adquirir confiança nela mesma,
conhecendo suas potencialidades, possibilidades e limites, incidindo na autonomia,
socialização e melhor relação com o mundo ao seu redor. (Boulch, 1982)
Para Bueno (2014) o professor deve se comportar de maneira mediadora, lembrando-se
que grandes explicações ou regras iniciais deixam as crianças confusas e desmotivadas,
o ideal seria a demonstração simples de como funcionaria a atividade para que as
crianças possam seguir de maneira espelhada as instruções iniciais, deve-se então deixá-
las buscar seus próprios recursos disponíveis no local planejado, e procurar suas
próprias resoluções de problemas, permitindo que elas descubram respostas por si só e
sintam-se satisfeitas com suas descobertas. É recomendado também, após as atividades,
conversar com as crianças acerca dos sentimentos que as atividades os proporcionaram,
suas impressões sobre o ocorrido e se algum movimento novo foi efetuado,
contribuindo na interiorização do que foi vivido, além de propiciar maior atenção e
concentração.

3.1   BENEFÍCIOS DA EDUCAÇÃO MOTORA DOS 0 AOS 5 ANOS

2.    BIBLIOGRAFIA

BOULCH, Jean Le. O corpo na escola no século XXI: Práticas corporais. São Paulo:
Phorte, 2008. 

BOULCH, Jean Le. O desenvolvimento psicomotor do nascimento até os 6 anos. Porto


Alegre: Artes Médicas, 1982.

BUENO, Jocian Machado. Psicomotricidade: teoria e prática da escola à aquática. São


Paulo : Cortez, 2014. 
FERRONATTO, Sonia Regina Brizolla. Psicomotricidade e Formação de Professores:
uma proposta de atuação. 2006. Dissertação (mestrado em educação) Pontifícia
Universidade Católica de Campinas, Campinas, 2006.

Associação Brasileira de Psicomotricidade 1999. Disponível em:


https://psicomotricidade.com.br. Acesso em: 29 de Novembro de 2022.

Nas creches escolas de educação infantil da rede pública não há obrigatoriedade na


inclusão de aulas com especialistas em educação física, que só se iniciam a partir do
primeiro ano do ensino fundamental.  Diante deste contexto e da extrema importância
da motricidade no desenvolvimento das crianças, surge a necessidade da capacitação de
pedagogos nesse sentido, para uma abordagem correta dos movimentos infantis, visando
as fases do desenvolvimento e sua evolução como indivíduo.  
 
Intenções educativas segundo perspectivas relacional e funcional. (Le Boulch, 1982, p.
32) 

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