Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
1.1. GESTÃO DA CADEIA LOGÍSTICA
Gestão da cadeia logística – coordenação sistemática e estratégica das funções tradicionais de um negócio
dentro de uma determinada empresa e ao longo de vários negócios dentro da cadeia logística, com objetivo
de melhorar a performance de longo prazo de cada empresa individual e da cadeia logística como um todo.
Logística – processo de planeamento, implementação e controlo de procedimentos para transporte e
armazenamento mais eficazes e eficientes, relacionando-se com o ponto de origem e o ponto de consumo,
com o propósito de ir de acordo aos requisitos do cliente.
Gestão Tradicional Gestão Colaborativa
Fase 1: Linha de Base Fase 1: Linha de Base
Compra → Produção → Distribuição → Marketing → Clientes Compra → Produção → Distribuição → Marketing → Clientes
• Silos funcionais Fase 2: Integração dos processos e sistemas
• Relações contraditórias Gestão de materiais + Operações + Marketing → Clientes
1. Qualidade
Agile Supply Chain 2. Custo 1. Nível de serviço
3. Lead Time
1. Qualidade
Lean Supply Chain 2. Lead Time 1. Custo
3. Nível de serviço
Market Qualifiers Market Winners
LEAN AGILE
• Prever a procura a um
nível genérico • Conduzido pela procura
• Lotes de quantidades Ponto de desacoplamento • Configuração localizada
económicas • Maximizar a eficácia
• Maximizar a eficiência
Onde colocar o ponto de desacoplamento?
• Shahin et al. (2016) – assumindo a eficiência como objetivo do pensamento lean e a eficácia como
objetivo da produção agile, apresentam uma proposta de metodologia para a identificação do ponto
de desacoplamento:
Eficiência Eficácia
Separar o tipo de procura – estratégias de produção para stock para a procura estável que a empresa tem
ao longo do ano (exemplo: linhas com os básicos, na Zara ou HM); produção agile apenas no pico das estações
ou em períodos de promoções.
JIDOKA – conceito relacionado com a automatização dos processos e refere-se a uma produção que pretende
diminuir os desperdícios e os produtos com defeito.
Deste modo, os quatro pilares do JIDOKA implicam:
1) descoberta de uma anomalia;
2) paragem imediata do processo produtivo;
3) resolução imediata do problema;
4) investigação e correção da causa/raiz do problema.
Desperdício – é tudo aquilo que está a mais relativamente ao mínimo de equipamento, materiais, partes e
trabalhadores essenciais para a produção.
7 tipos de desperdício
1. Superprodução – excesso de produção acima da procura (proveniente de má gestão de stock ou
falta de previsão da procura), gerando quantidades de produto muito elevadas e que ficarão
paradas, provocando ainda custos de armazenamento.
2. Espera – relacionada com os períodos em que os recursos da organização não são utilizados,
atrasando todo o processo produtivo.
3. Transportes – ocorre quando o deslocamento de materiais e produtos não fornece valor. Isto
significa que mover excessivamente os produtos, para além de ser dispendioso, pode causar
danos e até desgastar os veículos utilizados para o transporte.
4. Inventário/stock – as empresas aumentam o nível de quantidade de matérias-primas, produtos
semiacabados e produtos acabados, gerando custos de armazenamento e podendo levar a
outros desperdícios.
5. Processamento excessivo – algumas tarefas no processo de produção são consideradas
redundantes e desnecessárias, acabando por consumir recursos da empresa que não resultarão
em lucro.
6. Movimento – os trabalhadores deslocam-se entre tarefas/estações de trabalho
desnecessariamente devido à distância que estas se encontram umas das outras.
7. Defeitos – representam o desperdício mais evidente, dado que cada produto defeituoso irá exigir
uma substituição ou uma nova produção, implicando custos (de produção, de logística inversa)
e até a perda de clientes.
Produção JIT (Just-in-Time) – apenas se produz quando é necessário e nunca a mais do que isso. Tudo o que
se encontre acima do mínimo necessário é visto como desperdício. Este tipo de produção é tipicamente
aplicado a contextos repetitivos, no qual é produzido o mesmo produto várias vezes seguidas.
O JIT não requer volumes elevados e pode ser aplicado a quaisquer segmentos repetitivos dentro de um
negócio, independentemente de onde estes se encontrarem. Ao ser privilegiado um inventário mínimo, será
possível minimizar o investimento em stock, diminuir os lead times e descobrir com mais facilidade os
problemas de qualidade.
Sistema de controlo por kanbans – sistema que utiliza cartões (kanbans) de sinalização para controlar o fluxo
da produção JIT. Neste sistema, a ordem de produzir ou fornecer qualquer parte adicional vem das operações
a jusante.
Manutenção preventiva – inspeção e reparação periódica desenhadas para manter o equipamento fiável.
1.4. OBSOLESCÊNCIA
Obsolescência programada – técnica utilizada pelos produtores para forçar a compra de novos produtos e
aumentar o consumismo, mesmo que os produtos que o consumidor possui atualmente estejam em perfeitas
condições de funcionamento. Acontece muito na área tecnológica.
Obsolescência percebida – ocorre quando um serviço/produto, que funciona perfeitamente e está dentro
do seu tempo útil de vida, passa a ser considerado obsoleto devido ao surgimento de uma nova versão, com
estilo diferente ou com alguma alteração na sua linha de montagem.
LOGÍSTICA INVERSA
Centra-se na recuperação de algum valor do produto ou material descartado, reintegrando-o numa nova
cadeia logística.
≠ da Gestão de Resíduos (recolha e tratamento de produtos ou materiais descartados aos quais não
é possível dar nova utilização).
Devoluções
Pós-Venda Pós-Consumo
Dá-se perante a devolução de produtos por
Dá-se ao fim da vida útil dos produtos e posterior
qualquer um dos atores da cadeia logística, quer
retorno dos materiais ao ciclo produtivo quer seja
por erros comerciais, fim do prazo de validade,
através de canais de desmantelamento ou
produtos defeituosos (recall), entre outros; sendo
reciclagem, de maneira a estender a vida útil
esta devolução posteriormente revendida como
desses materiais.
produto de segunda linha ou subproduto.
Destinos (j)
Origens (i)
(Proc1) Cliente1
(Qdisp1) Forn1 250
400 (Proc2) Cliente2
(Qdisp2) Forn2 xij 250
300 (Proc3) Cliente3
(Qdisp3) Forn3 150
200 (Proc4) Cliente4
250
Custos a minimizar
• Custos semifixos – custos incorridos apenas no caso de haver transporte (portagem, motorista, etc.).
o Custo > 0 se xij > 0 ⇒ Yk = 1 Variáveis binárias e auxiliares → dizem-nos se ocorre
o Custo = 0 se xij = 0 ⇒ Yk = 0 transporte ou não.
• Custos unitários: cij ocorre quando xij > 0.
o O objetivo final é minimizar o custo total, dado pelo somatório dos custos unitários.
• Custos fixos: custos que ocorrem independentemente do transporte (e.g. manutenção de veículos).
Função Objetivo
Min Custo Total = ∑ cij × xij + ∑ custos semifixos k × Yk
Sujeito a:
xi1 + xi2 + xi3 + xi4 ≤ Qdisp i (i = 1, 2, 3)
x1j + x2j + x3j ≥ Procj (j = 1, 2, 3, 4)
xij ≥ 0, Yk ∈ (0, 1), ∀k, i, j (restrição de não negatividade)
MODELO DE TRANSEXPEDIÇÃO → modelo mais complexo.
Exemplo: Uma empresa têxtil, com uma loja online que possui um armazém. Se não houver stock no
armazém online, poderá ir buscar às lojas físicas. A empresa em questão vai buscar à loja com pior
performance (avaliada com vários indicadores).
Destinos (j)
Origens (i)
Armazéns (l)
(Proc1) Cliente1
(Qdisp1) Forn1 xil zlj
Arm1 (Proc2) Cliente2
(Qdisp2) Forn2
Arm2 (Proc3) Cliente3
(Qdisp3) Forn3
(Proc4) Cliente4
Variáveis de decisão
xil → quantidade transportada do fornecedor i para o armazém l (i = 1, 2, 3 e l = 1, 2)
zlj → quantidade transportada do armazém l para o cliente j (l = 1, 2 e j = 1, 2, 3, 4)
Função objetivo
Min Custo Total = ∑ cil × xil + ∑ clj × zlj + ∑ custos semifixos k × Yk
Sujeito a:
Quantidade transportada dos fornecedores
xi1 + xi2 ≤ Qdisp i (i = 1, 2, 3) para os armazéns 1 e 2.
S inicial l + (x1l + x2l + x3l) – (zl1 + zl2 + zl3 + zl4) ≤ CapL Com capacidade limitada
Resolução:
Proc1 Proc2 Proc3 Proc4 Quant. Total a sair do Fornecedor i
Forn1 250 0 150 0 400 (250+150)
Forn2 0 50 0 250 300 (50 + 250)
Forn3 0 200 0 0 200 (cap. máxima)
CT 250 × 1€ 50 × 4€ + 200 × 2€ 150 × 1€ 250 × 4€ 2000€
Exemplo 2: Procura Total < Oferta Total (existe folga)
Procura Custos unitários
Proc1 Proc2 Proc3 Proc4 Proc1 Proc2 Proc3 Proc4
250 250 150 250 Forn1 1€ 2€ 1€ 5€
Quantidade disponível Forn2 9€ 4€ 6€ 4€
Forn1 Forn2 Forn3 Forn3 7€ 2€ 3€ 10€
400 500 200
Resolução:
Quant. Total a sair do
Proc1 Proc2 Proc3 Proc4 Folga
Fornecedor i
Forn1 250 0 150 0 0 400 (150+250)
Forn2 0 50 0 250 200 500 (50 + 250 + 200)
Forn3 0 200 0 0 0 200 (cap. máxima)
CT 250 × 1€ 50 × 4€ + 200 × 2€ 150 × 1€ 250 × 4€ - 2000€
Resolução:
Proc1 Proc2 Proc3 Proc4 Quant. Total a sair do Fornecedor i
Forn1 250 0 150 0 400 (250+150)
Forn2 0 50 0 250 300 (50 + 250)
Forn3 0 200 0 0 200 (cap. máxima)
Folga 0 0 100 0 100
CT 250 × 1€ 50 × 4€ + 200 × 2€ 150 × 1€ 250 × 4€ 2000€
LOCALIZAÇÃO DE ARMAZÉNS
Modelo Gravítico
Trata-se de uma técnica para a localização de instalações individuais, tal como as de armazenamento.
Considera como dados de partida as localizações das instalações já existentes (“fixas” a um determinado
sistema de coordenadas pré-estipulado) e os volumes de mercadoria a transportar.
O centro de gravidade é determinado calculando as coordenadas x e y que minimizam os custos de
transporte:
∑ #!" $! ∑ #!# $!
𝐶! = ∑ $!
e 𝐶% = ∑ $!
Sendo:
Cx – coordenada x do centro de gravidade;
Cy – coordenada y do centro de gravidade;
dix – coordenada x de i-ésima instalação existente;
diy – coordenada y de i-ésima instalação existente;
Vi – volume de mercadorias transportadas de/para a i-ésima instalação.
Exemplo: a empresa XPTO necessita de localizar uma instalação de armazenamento intermédio (depósito)
entre uma das suas fábricas e alguns dos seus principais distribuidores.
Sabe-se que, em termos de um sistema de coordenadas pré-fixado:
• Fornecedor A: 250
• Fornecedor B: 450
• Fornecedor C: 350
• Fornecedor D: 450
Resolução (utilizando o modelo gravítico)
(350 × 1500) + (400 × 250) + (450 × 450) + (350 × 350) + (25 × 450)
𝐶! = = 𝟑𝟎𝟕, 𝟗
1500 + 250 + 450 + 350 + 450
e
(75 × 1500) + (150 × 250) + (350 × 450) + (400 × 350) + (450 × 450)
𝐶% = = 𝟐𝟏𝟔, 𝟕
1500 + 250 + 450 + 350 + 450
R.: A localização da instalação de armazenamento intermédio deve aproximar-se, pelo modelo gravítico, das
coordenadas (308, 217).
Modelos dos Scores
• Modelo aditivo:
(
• Modelo multiplicativo
(
𝑆& = ? 𝐹'& +!
')*
Sendo:
Sj – score total para a localização j
Wi – peso total para o fator i (em %)
Fij – score para o fator i na localização j
n – número de localizações
m – número de fatores
Exemplo: a empresa XPTO1 considera a hipótese de instalar uma nova fábrica. Os locais disponíveis
resumem-se a duas alternativas: A e B. As apreciações ou valores correspondentes ao conjunto de critérios
considerados críticos são os seguintes:
• necessidades de componentes;
• condições de funcionamento;
• recebimentos de componentes.
O MRP é uma boa opção para empresas que não têm interesse/dimensão/recursos para adquirir um ERP.
O MRP:
• permite saber quando e quanto produzir ou encomendar componentes;
• permite comparar datas das necessidades de componentes com datas das disponibilidades de
componentes;
• fornece uma base para o planeamento detalhado da utilização da capacidade.
3.2. DO MRP AO ERP
MRP II – Manufacturing Resources Planning: planeamento dos recursos de produção; extensão do MRP, ao
planear a capacidade de produção.
Com os elementos do MPS, da BoM e do ficheiro de stocks é possível, para cada componente:
• calcular as necessidades brutas;
• calcular as necessidades líquidas;
• planear a emissão das ordens de produção ou encomendas.
CONCEITOS
Lead Time – tempo necessário para comprar, produzir ou montar um item.
1. Determine as necessidades líquidas dos vários componentes e quando e quanto encomendar de cada
componente.
3. Heurística de Silver-Meal
As necessidades de sucessivos períodos são agregadas num lote enquanto o custo médio por período for
diminuindo.
(Queremos o mínimo
desta métrica)
70 unidades → temos inicialmente 50 unidades, pelo que precisamos apenas de 70 (120 – 50) → estas
70 unidades servem apenas para uma semana (na semana seguinte é necessário encomendar 200 unid.).
270 unidades servem para 2 semanas (70 para a primeira + 200 para a segunda) → é uma opção
encomendar 270 de uma vez.
390 unidades = 70 + 200 + 120 → há a opção de encomendar para as 4 semanas de uma só vez.
4. GESTÃO DE STOCKS
4.1. GESTÃO DE STOCKS
O stock resulta de dois fluxos distintos: o fluxo de entrada e o fluxo de saída. Gerir o stock consiste,
geralmente, em gerir o fluxo de entrada.
Notação Modelo
P → produção anual Minimizar:
p → taxa de produção por unidade de tempo
Da → procura anual
d → taxa de procura por unidade de tempo
Smáx → nível máximo de stock com e
H → Custo de "stockagem" (€/unidade/ano)
Logo, minimizar
S → Custo de lançamento de um lote em
produção (€/ encomenda)
C → Custo unitário de produção (€/unidade) Solução:
Q → Quantidade por lote de produção
EPL → Quantidade ótima por lote de produção
TC → Custo total anual
4.4. SISTEMAS DE GESTÃO DE STOCKS
Os sistemas de gestão de stocks adaptam a solução obtida de um modelo de gestão de stocks à realidade,
pela definição de regras de gestão mais ou menos pragmáticas.
Tipos de sistemas de gestão de stocks:
Quanto à periodicidade da encomenda: Quanto à quantidade a encomendar:
• De período fixo; • De quantidade fixa (constante);
• De período variável. • De quantidade variável.
SISTEMA (Q, R)
Sistema (Q, R) → nível de reaprovisionamento, ou de ponto de
encomenda. Sempre que o stock atinge o nível R, é
encomendada uma quantidade Q.
A quantidade Q é determinada através de um dos modelos de gestão de stocks (EOQ ou EPL).
O nível de reaprovisionamento R é a soma do valor esperado da quantidade procurada (d) durante o período
de reaprovisionamento (LT) e do stock de segurança (SS):
R = 𝑑̅,- + 𝑧. × 𝜎#$%
SS = 𝑧# × 𝜎$!"
DDD* ; 𝜎# )
d1 ~ N(𝑑 &
DDDD; 𝜎,- )
LT ~ N(𝐿𝑇
Cenário 1: A procura e o LT não variam.
D =d × LT
DDD* × 𝐿𝑇; 𝜎# × √𝐿𝑇) → soma de LT (variáveis
Cenário 2: variabilidade na procura (LT não varia) → dLT ~ N(𝑑 &
aleatórias independentes)
Exemplo: LT = 6 dias
dLT ~ N(6 × 100; 10√6)
dLT ~ N(100; 10)
DDDD; 𝑑* × 𝜎,- ) → multiplicar
Cenário 3: variabilidade no lead time (procura = d1 não varia) → dLT ~ N(𝑑* × 𝐿𝑇
uma constante (d) pela variável aleatória tempo de entrega (LT)
Exemplo: d = 100 unidades
dLT ~ N(6 × 100; 100 × 2)
LT ~ N(6; 2)
/
DDD* × 𝐿𝑇
Cenário 4: variabilidade na procura e no lead time → dLT ~ N(𝑑 DDDD; IDD
𝐿𝑇DD × 𝜎#/ + DDD /
𝑑* × 𝜎,- )
&
Exemplo: LT ~ N(6; 2)
dLT ~ N(6 × 100; √6 × 10/ + 100/ × 2/ )
dLT ~ N(100; 10)
Exemplo: A procura diária de um determinado produto é normalmente distribuída, com uma média de 60 e
um desvio-padrão de 7. O lead time é constante e é de 6 dias. O custo de emissão de encomenda é
10€/encomenda e o custo de posse anual é de 0,5€/unidade. Não há custos de rutura e assume-se que as
vendas ocorrem ao longo dos 365 dias do ano.
a) Qual a quantidade a encomendar?
Resolução: Como se trata de uma compra e não de produção, utiliza-se o modelo EOQ.
b) Qual o ponto de encomenda para 95% de probabilidade de não haver ruturas durante o lead time
(LT)?
SISTEMA (T, S)
De T em T tempo o nível de stock é analisado, sendo então encomendada a quantidade (variável) necessária
para repor o stock (a posição do stock) ao nível S (stock desejado).
O período T pode ser fixado administrativamente ou determinado através de um dos modelos de gestão de
stocks.
O nível S é igual à soma da procura esperada durante o período (T + LT) e do stock de segurança (SS):
S = 𝑑̅ × (LT + T) + SS
O stock de segurança existe como proteção contra a incerteza:
DDD* ; 𝜎# )
d1 ~ N(𝑑 &
DDDDDDDDD
LT+T ~ N(𝐿𝑇 + 𝑇; 𝜎,-0- )
Cenário 1: A procura e o LT não variam.
D = d × (LT + T)
/
DDD* × DDDDDDDDD
Cenário 4: variabilidade na procura e no lead time → dLT+T ~ N(𝑑 DDDDDDDDD
𝐿𝑇 + 𝑇; I𝐿𝑇 DDD* × 𝜎,-0-
+ 𝑇 × 𝜎#/& + 𝑑 /
)
Exemplo: LT ~ N(6; 2)
dLT+T ~ N(36 × 100; √36 × 10/ + 100/ × 2/ )
dLT ~ N(100; 10)
4.5. MODELO DE PERÍODO ÚNICO
No modelo de gestão de stocks de período único, existe apenas um aprovisionamento para satisfazer a
procura. A decisão é apenas de comprar/armazenar num período, não sendo o artigo novamente
procurado/comprado.
Corresponde a situações em que a procura é incerta e o produto ou artigo é perecível ou se torna
economicamente obsoleto (decisão para apenas um período).
A quantidade procurada para o período único é estocástica, ou seja, assume diferentes valores com
diferentes probabilidades.
Através do modelo pretende-se determinar o stock a constituir:
• Se a quantidade procurada for superior ao stock, haverá rutura de stock, procura por satisfazer e os
custos correspondentes;
• Se a quantidade procurada for inferior ao stock, haverá excedentes (“monos”) e os correspondentes
custos.
Pressupostos
• Um único período de tempo
• Procura no período é estocástica, sendo conhecida a sua distribuição de probabilidade
• Materiais em stock não utilizados no período não podem ser utilizados em períodos futuros
• Procura não satisfeita no período não pode ser satisfeita em períodos futuros
Notação
D → procura de um período (var. aleatória)
FD (Q) → P[D ≤ Q] = Função distribuição
Cu → custo de under-stocking (custo de rutura, €/unid.)
Co → custo de over-stocking (custo de excedente, €/unid.)
Q → stock a constituir para o período
Modelo – determinar o valor Q que minimiza o valor esperado do custo C(Q).
• À medida que se aumenta o valor de Q, aumenta a parcela do custo de excedentes e diminui a parcela
do custo de rutura;
• Deve-se aumentar Q até ao ponto em que as variações de custo se igualam:
Determine o número ótimo de jornais a encomendar diariamente para maximizar o lucro do vendedor,
assumindo que os jornais não vendidos:
a) São retomados pela editora.
Resolução:
Cu = 1,25€ – 1€ = 0,25€
Co = (1€ +0€) – 0€ = 1€
Resposta: 6 jornais.
b) São retomados por metade do seu preço de compra.
Resolução:
Cu = 1,25€ – 1€ = 0,25€
Co = (1€ +0€) – 0,5€ = 0,5€
Resposta: 7 jornais.
4.6. ANÁLISE ABC DE STOCKS
Também conhecida por regra 80-20 ou por regra de Pareto.
É uma ferramenta simples, mas poderosa, que permite
identificar os materiais mais importantes, que devem ser
objeto de um controlo de stock mais cuidado e rigoroso.
Passos
1.º Listar todos os materiais e respetivos stocks médios (€);
2.º Ordenar os materiais por ordem decrescente do valor do stock médio;
3.º Calcular os valores acumulados dos stocks médios (€);
4.º Calcular as percentagens acumuladas do número de materiais e dos stocks médios (€);
5.º Representar graficamente as percentagens acumuladas anteriores;
6.º Identificar as classes A, B e C de stocks.
Caracterização das classes A, B e C de stocks
Exemplo:
Categoria C
Categoria A
Situação 1 Situação 2
O O
i j i j
Assim:
Pij = (2DOi + 2DOj) – (DOi + Dij + DjO) = DOi + DOj – Dij
Sendo:
DOi = Distância entre a origem O e o cliente i;
DOj = Distância entre a origem O e o cliente j;
Dij = Distância entre a origem i e j;
Pij = Poupança deduzida da ligação entre o cliente i e o cliente j.
Para cada par de entregas existirá uma poupança Pij → as distâncias entre as origens e os clientes podem ser
estabelecidas em função das distâncias reais e, por isso, é possível englobar o fator “tempo de viagem”,
ponderando as distâncias pelos tempos necessários para as percorrer.
Quando à poupança Pij:
• A poupança nunca pode ser negativa;
• Quanto maior o número de ligações conseguidas entre clientes, maior será a poupança conseguida;
• Quanto maior for a proximidade entre clientes e maior for a distância destes ao ponto de origem,
maiores serão as poupanças a efetuar.
Passos a seguir:
1.º Calcular as poupanças para todos os pares de clientes, formando a matriz de poupanças Pij.
2.º Proceder às ligações entre clientes por ordem decrescente de poupanças, até se encontrar algum
tipo de limitação (distância máxima a percorrer num dia ou tempo máximo disponível por dia, entre
outros);
3.º Fixar a primeira viagem;
4.º Fixar a “nova” matriz de poupanças eliminando as linhas e as colunas da anterior matriz, quando
referentes a pontos já abastecidos pela primeira viagem fixada;
5.º Reiniciar o processo pela maior poupança na “nova” matriz de poupanças e fixar nova viagem;
6.º Repetir a heurística até que todas as viagens estejam fixadas.
Exemplo 1: Admitindo que é necessário programar as entregas a partir de um determinado armazém central
O a cinco clientes A, B, C, D e E, não podendo a distância a percorrer ser, em cada dia, superior a 50km. A
matriz de distâncias e a representação gráfica do armazém e dos pontos de entrega encontram-se a seguir.
Pretende-se programar a melhor rota.
2.º Passo: Proceder às ligações entre clientes até alcançar a limitação de 30km, por ordem decrescente de
poupanças.
OAEO = 10 + 10 + 10 = 30km (no limite) (poupança = 10km)
3.º Passo: A primeira viagem a fixar é OAEO.
4.º Passo: Fixar a “nova” matriz de poupanças eliminando as linhas e as colunas de A e E.
5.º Passo: Reiniciar o processo pela maior poupança da “nova” matriz de poupanças e fixar nova viagem.
ODCO = 10 + 8 + 5 = 23km < 30km
ODCBO = 10 + 8 + 5 + 7 = 30km (no limite)
6.º Passo: Fim. A segunda viagem a fixar é a ODCBO.
Nas condições do problema são necessárias 2 rotas para abastecer os clientes A, B, C, D e E: uma é a rota
OAEO e outra a rota ODCBO. Podem utilizar-se dois veículos diferentes fazendo entregas diárias ou o mesmo
veículo em dias distintos.