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Da Natureza à Cultura: perspectiva antropológica (04/03/22)

Tylor (1871)

- Cultura é o que distingue o homem dos demais animais


- Cultura: capacidade de comunicação e de fabricação de instrumentos
- Método comparativo - Evolucionismo - Diversidade cultural = Diferentes etapas da
evolução

Boas (1896)

- Limitações do método comparativo - Particularismo Histórico - Diversidade cultural =


Diferentes perspectivas históricas
- Não necessariamente é uma evolução, e sim um processo de construção histórica

Kroeber (1949)

- Unidade das necessidades biológicas - diversidade na forma de atender necessidades -


instrumentos = perda de instintos
- Cultura nos distingue dos animais, nos afasta dos instintos, mas é um processo histórico
natural

Diversidade cultural, raça e história em Lévi-Strauss (11/03/22)

Diversidade Cultural:

- Divergência a partir de um tronco comum


- Convergência a partir de trajetórias distintas
- Desenvolvimento sem contato
- Culturas partem de um ponto e divergem depois

Relativismo Cultural:

- Relativismo: Bárbaros (natureza) x Civilizados (humanos)


- A necessidade de definir a si e ao outro em relação ao outro e a si
- Tu se descreve a partir do que é único, do que não existe no outro
- Julgamos outras culturas de exótico a partir da nossa
- Paradoxo: “O Bárbaro é inicialmente o homem que acredita na barbárie”
- Ao colocar alguém como Bárbaro, tu te aproxima de humano e posiciona o outro
na barbárie, mas colocar outro como bárbaro é algo irracional, e ser irracional é
ser bárbaro
- Relativismo Cultural é Evolucionista
- Para Lévi-Strauss, o evolucionismo, ao descrever a diversidade como etapas de
um mesmo processo, nega a diversidade
- Lèvi-Strauss se opõe a Taylor da aula passada
- Ou tu acredita na diversidade cultural, ou tu é evolucionista, acreditando que tudo
vai convergir eventualmente
- Tal qual a física, cultura depende do referencial, tipo a teoria da pessoa jogando a
bola dentro do trem, física quântica e tals

Darwinismo x Darwinismo Social

- Charles Darwin
- Evolucionismo Biológico
- Passível de Verificação Científica (ex. arqueologia)
- Edward Taylor
- Evolucionismo Social
- Não é passível de verificação científica (cultura como instrumentos e não como
inata, ou seja, sem tendência a marcas biológicas)
- Cria a ilusão de sociedades estacionárias (“sem história” ou que “perderam
tempo”) em comparação a sociedades cumulativas de conhecimento
- Lévi-Strauss: fruto do relativismo cultural = etnocentrismo
- Taylor é bizarro porque faz parecer que sociedades pararam no tempo e não
evoluíram nada em séculos

Progresso Ocidental

- Ocidentalização: Forçada, aumenta a disponibilidade de meios de prolongar a vida pois


progresso = mais-valia (capitalismo malvadão)
- Tu vai expondo as pessoas e expandindo, porque o contato com diferentes culturas
permite a fagocitação de elementos
- Europa é pequena e com muitas culturas, então permitiu que o contato fosse
enriquecendo e acelerando o desenvolvimento cada vez mais rápido no continente

O PERIGO DE UMA HISTÓRIA ÚNICA: PERSPECTIVA EVOLUCIONISTA


- Pobres não produziriam nada, incrédula com o cesto do irmão do fide
- Nigéria tem inglês como língua oficial
- Estrangeiros tem pena dos nigerianos, é um processo circular
- A ideia de pessoas vindas do continente africano serem todos iguais
- Locke: beast with no house, no head and eyes in breasts
- Kipling: meio diabos, meio crianças
- Rikai
- Ter infância triste pra ser um bom autor, pensou em inventar histórias, mas muitos amigos e família realmente
morreram em consequências trágicas, mas aquilo se normalizou
- Publicador dela desafiou a ideia de que nigerianos não liam e abriu a própria editora para fazer os livros serem mais
acessíveis
CONHECIMENTO PURO X CONHECIMENTO POLÍTICO

- Humanista
- Literatura
- Filosofia
- Político
- Economia (desde anos 90 tentam afastar economia do fator político)
- Política
- Sociologia

Vitória e Choque de Civilizações (22/04/22)

- Valor ocidental reforça a ideia de liberdade como liberdade de consumo


- Autores: Fukuyama (Melancolia, “O mundo vai ficar chato”), Huntington (Visão de
mundo parecida do Fukuyama, conclusões diferentes) (Ambos positivistas) e Cox
(Abordagem crítica e economicista).

O Fim da História (?) - Fukuyama (1989)

- Nascido em Chicago 1952, cientista político de Harvard, ícone do


- Noção de Fim da História: (Antecedentes) (HEGEL)
- Hegel: História são estágios progressivos de organização, com início, meio e fim
- Progresso: Sociedade tribal - Escravocrata - Teocracia - Democrática - Igualitária
- Marx: Materialismo Histórico - Fim das contradições: Utopia Comunista
- Fim da História: Fukuyama
- Contexto: Queda do Muro de Berlim
- Fim das contradições, o povo quer ser livre e assim será
- Não significa o fim da guerra, por precisar de um período de adaptação, tampouco
de conflitos e das RI em si, mas sim que nesse momento aconteceu a vitória da
democracia sobre o autoritarismo
- Em 2012, se retrata entendendo Democracia diferente de Liberdade (Liberté, je
crie ton nom)
- O erro do Fukuyama é ter focado demais em liberdade mas esquecendo de
igualdade e fraternidade
- Em 2012 percebe o retorno forte dos nacionalismos, defendendo liberdade,
principalmente econômica, mas de forma nacionalista, com a classe média, que
sustenta a organização social, preferindo garantir liberdade sobre a democracia.

HUNTINGTON:

- Vai existir conflito sim, mas entre culturas mais do que entre ideologias
- Civilização: Seres humanos primeiro, civilizações depois (costumes, línguas, etc)
- Estados com muitas civilizações dentro tende a se fragmentar (pensando na Iugoslávia)
- Pós guerra fria, os mais importantes conflitos ocorreriam entre civilizações, num âmbito:
- Micro (onde civilizações se encontram, que tendem a definir sua identidade no
nós contra eles, com diferenças ideológicas dando lugar a diferenças culturais e
religiosas)
- Macro (Mais generalizado, fala da tendência a ocidentalização pós GF, com 3
reações possíveis: Isolamento para não-ocidentalização, Bandwagoning, ou
ocidentalização por adesão, ou Opor-se buscando equilíbrio de poder, como a
China)

SUSAN STRANGE E COX:

- Escola Britânica da EPI


- Não só estados fazem as RI
- Como temos flutuações financeiras a partir das expectativas dos seres humanos
- ROBERT COX - CONTEXTUALIZAÇÃO
- Teórico crítico, mas não se identifica como tal, mais crítico e menos problem
solving, busca entender teorias de outros mais do que criar uma própria.
- Materialista histórico, analisa o mundo e o SI a partir das formas de organização
dos processos produtivos.
- Organismos internacionais não funcionam, trabalhou 25 anos na Organização
Internacional do Trabalho e ficou cético
- ROBERT COX - TEORIAS
- Faz a diferenciação entre civilização e civilizações
- CIVILIZAÇÃO: Civilização vs Barbárie, missão civilizatória, white
man’s burden e de pretensão universal
- CIVILIZAÇÕES: conceito que se opõe a toda a ideia de civilizar
expansionista, onde existem civilizações que se encontram e que podem se
subjugar a partir de processos civilizatórios mas continuam existindo, e
que variam no espaço e no tempo, diferente do huntington que achava que
era só no espaço e o fukuyama no tempo (evolucionismo) EX: Dentro do
Brasil é possível, dentro de um mesmo tempo, encontrar diferentes
civilizações no mesmo espaço
- Podem coexistir dentro de um mesmo indivíduo mais de uma civilização
- Dentro de um processo produtivo, um indivíduo pode viver em tempos e
espaços diferentes
- Ex: mesmo indo pra feira de ciências na frança, a sora duda permanece
com a essência de menina do interior andadora de cavalo, pois tu carrega
suas vivências contigo.
- Mais do que explicar o que é uma civilização, ele explica como elas se
diferenciam
- SUSAN STRANGE: Business Civilization “mentalidade corporativa globalizada”
- COX: crê na business civilization como algo idealizado e possível no futuro, e diz
que a Ocidentalização se dá não pelo progresso e mais valia que nem lévi strauss,
mas sim da expansão dessa mentalidade corporativa global, mas isso não quer
dizer que dentro do ocidente não existam contradições entre a consolidação desses
valores corporativos e da ideia de que um outro mundo é possível

INAYATULLAH

- Uma cultura vai ter elementos dominantes e recessivos, e encontros entre elementos
recessivos de culturas não são tão hierárquicos ou danosos
- Busca entender as motivações para as interações culturais (encontros) = Analogia com
viagens
- Até o momento tratamos viagens e encontros de forma imperialista e pós colonial,
materialista a grosso modo
- A proposta desse texto é que tem outras motivações além de econômicas e materiais
- Pega Waltz, realista, e Waldt, construtivista, para criticar ambos por focarem demais
naqueles pontos materiais
- Parte do pressuposto que o entendimento próprio e pessoal importa sim pras ciências
sociais, não existindo mundo objetivo, e ajuda a entender negligências de determinadas
teorias
- Waltz acha que o sistema sempre tende a guerra e ignora a possibilidade de cooperação,
com indivíduos bem hobbesianos
- Wendt diz que toda a construção de interações e conflitos se dá pela abordagem de um
para com o outro, desconsiderando que podem existir interpretações diferentes sobre uma
mesma ação, além de uma narrativa antes mesmo do encontro
- Todorov e Nandy descrevem a tendência dual de primeiramente reconhecer o outro como
igual e depois assimilar e apagar a alteridade, a diversidade. OOOOOU reconhecer o
outro como inferior e depois desumanizando e dominando/exterminando.

GROVOGUI:

- Especializado em África
- Eurocentrismo e ocidentalismo ainda influenciam muito as RI, até mesmo os
pensamentos pós coloniais etc
- O caminho pra mudar isso é entender as subjetividades, que nem o lance do weldt de
interpretação e tals
- Eurocentrismo são percepções, discursos, etc auto referenciados
- Ocidentalismo é o outro lado do orientalismo, mas dominante e hegemônico
- Tua identidade influencia na sua metodologia, teu modo de pensar, de pesquisar, etc
- A grosso modo, tem 3 categorias que tu pode colocar o eurocentrismo intrínseco: a
ignorância, de não saber que ele existe, a que tem consciência e eventualmente luta contra
teorias que ignoram não-europeus como o construtivismo a la wendt, e a que tem
consciência e tenta dar ouvidos pra outros discursos, como as teorias pós coloniais
- Quando tu usa outro como objeto de estudo, tu ta coisificando ele
ABU-LUGHOD

- Pega muito no uso do véu


- Descreve o véu como uma casa portátil
- Cada sociedade tem um padrão de vestimenta
- Por que o ocidente tem que salvar alguém?
- Escolha própria
- Por outro lado, o poder do estado também é opressor sobre essas escolhas

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