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Resumo 02

Burocracia Profissional
Luiz Otávio Uchoa Pereira

As burocracias profissionais são as estruturas organizacionais presentes em


organizações de ambiente estável com demanda de trabalho complexo, em que o
núcleo operacional é dominado por trabalhadores habilitados - profissionais - que
utilizam e realizam procedimentos complexos e de difícil aprendizagem, como é o caso
de universidades, hospitais, consultorias, dentre outros.

Esse tipo de estrutura tem como principal mecanismo de coordenação a


padronização de habilidades, em que os trabalhadores são selecionados por meio de
testes que avaliam sua capacitação profissional - em geral, concursos ou processos
seletivos -, o que é explicado pela necessidade das organizações de certificar que o
núcleo operacional, peça-chave desse tipo de estrutura, possua conhecimento e
habilidade suficientes para a realização dos ofícios complexos oferecidos pela
organização.

As partes da organização de burocracias profissionais são comumente divididas


da seguinte maneira: a Cúpula Estratégica, verticalmente descentralizada, é
responsável por resolver problemas estruturais e por responder pelo cumprimento de
normas, adotando estratégias mais pulverizadas, além de seu alto-escalão ser
responsável por estabelecer o contato e fronteira entre a tecnoestrutura exterior e
partes externas interessadas com os profissionais internos; a Linha Intermediária,
pulverizada entre a hierarquia principal, é composta por funções não especializadas e
detentoras de considerável autonomia; a Tecnoestrutura existe, atuando
majoritariamente no gerenciamento e mediação da tecnoestrutura externa, que é a
principal reguladora; a Assessoria de Apoio exerce papel fundamental nesse tipo de
estrutura, e muitas vezes é composta por paralelas hierarquias (como o setor de
bibliotecas e de segurança de uma universidade, por exemplo), além de auxiliar e
atender necessidades do Núcleo Operacional; o Núcleo Operacional, parte-chave da
organização, pouco especializado horizontal e verticalmente, é composto por
profissionais com muita autonomia e contato com o cliente, realizando processos de
trabalho geralmente muito complexos, mas que seguem “padrões” de como se deve ser
realizado o trabalho.

Dentre os principais problemas enfrentados por organizações com esse tipo de


estrutura, destacam-se o obstáculo em avaliar e controlar a qualidade do trabalho
exercido, a dificuldade à inovação explicada pela estrutura rígida e carência por outros
mecanismos de coordenação eficazes para o tipo da estrutura.
Forma Divisionalizada

A forma divisionalizada, ou forma divisionada, é a estrutura organizacional


que surge em organizações maduras e de grande porte, de ambientes
razoavelmente complexos e dinâmicos, de setores com mercado diversificado, que
sentem a necessidade da criação de unidades independentes e que têm sistema
técnico passível a isso - o que demonstra a grande afinidade desse tipo de estrutura
organizacional com burocracias mecanizadas -, como é o caso de grandes
corporações, universidades privadas com vários campus, sistemas governamentais,
dentre outros.

Esse tipo de estrutura tem como principal mecanismo de coordenação a


padronização de resultados, em que o escritório principal define metas quantitativas
a serem alcançadas pelas unidades independentes e designa gerentes da linha
intermediária para acompanhar o desempenho em cada unidade, concedendo
também ampla autonomia para que as divisões tomem suas próprias decisões sob
monitoramento dos resultados.

A forma divisionalizada possui a seguinte caracterização das partes da


organização: a Cúpula Estratégica é responsável por assegurar um bom
desempenho das unidades independentes, alocar os recursos financeiros globais,
fazer avaliações frequentes ao desempenho de cada unidade, fornecer certos
serviços de apoio comuns às divisões, monitorar o desempenho e comportamento
divisional, substituir e contratar gerentes divisionais e delinear o sistema de controle
de resultados; a Linha Intermediária, pouco desenvolvida, tem como foco o
relacionamento e comunicação com os gerentes de cada unidade estratégica; as
Tecnoestruturas são pouco desenvolvidas ou pulverizadas em cada divisão; o
Núcleo Operacional são as próprias unidades estratégicas, entendidas como
estruturas menores que mantêm sua integridade e autonomia, contendo setores
próprios de tecnoestrutura, assessoria de apoio, marketing, vendas, dentre outros.

Dentre os principais problemas e dificuldades desse tipo de estrutura,


destacam-se a tendência à geração de conflitos entre as diversas unidades
estratégicas, a falta de preocupação social nas ações do sistema de controle da
forma divisionada e as consequências da má gestão de poder pela coordenação do
escritório central.
Referências
MINTZBERG, H. Criando organizações eficazes: Estruturas em Cinco Configurações.
São Paulo: Atlas, 1995.

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