As burocracias profissionais são as estruturas organizacionais presentes em
organizações de ambiente estável com demanda de trabalho complexo, em que o núcleo operacional é dominado por trabalhadores habilitados - profissionais - que utilizam e realizam procedimentos complexos e de difícil aprendizagem, como é o caso de universidades, hospitais, consultorias, dentre outros.
Esse tipo de estrutura tem como principal mecanismo de coordenação a
padronização de habilidades, em que os trabalhadores são selecionados por meio de testes que avaliam sua capacitação profissional - em geral, concursos ou processos seletivos -, o que é explicado pela necessidade das organizações de certificar que o núcleo operacional, peça-chave desse tipo de estrutura, possua conhecimento e habilidade suficientes para a realização dos ofícios complexos oferecidos pela organização.
As partes da organização de burocracias profissionais são comumente divididas
da seguinte maneira: a Cúpula Estratégica, verticalmente descentralizada, é responsável por resolver problemas estruturais e por responder pelo cumprimento de normas, adotando estratégias mais pulverizadas, além de seu alto-escalão ser responsável por estabelecer o contato e fronteira entre a tecnoestrutura exterior e partes externas interessadas com os profissionais internos; a Linha Intermediária, pulverizada entre a hierarquia principal, é composta por funções não especializadas e detentoras de considerável autonomia; a Tecnoestrutura existe, atuando majoritariamente no gerenciamento e mediação da tecnoestrutura externa, que é a principal reguladora; a Assessoria de Apoio exerce papel fundamental nesse tipo de estrutura, e muitas vezes é composta por paralelas hierarquias (como o setor de bibliotecas e de segurança de uma universidade, por exemplo), além de auxiliar e atender necessidades do Núcleo Operacional; o Núcleo Operacional, parte-chave da organização, pouco especializado horizontal e verticalmente, é composto por profissionais com muita autonomia e contato com o cliente, realizando processos de trabalho geralmente muito complexos, mas que seguem “padrões” de como se deve ser realizado o trabalho.
Dentre os principais problemas enfrentados por organizações com esse tipo de
estrutura, destacam-se o obstáculo em avaliar e controlar a qualidade do trabalho exercido, a dificuldade à inovação explicada pela estrutura rígida e carência por outros mecanismos de coordenação eficazes para o tipo da estrutura. Forma Divisionalizada
A forma divisionalizada, ou forma divisionada, é a estrutura organizacional
que surge em organizações maduras e de grande porte, de ambientes razoavelmente complexos e dinâmicos, de setores com mercado diversificado, que sentem a necessidade da criação de unidades independentes e que têm sistema técnico passível a isso - o que demonstra a grande afinidade desse tipo de estrutura organizacional com burocracias mecanizadas -, como é o caso de grandes corporações, universidades privadas com vários campus, sistemas governamentais, dentre outros.
Esse tipo de estrutura tem como principal mecanismo de coordenação a
padronização de resultados, em que o escritório principal define metas quantitativas a serem alcançadas pelas unidades independentes e designa gerentes da linha intermediária para acompanhar o desempenho em cada unidade, concedendo também ampla autonomia para que as divisões tomem suas próprias decisões sob monitoramento dos resultados.
A forma divisionalizada possui a seguinte caracterização das partes da
organização: a Cúpula Estratégica é responsável por assegurar um bom desempenho das unidades independentes, alocar os recursos financeiros globais, fazer avaliações frequentes ao desempenho de cada unidade, fornecer certos serviços de apoio comuns às divisões, monitorar o desempenho e comportamento divisional, substituir e contratar gerentes divisionais e delinear o sistema de controle de resultados; a Linha Intermediária, pouco desenvolvida, tem como foco o relacionamento e comunicação com os gerentes de cada unidade estratégica; as Tecnoestruturas são pouco desenvolvidas ou pulverizadas em cada divisão; o Núcleo Operacional são as próprias unidades estratégicas, entendidas como estruturas menores que mantêm sua integridade e autonomia, contendo setores próprios de tecnoestrutura, assessoria de apoio, marketing, vendas, dentre outros.
Dentre os principais problemas e dificuldades desse tipo de estrutura,
destacam-se a tendência à geração de conflitos entre as diversas unidades estratégicas, a falta de preocupação social nas ações do sistema de controle da forma divisionada e as consequências da má gestão de poder pela coordenação do escritório central. Referências MINTZBERG, H. Criando organizações eficazes: Estruturas em Cinco Configurações. São Paulo: Atlas, 1995.