REVISTA DE PSICOLOGIA - ESPECIAL

SEXUALID
P * 0 / ^ A

COM SÍNDROME
DE DOWN
APESAR DE A SEXUALIDADE DAS PESSOAS COM A SÍNDROME SER ENCARADA
COMO TABU, ESSES INDIVÍDUOS TÊM TODA A CONDIÇÃO DE TER UMA VIDA
SEXUAL SAUDÁVEL E SATISFATÓRIA.

O
s JOVENS COM SÍNDROME D E DOWN, deviM á ( o n l u M ( M o m u n d o , a p n M i d ( M a i r a h a l h a r . t o m . i i de
HOJE E M DIA, CONSTITUEM A PRI- (i,siK"s. I r u s l r a i se. i i a i n o i . i i . UM s u a pi(')()ii.i \ i d a s(>\u,il,
M E I R A GERAÇÀO QUE T E M MAIS afeti\a, 1(M u m a v i d a 1 i ( , t de p o s s i h i l i d . u l e s , (MIHIII, ser t e l i / .
OPORTUNIDADES D E O B T E R UMA VIDA \e ác D o w n ( j u e é c u i s . i d a pela (rissoiiiia
MAIS AUTÓNOMA E M TODOS OS ÂMBITOS: 21 iiáo im|)ed(> (|ue o sujeiU) l e n h a s e u pi(')[)rio d e s e m o l
E S C O L A R , L A B O R A L , SOCIAL E A F E T I V O - v i m e n t o , u m a \ i d a saudá\el e p o d u t i v a o quv imptHÍe í-
-EMOCIONAL. MAS, S E M DÚVIDA, A S E X U - (>\atamenU' ,1 m a n e i r . i ( o m o nos relacionamos c o m estiis
A L I D A D E T E M PERMANECIDO, E M SUA |)(>ssoa,s.
G R A N D E MAIORIA D E CASOS, AINDA UM A e\((>ssi\,i p i o l e ç à o e inlánlili/açáo m a r j ^ i n a l i z a m a
TABU. pessoa ( o m S i n d i o m e d e D o w n , d i t i c i i l l a s u a inclusão, s u a s
I s t , i s i l u a r à o s e d c x c há . l i y u m a s c i i i s a s l i m d . i i n c n ^ r e l a ( ò ( - s soe iais, S ( M I d e s i M i i p e n h o e s i i . i a l e t i v i d a d e .
l.iis: ,1 (lilituldadc o s p a i s o e d i K a d ( ) r ( " s lóin JKII a \ n()\s ; H M a c ò e s de |)essoas ( o m síndrome de Dow n
(lai o líMiia, a i i i i a t , H i n da |K'ssoa ( o m d c l i i iòru i a ( a i K H j a d a e s l á o re((>l)(Mulo u m a e d u í a í à o m a i s i n c l u s i v a , c o m eiifo
(Ic c s í c i t'nli|)os ( • p i (•( ( i i K (>il()s, a l ó i n d o l a l o (|U(> a i n d a p e r (|iie m a i s p a i t i c i [ ) a l i \ ( M D s u a s c o i i i p e i e i u ias e h . i b i l i d a i t o s .
( I m a , ( n i r s à o o s \ i i K u l o s ( o i i i a |)('ssoa ( o m s i n d r o n i t » d e lloje. d i s p o m o s de m a i s re( i i i s o s , dil(M'tMiíc\ m e t o d o l o g i a s e
Dow I I i i i a n l i d o s c o i i i o u m a (MIM 11,1 c i i . i i i ç . i , justiíiiando se l i l c r a l u r . i a m p l i a d a a lesptMU) d o «issunlo, \o u m

("sia ( O n d u l a c m ra/ào d.i d e l i c i c i K i a i n i c l í H l u a l . |)roj(Mo de \ i d a p a u tNsas pesso.rs, c|ue. p o r t a n t o . podtMii

inorcssai n o m u n d o a d u l l o . t i . i h i d h a i e i n . l e r e m s u . i casa,
O i m p a d o (iiic o diaoiiosiico de Sindiome de Down
(asaiíMii s e , i> opt.ircMn p o r l e r f i l h o s 0 1 1 não.
|)r()du/ n o s |)ais i m p e d e e dilií i i l f a d e s t o l i i i r o (|iie há p o r
I r á s (lislo. l ' o i l a n i o , ('• I K H c s s á i i o (l("s(ohi i r e s l e " n o x o " f i l h o ,
(|ne [)i (H isará s e ( o i i s l i t i i i i c o m o u m stijcilo c o m Síndroiiu* OPRESSÃO E INFORMAÇÕES
de Down (om s u a s l o m p e u n u i a s , (a|)a( i d . i d c s , d i l i c i i l d a
des. desejos. r'.ii.i l a u t o . p r c ( i . s a UM acesso ás inlormaccVs.

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 arma da Silveira Rodriques Almeido:»

limiteis pcsso.is c o m síii(liom(> d e D o w i i nào i i i p j c s s . t m .sexuais p i c c o c e s . o u ciiie p e s s o . i s t o m d e l i c i é i M i a i n i e

n e s t e i m i n d o d e p o s s i b i l i d a d e s , l e s H i n j j i n d o seus desejos| lec;iual sào m a i s (>\citadas sc^xualiruHití! d o c|ue a s d i
afetivos. s e x u a i s , i s o l a n d o se en\s o u e m casa,; tas n o r m a i s i K M i h u m . i destas coloc.icõc^s é v(»rdadeii,i.
sendo eternamente cuidados supcr\isionados pelos ,A, s e x u a l i d a d e e a afcMividadc^ são ( o n d i ç õ e s h i i m . i n a s
[lais e e d u c a d o r e s . M u i t a s dessas pessoas d e s c o n h e t (íin i n t t e p e n d e n l e d o g r a u d e d e f i c i é i K i a . v i s t o cjue fazem
s e u c o r p o , as diferenças anatómic.is, e n ã o s a b e m c o m o i parle d a s dimensões da peisonalidade pressentes n a
i n i c i a r o u m a n t e r relações íntimas e afetivas, ; (\s|)('>( i(s h u m a n a , n a s funçcMis biológicas, h o r m o n a i s c
Estas situações d e controlt> d a s e x u a l i d a d e q u e comport.imenlais.
f o r a m m a n t i d a s c o l o c a r a m a pessoa c o m síndrome d e ; A sc^xualicl.ide t a m b ( ' ' m c- u m a f o r m a d e mediação
D o w n xcilneiáveis a i n d a m a i s , a a f i u s o s s e x u a i s , m a n i - e aproximação d a s r c l a c ões afetivas, fato i m p o i t a n t e n a
pulações, g r a v i d e z indesejada, s u r t o s i)sicóticos, d e p r e s - (xliicação d a s p(>ssoas c o m Síndrome d e D o w n p a i a d e
são, r e g r e s s ã o d e c o m p o r t a m e n t o s . masturbaç()es e m l o - | s e n v o l v e r c i i n a m a t u r i d a d e d a pc>rsonalidad(\r
c a i s i n a p i o ( M iados, etc, Isso oc;oiTe, e x a t a m e n t e p o r f a l t a | t a m e n t o soc:ial, vínculos afetivos. s e g u i a n c , ! e m o c i o n . i l ,
d e informações a d e q u a d a s e m a n e j o s a p r o p r i a d o s p a r a ; comportamentos adequados CMII conformidade à sua
o d e s e n v o l v i m e n t o d e u m a adolescêiie i a saudável. idacic;.
P o r t a n t o , a t u a l i t i e n t e , s a b e m o s q u e a s crianças, A d i f i c u l d a d e d e a b o r d a r este l e m a d . i scíxualida
c o m síndrome d e D o w i i , n a m e d i d a e m c|ue v ã o c r e s - de r e s i d e n a s K^sistências e m o c i o n a i s , t a b u s , a n s i e d a
c e n d o , d e v e m t e r acesso às informações s o b r e a s c ^ x u a ;
des. frustrações, m e d o s e f a n t a s i a s (tos pic')()rios p<iis e
l i d a d e , e n t e n d e n d o a s diferenças d e géneros, n a s t i m e n t o
e d i i c a d o r e s , c|tie não . i v a n c a m e n ã o c o m | ) r e e n d e m seus
d o s bebés, a n t i c o n c e p c i o n a i s , relações s e x u a i s , etc. S e m -
próprios c o n f l i t o s e n v o l v i d o s c o m a t e m á l i c ) s e x u a l , ()|)
pi e a s s o c i a n d o as informações a o s s e n t i m e n t o s , às e m o - ;
t a m m u i t a s vezes p o r n e g a la o u ncjgligentiá la, mantc>n
ções e à v o n t a d e d e q u e r e r e m crescer.
d o a pcíssoa c;om síndrome d e D o w n s e m a p o s s i b i l i d a d e
P a r a c i i a n i i o s esta p o s s i b i l i d a d e é liásico r e s p e i
d e e n t r a r e m c o n t a t o c o m est.ts inlormaçõc^s e emoçcM^s
t a r m o s o s m o m e n t o s d e i n t i m i d a d e d a s p e s s o a s c o m sín-i
su.scitad.is (lelo s e u dc>senvolvimento.
d r o m e d e D o w n . q u e p a s s a m pelas m e s m a s evoluções d a |
O u t r a (juc^stão i m p o r t a n t e é ( r s d a i e c e i a s pesso
s e x u a l i d a d e c o m o q u a l q u e r criança. P r e c i s a m t e r e s p a ç o |
as t o m síndrome d e D o w n sofire a s situações i n t i m i s t a s
e s e i e m respeitadas para poderem explorar seu c o r p o |
t o m o , p o r exem[)lo, a masturbação e c o m p o r t a m e n t o s
em lugar apropriado, no quarto o u quando tomam b a - |
s o c i a i s c o m o n a m o r o : f a l a m o s , então, d o tiiK^ é púf)lico e
n h o . S e n d o a s s i m , as intervenções d e íiducação S e x u a l |
d o q u e é p r i v a d o d e c o m o d t n e m se c o m p o r t a i e o q u e
n a infância têm a f i n a l i d a d e d e m e l h o r a r a q u a l i d a d e |
p o d e m f a z e r e m c a d a situação.
d e v i d a dessas pessoas, p a r a q u e s u a s limitações intcl
Enfim, m u i t a s pc^ssoas c o m síndrome de Down
lectuais não sejam i m p e d i m e n t o s p a r a compreenderem
p o d e m s e g u i r s u a escolarização cnii císcolas r e g u l a r e s ,
s u a s emoções, desejos, s u a existência e t i q u a n t o seres^
t r a b a l h a r e m e m e m p r e s a s , c a s a r e m , constituírem famí
liuiiianos e p a r a almejarem u m a vida afetiva e sexual:
l i a , m a s p a r a isso são necessários o s a[)oios adc^jiiados,
satisfatória.
p a r a l e r e m a o p o r t u n i d a d e de cic;s(oiem c o m u m proje
to d e v i d a , t e r e m u m a i d e n t i d a d e aceita, c o m a u t o e s t i m a
MITOS \ s u f i c i e n t e m e n t e sólida p a r a | ) e r m i t i i s e u d e s e n v o l v i m c a r
t o e d e fato u m a inclusão n o m u n d o a d u l t o .
P r e c i s a m o s e s c l a r e c e r q u e m u i t o s m i t o s e fantas-í
mas, criados envolto d a sexualidade d a s pessoas c o m * Marina da Silveira Rodrigues Almeida é psicóloga, psicopedagoga,,
síndrome d e D o w n só a t r a p a l l i a m , c o m o a c r e d i t a r q u e aí pedagoga especialista e consultora em Educação Inclusiva, CRP
Educação S e x u a l d e s v i r t u a r i a o u d e s p e r t a r i a i n t e r e s s e s 41029-6 ' 1
 GRANDES TEMAS DO CONHECIMENTO

i PSICOLOGIA