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DIREITO DO

TRABALHO
Caracterização, Conteúdo, Denominação,
Funções e Autonomia do Direito Trabalho

Livro Eletrônico
DIREITO DO TRABALHO
Caracterização, Conteúdo, Denominação, Funções e Autonomia
do Direito Trabalho
Maria Rafaela

Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Caracterização, Conteúdo, Denominação, Funções e Autonomia do Direito do Trabalho.. ....5
1. Introdução ao Direito do Trabalho.. ....................................................................................................................5
2. Definição...........................................................................................................................................................................7
3. Denominação. . ................................................................................................................................................................9
4. Conteúdo........................................................................................................................................................................ 10
5. Funções............................................................................................................................................................................15
6. Abrangência da Área Trabalhista....................................................................................................................18
7. Características do Direito do Trabalho. ....................................................................................................... 24
8. Autonomia e Natureza Jurídica.........................................................................................................................29
9. Relações do Direito do Trabalho com Outros Ramos do Direito...................................................30
10. Breve Histórico do Direito do Trabalho e a CLT....................................................................................32
11. Os Direitos da Personalidade e a Relação com o Direito do Trabalho.....................................34
Resumo................................................................................................................................................................................39
Exercícios............................................................................................................................................................................40
Gabarito...............................................................................................................................................................................52
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................53
Referências........................................................................................................................................................................77
Anexo..................................................................................................................................................................................... 78

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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

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Maria Rafaela

Apresentação
Olá, futuro(a) concursado(a)!
Tudo bem? Estudando firme e forte? Primeiramente, vou me apresentar. Meu nome é Maria
Rafaela de Castro. Atualmente sou juíza do Trabalho no TRT 7ª Região, doutoranda em Ciências
Jurídicas pela Faculdade de Direito do Porto em Portugal, professora de preparatórios e faculda-
des aqui no Ceará, a “Terra do Sol”, e faço parte do time do Gran Cursos. Registro que estou muito
feliz em estar aqui escrevendo este livro digital para você atingir o sucesso na carreira que sonha.
Eu já fui juíza no TRT 14, promotora de justiça do Estado de Rondônia, analista judiciária,
professora universitária concursada etc. Em suma, essa apresentação foi para te dizer que fui
“concurseira raiz” e que é possível (SIM!) passar em concurso.
O mais importante da minha apresentação é para te dizer que eu entendo sua dor e pressa
para ser aprovado em concurso. Também entendo que você quer o máximo de informações de
forma objetiva e clara, sem rodeios e quer gabaritar a prova, bem como entender as nuances
da legislação. Veio ao lugar certo! Eu fiz exatamente o material que eu gostaria que meus pro-
fessores tivessem feito quando estava me preparando para as provas.
Eu e toda a equipe do Gran estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercícios,
respondendo questões de provas anteriores e criando questões inéditas para que você surpre-
enda a banca examinadora, e não o contrário.
Nesse ponto, este material vai te ajudar a chegar à posse.
Sendo assim, estude a matéria de direito do trabalho num formato diferente.
E acredite: saber direito do trabalho é imprescindível para a sua aprovação. Não é possível
ir para as provas sem ler este material. Então, aproveite!
As referências bibliográficas estarão presentes ao final do livro digital. Diante disso, você terá
um suporte caso queira um aprofundamento para as próximas fases do seu concurso, caso exista.
Para não ficar um material com transcrição de letra de lei, evitarei usar literalidade e dis-
positivos legais, destacando, na verdade, aquilo que for importante em cada tema de direito
do trabalho. E é justamente por isso que usarei a sequência mais didática e fácil de estudar a
legislação, sem adentrar ou comentar artigo por artigo, mas sim apontar os pontos que são
alvos das provas. O tempo é precioso. A objetividade é essencial para o sucesso.
No fim do nosso material, você encontrará a jurisprudência atualizada sobre o tema, exata-
mente para que você esteja apto para as provas. Não basta saber a legislação, para o seu tipo
de prova o conhecimento jurisprudencial é essencial!
Então, teremos um conjunto de aulas para esgotar o seu edital de direito do trabalho, bus-
cando sua sonhada aprovação. Colocarei questões de bancas de concursos anteriores, bem
como criarei questões inéditas para que você fique preparado para surpresas do examinador.
No final de cada material, haverá os anexos com a jurisprudência que eu utilizar durante as ex-
posições. Isso para você poder fazer a memorização fácil quando compreender todo o conteúdo.

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Criei um material extenso para que você possa ter acesso, de forma objetiva e clara, a to-
dos os assuntos importantes de direito do trabalho e com alto risco de caírem nas provas que
cobram a disciplina. Então, prepare-se para começar a estudar em um formato diferente.
Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: material
obrigatório! Então, pegue sua xícara de café (ou melhor, uma garrafa térmica gigante), o marca-
-texto, a caneta e se programe para ler tudo que preparei para você. Fique ligado no curso Gran.
Vamos começar?

Maria Rafaela de Castro


@mrafaela_castro

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CARACTERIZAÇÃO, CONTEÚDO, DENOMINAÇÃO,


FUNÇÕES E AUTONOMIA DO DIREITO DO TRABALHO
1. Introdução ao Direito do Trabalho
O direito do trabalho é um ramo muito importante para a sociedade, na medida em que ver-
sa sobre as relações de trabalho, a valorização do trabalhador, a relação jurídica entre as par-
tes envolvidas, direitos, deveres, remuneração, jornada, garantias provisórias no emprego etc.
Hoje se entende que as formas de trabalho estão evoluindo de acordo com as tecnologias
de informação.
Daí porque alguns denominam Revolução 4.0 ao conjunto de relações trabalhistas que se
formam com a tecnologia, bem como a discussão sobre o fenômeno da uberização1, que ex-
plicarei nas próximas aulas, e, ainda, sobre os formatos de realização das atividades nas novas
relações de trabalho como o home office, o trabalho mediante as plataformas digitais etc.
Acerca da uberização, trata-se do labor nas plataformas digitais, sobre o qual já existe debate
no âmbito do TST em relação à questão de ser emprego ou não. Os tribunais regionais do trabalho e
juízes do primeiro grau divergem, com decisões no país a respeito da caracterização de relação de
emprego. Destacarei, no entanto, como PULO DO GATO, a recente decisão do TST sobre a temática.

O PULO DO GATO
Em 2021, o TST reiterou pela quarta vez o entendimento de que não existe vínculo de emprego
entre a Uber e os motoristas parceiros. A decisão segue a mesma linha de 900 julgados de tri-
bunais regionais e varas do trabalho que já afastaram o vínculo empregatício ou declararam a
incompetência da Justiça do Trabalho para julgar a relação entre trabalhadores e Uber.
Em 2022, a Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho reconheceu o vínculo de emprego
entre um motorista de aplicativo e a Uber do Brasil Tecnologia Ltda. Para a maioria do cole-
giado, estão presentes, no caso, os elementos que caracterizam a relação de emprego: a pres-
tação de trabalho por pessoa humana, com pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e
subordinação. Processo: RR-100353-02.2017.5.01.0066 , tratando-se de um precedente ainda
em construção no TST.

1
Uberização é um fenômeno jurídico em relação à empresa UBER utilizada como exemplo tratando das relações dos tra-
balhadores que laboram em plataformas digitais. São empregados ou trabalhadores autônomos? Trataremos disso em
relação à visão do TST, pois geralmente é esse entendimento que pode ser cobrado nas provas de concurso. Nada de se
alongar na doutrina. Esse fenômeno que trata das relações entre o Ifood, Uber ou qualquer outro serviço mediante a utiliza-
ção de aplicativos. São relações novas que estão invadindo o cenário dos tribunais brasileiros. Existes alguns julgamentos
no Brasil acerca da relação com as empresas de plataformas digitais serem de emprego. O TST, recentemente, considerou
que não era relação de emprego. Mas o tema ainda é polêmico, amadurecerá e pode ser que a decisão do TST seja alterada.
Destaco a decisão do TST para conhecimento do mês de fevereiro de 2020: “O TST levou em conta também que o percen-
tual que é devido ao motorista varia entre 75% e 80%, e o tribunal já tinha jurisprudência sedimentada no sentido que, nos
casos de 50% para cima do valor dos serviços, a relação passa a ser identificada como parceria, e não contrato de emprego.
É algo muito comum em salões de beleza, em que profissionais como cabeleireiro e manicure usam o espaço e recebem
um
O percentual,
conteúdo destemas não possuem
livro eletrônico contrato
é licenciado deAthus
para emprego.”
Felipe -Recurso de Revista
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O direito do trabalho ainda enfrenta o dilema das flexibilizações e desregulamentações


trabalhistas. São fenômenos que, sob o argumento de criar mais postos de trabalho, diminuem
os direitos trabalhistas ou concedem ampla liberdade de negociação em relação a esses.
No caso da desregulamentação, entende-se que as relações de trabalho não precisam ser
regidas por quaisquer leis, concedendo ampla liberdade para que as partes possam regulamen-
tar suas relações de trabalho, sem qualquer amparo mínimo da lei. Para muitos doutrinadores,
isso representaria um retrocesso social. O que existe no Brasil, desde a reforma trabalhista,
é a ideia de flexibilização, permitindo a regulamentação maior de alguns assuntos diante da
negociação coletiva composta pelo ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) e Convenção Coletiva
de Trabalho (CCT).

001. (VUNESP/FITO/TÉCNICO EM GESTÃO/2020) A legislação trabalhista no Brasil foi radi-


calmente alterada pela Lei n. 13.467/2017. A motivação principal dada para as grandes alte-
rações feitas em alguns pontos importantes na CLT pode ser resumida em uma única palavra:
a) eficiência.
b) confiança.
c) flexibilização.
d) paternalismo.
e) condescendência.

O que existe no Brasil, desde a reforma trabalhista, é a ideia de flexibilização, permitindo a re-
gulamentação de alguns assuntos diante da negociação coletiva composta pelo ACT (Acordo
Coletivo de Trabalho) e Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). As demais alternativas sequer
são termos técnicos para fins de analisar a situação atual brasileira no campo do tratamento
das relações trabalhistas na contemporaneidade.
Letra c.

O PULO DO GATO
É comum nas provas as bancas sugerirem a diferença entre desregulamentação e flexibiliza-
ção trabalhista.
Por isso, a flexibilização trabalhista, a terceirização, a uberização e a desregulamentação das
normas trabalhistas são temas que enfrentarei com vocês quando discutirmos os direitos tra-
balhistas na Constituição e também quando aprofundar a ideia da relação de emprego.

Com a pandemia da Covid-19, esses temas se tornaram mais relevantes e podem ser abor-
dados nas suas próximas provas. Destaque-se, principalmente, o centro da atenção das medi-
das provisórias no período da pandemia.
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Então, é importante ter o conhecimento das relações trabalhistas tradicionais, mas tam-
bém das relações jurídicas que estão se formando e ganhando visibilidade no cenário mundial
e, no caso de nossos concursos, na legislação brasileira.
Sendo assim, é importante conhecer primeiramente os temas mais básicos para que o
amadurecimento da matéria leve a um patamar superior e você consiga acertar as questões
de prova com mais confiança.
Por isso, essa visão teórica inicial serve de base até para compreender melhor as ideias
dos doutrinadores e da jurisprudência. Para realizar provas de algumas bancas, é preciso ter
essa noção basilar para entender os julgados do TST. Então, leia com atenção esses temas.

2. Definição
Definição é quando constatamos os elementos mais importantes/essenciais que podem
identificar determinado instituto jurídico. Por exemplo, é preciso definir o direito do trabalho, ou
seja, apresentar os principais pontos de características desse ramo (sua estrutura essencial).
A doutrina mais destacada do direito do trabalho traz, pelo menos, três tipos de definições
a partir do estudo de direito do trabalho: definições subjetivas, objetivas e mistas.
Subjetivas – definições pelo SUJEITO, ou seja, o ponto de partida aqui vai ser exatamente
as partes da relação: empregado e empregador.
Objetivas – definições pelo OBJETO, ou seja, a relação jurídica de trabalho apontada pe-
las partes.
Mistas – definições mais amplas, que trazem elementos tanto subjetivos como objetivos.
Espécies de definições do direito do trabalho.

SUBJETIVAS OBJETIVAS MISTAS

A definição do concurso levará


em consideração os agentes
A definição do concurso
da relação: os sujeitos –
levará em consideração
A definição do concurso empregado e empregador.
os agentes da relação: os
levará em consideração +
sujeitos – empregado e
o objeto/conteúdo da A definição do concurso levará
empregador.
relação jurídica. em consideração o objeto/
Enfatiza o sujeito
Enfatiza o objeto. conteúdo da relação jurídica.
Exemplo: direito do
Exemplo: direito do Exemplo: direito do trabalho é
trabalho é o direito dos
trabalho é o conjunto de o ramo que regula o direito dos
trabalhadores.
princípios e normas que trabalhadores e dos princípios e
Observação: pelo seu
regulam a relação de normas que regulam a relação
caráter muito simplista é
emprego. de emprego.
considerada a mais falha
Observação: pelo seu caráter
pela doutrina.
mais complexo é considerada a
mais completa pela doutrina.

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002. (INÉDITA/2020) A definição de Octavio Bueno de Magano sobre direito do trabalho é de natu-
reza objetiva ao afirmar: “direito do trabalho é o conjunto de princípios, normas e instituições, aplicá-
veis às relações de trabalho e situações equiparáveis, tendo em vista as melhorias das condições
sociais do trabalhador, através de medidas protetoras e da modificação das estruturas sociais”.

É definição mista, pois tanto trata da noção subjetiva por levar em consideração um dos su-
jeitos (melhorias das condições sociais do trabalhador), como também objetiva por tratar da
relação objeto/conteúdo (o início do conceito). A resposta só seria correta se tratasse de uma
definição mista, pois reúne elementos subjetivos e objetivos.
Errado.

O PULO DO GATO
Veja que você não precisa conhecer o doutrinador que será apresentado pela banca no enuncia-
do das questões. Se você o conhece, ótimo. Mas pelo que descrevi na tabela acima, fica evidente
que você consegue distinguir quando se trata de uma das partes, da própria relação jurídica (con-
teúdo) ou de ambos. Aí você fará a marcação se é definição objetiva, subjetiva ou mista.

003. (INÉDITA/2020) A definição de Maurício Godinho Delgado2 sobre direito do trabalho é de


natureza subjetiva ao afirmar: “complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam,
no tocante às pessoas e matérias envolvidas, a relação empregatícia de trabalho, além de outras
relações laborais normativamente especificadas”.
2
Citação direta de um dos melhores livros do país sobre a matéria. A obra é prestigiada pelas bancas, mas é uma leitura
muito densa. Aconselho a ter uma base jurídica boa antes de se aventurar. O nosso material é elaborado trazendo as ideias
fundamentais dessa obra. Geralmente, sugiro esse livro para os concursos de Juiz e MPT.

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A questão trata da definição mista, pois tanto menciona a noção subjetiva por tratar de um dos
sujeitos (no tocante às pessoas), como também a objetiva por tratar da relação objeto/con-
teúdo (o início do conceito e o final). A resposta só seria correta se tratasse de uma definição
mista, pois reúne elementos subjetivos e objetivos.
Errado.

004. (CEBRASPE/FUB/SECRETÁRIO EXECUTIVO/2009) O direito do trabalho disciplina as


relações entre empregador e empregado e tem por finalidade a proteção do operariado, evitan-
do sua exploração por aquele que é economicamente mais forte.

A questão traz uma visão subjetivista, levando em consideração os sujeitos da relação. Percebe-
-se que essa visão é tradicionalista. Não está incorreta, mas sim incompleta. Acima, vimos que a
corrente subjetivista é a mais frágil de todas porque sempre apresenta uma margem incompleta.
Certo.

005. (FCC/TST/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2017/ADAPTADA) O direito do trabalho


deve ser considerado produto cultural do século XIX e das transformações e condições so-
ciais, econômicas e políticas que colocam a relação de trabalho subordinada como núcleo do
processo produtivo característico daquela sociedade e que tornaram possível o aparecimento
deste ramo novo da ciência jurídica, com características próprias e autonomia doutrinária.

De fato, é a própria definição encontrada no livro de Maurício Godinho. Além disso, o direito do tra-
balho é fruto exato desse momento de transformações políticas e econômicas após o século XIX.
Certo.

3. Denominação
Não há muita incidência desse ponto nas provas, por isso serei objetiva com vocês. Alguns
denominam como direito operário, direito industrial, direito corporativo, direito sindical, direito
social etc. Na verdade, as expressões utilizadas, em resumo, indicam determinado panorama
histórico, como, por exemplo, Revolução Industrial e movimento operário, daí direito operário etc.
Este ponto é apenas para que você tenha noção geral de como a doutrina se expressa
quanto à nomenclatura.

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Por tratar de direitos sociais, como, por exemplo, os direitos trabalhistas, no artigo 7º da
Constituição Federal de 1988, alguns denominam direito social. Essa expressão tem certo
prestígio na doutrina, por ser mais amplo que a ideia de direito do trabalho.
Também é importante destacar a divisão do direito do trabalho em individual e coletivo. No último
caso, diante da ênfase dos sindicatos, da negociação coletiva que estudaremos no futuro, alguns
chamam de direito sindical. Mas está consagrada a expressão direito do trabalho em nosso século.

4. Conteúdo
O principal conteúdo é a relação empregatícia. Essa é a base de toda a sistemática, sendo
o direito dos empregados.
O direito do trabalho é adotado nas relações empregatícias, aplicando-se aos domésticos,
portuários avulsos etc.
Nesse aspecto, é primordial a diferença entre relação de emprego e relação de trabalho.
Analisando o artigo 114 e incisos da Constituição Federal de 1988, temos:

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
II – as ações que envolvam exercício do direito de greve;
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e
entre sindicatos e empregadores;
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver
matéria sujeita à sua jurisdição; V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição traba-
lhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos
de fiscalização das relações de trabalho; VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais pre-
vistas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

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Veja a diferença nesse quadro:

Relação de trabalho (gênero) Relação de emprego (espécie)

Aqui é um exemplo de relação de


trabalho. É a espécie, como o caso
É uma expressão ampla, abrangendo
de quem tem todos os requisitos dos
não só quem tem CTPS (Carteira de
artigos 2º e 3º da CLT – Consolidação
Trabalho e Previdência Social) assinada,
das Leis do Trabalho)3. É aquele
mas também todos que prestam
que tem CTPS assinada ou que
serviços de alguma forma. Exemplos:
preenche os requisitos legais como
cooperativos, autônomos, prestadores
não eventualidade, onerosidade,
de serviços, a diarista, os estagiários,
pessoalidade, subordinação jurídica. A
portuários avulsos etc. Aqui temos os
exclusividade não é requisito essencial.
trabalhadores.
Exemplo: a doméstica, o assalariado etc.
Aqui temos os empregados.

006. (AJURE/DESENVOLVE RR/ADVOGADO/2018) Um elemento que NÃO pode ser conside-


rado como imprescindível para a caracterização do empregado é: a) o salário;
b) a competência;
c) a continuidade;
d) a subordinação;
e) a pessoalidade.

De acordo com a CLT, artigo 3º, não consta competência. Apenas os demais elementos.
Observe que esse artigo 3º da CLT é recorrente em provas de concurso, razão pela qual você
deve ter noção exata dos elementos que norteiam a relação de emprego, tornando-a como
espécie da relação de trabalho.
Letra b.

3
Artigos 2° e 3° da CLT: Art. 2º – Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da ati-
vidade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. § 1º – Equiparam-se ao empregador, para os
efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas
ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. § 2° Sempre que uma ou mais
empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração
de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis soli-
dariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. § 3° Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de
sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de inte-
resses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. Art. 3º – Considera-se empregado toda pessoa física que prestar
serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Parágrafo único – Não haverá
distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.

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Toda relação de emprego é uma relação de trabalho, mas o contrário não é verdadeiro. Por isso,
fique muito atento às questões ao fim do material, pois lá trabalharei com você a leitura e fixação
do artigo 2º da CLT e a distinção do quadro acima quanto à relação de emprego e de trabalho.
Nesse mesmo raciocínio, existem os trabalhadores (quando se referem ao gênero de quem
é remunerado ganhando o salário) e os empregados (espécies, sendo mais delimitados e com
características mais específicas). Dessa forma, fique atento à leitura das questões.
Ressalto que existe ainda a figura do trabalho intermitente trazido pela Reforma Trabalhista, que
não é um autônomo, pois subsiste a ideia de subordinação jurídica. O intermitente tem uma relação
de emprego, com os direitos previstos no artigo 452-A da CLT (sugiro a leitura para as provas). O in-
termitente continua subordinado, sendo relação de trabalho e, principalmente, relação de emprego.

O PULO DO GATO
O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter especificamente o
valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário-mínimo ou àquele devi-
do aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermi-
tente ou não. O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação
de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência.

Vamos ver um resumo nos quadros abaixo para termos uma noção geral de algo que espe-
cificaremos nas próximas aulas:

Trabalhador autônomo Trabalhador eventual

Aquele que presta serviço


ocasionalmente, para realização
É aquele trabalhador que exerce as
de determinado evento; em regra,
suas atividades por conta e risco
desenvolve atividades não coincidentes
próprios, sem subordinação com o seu
com os fins normais da empresa
contratante.
contratante, não se fixando a uma fonte
de trabalho.

Trabalhador temporário Trabalhador avulso

É aquele trabalhador pessoa física


que presta serviço a uma empresa por
É aquele que presta serviços de curta
prazo curto, para atender à necessidade
duração para distintos beneficiários, com
transitória de substituição de pessoal
intermediação de terceira entidade com
regular e permanente ou de acréscimo
quem mantém vínculo de emprego nos
extraordinário de serviços, com
termos da CLT.
intermediação de empresa de trabalho
temporário.

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O PULO DO GATO
No momento de ler as questões de direito do trabalho, você precisa ficar atento se estão falando
do gênero ou da espécie. Se a banca estiver falando genericamente, temos expressões como
“trabalhadores”, “relação de TRABALHO” etc. Se estiver falando mais especificamente, a banca
vai ser referir a “empregados” e “relação empregatícia”. Ter essa distinção em mente é funda-
mental para acertar a questão de prova. O direito do trabalho, em tese, aplica-se às relações
de emprego.

EXEMPLO
A diarista Maria tem com você uma relação de trabalho no seu apartamento. É uma relação de tra-
balho. Maria é trabalhadora. Nesse ponto, ela não terá direitos como férias mais um terço constitu-
cional, FGTS etc. Se Maria é sua empregada doméstica, ela é empregada e tem relação de empre-
go. Maria é empregada. Nesse ponto, ela terá direitos como férias mais um terço constitucional,
FGTS etc. Entendeu? Ah, mas ela não tem CTPS assinada. E então? Falaremos disso mais à frente.
Se ela preencher os requisitos dos artigos 2º e 3º da CLT, prevalecerá a legislação trabalhista4.

PEGADINHA DA BANCA
As bancas de concurso gostam muito de cobrar a matéria sobre a relação de emprego do policial
militar que, nas suas folgas, desenvolve outra atividade. Sendo assim, muito cuidado. É possível
sim a configuração da relação de emprego. Nesse sentido, existe uma súmula do TST que prati-
camente desaba em provas de concurso. Você deve já se acostumar com ela, pela quantidade de
vezes que já foi cobrada, tratando exatamente dos elementos do artigo 2º da CLT. Veja comigo:
Súmula 386/TST – 20/04/2005 – Relação de emprego. Policial militar. Reconhecimento de vínculo
empregatício com empresa privada. CLT, art. 3º. Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legí-
timo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independen-
temente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar.

PEGADINHA DA BANCA
Muito cuidado com a situação do pequeno empreiteiro. Embora seja uma relação de trabalho, é pro-
cessada e julgada na Justiça do Trabalho. Aconselho a memorização do artigo 652, a, III, da CLT.
4
Para o trabalho doméstico, como veremos mais à frente, aplica-se a Lei Complementar n. 150. Com isso, vários direitos foram
conferidos ao doméstico, como, por exemplo, férias de 30 dias mais um terço e FGTS. Haverá um livro próprio para isso.

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Lembre-se que, nesse caso, não se aplicam aos pequenos empreiteiros os direitos trabalhistas, mas
apenas as regras do processo do trabalho. Por exemplo: o pequeno empreiteiro não tem direito às
férias, 13º salário, FGTS, CTPS assinada etc. Porém, se tiver problema em receber algum pagamento
da empreitada, deverá ajuizar a ação na Justiça do Trabalho.

Vou transcrever todo o dispositivo para que você possa acompanhar o objeto do direito do
trabalho também:

Art. 652. Compete às Varas do Trabalho: a) conciliar e julgar:


I – os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade de empregado;
II – os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por motivo de rescisão do con-
trato individual de trabalho;
III – os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice;
IV – os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho;
V – as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão Gestor de Mão
de Obra – OGMO decorrentes da relação de trabalho;
b) processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave;
c) julgar os embargos opostos às suas próprias decisões;
d) impor multas e demais penalidades relativas aos atos de sua competência; (...)
f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do
Trabalho.
Parágrafo único. Terão preferência para julgamento os dissídios sobre pagamento de salário e aqueles
que derivarem da falência do empregador, podendo o Presidente da Junta, a pedido do interessado,
constituir processo em separado, sempre que a reclamação também versar sobre outros assuntos.

Sobre essa relação dos pequenos empreiteiros, destaca-se a posição de Maurício Godinho
Delgado (2019; 55), que transcrevo abaixo para não deixar dúvidas. É uma pegadinha muito
comum nas provas. Preste atenção!

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Relação de Emprego

Leia abaixo a transcrição:

(…) o pequeno empreiteiro tipificado pela CLT não é considerado titular de direitos trabalhistas. As-
sim, pode pleitear na esfera judicial laborativa apenas os direitos civis inerentes ao seu contrato civil
pactuado com o dono da obra (preço, pagamento etc.). Evidentemente que, em situações fáticas tão
fronteiriças, como a presente, o operador jurídico deverá aferir, inicialmente, se não foi efetivada simu-
lação da pequena empreitada, encobrindo efetiva relação empregatícia entre as partes (caso em que
o empreiteiro não seria autônomo, mas efetivo empregado). Porém, concluindo-se tratar-se de real pe-
queno empreiteiro, seus pedidos serão mesmo civis, embora veiculados no âmbito judicial trabalhista.

O direito do trabalho é aplicado às relações de emprego (espécie) e pode ter definição subjetiva,
objetiva ou mista. Além disso, não se pode confundir empregado com trabalhador. Há a particu-
laridade do pequeno empreiteiro, pois, muito embora a Justiça do Trabalho seja competente para
fins de processar e julgar as demandas, nota-se que ele não tem direitos trabalhistas, somente
direitos civis. Os pequenos empreiteiros são aqueles que, segundo a jurisprudência dos tribunais
regionais do trabalho do Brasil, é a pessoa natural que executa, na qualidade de trabalhador au-
tônomo, pessoalmente ou com a ajuda de assistente (um ou dois assistentes), empreitada de
pequeno valor econômico. No caso a caso, o juiz afere o que é esse pequeno valor econômico.

5. Funções
As funções do direito do trabalho dependem do contexto histórico em que está inserido e
é estudado. Mas, para fins de sua prova, o direito do trabalho visa, primordialmente, humanizar
e equilibrar as relações entre as partes – empregado e empregador.
Quando o examinador de prova quer saber as funções do direito do trabalho, ele busca usar
a expressão de ideias TELEOLÓGICAS, ou seja, a sua finalidade social, econômica e jurídica.
Lembre-se de que TELEOLOGIA é justamente a busca da finalidade.
Por isso, fala-se em interpretação finalística ou teleológica, que significa buscar o sentido.
É notória a interferência do direito do trabalho nos mercados econômicos. Isso coloca o
direito do trabalho num importante eixo central da economia e da melhoria (ou não) das condi-
ções sociais da população que trabalha.

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Daí porque vemos sempre nos jornais a importância na economia de expressões como:
índice de desemprego disparou; quantidade de pessoas no mercado informal etc.
Como exemplo disso, temos na atualidade as pessoas que poderiam ou não receber o benefício
emergencial. Esse contingente era exatamente quem estava (ou pelo menos, deveria estar) na in-
formalidade. Quem estava trabalhando na formalidade não usufruía desse benefício, por exemplo.
Para fins de elencar as funções do direito do trabalho, faço uso das propostas do manual
do professor e ministro do TST, Maurício Godinho Delgado, que preceitua (2019; 56-61):
a) Propiciar melhorias das condições de pactuação da força de trabalho na ordem so-
cioeconômica.
Ou seja, o direito do trabalho tem como uma de suas principais funções permitir que sejam
melhoradas as condições sociais e econômicas de quem é empregado, por meio da manutenção
dos direitos trabalhistas conseguidos e registrados no artigo 7º da Constituição Federal de 1988.
Não se poderia acabar com os direitos ali previstos nessa função protetiva do direito do trabalho.
Pense comigo: melhorando as condições sociais e econômicas, os trabalhadores passam
a consumir mais, movimentando a economia. Por isso que há tantas críticas, seja quando do
advento da reforma trabalhista de 2017, como das medidas provisórias 927 e 936, ambas de
2020, que por exemplo reduziram a jornada e salários ou trataram da suspensão do contrato
de trabalho, antecipação dos feriados, gozo de férias etc.
Aqui não se está criticando tais normas, mas apenas expondo o porquê das críticas da dou-
trina quanto a essas mudanças legislativas. Exatamente pela função que o professor Godinho,
em sua obra, menciona ser do direito do trabalho.
b) Caráter modernista e progressista do ponto de vista econômico e social. Uma das fun-
ções do direito do trabalho é exatamente permitir que todos os trabalhadores sejam tratados
em igualdade de condições.
Daí porque aqui existe a função de estender aos trabalhadores em sua generalidade todos
os direitos trabalhistas que sejam de uma categoria específica, conferindo um direito mais
progressista e “para frente” do direito do trabalho.
A evolução das tecnologias também é observada pelo direito do trabalho, como a ideia de
conceder horas extras ao empregado que vai para casa, mas continua trabalhando pelo celular,
ficando de sobreaviso, por exemplo. É o caso do que dispõe a súmula 428 do TST5:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 428 do TST SOBREAVISO APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT (reda-
ção alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) – Res. 185/2012, DEJT
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 I – O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados

5
É importante que o candidato tenha conhecimento das súmulas do TST mais importantes. Nos próximos livros, escreve-
rei mais especificamente sobre súmulas e Ojs (orientações jurisprudenciais) do TST. São importantíssimas para todas as
bancas de concurso. Por isso, nas nossas aulas estou colocando as súmulas com maior probabilidade de cair em prova,
assim como a aplicação delas para que você se acostume com o conteúdo. É uma metodologia muito boa. Confie!

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fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso. II –
Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por
instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente,
aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso.

Em suma, o direito do trabalho precisa acompanhar essas tecnologias.


c) Função política conservadora. Ou seja, o direito do trabalho é fruto do capitalismo e ele
nunca pode acabar exatamente porque o direito do trabalho funciona como um freio à superex-
ploração, garantindo, assim, que o próprio sistema seja conservado.
As relações trabalhistas mudam de acordo com as mudanças das relações econômicas.
Por isso, há esse caráter/função de preservar a essência do direito do trabalho.
d) Função civilizatória e democrática. Nessa função, percebe-se que o direito do trabalho visa
resguardar os direitos essenciais para que os indivíduos possam viver com o mínimo de dignidade.
Essa é a função que busca dar o mínimo de direitos para que alguém se reconheça como
um ser humano digno, e não um cidadão de segunda classe.
Pelo menos essa é a pretensão do direito do trabalho. Por isso que se fala que, quando
se alcançam direitos como férias, aposentadoria, salário mínimo, adicional de insalubridade,
descanso semanal remunerado etc, não poderia haver uma legislação posterior que descons-
truísse esse mínimo de direitos.
Se isso ocorrer, haverá um retrocesso social, que não é tolerado pelo direito. Isso está lá
no direito constitucional e já foi mencionado diversas vezes nos julgados do Supremo Tribunal
Federal e do Tribunal Superior do Trabalho.
Tanto que você pode perceber que, mesmo com a reforma trabalhista de 2017, alguns direi-
tos não podem ser negociados livremente. Ou seja, aquela ideia de que o negociado prevalece
sobre o legislado não é 100% verdade.
Mais adiante explicarei isso com mais calma. Porém, se você está ansioso ou empolgado
(risos), sugiro a leitura da nota de rodapé6.
6
Esse artigo põe um freio no que não pode ser objeto de negociação coletiva (acordo ou convenção coletiva):
Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a
supressão ou a redução dos seguintes direitos: I – normas de identificação profissional, inclusive as anotações
na Carteira de Trabalho e Previdência Social; II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III
– valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);
IV – salário mínimo; V – valor nominal do décimo terceiro salário; VI – remuneração do trabalho noturno supe-
rior à do diurno; VII – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; VIII – salá-
rio-família; IX – repouso semanal remunerado; X – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo,
em 50% (cinquenta por cento) à do normal; XI –número de dias de férias devidas ao empregado; XII – gozo
de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XIII – licença-mater-
nidade com a duração mínima de cento e vinte dias; XIV – licença-paternidade nos termos fixados em lei; XV
– proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XVI – aviso
prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XVII – normas de

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007. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2017) São funções históricas do direito do traba-


lho, entre outras: aperfeiçoar, elevando, as condições de contratação e gestão da força de tra-
balho humana na vida econômica e social; assegurar cidadania econômica, social e jurídica às
pessoas humanas que vivem de seu trabalho, aumentando o patamar civilizatório e democráti-
co da respectiva sociedade; contribuir para o desenvolvimento do sistema econômico contem-
porâneo, por meio do incremento do mercado interno e dos incentivos diretos e indiretos para
que os empregadores invistam no aperfeiçoamento humano e tecnológico.

A questão está adaptada à doutrina de Maurício Godinho, com a síntese do nosso material de
aula. Ainda, é possível verificar a função teleológica do direito do trabalho em propiciar a dig-
nidade da pessoa humana.
Certo.

6. Abrangência da Área Trabalhista


Como já explicado, a abrangência da área trabalhista, para fins jurídicos, é a caracterização
da relação de emprego. Para se caracterizar essa relação, é preciso preencher alguns requisitos,
tratados na CLT especificamente nos artigos 2º e 3º, que podem ser citados brevemente como:
a) Não eventualidade – é preciso ter uma relação contínua do labor. Isso não se traduz em
quantidade de dias ou horas, mas sim no ânimo das partes na continuidade dessa relação.

saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Tra-
balho; XVIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas; XIX – aposenta-
doria; XX – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador; XXI – ação, quanto aos créditos resul-
tantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXII – proibição de qualquer discriminação no
tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com deficiência; XXIII – proibição de trabalho noturno,
perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; XXIV – medidas de proteção legal de crianças e adolescentes;
XXV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso;
XXVI – liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem
sua expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva
ou acordo coletivo de trabalho; XXVII – direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportu-
nidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender; XXVIII – definição legal sobre os
serviços ou atividades essenciais e disposições legais sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comuni-
dade em caso de greve; XXIX – tributos e outros créditos de terceiros; XXX – as disposições previstas nos arts. 373-A, 390,
392, 392-A, 394, 394-A, 395, 396 e 400 desta Consolidação. Parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos
não são consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste artigo.

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Não é algo esporádico, que ocorre só de vez em quando porque as partes estipularam. É algo
que ocorre de forma constante.
b) Subordinação jurídica – isso porque o empregado tem uma relação subalterna com o
patrão. Nesse ponto, é o patrão quem determina a hora, a jornada, o que vai fazer, quanto vai
pagar, como será o pagamento e que atividades serão realizadas no ambiente do trabalho.
Daí surgem direitos e obrigações para as duas partes. Nessa subordinação reside o poder dire-
tivo do empregador, que pode aplicar penalidades caso o empregado descumpra suas obrigações.
Em contrapartida, o empregador deve pagar o salário e tratar de forma digna o trabalhador,
propiciando um ambiente saudável de trabalho com o mínimo de condições de dignidade.

O PULO DO GATO
A ideia de subordinação jurídica sofre evolução na doutrina e na jurisprudência, acompanhada pela
necessidade de explicar as novas relações de trabalho. Hoje já se entende a existência de subor-
dinação clássica, a estrutural (parassubordinação ou trabalhadores parassubordinados) e a algo-
rítmica. Além disso, os trabalhadores intermitentes, apesar da possibilidade de recusa ao compa-
recimento do trabalho, ainda são considerados subordinados e em autêntica relação de emprego.
Também se destaca que o descumprimento de ordens justas, razoáveis e proporcionais no âmbito
da subordinação jurídica que está no poder diretivo do empregador pode gerar a rescisão do con-
trato de trabalho por justa causa, como estudaremos em capítulos posteriores do nosso curso.

c) Onerosidade – aqui haverá a contraprestação financeira (salário) a ser paga para aquele
que desempenha suas funções.
d) Pessoalidade – aquela pessoa que foi contratada é quem deve realizar os serviços, não
podendo ser substituída por terceiros. Daí reside a impessoalidade do trabalhador.
Diante disso, é a relação de emprego o centro dessa abrangência. Quando estão presentes
todos os requisitos acima mencionados, há relação de emprego. Nisso recaem todos os direi-
tos trabalhistas, inclusive anotação da CTPS, recolhimentos previdenciários na qualidade de
segurado empregado e as garantias da proteção social.
Os direitos previstos estão na CLT, em leis esparsas e, principalmente, na Constituição Fe-
deral de 1988, da qual transcrevo os artigos mais importantes para o seu concurso, que ser-
vem tanto para as provas de direito do trabalho como para as provas de direito constitucional.

PEGADINHA DA BANCA
Muitas bancas incluem a exclusividade como um elemento essencial do contrato de trabalho ou a
competência do trabalhador. Não são requisitos essenciais da figura do empregado. Além disso,
aparecem nas alternativas das provas a ALTERIDADE, que tem o mesmo significado de risco do
empreendimento. Isso até existe no direito do trabalho, mas não como uma característica do em-
pregado, mas sim do EMPREGADOR! Em suma, o empregador assume os riscos da falta de suces-
so ou de lucros nos seus negócios, não podendo transferir essa responsabilidade ao empregado.
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O PULO DO GATO
Memorização dos artigos 7º até o 11 da Constituição Federal, a seguir transcritos, pois são o
conteúdo do direito do trabalho brasileiro:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higie-
ne, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção cole-
tiva de trabalho;
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva;
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXIV – aposentadoria;
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade
em creches e pré-escolas;
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

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XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho;
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por mo-
tivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do traba-
lhador portador de deficiência;
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o tra-
balhador avulso Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os
direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX,
XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cum-
primento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e
suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração
à previdência social.
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no
órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de ca-
tegoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores
ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclu-
sive em questões judiciais ou administrativas;
IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será
descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei;
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de
direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do man-
dato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Parágrafo único. As disposições deste artigo
aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições
que a lei estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1º A lei definirá os serviços
ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunida-
de. § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

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Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos pú-
blicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representan-
te destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

008. (CS UFG/DEMAE-GO/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2017) Nas relações de emprego, a


Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 admite:
a) a diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil.
b) a distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos.
c) o trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de dezoito anos.
d) a igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o traba-
lhador avulso.

Nos exatos termos do artigo 7º da Constituição Federal de 1988, especificamente, na igualdade de


tratamento entre os trabalhadores com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.
Dessa forma, o direito do trabalho é o ramo que possui um conjunto de princípios e regras da
relação de emprego, propiciando funções sociais e econômicas fundamentais na sociedade,
bem como tratando das relações entre os sujeitos – empregado e empregador, tendo como
fonte principal a Constituição Federal de 1988, que conduz à ideia de um patamar mínimo de
dignidade a todo trabalhador brasileiro.
Nessa disciplina de direito do trabalho, a sua abrangência atinge todas as relações de emprego
que estão com os requisitos dos artigos 2º e 3º da CLT.
Letra d.

PEGADINHA DA BANCA
O direito do trabalho também atinge empregados públicos, ou seja, aqueles concursados do
serviço público das estatais (empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações
públicas de direito privado) que não possuem estabilidade no serviço público e que, mesmo
se submetendo a concursos públicos de provas ou de provas e títulos, são regidos pela CLT,
aplicando-se o regime jurídico celetista. Exemplo: advogados e empregados da ECT (Correios),
do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, da Petrobras etc.

EXEMPLO
Paulo Henrique passou num concurso para a Caixa Econômica Federal. Fez provas e assumiu.
As férias, os recolhimentos de FGTS, o 13º salário, bem como tudo que dispuser o sindicato
em negociações coletivas aplicam-se a Paulo. Se Paulo for dispensado por justa causa, deve
ser pelas hipóteses previstas na CLT. Paulo, muito embora seja servidor celetista de uma
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empresa pública federal, submete-se ao regime da CLT para todos os fins. É diferente da Elvira,
que exerce um cargo público em regime estatutário do INSS, autarquia federal. No caso de
Paulo Henrique, seus litígios serão processados e julgados na Justiça do Trabalho, pela abran-
gência do direito do trabalho/CLT. No caso de Elvira, seu litígio será na Justiça Federal comum.
Lembro que a Justiça do Trabalho é uma Justiça Federal especializada7.

Esses direitos trabalhistas tratados na CLT podem ser individuais (exemplo: férias individu-
ais no prazo de 30 dias com o pagamento de um terço constitucional) ou coletivos (exemplo:
direito de greve, acordo coletivo, negociação coletiva, regulamento empresarial etc). Essa divi-
são de direitos será o direito individual do trabalho e o direito coletivo do trabalho.
Primeiro, vamos tratar do direito individual do trabalho e sua abrangência, para depois al-
cançar as lições mais fundamentais para o concurso acerca do direito coletivo do trabalho.
É por isso que você vai encontrar em toda doutrina a ideia de uma divisão interna do direito
do trabalho:
1. Direito individual do trabalho – trata dos direitos trabalhistas previstos no artigo 7º da
Constituição Federal de 1988, que transcrevi acima e que você deve ter memorizado. São inci-
sos simples e você deve ter cautela com as pegadinhas das provas quando a banca optar pela
“lei seca” ou “letra da lei”.
2. Direito coletivo do trabalho – trata dos direitos que estão sendo tratados a partir do arti-
go 8º da Constituição Federal de 1988, como o direito de greve, a atuação sindical, a negocia-
ção coletiva (acordo coletivo e convenção coletiva) etc.

009. (IBFC/EBSERH/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2020) O direito do trabalho envolve


tanto o estudo do direito individual quanto do direito coletivo. O direito individual do trabalho
trata das regras, princípios e institutos jurídicos que regulam a relação empregatícia e as rela-
ções de trabalho especificadas.

Existe a divisão interna do direito do trabalho em trabalho individual e trabalho coletivo. No pri-
meiro caso, tem-se as regras, princípios e institutos jurídicos que regulam a relação empregatícia
e as relações de trabalho especificadas. Nos direitos coletivos, a questão das negociações cole-
tivas, sindicatos e greves, por exemplo.
Certo.

7
Está em conformidade com o entendimento do Supremo Tribunal Federal. No livro de processo do trabalho serão
tratados os temas de competência e isso será aprofundado. Por ora, é importante você saber que os casos envol-
vendo servidores celetistas serão tratados na Justiça do Trabalho. O regime estatutário e o temporário serão a
Justiça Comum. A questão não é tão simples, pois as bancas podem complicar com inúmeras decisões do STF,
mas para nossa aula inicial já é fundamental você conhecer essas diferenças de competência.

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Fique atento aos artigos 611-A e 611-B da CLT, transcritos aqui em notas de rodapé, porque são
artigos importantíssimos depois da reforma trabalhista para as provas de concurso. Vamos
estudá-los em outra aula. Mas já fique esperto!

7. Características do Direito do Trabalho


Você agora já tem uma noção geral desse ramo jurídico. É o momento de entender as ca-
racterísticas do direito do trabalho. Você pode compreender como direito construído com base
na história, com a evolução da relação empregatícia.
Tem como característica o fato de que as funções são atreladas às melhorias das condi-
ções sociais e econômicas (função teleológica). Além disso, verifica-se que busca reforçar as
pactuações das forças de trabalho.

010. (FCC/MANAUSPREV/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2015/ADAPTADA) Em relação à


formação histórica do direito do trabalho, considere: o direito do trabalho é um instrumento
de realização da justiça social e de tutela do trabalhador e suas funções somente podem ser
cumpridas se previstas em uma estrutura jurídica formal que molde seu conteúdo e fixe os
preceitos e as sanções determinantes dos comportamentos autorizados ou proibidos nas re-
lações entre trabalhadores e empregadores.

Está correto, na medida em que o direito do trabalho é protetivo. As pessoas que contratam
não possuem liberdade extrema, mas há limites nos direitos sociais. Esse é papel do direito do
trabalho no sentido de frear os rumos do capitalismo, impondo limites.
Certo.

A estrutura jurídica do direito do trabalho tem o conjunto de normas e princípios gerais e


específicos como, por exemplo, o princípio da proteção, da primazia da realidade, in dubio pro
misero, da norma mais favorável, da imperatividade das normas trabalhistas, da indisponibilida-
de dos direitos trabalhistas, da condição mais benéfica, da inalterabilidade contratual lesiva, da
continuidade da relação de emprego, da primazia da realidade sobre a forma, da intangibilidade
salarial etc. Esses princípios são muito importantes e serão analisados em uma aula específica.

011. (CEBRASPE/TRT-16/JUIZ DO TRABALHO/2003) Entre os mais importantes princípios


de direito individual do trabalho, podem ser citados: da proteção, da norma mais favorável,

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da imperatividade das normas trabalhistas, da indisponibilidade dos direitos trabalhistas, da


condição mais benéfica, da inalterabilidade contratual lesiva, da continuidade da relação de
emprego, da primazia da realidade sobre a forma e da intangibilidade salarial.
A questão traz os princípios mais importantes e que caracterizam o direito do trabalho.
Certo.

Ao mesmo tempo, tem como características a dimensão individual e coletiva. No primeiro


caso, o centro é o contrato de trabalho. No segundo caso, é a atuação sindical, a negociação
coletiva, a greve etc.
Tem como característica esse viés social, girando em torno do princípio da dignidade, valo-
rização da pessoa humana. Nisso se fundamenta outro princípio do direito do trabalho referen-
te à primazia da norma mais favorável ao trabalhador ou da condição mais benéfica.
No direito do trabalho temos essa principiologia mais protetiva. Temos aqui uma evolução
da aplicação dos direitos fundamentais. Existem duas teorias para explicar os direitos funda-
mentais, surgindo agora uma terceira que se aplica ao direito do trabalho.
É importante saber isso porque os direitos trabalhistas são sociais. Com base nisso, encai-
xam-se no rol dos direitos fundamentais, como está disposto na Constituição Federal de 1988.
Na disciplina de direito constitucional, você estuda: a) verticalização dos direitos funda-
mentais – relação do Estado com os indivíduos/sociedades na aplicação de direitos funda-
mentais; b) horizontalização dos direitos fundamentais – relação dos indivíduos entre si e a
aplicação dos direitos fundamentais.
Na verticalização, temos como exemplo a situação em que o Estado age com o indivíduo
e se limita nos direitos fundamentais. Exemplo: o Estado desapropria seu imóvel, mas precisa
pagar uma indenização prévia e justa.

ESTADO (em cima)


(VERTICALIZAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
RELAÇÃO DE CIMA PARA BAIXO)
Indivíduo (abaixo do Estado)

Na horizontalização, é possível citar o exemplo da associação que vai expulsar o associa-


do e, no entanto, para tais fins deverá usar o devido processo legal, permitindo que o associado
possa desempenhar seu direito de defesa (indivíduo x indivíduo).

INDIVÍDUO -------------------------------------- INDIVÍDUO


(HORIZONTALIZAÇÃO)

No âmbito da classificação dos direitos do trabalho, tem-se a teoria da diagonalização dos


direitos fundamentais. Essa teoria busca aplicar os direitos fundamentais, mas não de forma

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plana como na horizontalização, na qual as partes estariam, em tese, em situações sociais e


econômicas iguais.
Tanto no direito do trabalho quanto no direito do consumidor temos uma situação em que
uma das partes é mais vulnerável, em situação mais desfavorável economicamente. Isso im-
plica uma reanálise da atuação dos direitos fundamentais.
Por isso, foi desenvolvida tanto para o âmbito do direito do consumidor quanto para o direi-
to do trabalho a TEORIA DA EFICÁCIA DIAGONAL dos direitos fundamentais.
Isso ocorreu pela própria característica do direito do trabalho, nesse viés mais protecionis-
ta e social. Sendo assim, o Tribunal Superior do Trabalho vem utilizando essa teoria diagonal.
Há, muitas vezes, uma relação desigual nas relações trabalhistas. Por exemplo: imagine um
operário no âmbito de uma empresa multinacional.
Porém, isso não é uma situação generalizada. Podemos ter situações trabalhistas em que
as partes estão economicamente quase na mesma situação, não havendo uma disparidade
tão acentuada, como a doméstica e uma família de classe média.
Contudo, essa aplicação diagonal busca aproximar melhor da justiça aquela parte da re-
lação que está em situação desfavorável. Mais um exemplo: a inversão do ônus da prova no
processo do trabalho, ou entender que a lei do doméstico deve ser interpretada de forma mais
favorável ao doméstico etc.
A aplicação diagonal dos direitos fundamentais surge exatamente como uma característi-
ca do direito do trabalho que tem esse viés social mais acentuado.
Essa visão social tem essa amplitude quando se supera a dificuldade principal, aumentan-
do a proteção gradativamente da parte mais frágil. É o caso do consumidor e do trabalhador,
por exemplo.
Nesse ponto, é importante que você vá para as próximas provas sabendo que o Tribunal
Superior do Trabalho entende ser possível aplicar essa teoria no direito e processo do trabalho.
Com isso, você captou a essência do direito do trabalho e suas principais características.

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Veja a tabela que construí para você fixar melhor o conteúdo:

Verticalização dos Horizontalização dos Diagonalização dos direitos


direitos fundamentais direitos fundamentais fundamentais

Aqui vemos com muita


Aqui vemos com muita
frequência no direito “social”,
Aqui vemos com muita frequência no direito
por exemplo, no direito do
frequência no direito privado, por exemplo, no
trabalho e no direito do
público, por exemplo, no direito civil. Todos são
consumidor. Apesar de ser
direito administrativo. livres para se associarem.
uma relação privada, existe
O Estado possui sua No entanto, quando
uma parte inevitavelmente
supremacia, mas deve uma associação, por
“mais fraca” na relação.
obediência aos direitos exemplo, decide expulsar
Chamamos de hipossuficiente.
fundamentais. Gosto um associado, deve
Sendo uma relação privada,
muito do exemplo da também aplicar os direitos
as normas tendem a permitir
desapropriação. O Estado fundamentais, como o
uma “diagonalização” naquela
pode desapropriar, devido processo legal.
linha que antes era só
mas tem que indenizar Esse caso, inclusive, foi
horizontal para que as partes
previamente. Ocorre uma o decidido pelo Supremo
possam estar em igualdade/
aplicação dos direitos Tribunal Federal, que
simetria e, assim, ocorrer uma
fundamentais quando os decidiu também que
aplicação justa dos direitos
indivíduos estão abaixo do se aplicam direitos
fundamentais. Exemplo: a
Estado. fundamentais nas
possibilidade de inversão do
relações privadas.
ônus da prova.

Quando se trata de direitos fundamentais, existem teorias sobre sua aplicação: teoria da ho-
rizontalização, verticalização e diagonalização. As duas primeiras são conhecidas, tratando-
-se da relação Estado e indivíduo e entre os indivíduos. A diagonalização surge exatamente
quando uma das partes está em situação desfavorável econômica, jurídica ou socialmente e é
preciso equilibrar as forças. O TST já adotou essa tese.

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O PULO DO GATO
O Tribunal Superior do Trabalho já aplicou a teoria da diagonalização dos direitos fundamen-
tais. Para o TST, isso se aplica às características do direito do trabalho, que tem o viés de redu-
zir as desigualdades sociais e econômicas entre as partes envolvidas.

Por essas características do direito do trabalho, admitem-se os contratos de trabalho tanto


de forma tácita como expressa, por escrito ou verbal. A relação de emprego pode ser por prazo
determinado ou indeterminado.
O contrato de trabalho, por sua vez, é de natureza privada, pois refere-se a relações particulares.

012. (IBFC/EMDEC/ANALISTA DE RECURSOS HUMANOS/2019/ADAPTADA) O direito do


trabalho é o ramo da ciência do direito que versa sobre as normas, as instituições jurídicas e os
princípios que disciplinam as relações de trabalho subordinado. Acerca desse assunto, julgue
a afirmativa a seguir.
O contrato de trabalho é contrato de direito privado, consensual, não pode ser verbal, tem de ser
escrito. A relação jurídica pode ser formada pelo ajuste expresso escrito, ou pelo ajuste tácito.

Afirmativa falsa, na medida em que o contrato de trabalho pode ser verbal ou escrito, expresso
ou tácito.
Errado.

Assim, muito embora trate de normas de forte conteúdo social, o direito do trabalho é de
natureza privada. Além disso, é incontestável sua autonomia em termos de técnica, ciência,
doutrina, metodologia e princípios específicos do ramo.

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8. Autonomia e Natureza Jurídica


O direito do trabalho tem autonomia. Isso significa que em um campo temático vasto e
específico dispõe de teorias próprias, possui metodologia própria e, ainda, apresenta perspec-
tivas e questionamentos específicos e próprios relativamente aos demais ramos do direito
próximos ou correlatos.
O direito do trabalho possui uma temática própria, bem como princípios específicos, debates
e polêmicas em torno dos temas de que dispõe, e, ainda, estudos científicos específicos, tratadas
suas matérias em um ramo do poder judiciário brasileiro específico, qual seja, a Justiça do Trabalho.
Então, qualquer debate que se tenha sobre sua autonomia está superado.
No que se refere à natureza jurídica, as relações trabalhistas são de natureza privada, muito
embora haja um interesse público e, ainda, uma disposição do Estado de dar uma margem de
proteção em relação ao público mais vulnerável na esfera social, como os assalariados.
Alguns entendem se tratar de um autêntico e genuíno direito social ou até um direito “mis-
to”, mas a expressão “social” é muito abrangente, sendo majoritariamente aceita pela doutrina
e cobrada pelas bancas examinadoras a natureza jurídica como sendo de DIREITO PRIVADO.

PEGADINHA DA BANCA
A CLT não é um código e contempla tanto as relações individuais como as coletivas de traba-
lho. A independência do direito do trabalho se reflete na CLT quando essa regulamenta direitos
do trabalhador na sua esfera individual como férias, remuneração etc., também trata de assun-
tos coletivos, como organização sindical e negociação coletiva, por exemplo.

Além disso, é interessante a observação de Maurício Godinho Delgado sobre a natureza


jurídica do direito do trabalho (2019; 87):

(…) Ou seja, o Direito do Trabalho é um ramo jurídico unitário que se enquadra no campo do direito
privado (posição hegemônica) – embora haja autores que prefiram realizar esse enquadramento no
Direito Público, ou, ainda, no Direito Social.

Após a exposição acima, não tenha medo na prova. Veja abaixo como os assuntos foram
cobrados tanto na prova do MPT como de juiz do trabalho.

013. (CEBRASPE/TRT 16ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2003) A autonomia do direito do


trabalho é induvidosa, eis que apresenta os requisitos necessários para tal “status”, pois tem
um campo temático vasto e específico, dispõe de teorias próprias, possui metodologia própria
e, ainda, apresenta perspectivas e questionamentos específicos e próprios relativamente aos
demais ramos do direito próximos ou correlatos.

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Assertiva correta, na medida em que o direito do trabalho tem entre suas características a
autonomia. Na verdade, a questão sintetiza o que você já leu. Observe que é uma prova para
concurso da magistratura e essa ideia se repete em diversos cargos. O que altera é a forma
de comunicação do examinador. Não se esqueça também de que majoritariamente as bancas
acompanham o entendimento de que o direito do trabalho é um ramo de DIREITO PRIVADO.
Certo.

9. Relações do Direito do Trabalho com Outros Ramos do Direito

O direito do trabalho é o ramo da ciência do direito que versa sobre as normas, as instituições
jurídicas e os princípios que disciplinam as relações de trabalho subordinado.

Esse ponto se torna importante para concursos mais complexos que exigem conhecimen-
to multidisciplinar. Por exemplo, há uma proximidade enorme do direito do trabalho com o
direito constitucional, com os direitos humanos e com o direito internacional (Convenções e
Recomendações da OIT – Organização Internacional do Trabalho).
No caso do direito constitucional, você não pode ir para as provas sem ler os dispositivos
pertinentes ao direito do trabalho – artigos 7º ao 11, que transcrevi acima. É preciso ler com cau-
tela os dispositivos, pois sempre são lembrados, seja em prova de direito constitucional como de
direito do trabalho. Além disso, geralmente as bancas apreciam a cobrança da “lei seca”.
No caso do direito internacional, você precisa ficar atento se o edital cobra alguma conven-
ção internacional da OIT, pois são muito importantes. Durante nossas aulas, vou mencionando al-
gumas que considero relevantes com a matéria. Nisso surge o interesse em direito internacional.
Por serem de cunho social, os direitos trabalhistas são considerados fundamentais e, com
isso, representam um viés dos direitos humanos. Sob essa perspectiva, há uma relação estrei-
ta com essa disciplina. Para você ver como é complexo o ramo trabalhista.
Não se esqueça da relação com o direito previdenciário. Muitas relações trabalhistas são
reconhecidas, e isso gera impacto previdenciário até mesmo após a morte do trabalhador, com
a pensão por morte, por exemplo.
Na garantia provisória do emprego também temos um exemplo bem recorrente na prática
trabalhista que é a “estabilidade da grávida”, no direito do trabalho, e o salário maternidade, no
âmbito previdenciário.
Também podemos dizer da proximidade da relação do direito do trabalho com o direito
civil. A própria CLT afirma que o direito civil é fonte subsidiária do direito do trabalho, conforme
consta no artigo 8º da CLT, quando se faz menção ao “direito comum”.

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Assim dispõe o artigo 8º da CLT:

As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratu-


ais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios
e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e
costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou parti-
cular prevaleça sobre o interesse público.
§ 1º O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho.
§ 2º Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e
pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar
obrigações que não estejam previstas em lei.
§ 3º No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho anali-
sará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o
disposto no art. 104 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação
pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva.

Sobre essa APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA, registre-se que somente será usada quando não
houver dispositivo expresso na CLT, bem como não será aplicada de forma absoluta, irrestrita,
devendo-se respeitar as peculiaridades do direito do trabalho. Nesse sentido, criei uma ques-
tão para você ficar atento.

014. (INÉDITA/2020) O direito civil é parte integrante do direito comum, sendo aplicado:
a) subsidiariamente ao direito do trabalho de forma absoluta;
b) cumulativamente ao direito do trabalho de forma absoluta;
c) subsidiariamente ao direito do trabalho, mas não tem o condão de revogar norma juslabo-
rativa especial;
d) cumulativamente ao direito do trabalho, mas não tem o condão de revogar norma juslabo-
rativa especial.

A alternativa “c” é a correta, na medida em que não se aplica o direito civil de forma irrestrita e
nem de forma cumulativa, mas sim de forma subsidiária e respeitando as peculiaridades do di-
reito do trabalho. Essa é a visão da doutrina majoritária apesar da Reforma Trabalhista de 2017.
Letra c.

Além disso, diante da competência para processar e julgar servidores públicos celetistas/
empregados públicos, o direito do trabalho tem uma proximidade com o direito administrativo.
É importante também acompanhar os julgamentos do STF sobre a matéria. Nos próximos li-
vros, vou colocando aqui os julgamentos pertinentes. Lembre-se de que nos anexos são trans-
critas as jurisprudências.
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10. Breve Histórico do Direito do Trabalho e a CLT


O trabalho é associado à ideia de castigo desde a Antiguidade diante da submissão de
muitos homens, mulheres e crianças ao regime de trabalho escravo.
Hoje, com a evolução das relações jurídicas, passa-se a compreender que é toda atividade
humana, manual, técnica ou intelectual. O direito do trabalho brasileiro se relaciona às relações
de emprego. Nesse âmbito, para a sua configuração é necessária a conjugação dos artigos 2o
e 3o da CLT, destacando-se a posição de LEITE (2022;35) ao descrever:

O trabalho humano sempre existiu, desde os primórdios da civilização, e, certamente, continuará


existindo enquanto houver a vida humana neste mundo. Embora nem sempre coincidam os mo-
mentos históricos em todas as regiões do mundo, é possível compreender a história do trabalho por
meio da evolução dos modos de produção de bens e serviços. Identificamos, assim, cinco regimes
de trabalho: primitivo, escravo, feudal, capitalista e comunista.

A relação de emprego existe quando reunidos os pressupostos dos artigos 2º e 3º da CLT,


numa relação em que o empregado deve ser pessoa física, com onerosidade, pessoalidade e
mediante SUBORDINAÇÃO JURÍDICA.
Trata-se o direito ao trabalho como um direito humano, de matriz constitucional e funda-
mental e que nasceu diante de diversas conquistas no mundo no decorrer dos séculos.
Passou-se do trabalho escravo, para o feudal e, no mundo contemporâneo e capitalista,
para o trabalho assalariado, em que o obreiro cede sua mão de obra para recebimento de uma
paga/recompensa que, juridicamente, chama-se SALÁRIO. Daí porque se trata de relação one-
rosa ( o que difere do trabalho do voluntariado).
Assim, o trabalho teve também seu momento pré- histórico e histórico. No primeiro caso,
tratam-se das relações antes da Revolução Industrial. E, no segundo caso, com a Revolução
Industrial e suas revoluções no campo social, político e jurídica, evoluindo-se do Estado Liberal
para o Estado Social (Welfare State).
LEITE (2022;36) assim explica:

No período histórico propriamente dito é que surge o direito do trabalho. Três foram as principais
causas: econômica (revolução industrial), política (transformação do Estado Liberal – Revolução
France sa – em Estado Social – intervenção estatal na autonomia dos sujeitos da relação de em-
prego) e jurídica (justa reivindicação dos trabalhadores no sentido de se implantar um sistema de
direito destinado à proteção, como o direito de união, do qual resultou o sindicalismo, o direito de
contratação individual e coletiva). Somando-se a essas causas, contribuíram decisivamente para o
surgimento do direito do trabalho a ideia de justiça social preconizada, principalmente, pela Igreja
Católica, através das Encíclicas Rerum Novarum e Laborem Exercens, e o marxismo, preconizando a
união do proletariado e a ascensão dos trabalhadores, pela luta de classes, ao poder político.

As primeiras Constituições que trataram do direito do trabalho foram a do México, em


1917, e, depois, em 1919, a alemã WEIMAR. O Brasil também seguiu essa linha, porém, apenas
na Constituição de 1934.

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A Constituição Mexicana, de 1917, a 1a Constituição do Mundo a tratar de direitos traba-


lhistas, fez previsão de, principalmente: fixação de jornada diária máxima de labor; proibição de
trabalho a menores de 12 anos, bem como prever jornada noturna em tempo inferior à diurna,
exatamente pelo desgaste biológico à classe obreira etc.
Antes das Constituições acima mencionadas, existia apenas leis esparsas, principalmente,
na Inglaterra que versavam sobre pontos específicos, como o trabalho de menores de idade.
Lembre que havia exploração maciça do trabalho infantil durante a Revolução Industrial.
Lembre-se, ainda, que, em 1919, foi criada a OIT (Organização Internacional do Trabalho)
que tinha como objetivo universalizar as normas protetivas dos obreiros em todo o mundo.
Sobre a OIT, destaca-se, diretamente do seu site, na versão em português:

Fundada em 1919 para promover a justiça social, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) é a
única agência das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, na qual representantes de governos,
de organizações de empregadores e de trabalhadores de 187 Estados-membros participam em
situação de igualdade das diversas instâncias da Organização.
A missão da OIT é promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter acesso a um
trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade. Para a
OIT, o trabalho decente é condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das desi-
gualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável.
Atualmente, a agenda de trabalho decente da OIT ajuda a avançar rumo à conquista de condições
econômicas e de trabalho que ofereçam a todos os trabalhadores, empregadores e governos uma
participação na paz duradoura, na prosperidade e no progresso duradouros. Os quatro objetivos
estratégicos da Agenda de Trabalho Decente da OIT são:
• Definir e promover normas e princípios e direitos fundamentais no trabalho;
• Criar maiores oportunidades de emprego e renda decentes para mulheres e homens;
• Melhorar a cobertura e a eficácia da proteção social para todos;
• Fortalecer o tripartismo e o diálogo social.
A OIT realiza o seu trabalho através de três organismos principais, compostos por representantes de
governos, empregadores e trabalhadores:
A Conferência Internacional do Trabalho define as normas internacionais do trabalho e as políticas
gerais da OIT. Seu encontro acontece todos os anos em Genebra.
O Conselho de Administração é o conselho executivo da OIT. Ele se reúne três vezes por ano em
Genebra e toma decisões sobre as políticas da OIT, além de estabelece o programa e o orçamento
que são submetidos à Conferência para adoção.
O Escritório Internacional do Trabalho é o secretariado permanente da OIT. Trata-se do ponto focal
para todas as atividades gerais da OIT, preparadas sob o escrutínio do Conselho de Administração
e sob a liderança do Diretor-Geral.
O trabalho do Conselho de Administração e do Escritório é apoiado por comitês tripartites que co-
brem grandes indústrias, além de comitês de especialistas em assuntos como treinamento profis-
sional, desenvolvimento de gestão, segurança e saúde no trabalho, relações industriais, educação
dos trabalhadores e problemas especiais de mulheres e jovens trabalhadores.

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As primeiras Constituições que trataram do direito do trabalho foram a do México, em 1917,


e, depois, em 1919, a alemã WEIMAR. O Brasil também seguiu essa linha, porém, apenas na
Constituição de 1934.

No Brasil, além da Constituição de 1934, foi criada a Justiça do Trabalho em 1939 e, em


1943, foi criada a CLT. Sobre isso, destaca-se o estudo de LEITE (2022;38):

A CLT não é um código, mas uma lei, ou melhor, um Decreto-lei de caráter geral, aplicado a todos os
empregados sem distinção da natureza do trabalho técnico, manual ou intelectual. A CLT é equipa-
rada a lei federal. Não se pode deixar de reconhecer que a CLT é o texto legislativo básico do direito
do trabalho brasileiro, enriquecido pela legislação complementar e pela Constituição Federal. É claro
que há disposições da CLT que devem ser atualizadas para se adequarem à realidade contemporâ-
nea, em consonância com o fenômeno da constitucionalização do direito.

No Brasil, também tivemos o marco dos direitos trabalhistas serem em rol exemplificativo,
mas longo, na CF/88, em especial do artigo 7 em diante. Teremos livros em PDF específicos
para tratar dos direitos constitucionalmente previstos.
Em 2017, houve a Reforma Trabalhista que teve grandes impactos nas relações trabalhis-
tas, tanto individuais como em nível coletivo.
ALERTA: Já adianto a necessidade de memorizar os artigos 611- A e 611- B da CLT que
tiveram grande impacto nas negociações coletivas e são exaustivamente cobrados em provas.
Por fim, GUARDE EM SEU CORAÇÃO: o trabalho, no decorrer da História, conseguiu se con-
sagrar como DIREITO HUMANO E FUNDAMENTAL.

11. Os Direitos da Personalidade e a Relação com o Direito do Trabalho


A personalidade no caso do estudo de direito do trabalho se refere ao conjunto de atributos
e características da pessoa. O que são direitos da personalidade?
Podem ser conceituados como direitos subjetivos absolutos, sendo que regulamentam os
bens imateriais mais essenciais e relevantes da personalidade humana. Esses direitos não pos-
suem caráter patrimonial e são inalienáveis, intransmissíveis, irrenunciáveis e imprescritíveis.
Nesse sentido, destaca-se a lição de Alvarenga, Rúbia Zanotelli de no seu artigo Limita-
ções aos poderes do empregador e os direitos da personalidade do trabalhador:

A ideia de proteção aos direitos da personalidade do ser humano representa algo próprio e inerente
à sua natureza da qual irradiam direitos fundamentais ao seu pleno desenvolvimento e necessários
à preservação dos seus aspectos físico, psíquico ou mental, moral, intelectual e social (acesso ao

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direito à integração social). Por assim ser, a proteção aos direitos da personalidade no Direito do Tra-
balho tem como finalidade precípua resguardar as qualidades e os atributos essenciais do trabalha-
dor, de forma que lhe seja assegurada a preservação da sua integridade física, psíquica ou mental,
intelectual, moral e social (acesso ao direito à integração social). Violados quaisquer direitos da per-
sonalidade do trabalhador, estará sendo violada a sua dignidade. De tal sorte, o estudo dos direitos
da personalidade tem como base primordial o princípio da dignidade da pessoa humana, uma vez
que os direitos da personalidade são direitos essenciais ao desenvolvimento desta, representando
uma garantia para a preservação de sua preconizada dignidade. Assim sendo, pode-se afirmar que
os direitos da personalidade são inatos e inerentes à pessoa humana e a ela ligados de maneira per-
manente e perpétua. São direitos que nascem com a pessoa humana e que a acompanham durante
toda a sua existência, tendo como escopo a proteção aos atributos da personalidade e à dignidade
da pessoa humana – em todos os aspectos supramencionados. De tal modo, eles possuem uma
concepção jusnaturalista, pois são pertencentes ao ser humano pela sua mera condição humana.
Isso faz com que independam de previsão normativa. São os direitos pertinentes à teia de relações
sociais formada pela pessoa no meio em que atua, como trabalhador, como membro de comunida-
des, como participante de coletividades sem o que não poderia desenvolver suas potencialidades
nem usufruir os bens econômicos, sociais e culturais a que aspira.

LEITE, citando Carlos Alberto Bittar traz importante lição para as nossas provas (2022;57):

A personalidade, a rigor, não é um direito, mas um conjunto de atributos e características da pessoa


humana. É, pois, objeto do direito. Direitos da personalidade, nas palavras de Carlos Alberto Bittar,
são “os direitos reconhecidos à pessoa humana tomada em si mesma e em suas projeções na so-
ciedade, previstos no ordenamento jurídico exatamente para a defesa de valores inatos do homem,
como a vida, a higidez física, a intimidade, a honra, a intelectualidade e outros tantos.

Acerca dos direitos da personalidade, o Código Civil assevera que, com exceção dos casos
previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não poden-
do o seu exercício sofrer limitação voluntária.

Os direitos da personalidade são aqueles essenciais à proteção da personalidade, enquan-


to conjunto de caracteres próprios da pessoa, e são propostos para a defesa eficaz de pes-
soa humana em todos seus atributos, de forma a proteger e assegurar sua dignidade. LEITE
(2021;57): “Parece-nos, contudo, que os direitos da personalidade são espécies de direitos
inerentes à dignidade humana que têm por objeto a proteção da incolumidade física, psíquica
e moral da própria pessoa”.

O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não
seja permanente nem geral. O art. 11 do diploma civil vai além e aduz que os direitos da perso-
nalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, salvo os casos previstos em lei.

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O Código Civil fez uma tratativa sobre tais direitos, do qual transcrevemos agora pela im-
portância nas provas:

Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis
e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas
e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste
artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma esta-
belecida em lei especial.
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no
todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou
a intervenção cirúrgica.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações
que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da
ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou
a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da
indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se desti-
narem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815)
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa
proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará
as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. (Vide ADIN
4815)

Assim, pela leitura do CC, observa-se que o rol é EXEMPLIFICATIVO, como faculdades ine-
rentes ao ser humano em suas potencialidades pessoais e sociais. Temos como característi-
cas importantes o fato deles serem absolutos porque são oponíveis erga omnes.
Aliás, LEITE (2019;60) traz para nós as principais características mais comuns em provas,
do qual transcrevo os trechos mais relevantes:

Absolutos, por serem oponíveis erga omnes;


Gerais, porque são outorgados a todas as pessoas, pelo simples fato de existirem;

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Extrapatrimoniais, pela inexistência, em regra, de um conteúdo patrimonial direto, aferível objetiva-
mente, embora sua lesão possa implicar efeitos econômicos (….)
Indisponíveis, já que nem por vontade própria da pessoa, o direito da personalidade, em princípio,
pode mudar de titular. (…) Uma exceção é o direito autoral com conteúdo patrimonial, pois este pode
ser objeto de disponibilidade pelo autor;
Imprescritíveis, porque inexiste prazo para o seu exercício, isto é, não há prazo para o exercício da
ação para preservar o direito da personalidade. No entanto, a ação de indenização para reparar
lesão a direito da personalidade se sujeita à prescrição. (…)
Impenhoráveis, porquanto não podem ser objeto de constrição judicial (penhora), salvo, é claro, os
direitos autorais que têm conteúdo patrimonial.
Vitalícios, porque acompanham a pessoa desde o nascimento até a sua morte.

E os efeitos dos direitos da personalidade com o direito do trabalho, como cobrados em


nossos editais?
As partes da relação de emprego podem ser objeto de danos morais pelo abuso do direito
de personalidade, tanto empregados como empregadores. Ou seja, podem ser vítimas de da-
nos morais.
LEITE (2022; 61) menciona três exemplos importantes: a) art. 482, j, da CLT; b) art. 483, e,
da CLT; c) artigo 373-A, VI, da CLT. Não se esqueça que o CC pode ser utilizado subsidiariamen-
te ao Código Civil.
Assim, os TITULARES podem ser os empregados e os empregadores. Mas os destinatários
dos direitos sociais, previstos na CF/88, por exemplo, são os empregados.
Pela súmula 392 do TST, percebe-se a competência da Justiça do Trabalho para fins de
processar e julgar as ações de indenização por dano moral e material decorrentes da relação
de trabalho. Isso abrange as relações pré-contratuais, durante o contrato de trabalho e pós
contratuais, desde que tudo relacionado ao contrato de trabalho entre as partes.

A jurisprudência do STJ acenou pela extensão dos direitos da personalidade às pessoas jurídi-
cas como o direito à imagem e ao nome. Mas não só. O artigo 52 do CC avisa que é aplicável
às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.

Súmula 403 do STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não auto-
rizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. Ou seja, é dano in re ipsa.

As principais lesões aos direitos da personalidade nas relações trabalhistas podem ser en-
quadradas na Lei do Bullyng (Lei n. 13185/2015) quando existe violência física ou psicológica

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em atos de intimidação, humilhação ou discriminação, temos, nos termos da lição de LEITE


(2019;63):

Proteção à vida – A violação do direito à vida e à integridade física, psíquica ou moral do trabalhador
pode ocorrer nas hipóteses de exposição a risco à sua segurança pessoal ou a agentes agressivos
à sua saúde (…)
Direito ao nome – Pode ocorrer violação deste direito de personalidade quando o empregador utili-
zar indevidamente o “nome do empregado” para abrir uma empresa laranja, isto é uma empresa de
fachada. Também não é lícito ao empregador, sem prévia autorização do empregado, usar o nome
deste em propaganda, comercial ou não.
Proteção à intimidade - (…) todo homem tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou
ataques.

Por fim, anotem-se os artigos relacionados da Lei n. 13.185/2015 importantes para se fa-
miliarizar nas provas do tema com o direito do trabalho.

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RESUMO
O direito do trabalho ainda enfrenta o dilema das flexibilizações e desregulamentações
trabalhistas. São fenômenos que, sob o argumento de criar mais postos de trabalho, diminuem
os direitos trabalhistas ou concedem ampla liberdade de negociação em relação a esses.
No caso da desregulamentação, entende-se que as relações de trabalho não precisam ser
regidas por quaisquer leis, concedendo ampla liberdade para que as partes possam regula-
mentar suas relações de trabalho, sem qualquer amparo mínimo da lei
A doutrina mais destacada do direito do trabalho traz, pelo menos, três tipos de definições
a partir do estudo de direito do trabalho: definições subjetivas, objetivas e mistas. Subjetivas –
definições pelo SUJEITO, ou seja, o ponto de partida aqui vai ser exatamente as partes da rela-
ção: empregado e empregador. Objetivas – definições pelo OBJETO, ou seja, a relação jurídica
de trabalho apontada pelas partes. Mistas – definições mais amplas, que trazem elementos
tanto subjetivos como objetivos.
Toda relação de emprego é uma relação de trabalho, mas o contrário não é verdadeiro.
Nesse mesmo raciocínio, existem os trabalhadores (quando se referem ao gênero de quem é
remunerado ganhando o salário) e os empregados (espécies, sendo mais delimitados e com
características mais específicas).
Ressalto que existe ainda a figura do trabalho intermitente trazido pela Reforma Trabalhis-
ta, que não é um autônomo, pois subsiste a ideia de subordinação jurídica.
O intermitente tem uma relação de emprego, com os direitos previstos no artigo 452-A da
CLT (sugiro a leitura para as provas). O intermitente continua subordinado, sendo relação de
trabalho e, principalmente, relação de emprego.
O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter especifica-
mente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário-mínimo
ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função
em contrato intermitente ou não.
O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de
serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência.
As primeiras Constituições que trataram do direito do trabalho foram a do México, em
1917, e, depois, em 1919, a alemã WEIMAR. O Brasil também seguiu essa linha, porém, apenas
na Constituição de 1934.
Súmula 403 do STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não au-
torizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. Ou seja, é dano in re ipsa.
Com isso, concluo nosso material de hoje. Leia quantas vezes for possível. O tempo é
escasso, mas é preciso estudar e ter disciplina. Estudar todos os dias é uma das formas de
conseguir a aprovação. Abaixo constam 50 questões, gabarito, comentários das questões, as
referências bibliográficas e anexo das jurisprudências.
Até nossa próxima aula!

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EXERCÍCIOS
001. (INÉDITA/2020) A definição de Octavio Bueno de Magano sobre direito do trabalho é de natu-
reza objetiva ao afirmar: “direito do trabalho é o conjunto de princípios, normas e instituições, aplicá-
veis às relações de trabalho e situações equiparáveis, tendo em vista as melhorias das condições
sociais do trabalhador, através de medidas protetoras e da modificação das estruturas sociais”.

002. (INÉDITA/2020) A definição de Maurício Godinho Delgado sobre direito do trabalho é de


natureza subjetiva ao afirmar: “Complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regu-
lam, no tocante às pessoas e matérias envolvidas, a relação empregatícia de trabalho, além de
outras relações laborais normativamente especificadas”.

003. (INÉDITA/2020) Acerca das relações de trabalho e emprego regulamentadas pela Cons-
tituição Federal de 1988 e pela CLT, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Todas as relações de emprego são regidas pelo direito do trabalho.
b) Todas as relações de trabalho são regidas pelo direito do trabalho.
c) O pequeno empreiteiro é regido pelo direito civil, mas a demanda ocorre na Justiça do Trabalho.
d) O portuário avulso é regido pelo direito do trabalho e o processo ocorre na Justiça do Trabalho.

004. (IBFC/EMDEC/ANALISTA DE RECURSOS HUMANOS/2019/ADAPTADA) O direito do


trabalho é o ramo da ciência do direito que versa sobre as normas, as instituições jurídicas e os
princípios que disciplinam as relações de trabalho subordinado. Acerca desse assunto, analise
a afirmativa abaixo e julgue como Certa (C) ou Errada (E):
O contrato de trabalho é contrato de direito privado, consensual, não pode ser verbal, tem de ser
escrito. A relação jurídica pode ser formada pelo ajuste expresso escrito, ou pelo ajuste tácito.

005. (COMPERVE/PREFEITURA DE NATAL RIO GRANDE DO NORTE/2005) A Consolidação


das Leis Trabalhistas (CLT) estabelece normas que regulam:
a) relações administrativas de qualquer atividade econômica;
b) relações de direção, organização e controle;
c) relações individuais e coletivas de trabalho;
d) relações de trabalho da empresa principal e de suas filiais.

006. (INAZ DO PARÁ/CRF-PE/ADVOGADO/2018) Sobre o direito do trabalho, qual alternativa


apresenta uma proposição incorreta?
a) O direito do trabalho é um ramo do direito público.
b) São fontes do direito do trabalho: a Constituição Federal, as leis, os decretos e regulamen-
tos, as portarias, acordos coletivos, convenção coletiva, sentença normativa, os regulamentos
das empresas, os costumes e os contratos de trabalho.

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c) Entende-se por acordo coletivo o pacto celebrado entre uma ou mais empresas com o sin-
dicato dos empregados.
d) O contrato de trabalho é o acordo correspondente à relação de emprego.
e) A ideia de aplicação do que for mais benéfico para o trabalhador a partir da norma mais
favorável identifica o princípio do in dubio pro operário.

007. (FCC/TRT 12/ANALISTA JUDICIÁRIO DA ÁREA JUDICIÁRIA/2013) Analisando os re-


quisitos e distinções entre os institutos da relação de trabalho e da relação de emprego, nos
termos da doutrina e da legislação brasileira:
a) contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação
de emprego;
b) toda relação de trabalho é caracterizada como relação de emprego, sendo que o contrário
não é verdadeiro;
c) trabalho realizado de forma eventual constitui-se em uma das modalidades de contrato de
trabalho regido pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT;
d) o vínculo formado entre empregado e empregador é uma relação de trabalho que não possui
natureza jurídica contratual, conforme previsão expressa da Consolidação das Leis do Tra-
balho – CLT;
e) o trabalhador avulso é uma das espécies de empregado, embora não haja igualdade de direi-
tos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.

008. (CEBRASPE/FUB/SECRETÁRIO EXECUTIVO/2009) O direito do trabalho disciplina as


relações entre empregador e empregado e tem por finalidade a proteção do operariado, evitan-
do sua exploração por aquele que é economicamente mais forte.

009. (MS CONCURSOS/TRT 9/JUIZ DO TRABALHO/2009/ADAPTADA) Acerca da natureza


jurídica do direito do trabalho, prepondera atualmente a sua classificação no segmento do di-
reito privado.

010. (FCC/TST/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2017/ADAPTADA) O direito do trabalho


deve ser considerado produto cultural do século XIX e das transformações e condições so-
ciais, econômicas e políticas que colocam a relação de trabalho subordinada como núcleo do
processo produtivo característico daquela sociedade e que tornaram possível o aparecimento
deste ramo novo da ciência jurídica, com características próprias e autonomia doutrinária.

011. (FCC/MANAUSPREV/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2015/ ADAPTADA) Em relação à


formação histórica do direito do trabalho, considere: o direito do trabalho apresenta como uma
de suas características a restrição da liberdade contratual que impõe limitações à autonomia
da vontade através de normas cogentes e de garantias sociais.

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012. (FCC/MANAUSPREV/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2015/ADAPTADA) Em relação à


formação histórica do direito do trabalho, considere: o direito do trabalho é um instrumento
de realização da justiça social e de tutela do trabalhador e suas funções somente podem ser
cumpridas se previstas em uma estrutura jurídica formal que molde seu conteúdo e fixe os
preceitos e as sanções determinantes dos comportamentos autorizados ou proibidos nas re-
lações entre trabalhadores e empregadores.

013. (TRT 3/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2007/ADAPTADA) O direito do trabalho sur-


giu da contestação do liberalismo e da necessidade de organização de um corpo de normas
sociais que assegurassem mínimos contratuais decorrentes da transformação da sociedade
no final do século XIX e início do século XX.

014. (FCC/TRT 20/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2012) O direito do trabalho destaca-se


por seu caráter teleológico, incorporando em seu conjunto de princípios, regras e institutos um
valor finalístico essencial, objetivando a melhoria das condições de pactuação da força de traba-
lho na ordem socioeconômica.

015. (FCC/TRT 20/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2012) O marco histórico do nasci-


mento do direito do trabalho foi o advento da sociedade industrial e o trabalho assalariado,
sendo que a principal causa econômica foi a Revolução Industrial do século XVIII.

016. (TRT 21/TRT 21ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2010) “O direito do trabalho


nasceu no final do século XIX como forma de absorver os conflitos sociais que ora se instau-
ravam em face das tensões provocadas pela (primeira) revolução industrial [...]” (DALLEGRAVE
NETO, José Affonso. ‘Novos contornos da relação de emprego diante dos avanços tecnológi-
cos’. Revista LTR Legislação do Trabalho. Ano 67, n. 05. São Paulo: LTr, maio de 2003). O surgi-
mento do direito do trabalho se deu, portanto, numa época de flexibilidade das relações entre
trabalhador e empregador, que se apoiavam numa linha de produção conforme a demanda.

017. (IBFC/EBSERH/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2020) O direito do trabalho é ramo ju-


rídico especializado, que regula certo tipo de relação laborativa na sociedade contemporânea.
Acerca desse assunto, analise a afirmativas abaixo.
O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente
ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado.

018. (IBFC/EBSERH/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2020) O direito do trabalho é ramo ju-


rídico especializado, que regula certo tipo de relação laborativa na sociedade contemporânea.
Acerca desse assunto, analise a afirmativa abaixo.

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O direito do trabalho envolve tanto o estudo do direito individual quanto do direito coletivo. O
direito individual do trabalho trata das regras, princípios e institutos jurídicos que regulam a
relação empregatícia e as relações de trabalho especificadas.

019. (CEBRASPE/MPU/ANALISTA DO MPU/2018) Policial militar que preste, em empresa


privada, serviço de natureza contínua, de maneira subordinada e mediante o recebimento de
salário, poderá ter o reconhecimento do vínculo de emprego com a empresa, independente-
mente de eventual penalidade disciplinar prevista em estatuto.

020. (FGV/EXAME DA OAB/2013) Eugênio é policial militar ativo e cumpre escala de 24 x 72


horas no seu batalhão. Nos dias em que não está de plantão, trabalha em um supermerca-
do como segurança, recebendo ordens do gerente e um valor fixo mensal, jamais se fazendo
substituir na prestação do labor. Nesse caso, de acordo com a jurisprudência consolidada do
TST, assinale a afirmativa correta.
a) Por ser servidor público militar, Eugênio não poderá ter o vínculo empregatício reconhecido,
mesmo que presentes os requisitos da CLT, pois trata-se de norma de ordem pública.
b) Caso tenha o vínculo empregatício reconhecido em juízo, isso impede que a administração
pública aplique qualquer punição a Eugênio, pois ele realizou um trabalho lícito.
c) Trata-se de trabalho ilícito que, portanto, não gera vínculo empregatício e credencia a admi-
nistração a aplicar imediata punição ao servidor.
d) Eugênio poderá ser reconhecido como empregado, desde que presentes os requisitos le-
gais, ainda que sofra a punição disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar.

021. (CEBRASPE/FUNPRESPJUD/ASSISTENTE/2016) Ainda que não tenha existido um acordo


trabalhista escrito, o simples fato de o responsável pela referida empresa ter aceitado o trabalho a
ser realizado por Helena, uma secretária executiva, criou, desde o início das atividades secretariais,
um vínculo que obriga o contratante ao pagamento de salário pelo serviço prestado à empresa.

022. (FCC/TRT 15/ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) Cícero é policial militar e cumpre escala


12 × 36 horas no seu batalhão. Nas folgas, presta serviço como segurança de um supermer-
cado, recebendo ordens do gerente e um valor fixo mensal, não podendo se fazer substituir no
desempenho de suas funções. Nesse caso, de acordo com o entendimento sumulado do TST:
a) Cícero poderá ter o vínculo de emprego reconhecido, desde que presentes os requisitos le-
gais, independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto
do Policial Militar.
b) Haverá a imediata exoneração de Cícero de suas funções como policial militar, não ocorren-
do também o reconhecimento do vínculo de emprego.
c) Cícero não poderá ter o vínculo empregatício reconhecido, mesmo que presentes os requisitos
legais, por ser servidor público militar, o que impede o contrato de emprego com empresa privada.

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d) Trata-se de trabalho proibido, portanto, não gera vínculo empregatício, além de Cícero vir a
sofrer penalidade administrativa prevista no Estatuto do Policial Militar.
e) Cícero poderá ter o vínculo de emprego reconhecido, desde que presentes os requisitos
legais, ficando impedida a administração pública, neste caso, de aplicar penalidade disciplinar
prevista no Estatuto do Policial Militar.

023. (AJURE/DESENVOLVE RR/ADVOGADO/2018) Um elemento que NÃO pode ser conside-


rado como imprescindível para a caracterização do empregado é:
a) o salário;
b) a competência;
c) a continuidade;
d) a subordinação;
e) a pessoalidade.

024. (AOCP/CISAMUSEP-PR/ADVOGADO/2016) De acordo com o disposto na Consolidação


das Leis do Trabalho, considera-se empregado a:
a) pessoa jurídica que prestar serviços de natureza eventual a empregador, sob a dependência
deste e mediante salário ou outra espécie de remuneração.
b) pessoa física ou jurídica que prestar serviços de natureza eventual a empregador, ainda que
sem dependência deste e mediante qualquer forma de remuneração.
c) pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, ainda que sem a
dependência deste e independente de salário ou remuneração.
d) pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependên-
cia deste e mediante salário.
e) pessoa física ou jurídica que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante qualquer tipo de remuneração.

025. (IBADE/CÂMARA DE PORTO VELHO/PROCURADOR/2018) A caracterização de um vín-


culo empregatício demanda a existência de alguns requisitos. A assertiva que indica correta-
mente quais sejam esses requisitos:
a) Pessoalidade, eventualidade, subordinação jurídica e onerosidade.
b) Dependência econômica, continuidade, subordinação e alteridade.
c) Onerosidade, exclusividade, alteridade e subordinação jurídica.
d) Eventualidade, subordinação, impessoalidade e onerosidade.
e) Não eventualidade, subordinação, pessoalidade e onerosidade.

026. (COPESE UFT/CÂMARA DE PALMAS-TO/ANALISTA DE RH/2018) Considerando os


termos da CLT, analise a afirmativa a seguir:
Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário.

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027. (CS UFG/DEMAE-GO/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2017) Nas relações de emprego, a


Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 admite:
a) A diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil.
b) A distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos.
c) O trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de dezoito anos.
d) a igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o traba-
lhador avulso.

028. (IBFC/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA-SP/ PROCURADOR JURÍDICO/2017). Apre-


sentam-se como requisitos da relação de emprego, dentre outros:
a) a pessoalidade e onerosidade;
b) a eventualidade e a subordinação;
c) a alteridade e a gratuidade;
d) a personalização e a temporariedade.

029. (VUNESP/CÂMARA DO CAMPO LIMBO-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2018) Em con-


formidade com a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST): ainda que preenchidos
os requisitos do art. 3º da CLT, não é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre
policial militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penalidade
disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar.

030. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2018) A relação de empre-


go somente ocorre se estão presentes os elementos que a caracterizam; sem eles, não se
pode configurá-la como tal. Assim, os elementos que caracterizam o vínculo empregatício es-
tabelecido por essa relação, são o(a):
a) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço; as férias; o 13º salário; o seguro-desemprego; o
salário-família.
b) Contrato de trabalho; a pessoa jurídica; a convenção coletiva de trabalho; a habitualidade; a
pessoalidade.
c) Salário; a remuneração; o adicional noturno; a convenção coletiva de trabalho; o aviso-prévio.
d) Pessoa física; a continuidade; a subordinação; a onerosidade; a pessoalidade.
e) Pessoa jurídica; o empregado; a impessoalidade; a descontinuidade; a onerosidade.

031. (CONSULPLAN/CÂMARA DE BELO HORIZONTE-MG/PROCURADOR/2018) A relação


de emprego tem como principal característica a presença do empregado, parte mais fraca da
relação jurídica. O direito do trabalho foi pensado e criado exatamente para proteger a figura
desse trabalhador. Portanto, é imprescindível que o operador do direito do trabalho (advogado,
professor, procurador, juiz do trabalho, candidatos a cargos públicos etc.) saiba diferenciar o

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trabalhador em sentido amplo e o trabalhador com vínculo empregatício. Sobre o tema, pre-
sentes os quatro requisitos (pessoalidade, onerosidade, eventualidade e subordinação), será
declarado o vínculo, independentemente da nomenclatura que seja utilizada para identificar o
trabalhador (funcionário, colaborador, ajudante etc.).

032. (CEBRASPE/TRT 7ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Empregado e empregador


são os sujeitos do contrato de emprego. Analisados isoladamente, o conceito de empregado
demanda a presença de:
a) pessoa física, pessoalidade, não eventualidade, dependência e onerosidade;
b) pessoa jurídica, pessoalidade, não eventualidade, dependência e onerosidade;
c) pessoa jurídica, impessoalidade, não eventualidade, independência e onerosidade;
d) pessoa física, pessoalidade, eventualidade, independência e onerosidade.

033. (FCC/TRT 6ª/ANALISTA JUDICIÁRIO/2012) Quanto à relação de emprego e às relações


de trabalho lato sensu, é INCORRETO afirmar:
a) Trabalho autônomo é aquele em que o trabalhador exerce as suas atividades por conta e
risco próprios, sem subordinação com o seu contratante.
b) Trabalho eventual é aquele prestado ocasionalmente, para realização de determinado even-
to, em que o trabalhador, em regra, desenvolve atividades não coincidentes com os fins nor-
mais da empresa contratante, não se fixando a uma fonte de trabalho.
c) Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, por prazo curto,
para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou
o acréscimo extraordinário de serviços, com intermediação de empresa de trabalho temporário.
d) Trabalho avulso é aquele em que o trabalhador presta serviços de curta duração para distin-
tos beneficiários, com intermediação de terceira entidade com quem mantém vínculo de em-
prego nos termos da CLT, mas não se igualando em direitos com os trabalhadores com vínculo
empregatício permanente.
e) Relação de emprego é aquela em que pessoa física presta serviços de natureza não eventual
e de forma pessoal a empregador, sob a dependência e subordinação deste, mediante salário.

034. (IBEG/IPREV/PROCURADOR PREVIDENCIÁRIO/2017) Partindo da premissa que a rela-


ção de emprego é uma espécie de relação de trabalho, que se baseia no nexo entre empregador
e empregado, sobre suas características, a relação de emprego não é gratuita ou voluntária,
ao contrário, haverá sempre uma prestação (serviços) e uma contraprestação (remuneração).
Assim, podemos afirmar que onerosidade caracteriza-se pelo ajuste da troca de trabalho por
salário. O que importa não é o quantum a ser pago, mas, sim, o pacto, a promessa de presta-
ção de serviço de um lado e a promessa de pagamento do salário de outro lado, e o fato de o
empregador deixar de pagar o salário não afasta a existência de onerosidade.

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035. (CEBRASPE/TRT 16/JUIZ DO TRABALHO/2003) Entre os mais importantes princípios


de direito individual do trabalho, podem ser citados: da proteção, da norma mais favorável,
da imperatividade das normas trabalhistas, da indisponibilidade dos direitos trabalhistas, da
condição mais benéfica, da inalterabilidade contratual lesiva, da continuidade da relação de
emprego, da primazia da realidade sobre a forma e da intangibilidade salarial.

036. (CEBRASPE/TRT 9/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2007) Uma das premissas do direito do tra-


balho é a busca da norma legal ou contratual pela melhoria das condições sociais do trabalha-
dor sob pena de nulidade.

037. (CEBRASPE/TRT 16/JUIZ DO TRABALHO/2003) O direito do trabalho divide-se, interna-


mente, em direito individual do trabalho e direito coletivo do trabalho. Ao contrário do direito
coletivo, que é uno, o direito individual do trabalho adota dois segmentos distintos na sua
estrutura, isto é, uma parte geral, que compreende a introdução e a teoria geral do direito do
trabalho, e uma parte especial, que compreende o estudo do contrato de trabalho, de um lado,
e, de outro, o exame dos contratos especiais de trabalho.

038. (CEBRASPE/TRT5/JUIZ DO TRABALHO/2007) O direito do trabalho é dividido em direi-


to individual do trabalho, direito coletivo do trabalho e direito processual do trabalho.

039. (CEBRASPE/TRT 5ª REGIÃO/ JUIZ DO TRABALHO/2007) Com base no conceito, na


natureza, na autonomia, na flexibilização, na desregulamentação e nas fontes do direito do
trabalho, assinale certo ou errado:
Segundo a corrente que situa o direito do trabalho como um direito unitário, prevalecem na
legislação trabalhista normas de natureza direito público, sendo, portanto, esta a natureza do
direito do trabalho.

040. (CEBRASPE/ TRT 5ª REGIÃO/ JUIZ DO TRABALHO/ 2007) A autonomia do direito do


trabalho evidencia-se nos campos científico, doutrinário, legislativo e didático. No que concer-
ne à autonomia científica, o direito do trabalho é considerado uma disciplina estanque, tendo
em vista a peculiaridade de seus princípios e a singularidade de seus institutos, não sofrendo
influência de outras ciências e disciplinas.

041. (CEBRASPE/TRT 16ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2003) A autonomia do direito do


trabalho é induvidosa, eis que apresenta os requisitos necessários para tal “status”, pois tem
um campo temático vasto e específico, dispõe de teorias próprias, possui metodologia própria
e, ainda, apresenta perspectivas e questionamentos específicos e próprios relativamente aos
demais ramos do direito próximos ou correlatos.

042. (CEBRASPE/TRT 16ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2003) Constitui função central do


direito do trabalho a melhoria das condições de pactuação da força de trabalho na ordem so-
cioeconômica.
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043. (VUNESP/PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/PROCURA-


DOR/2019) Nos termos da Constituição Federal,
a) o trabalhador avulso tem os mesmos direitos assegurados ao trabalhador temporário;
b) não há diferença entre o trabalho avulso e o trabalho eventual;
c) o trabalhador avulso tem igualdade de direitos com o trabalhador que possui vínculo em-
pregatício;
d) o trabalhador avulso deve ser contratado diretamente pela empresa tomadora dos serviços,
sem qualquer intermediação;
e) os direitos do trabalhador avulso precisam estar previstos em convenção ou acordo coletivo
de trabalho.

044. (IBEG/IPREV/CONTADOR/2017/ADAPTADA) A respeito dos princípios gerais da Cons-


tituição aplicáveis ao direito do trabalho, analise a validade das suposições abaixo e assinale
a alternativa ERRADA.
a) O respeito à dignidade humana.
b) Os valores sociais do trabalho.
c) Da livre iniciativa.
d) A inviolabilidade do direito à vida.
e) A interferência do Estado na organização sindical.

045. (FCM/PREFEITURA DE BARBACENA/ADVOGADO/2016) A respeito dos princípios e


das teorias do direito do trabalho, analise o item abaixo:
São inerentes ao direito do trabalho o princípio do protecionismo e o princípio da primazia da
realidade.

046. (FCM/PREFEITURA DE BARBACENA/ADVOGADO/2016) A respeito dos princípios e


das teorias do direito do trabalho, analise o item abaixo:
Os princípios da dignidade da pessoa humana e dos valores sociais do trabalho estão previs-
tos de forma expressa na Constituição Federal.

047. (COPESI UFPI/PREFEITURA DE BOM JESUS-PI/DIVERSOS CARGOS/ 2015/ADAPTA-


DA) No tocante à relação de trabalho e relação de emprego, à terceirização, aos princípios do
direito do trabalho e à duração do trabalho, analise a afirmativa abaixo:
Toda relação de emprego é relação de trabalho, vez que a relação de emprego é apenas uma
das espécies de relação de trabalho. São requisitos caracterizadores da relação de emprego a
pessoalidade, o trabalho ser prestado por pessoa física, a exclusividade, a não eventualidade, a
onerosidade, a subordinação e a alteridade. Assim, o trabalhador autônomo não é empregado,
haja vista não existir subordinação jurídica entre este e o tomador de seus serviços.

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048. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2017) São funções históricas do direito do traba-


lho, entre outras: aperfeiçoar, elevando, as condições de contratação e gestão da força de tra-
balho humana na vida econômica e social; assegurar cidadania econômica, social e jurídica às
pessoas humanas que vivem de seu trabalho, aumentando o patamar civilizatório e democráti-
co da respectiva sociedade; contribuir para o desenvolvimento do sistema econômico contem-
porâneo, por meio do incremento do mercado interno e dos incentivos diretos e indiretos para
que os empregadores invistam no aperfeiçoamento humano e tecnológico.

049. (AOCP/TRT 1/DIVERSOS CARGOS/2018/ADAPTADA) No que diz respeito aos princí-


pios do direito material do trabalho, analise a alternativa:
O direito comum é fonte subsidiária do direito do trabalho.

050. (MPT/MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2022) Integram a história do Direito


do Trabalho:
I – O Manifesto Comunista, escrito por Karl Marx e Friedrich Engels e publicado em 1848, no
contexto da chamada Primavera dos Povos.
II – A Encíclica Rerum Novarum, escrita pelo Papa Leão XIII e publicada em 1891, sobre a con-
dição dos operários.
III – A criação da Organização Internacional do Trabalho pelo Tratado de Versalhes ao final da
Segunda Guerra Mundial, sendo a mais antiga Agência Especializada das Nações Unidas.
IV – O Peel’s Act de 1802, diploma legal britânico que fixou proteções mínimas ao trabalho
das mulheres.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas.
b) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
c) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.
d) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
e) Não respondida.

051. (QUADRIX/CRP 9/ANALISTA/2022) No Brasil, a lei trabalhista central, que incorpora a


matriz essencial do modelo trabalhista do País, é o Código Civil de 2002.

052. (QUADRIX/CRP 9/ANALISTA/2022) As fontes materiais do direito do trabalho, sob


a perspectiva econômica, estão, como regra, atadas à existência e à evolução do sistema
capitalista.

053. (QUADRIX/CRP 9/ANALISTA/2022) O direito do trabalho, segundo a definição objetivis-


ta, é o corpo de princípios e de normas jurídicas que ordenam a prestação do trabalho subordi-
nado ou seu equivalente, bem como as relações e os riscos que dela se originam.

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054. (FCC/PREFEITURA DE TERESINA/PROCURADOR/2022) As fontes formais heterogêne-


as do Direito do Trabalho, sob a perspectiva econômica, estão, regra geral, atadas à existência
e evolução do sistema capitalista, advindo da Revolução Industrial, do século XVIII.

055. (UNESC/PREFEITURA DE CRICIÚMA/PROCURADOR/2021) Historicamente, a organi-


zação da Justiça do Trabalho no Brasil foi inspirada no sistema dito “paritário” da Itália fascis-
ta, que mantinha um ramo especializado do Judiciário na solução de conflitos trabalhistas, em
cuja composição figuravam representantes do Estado (juízes togados), da classe empresarial
e da classe trabalhadora (juízes classistas) (LEITE, 2021). Até a Constituição Federal de 1946,
apesar de ser nominada de Justiça do Trabalho, ela não fazia parte do Poder Judiciário, mas
era vinculada ao Poder Executivo. Por meio desta Constituição Federal de 1946, ela foi incor-
porada ao Poder Judiciário e a composição de seus órgãos sofreram algumas alterações, cul-
minando com a composição atual. Entre as alternativas abaixo, assinale a atual composição
dos órgãos da Justiça do Trabalho.
a) Tribunal Superior do Trabalho; Tribunais Regionais do Trabalho; Juntas ou Juízes de Conci-
liação e Julgamento.
b) Tribunal Superior do Trabalho; Tribunais Regionais do Trabalho; Juntas de Conciliação e
Julgamento.
c) Tribunal Superior do Trabalho; Tribunais Regionais do Trabalho; Varas de Conciliação e
Julgamento.
d) Tribunal Superior do Trabalho; Tribunais Regionais do Trabalho; Juízes do Trabalho.
e) Tribunal Superior do Trabalho; Tribunais Regionais do Trabalho; Varas do Trabalho.

056. (IBFC/PREFEITURA DE DOURADOS/PROCURADOR/2022) O Princípio da proteção ou


tutelar consiste na utilização da norma e da condição mais favoráveis ao trabalhador, de forma
a tentar compensar juridicamente a condição de hipossuficiente do empregado. Ele consiste
na aplicação, ao Direito do Trabalho, do princípio da igualdade em seu aspecto substancial,
segundo o qual igualdade é tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os desiguais, na
medida de suas desigualdades

057. (FUMARC/TRT3/ANALISTA/2022) O princípio da proteção indica que o Direito do Traba-


lho é um ramo jurídico especial, voltado para a proteção da parte hipossuficiente das relações
de emprego, notadamente o trabalhador.

058. (FUMARC/TRT3/TÉCNICO/2022) Os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impe-


dir ou fraudar a aplicação dos preceitos trabalhistas são:
a) Anuláveis.
b) Lícitos, se feitos com a anuência do empregado.
c) Nulos de pleno direito.
d) Válidos, se causados por agentes diversos da pessoa empregadora.
e) Válidos, se expressarem costumes arraigados no âmbito da prestação do serviço.

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059. (FCC/PREFEITURA DE TERESINA/PROCURADOR/2022) Esse ramo jurídico especiali-


zado constitui-se das seguintes fontes materiais heterônomas: costumes; convenções coleti-
vas de trabalho e acordos coletivos de trabalho.

060. (FGV/TST/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2023) Por meio da Encíclica Rerum No-


varum, o papa Leão XIII,dentre outros temas, abordou a condição de trabalho do proletariado,
defendendo que, dentre os deveres principais do patrão, estava preservar a isonomia salarial
entre os operários, pois defendia que na sociedade civil todos deveriam ter o mesmo nível so-
cial, em igualdade de condições.

061. (FGV/TST/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2023) O direito do trabalho é produto do


século XIX, nascendo como reação à crescente exploração do trabalho humano. No Brasil, a
Constituição de 1891, embora consagrasse o princípio da não intervenção do Estado nas rela-
ções de trabalho, destacou-se como a primeira carta constitucional a abordar em seu texto a
necessidade de um direito ao “trabalho livre, justo e remunerado.

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GABARITO
1. E 37. C
2. E 38. E
3. b 39. E
4. E 40. E
5. c 41. C
6. a 42. C
7. a 43. c
8. C 44. e
9. C 45. C
10. C 46. C
11. C 47. E
12. C 48. C
13. C 49. C
14. C 50. b
15. C 51. E
16. C 52. C
17. C 53. C
18. C 54. C
19. C 55. d
20. d 56. C
21. C 57. C
22. a 58. c
23. b 59. E
24. d 60. E
25. e 61. E
26. C
27. d
28. a
29. E
30. d
31. E
32. a
33. d
34. C
35. C
36. C

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GABARITO COMENTADO
001. (INÉDITA/2020) A definição de Octavio Bueno de Magano sobre direito do trabalho é de natu-
reza objetiva ao afirmar: “direito do trabalho é o conjunto de princípios, normas e instituições, aplicá-
veis às relações de trabalho e situações equiparáveis, tendo em vista as melhorias das condições
sociais do trabalhador, através de medidas protetoras e da modificação das estruturas sociais”.

É definição mista, pois tanto trata da noção subjetiva, por tratar de um dos sujeitos (melhorias
das condições sociais do trabalhador), como também objetiva, por tratar da relação objeto/
conteúdo (o início do conceito). A resposta só seria correta se tratasse de uma definição mista,
pois reúne elementos subjetivos e objetivos. Lembre-se de que temos três espécies de denomi-
nações: mistas (conteúdo + sujeitos), subjetivas (sujeitos) e objetivas (conteúdo).
Errado.

002. (INÉDITA/2020) A definição de Maurício Godinho Delgado sobre direito do trabalho é de


natureza subjetiva ao afirmar: “Complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regu-
lam, no tocante às pessoas e matérias envolvidas, a relação empregatícia de trabalho, além de
outras relações laborais normativamente especificadas”.


É definição mista, pois tanto trata da noção subjetiva, por tratar de um dos sujeitos (melhorias
das condições sociais do trabalhador), como também objetiva, por tratar da relação objeto/
conteúdo (o início do conceito). A resposta só seria correta se tratasse de uma definição mista,
pois reúne elementos subjetivos e objetivos. Lembre-se de que temos três espécies de denomi-
nações: mistas (conteúdo + sujeitos), subjetivas (sujeitos) e objetivas (conteúdo).
Errado.

003. (INÉDITA/2020) Acerca das relações de trabalho e emprego regulamentadas pela Cons-
tituição Federal de 1988 e pela CLT, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Todas as relações de emprego são regidas pelo direito do trabalho.
b) Todas as relações de trabalho são regidas pelo direito do trabalho.
c) O pequeno empreiteiro é regido pelo direito civil, mas a demanda ocorre na Justiça do Trabalho.
d) O portuário avulso é regido pelo direito do trabalho e o processo ocorre na Justiça do Trabalho.

a) Certa. Pois relação de emprego é o conteúdo do direito do trabalho.


b) Errada. Pois relação de trabalho é o gênero. Somente as relações de emprego, que são
espécies, são regidas pelo direito do trabalho. Há uma diferença entre relação de emprego e
relação de trabalho. A primeira é a espécie das relações de trabalho e somente a ela se aplicam
as regras de direitos trabalhistas.
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c) Certa. Pois está previsto na CLT, no artigo 652, III, que estabelece a justiça trabalhista como
competente para julgar os dissídios relativos à pequena empreitada, ou seja, aquela cujo em-
preiteiro é pessoa física e a obra é de pequeno vulto. O pequeno empreiteiro tem direitos civis,
mas com processo na Justiça do Trabalho, por expressa disposição da CLT, conforme visto.
d) Certa. A própria CF/88 igualou aos direitos trabalhistas, no caput do artigo 7º, bem como é a Jus-
tiça do Trabalho competente. O inciso XXXIV do art. 7º da Constituição Federal traz a “igualdade de
direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso”.
Letra b.

004. (IBFC/EMDEC/ANALISTA DE RECURSOS HUMANOS/2019/ADAPTADA) O direito do


trabalho é o ramo da ciência do direito que versa sobre as normas, as instituições jurídicas e os
princípios que disciplinam as relações de trabalho subordinado. Acerca desse assunto, analise
a afirmativa abaixo e julgue como Certa (C) ou Errada (E):
O contrato de trabalho é contrato de direito privado, consensual, não pode ser verbal, tem de ser
escrito. A relação jurídica pode ser formada pelo ajuste expresso escrito, ou pelo ajuste tácito.

A afirmativa é incorreta, na medida em que está em desacordo com o artigo 442 da CLT, que
define o conceito de contrato de trabalho: “contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou
expresso, correspondente à relação de emprego”. O objeto do contrato de trabalho é a prestação
de serviço subordinado e não eventual do empregado ao empregador, mediante o pagamento
de salário.
Errado.

005. (COMPERVE/PREFEITURA DE NATAL RIO GRANDE DO NORTE/2005) A Consolidação


das Leis Trabalhistas (CLT) estabelece normas que regulam:
a) relações administrativas de qualquer atividade econômica;
b) relações de direção, organização e controle;
c) relações individuais e coletivas de trabalho;
d) relações de trabalho da empresa principal e de suas filiais.

a) Errada. Nem toda atividade econômica é regida pela CLT, pois algumas são relações de trabalho.
b) Errada. Nem toda atividade é regida pela CLT, pois algumas são relações de trabalho.
c) Certa. Como já explicado no material de aula, a divisão interna do direito do trabalho é indi-
vidual e coletiva. Sendo assim, esta é a alternativa correta, na medida em que existe a previsão
dos direitos individuais e coletivos de trabalho.
d) Errada. Isso é regido pelo regulamento empresarial.
Letra c.

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006. (INAZ DO PARÁ/CRF-PE/ADVOGADO/2018) Sobre o direito do trabalho, qual alternativa


apresenta uma proposição incorreta?
a) O direito do trabalho é um ramo do direito público.
b) São fontes do direito do trabalho: a Constituição Federal, as leis, os decretos e regulamen-
tos, as portarias, acordos coletivos, convenção coletiva, sentença normativa, os regulamentos
das empresas, os costumes e os contratos de trabalho.
c) Entende-se por acordo coletivo o pacto celebrado entre uma ou mais empresas com o sin-
dicato dos empregados.
d) O contrato de trabalho é o acordo correspondente à relação de emprego.
e) A ideia de aplicação do que for mais benéfico para o trabalhador a partir da norma mais
favorável identifica o princípio do in dubio pro operário.

a) Errada. Pois é um ramo do direito privado.


b) Certa. Nos termos do artigo 8º da CLT.
c) Certa. Nos termos do artigo 611, § 1º, da CLT, que dispõe: “é facultado aos sindicatos repre-
sentativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas
da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no
âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho.
d) Certa. Sendo o conteúdo da relação de emprego.
e) Certa. Sendo a essência dos princípios protetivos.
Portanto, a alternativa incorreta é “a”, pois o direito do trabalho é ramo de direito privado. Existe
uma discussão na doutrina (minoritária) que entende ser ramo de direito público ou social. Os
demais itens já estão justificados. Lembre-se do artigo 8º da CLT, muito cobrado em provas:

Art. 8º – As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou


contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros
princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com
os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe
ou particular prevaleça sobre o interesse público.
§ 1º O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho.
§ 2º Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e
pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar
obrigações que não estejam previstas em lei.
§ 3º No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho anali-
sará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o
disposto no art. 104 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação
pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva.
Letra a.

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007. (FCC/TRT 12/ANALISTA JUDICIÁRIO DA ÁREA JUDICIÁRIA/2013) Analisando os re-


quisitos e distinções entre os institutos da relação de trabalho e da relação de emprego, nos
termos da doutrina e da legislação brasileira:
a) contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação
de emprego;
b) toda relação de trabalho é caracterizada como relação de emprego, sendo que o contrário
não é verdadeiro;
c) trabalho realizado de forma eventual constitui-se em uma das modalidades de contrato de
trabalho regido pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT;
d) o vínculo formado entre empregado e empregador é uma relação de trabalho que não possui
natureza jurídica contratual, conforme previsão expressa da Consolidação das Leis do Tra-
balho – CLT;
e) o trabalhador avulso é uma das espécies de empregado, embora não haja igualdade de direi-
tos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.

a) Certa. Pois é o conteúdo do direito do trabalho. O contrato de trabalho pode ser verbal ou es-
crito, expresso ou tácito. Dispõe o artigo 442 da CLT: “contrato individual de trabalho é o acordo
tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego”.
b) Errada. Pois relação de trabalho é o gênero do qual a relação de emprego é espécie.
c) Errada. Pois não é relação de emprego. Logo, não é regida pela CLT.
d) Errada. É uma relação de emprego regida pela CLT.
e) Errada. Pois contraria a Constituição Federal de 1988.
Letra a.

008. (CEBRASPE/FUB/SECRETÁRIO EXECUTIVO/2009) O direito do trabalho disciplina as


relações entre empregador e empregado e tem por finalidade a proteção do operariado, evitan-
do sua exploração por aquele que é economicamente mais forte.

Afirmativa correta, diante da visão subjetivista.


Certo.

009. (MS CONCURSOS/TRT 9/JUIZ DO TRABALHO/2009/ADAPTADA) Acerca da natureza


jurídica do direito do trabalho, prepondera atualmente a sua classificação no segmento do di-
reito privado.

A classificação é de direito privado, muito embora haja uma aproximação do que se chama
direito social. Minoritariamente, a doutrina entende que seria ramo de direito público ou direito
misto/social pelo conteúdo das normas protetivas.
Certo.

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010. (FCC/TST/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2017/ADAPTADA) O direito do trabalho


deve ser considerado produto cultural do século XIX e das transformações e condições so-
ciais, econômicas e políticas que colocam a relação de trabalho subordinada como núcleo do
processo produtivo característico daquela sociedade e que tornaram possível o aparecimento
deste ramo novo da ciência jurídica, com características próprias e autonomia doutrinária.

De fato, é a própria definição encontrada no livro de Maurício Godinho Delgado na parte históri-
ca e da doutrina majoritária. Além disso, o direito do trabalho é fruto exato desse momento de
transformações políticas e econômicas após o século XIX. O direito do trabalho surgiu como
uma reação ao capitalismo, mediante freios, com uma legislação gradativamente protetiva.
Certo.

011. (FCC/MANAUSPREV/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2015/ ADAPTADA) Em relação à


formação histórica do direito do trabalho, considere: o direito do trabalho apresenta como uma
de suas características a restrição da liberdade contratual que impõe limitações à autonomia
da vontade através de normas cogentes e de garantias sociais.

A questão está correta, na medida em que o direito do trabalho é protetivo. As pessoas que
contratam não possuem liberdade extrema, mas há limites nos direitos sociais. Esse é o papel
do direito do trabalho, no sentido de frear os rumos do capitalismo, impondo limites.
Certo.

012. (FCC/MANAUSPREV/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2015/ADAPTADA) Em relação à


formação histórica do direito do trabalho, considere: o direito do trabalho é um instrumento
de realização da justiça social e de tutela do trabalhador e suas funções somente podem ser
cumpridas se previstas em uma estrutura jurídica formal que molde seu conteúdo e fixe os
preceitos e as sanções determinantes dos comportamentos autorizados ou proibidos nas re-
lações entre trabalhadores e empregadores.


A questão está correta, na medida em que o direito do trabalho é protetivo. As pessoas que
contratam não possuem liberdade extrema, mas há limites nos direitos sociais. Esse é o papel
do direito do trabalho, no sentido de frear os rumos do capitalismo, impondo limites.
Certo.

013. (TRT 3/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2007/ADAPTADA) O direito do trabalho sur-


giu da contestação do liberalismo e da necessidade de organização de um corpo de normas
sociais que assegurassem mínimos contratuais decorrentes da transformação da sociedade
no final do século XIX e início do século XX.

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O direito do trabalho surgiu exatamente nessa premissa de contestar o capitalismo e conferir


os direitos mínimos aos trabalhadores para que pudessem viver com dignidade. As pessoas
que contratam não possuem liberdade extrema, mas há limites nos direitos sociais. Esse é o
papel do direito do trabalho, no sentido de frear os rumos do capitalismo, impondo limites.
Certo.

014. (FCC/TRT 20/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2012) O direito do trabalho destaca-se


por seu caráter teleológico, incorporando em seu conjunto de princípios, regras e institutos um
valor finalístico essencial, objetivando a melhoria das condições de pactuação da força de traba-
lho na ordem socioeconômica.

O direito do trabalho surgiu exatamente nessa premissa de contestar o capitalismo e conferir


os direitos mínimos aos trabalhadores para que pudessem viver com dignidade. As pessoas
que contratam não possuem liberdade extrema, mas há limites nos direitos sociais. Esse é o
papel do direito do trabalho, no sentido de frear os rumos do capitalismo, impondo limites.
Certo.

015. (FCC/TRT 20/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2012) O marco histórico do nasci-


mento do direito do trabalho foi o advento da sociedade industrial e o trabalho assalariado,
sendo que a principal causa econômica foi a Revolução Industrial do século XVIII.

O direito do trabalho surgiu exatamente nessa premissa de contestar o capitalismo e conferir


os direitos mínimos aos trabalhadores para que pudessem viver com dignidade. As pessoas
que contratam não possuem liberdade extrema, mas há limites nos direitos sociais. Esse é o
papel do direito do trabalho, no sentido de frear os rumos do capitalismo, impondo limites.
Certo.

016. (TRT 21/TRT 21ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2010) “O direito do trabalho


nasceu no final do século XIX como forma de absorver os conflitos sociais que ora se instau-
ravam em face das tensões provocadas pela (primeira) revolução industrial [...]” (DALLEGRAVE
NETO, José Affonso. ‘Novos contornos da relação de emprego diante dos avanços tecnológi-
cos’. Revista LTR Legislação do Trabalho. Ano 67, n. 05. São Paulo: LTr, maio de 2003). O surgi-
mento do direito do trabalho se deu, portanto, numa época de flexibilidade das relações entre
trabalhador e empregador, que se apoiavam numa linha de produção conforme a demanda.

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O direito do trabalho surgiu exatamente nessa premissa de contestar o capitalismo e conferir


os direitos mínimos aos trabalhadores para que pudessem viver com dignidade. As pessoas
que contratam não possuem liberdade extrema, mas há limites nos direitos sociais. Esse é o
papel do direito do trabalho, no sentido de frear os rumos do capitalismo, impondo limites.
Certo.

017. (IBFC/EBSERH/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2020) O direito do trabalho é ramo ju-


rídico especializado, que regula certo tipo de relação laborativa na sociedade contemporânea.
Acerca desse assunto, analise a afirmativas abaixo.
O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente
ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado.

Afirmativa correta, nos termos do que dispõe o art. 442 da CLT: “contrato individual de trabalho
é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego”.
Certo.

018. (IBFC/EBSERH/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2020) O direito do trabalho é ramo ju-


rídico especializado, que regula certo tipo de relação laborativa na sociedade contemporânea.
Acerca desse assunto, analise a afirmativa abaixo.
O direito do trabalho envolve tanto o estudo do direito individual quanto do direito coletivo. O
direito individual do trabalho trata das regras, princípios e institutos jurídicos que regulam a
relação empregatícia e as relações de trabalho especificadas.

Afirmativa correta, pois existe a divisão interna do direito do trabalho, seja em trabalho individu-
al ou coletivo. No primeiro caso, trata das regras, princípios e institutos jurídicos que regulam
a relação empregatícia e as relações de trabalho especificadas. Nos direitos coletivos, tem-se
a questão das negociações coletivas, sindicatos e greves, por exemplo.
Certo.

019. (CEBRASPE/MPU/ANALISTA DO MPU/2018) Policial militar que preste, em empresa


privada, serviço de natureza contínua, de maneira subordinada e mediante o recebimento de
salário, poderá ter o reconhecimento do vínculo de emprego com a empresa, independente-
mente de eventual penalidade disciplinar prevista em estatuto.

Correta, pois o policial militar pode ser empregado ao mesmo tempo que trabalha na corpo-
ração e terá jus a todos os direitos trabalhistas. No entanto, aplica-se a Súmula 386/TST –

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20/04/2005 – Relação de emprego. Policial militar. Reconhecimento de vínculo empregatício


com empresa privada. CLT, art. 3º. Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o
reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independente-
mente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar.
Certo.

020. (FGV/EXAME DA OAB/2013) Eugênio é policial militar ativo e cumpre escala de 24 x 72


horas no seu batalhão. Nos dias em que não está de plantão, trabalha em um supermerca-
do como segurança, recebendo ordens do gerente e um valor fixo mensal, jamais se fazendo
substituir na prestação do labor. Nesse caso, de acordo com a jurisprudência consolidada do
TST, assinale a afirmativa correta.
a) Por ser servidor público militar, Eugênio não poderá ter o vínculo empregatício reconhecido,
mesmo que presentes os requisitos da CLT, pois trata-se de norma de ordem pública.
b) Caso tenha o vínculo empregatício reconhecido em juízo, isso impede que a administração
pública aplique qualquer punição a Eugênio, pois ele realizou um trabalho lícito.
c) Trata-se de trabalho ilícito que, portanto, não gera vínculo empregatício e credencia a admi-
nistração a aplicar imediata punição ao servidor.
d) Eugênio poderá ser reconhecido como empregado, desde que presentes os requisitos le-
gais, ainda que sofra a punição disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar.

a) Errada. Nos termos da Súmula 386 do TST.


b) Errada. Nos termos da Súmula 386 do TST.
c) Errada. Nos termos da Súmula 386 do TST.
d) Certa. Nos termos da súmula 386 do TST, isso porque o policial militar pode ser empregado
ao mesmo tempo que trabalha na corporação e terá jus a todos os direitos trabalhistas. No
entanto, aplica-se a Súmula 386/TST – 20/04/2005 – Relação de emprego. Policial militar.
Reconhecimento de vínculo empregatício com empresa privada. CLT, art. 3º. Preenchidos os
requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial
militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penalidade discipli-
nar prevista no Estatuto do Policial Militar.
Letra d.

021. (CEBRASPE/FUNPRESPJUD/ASSISTENTE/2016) Ainda que não tenha existido um acordo


trabalhista escrito, o simples fato de o responsável pela referida empresa ter aceitado o trabalho a
ser realizado por Helena, uma secretária executiva, criou, desde o início das atividades secretariais,
um vínculo que obriga o contratante ao pagamento de salário pelo serviço prestado à empresa.

Aqui há um acordo tácito para fins da manutenção do vínculo de emprego entre as partes. É
essa a dimensão do contrato de trabalho ser expresso, tácito, escrito e verbal, como explicado

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nas anotações acima. Dispõe a CLT, art. 442: “Contrato individual de trabalho é o acordo tácito
ou expresso, correspondente à relação de emprego”.
Certo.

022. (FCC/TRT 15/ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) Cícero é policial militar e cumpre escala


12 × 36 horas no seu batalhão. Nas folgas, presta serviço como segurança de um supermer-
cado, recebendo ordens do gerente e um valor fixo mensal, não podendo se fazer substituir no
desempenho de suas funções. Nesse caso, de acordo com o entendimento sumulado do TST:
a) Cícero poderá ter o vínculo de emprego reconhecido, desde que presentes os requisitos le-
gais, independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto
do Policial Militar.
b) Haverá a imediata exoneração de Cícero de suas funções como policial militar, não ocorren-
do também o reconhecimento do vínculo de emprego.
c) Cícero não poderá ter o vínculo empregatício reconhecido, mesmo que presentes os requisitos
legais, por ser servidor público militar, o que impede o contrato de emprego com empresa privada.
d) Trata-se de trabalho proibido, portanto, não gera vínculo empregatício, além de Cícero vir a
sofrer penalidade administrativa prevista no Estatuto do Policial Militar.
e) Cícero poderá ter o vínculo de emprego reconhecido, desde que presentes os requisitos
legais, ficando impedida a administração pública, neste caso, de aplicar penalidade disciplinar
prevista no Estatuto do Policial Militar.

a) Certa. Pois o policial militar pode ser empregado ao mesmo tempo que trabalha na corpo-
ração e terá jus a todos os direitos trabalhistas. No entanto, aplica-se a Súmula 386/TST –
20/04/2005 – Relação de emprego. Policial militar. Reconhecimento de vínculo empregatício
com empresa privada. CLT, art. 3º. Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o
reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independente-
mente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar.
b) Errada. Nos termos da súmula 386 do TST.
c) Errada. Nos termos da súmula 386 do TST.
d) Errada. Nos termos da súmula 386 do TST.
e) Errada. Nos termos da súmula 386 do TST.
Letra a.

023. (AJURE/DESENVOLVE RR/ADVOGADO/2018) Um elemento que NÃO pode ser conside-


rado como imprescindível para a caracterização do empregado é:
a) o salário;
b) a competência;
c) a continuidade;
d) a subordinação;
e) a pessoalidade.

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A alternativa incorreta é a “b”. De acordo com a CLT, art. 3º, não consta competência. Dispõe
o art. 3º:

Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empre-
gador, sob a dependência deste e mediante salário.
Parágrafo único. Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador,
nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
Letra b.

024. (AOCP/CISAMUSEP-PR/ADVOGADO/2016) De acordo com o disposto na Consolidação


das Leis do Trabalho, considera-se empregado a:
a) pessoa jurídica que prestar serviços de natureza eventual a empregador, sob a dependência
deste e mediante salário ou outra espécie de remuneração.
b) pessoa física ou jurídica que prestar serviços de natureza eventual a empregador, ainda que
sem dependência deste e mediante qualquer forma de remuneração.
c) pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, ainda que sem a
dependência deste e independente de salário ou remuneração.
d) pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependên-
cia deste e mediante salário.
e) pessoa física ou jurídica que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante qualquer tipo de remuneração.

a) Errada. Porque empregado só pode ser pessoa física/natural.


b) Errada. Porque empregado só pode ser pessoa física/natural.
c) Errada. Porque empregado recebe obrigatoriamente remuneração pelo salário (onerosidade).
d) Certa. Empregado não pode ser pessoa jurídica. Só pode ser pessoa física. E, além disso,
precisa receber salário (onerosidade). O serviço deve ser não eventual, mediante subordinação
jurídica, prestado por pessoa física e mediante salário (onerosidade). A questão pode ser solu-
cionada mediante a leitura dos artigos 2º e 3º da CLT:

Art. 2º Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da


atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
§ 1º Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissio-
nais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem
fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica
própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guar-
dando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente
pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.

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§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a con-
figuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a
atuação conjunta das empresas dele integrantes.
Art. 3º Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Parágrafo único. Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador,
nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.

e) Errada. Porque é mediante salário.


Letra d.

025. (IBADE/CÂMARA DE PORTO VELHO/PROCURADOR/2018) A caracterização de um vín-


culo empregatício demanda a existência de alguns requisitos. A assertiva que indica correta-
mente quais sejam esses requisitos:
a) Pessoalidade, eventualidade, subordinação jurídica e onerosidade.
b) Dependência econômica, continuidade, subordinação e alteridade.
c) Onerosidade, exclusividade, alteridade e subordinação jurídica.
d) Eventualidade, subordinação, impessoalidade e onerosidade.
e) Não eventualidade, subordinação, pessoalidade e onerosidade.

A alternativa correta é a letra “e”, nos termos do artigo 3º da CLT. O serviço deve ser não even-
tual, mediante subordinação jurídica, prestado por pessoa física e mediante salário (onerosi-
dade). Veja:

Art. 3º Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Parágrafo único. Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador,
nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
Letra e.

026. (COPESE UFT/CÂMARA DE PALMAS-TO/ANALISTA DE RH/2018) Considerando os


termos da CLT, analise a afirmativa a seguir:
Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário.

A alternativa está correta, nos termos do artigo 3º da CLT. O serviço deve ser não eventual,
mediante subordinação jurídica, prestado por pessoa física e mediante salário (onerosidade).
Certo.

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027. (CS UFG/DEMAE-GO/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2017) Nas relações de emprego, a


Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 admite:
a) A diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil.
b) A distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos.
c) O trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de dezoito anos.
d) a igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o traba-
lhador avulso.

a) Errada. Pois não pode haver discriminação.


b) Errada. Pois não pode haver discriminação.
c) Errada. Pois não pode haver trabalho nesses termos aos menores de 18 anos. É trabalho proibido.
d) Certa. Nos exatos termos do artigo 7º da Constituição Federal de 1988, especificamente
na igualdade de tratamento entre os trabalhadores com vínculo empregatício permanente e o
trabalhador avulso. Dispõe o art. 7º: “XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com
vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso”.
Letra d.

028. (IBFC/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA-SP/ PROCURADOR JURÍDICO/2017). Apre-


sentam-se como requisitos da relação de emprego, dentre outros:
a) a pessoalidade e onerosidade;
b) a eventualidade e a subordinação;
c) a alteridade e a gratuidade;
d) a personalização e a temporariedade.

A alternativa “a” está correta, nos termos do artigo 3º da CLT. O serviço deve ser não eventual,
mediante subordinação jurídica, prestado por pessoa física e mediante salário (onerosidade).
Letra a.

029. (VUNESP/CÂMARA DO CAMPO LIMBO-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2018) Em con-


formidade com a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST): ainda que preenchidos
os requisitos do art. 3º da CLT, não é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre
policial militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penalidade
disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar.

Tendo em vista o teor da Súmula n. 386/TST – 20/04/2005 – Relação de emprego. Policial


militar. Reconhecimento de vínculo empregatício com empresa privada. CLT, art. 3º. Preenchidos os

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requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial


militar e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penalidade discipli-
nar prevista no Estatuto do Policial Militar.
Errado.

030. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2018) A relação de empre-


go somente ocorre se estão presentes os elementos que a caracterizam; sem eles, não se
pode configurá-la como tal. Assim, os elementos que caracterizam o vínculo empregatício es-
tabelecido por essa relação, são o(a):
a) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço; as férias; o 13º salário; o seguro-desemprego; o
salário-família.
b) Contrato de trabalho; a pessoa jurídica; a convenção coletiva de trabalho; a habitualidade; a
pessoalidade.
c) Salário; a remuneração; o adicional noturno; a convenção coletiva de trabalho; o aviso-prévio.
d) Pessoa física; a continuidade; a subordinação; a onerosidade; a pessoalidade.
e) Pessoa jurídica; o empregado; a impessoalidade; a descontinuidade; a onerosidade.

a) Errada. Nem sempre vai receber seguro-desemprego e salário-família. Esse último tem na-
tureza previdenciária.
b) Errada. É não eventualidade e nem pode ser o empregado pessoa jurídica.
c) Errada. Não necessariamente recebe adicional noturno nem é submetida à CCT.
d) Certa. Nos termos do art. 3º da CLT. O serviço deve ser não eventual, mediante subordinação
jurídica, prestado por pessoa física e mediante salário (onerosidade). Dispõe o art. 3º:

Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empre-
gador, sob a dependência deste e mediante salário.
Parágrafo único. Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador,
nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.

e) Errada. Empregado não pode ser pessoa jurídica.


Letra d.

031. (CONSULPLAN/CÂMARA DE BELO HORIZONTE-MG/PROCURADOR/2018) A relação


de emprego tem como principal característica a presença do empregado, parte mais fraca da
relação jurídica. O direito do trabalho foi pensado e criado exatamente para proteger a figura
desse trabalhador. Portanto, é imprescindível que o operador do direito do trabalho (advogado,
professor, procurador, juiz do trabalho, candidatos a cargos públicos etc.) saiba diferenciar o
trabalhador em sentido amplo e o trabalhador com vínculo empregatício. Sobre o tema, pre-
sentes os quatro requisitos (pessoalidade, onerosidade, eventualidade e subordinação), será

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declarado o vínculo, independentemente da nomenclatura que seja utilizada para identificar o


trabalhador (funcionário, colaborador, ajudante etc.).

A questão está errada apenas porque se refere à eventualidade. De acordo com o disposto do
artigo 3º da CLT, o correto é não eventualidade. Isso altera totalmente o sentido do texto.
Errado.

032. (CEBRASPE/TRT 7ª REGIÃO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Empregado e empregador


são os sujeitos do contrato de emprego. Analisados isoladamente, o conceito de empregado
demanda a presença de:
a) pessoa física, pessoalidade, não eventualidade, dependência e onerosidade;
b) pessoa jurídica, pessoalidade, não eventualidade, dependência e onerosidade;
c) pessoa jurídica, impessoalidade, não eventualidade, independência e onerosidade;
d) pessoa física, pessoalidade, eventualidade, independência e onerosidade.


a) Certa. Nos termos do art. 3º da CLT. O serviço deve ser não eventual, mediante subordinação
jurídica, prestado por pessoa física e mediante salário (onerosidade).
b) Errada. Porque só pode ser pessoa física.
c) Errada. Porque só pode ser pessoa física.
d) Errada. Por conta da eventualidade.
Letra a.

033. (FCC/TRT 6ª/ANALISTA JUDICIÁRIO/2012) Quanto à relação de emprego e às relações


de trabalho lato sensu, é INCORRETO afirmar:
a) Trabalho autônomo é aquele em que o trabalhador exerce as suas atividades por conta e
risco próprios, sem subordinação com o seu contratante.
b) Trabalho eventual é aquele prestado ocasionalmente, para realização de determinado even-
to, em que o trabalhador, em regra, desenvolve atividades não coincidentes com os fins nor-
mais da empresa contratante, não se fixando a uma fonte de trabalho.
c) Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, por prazo curto,
para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou
o acréscimo extraordinário de serviços, com intermediação de empresa de trabalho temporário.
d) Trabalho avulso é aquele em que o trabalhador presta serviços de curta duração para distin-
tos beneficiários, com intermediação de terceira entidade com quem mantém vínculo de em-
prego nos termos da CLT, mas não se igualando em direitos com os trabalhadores com vínculo
empregatício permanente.
e) Relação de emprego é aquela em que pessoa física presta serviços de natureza não eventual
e de forma pessoal a empregador, sob a dependência e subordinação deste, mediante salário.

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A alternativa incorreta é letra “d”. A definição de trabalhador avulso é aquele que, sindicalizado ou
não, presta serviços de natureza urbana ou rural, sem vínculo empregatício, a diversas empresas,
com intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou, quando se tratar de atividade portu-
ária, do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO). Além disso, dispõe o art. 7º, XXXIV: “igualdade de
direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso”.
Letra d.

034. (IBEG/IPREV/PROCURADOR PREVIDENCIÁRIO/2017) Partindo da premissa que a rela-


ção de emprego é uma espécie de relação de trabalho, que se baseia no nexo entre empregador
e empregado, sobre suas características, a relação de emprego não é gratuita ou voluntária,
ao contrário, haverá sempre uma prestação (serviços) e uma contraprestação (remuneração).
Assim, podemos afirmar que onerosidade caracteriza-se pelo ajuste da troca de trabalho por
salário. O que importa não é o quantum a ser pago, mas, sim, o pacto, a promessa de presta-
ção de serviço de um lado e a promessa de pagamento do salário de outro lado, e o fato de o
empregador deixar de pagar o salário não afasta a existência de onerosidade.

Questão correta, tendo em vista que a onerosidade é o pagamento ou a promessa de pagamen-


to, bem diferente do que seria no caso de voluntariado. Isso está disposto no artigo 3º da CLT.
Certo.

035. (CEBRASPE/TRT 16/JUIZ DO TRABALHO/2003) Entre os mais importantes princípios


de direito individual do trabalho, podem ser citados: da proteção, da norma mais favorável,
da imperatividade das normas trabalhistas, da indisponibilidade dos direitos trabalhistas, da
condição mais benéfica, da inalterabilidade contratual lesiva, da continuidade da relação de
emprego, da primazia da realidade sobre a forma e da intangibilidade salarial.

Esses são os princípios mais importantes e que caracterizam o direito do trabalho.


Certo.

036. (CEBRASPE/TRT 9/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2007) Uma das premissas do direito do tra-


balho é a busca da norma legal ou contratual pela melhoria das condições sociais do trabalha-
dor sob pena de nulidade.

Isso faz parte da teleologia do direito do trabalho e de suas funções, que é resguardar o pata-
mar mínimo de dignidade dos trabalhadores.
Certo.

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037. (CEBRASPE/TRT 16/JUIZ DO TRABALHO/2003) O direito do trabalho divide-se, interna-


mente, em direito individual do trabalho e direito coletivo do trabalho. Ao contrário do direito
coletivo, que é uno, o direito individual do trabalho adota dois segmentos distintos na sua
estrutura, isto é, uma parte geral, que compreende a introdução e a teoria geral do direito do
trabalho, e uma parte especial, que compreende o estudo do contrato de trabalho, de um lado,
e, de outro, o exame dos contratos especiais de trabalho.

Representa a divisão interna do direito do trabalho: individual e coletivo. No 1º caso, ainda te-
mos claramente a divisão em direito do trabalho individual geral e especial.
Certo.

038. (CEBRASPE/TRT5/JUIZ DO TRABALHO/2007) O direito do trabalho é dividido em direi-


to individual do trabalho, direito coletivo do trabalho e direito processual do trabalho.

A questão está errada, pois processo do trabalho é outro ramo jurídico. O direito do trabalho se
divide em individual e coletivo.
Errado.

039. (CEBRASPE/TRT 5ª REGIÃO/ JUIZ DO TRABALHO/2007) Com base no conceito, na


natureza, na autonomia, na flexibilização, na desregulamentação e nas fontes do direito do
trabalho, assinale certo ou errado:
Segundo a corrente que situa o direito do trabalho como um direito unitário, prevalecem na
legislação trabalhista normas de natureza direito público, sendo, portanto, esta a natureza do
direito do trabalho.

Muito embora haja um forte conteúdo social no direito do trabalho, é um ramo de direito priva-
do. Há uma corrente minoritária que defende ser de natureza pública, mista ou social.
Errado.

040. (CEBRASPE/ TRT 5ª REGIÃO/ JUIZ DO TRABALHO/ 2007) A autonomia do direito do


trabalho evidencia-se nos campos científico, doutrinário, legislativo e didático. No que concer-
ne à autonomia científica, o direito do trabalho é considerado uma disciplina estanque, tendo
em vista a peculiaridade de seus princípios e a singularidade de seus institutos, não sofrendo
influência de outras ciências e disciplinas.

O direito do trabalho não é estanque/estático, mas acompanha toda a evolução da sociedade,


enfrentando sempre os dilemas modernos do trabalho, como por exemplo o tema da uberização.
Errado.

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041. (CEBRASPE/TRT 16ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2003) A autonomia do direito do


trabalho é induvidosa, eis que apresenta os requisitos necessários para tal “status”, pois tem
um campo temático vasto e específico, dispõe de teorias próprias, possui metodologia própria
e, ainda, apresenta perspectivas e questionamentos específicos e próprios relativamente aos
demais ramos do direito próximos ou correlatos.

O direito do trabalho tem entre suas características a autonomia. É ultrapassada qualquer discussão
envolvendo a autonomia do direito do trabalho. É uma ciência/ramo autônomo de natureza privada.
Certo.

042. (CEBRASPE/TRT 16ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2003) Constitui função central do


direito do trabalho a melhoria das condições de pactuação da força de trabalho na ordem so-
cioeconômica.

Essa é uma função primordial do direito do trabalho. Nesse ponto, o direito do trabalho busca
exatamente a proteção da relação de emprego, bem como prestigiar os direitos trabalhistas
que vão sendo construídos com o decorrer dos séculos.
Certo.

043. (VUNESP/PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/PROCURA-


DOR/2019) Nos termos da Constituição Federal,
a) o trabalhador avulso tem os mesmos direitos assegurados ao trabalhador temporário;
b) não há diferença entre o trabalho avulso e o trabalho eventual;
c) o trabalhador avulso tem igualdade de direitos com o trabalhador que possui vínculo em-
pregatício;
d) o trabalhador avulso deve ser contratado diretamente pela empresa tomadora dos serviços,
sem qualquer intermediação;
e) os direitos do trabalhador avulso precisam estar previstos em convenção ou acordo coletivo
de trabalho.

b) Errada. Pois existe diferença. O primeiro tem equiparação constitucional com o empregado.
c) Certa. Consta expressamente na Constituição Federal de 1988 a igualdade de tratamento do
trabalhador avulso com o trabalhador que possui vínculo empregatício, nos exatos termos do
art. 7º, XXXIV: “igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente
e o trabalhador avulso”.
d) Errada. Precisa da intermediação do OGMO ou sindicato.
e) Errada. Pois já estão previstos na constituição.
Letra c.

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044. (IBEG/IPREV/CONTADOR/2017/ADAPTADA) A respeito dos princípios gerais da Cons-


tituição aplicáveis ao direito do trabalho, analise a validade das suposições abaixo e assinale
a alternativa ERRADA.
a) O respeito à dignidade humana.
b) Os valores sociais do trabalho.
c) Da livre iniciativa.
d) A inviolabilidade do direito à vida.
e) A interferência do Estado na organização sindical.

A alternativa “e” está errada, na medida em que se veda a interferência do Estado na organização
sindical, sendo que os demais direitos estão previstos. Dispõe o art. 8º, I, da Constituição Federal
de 1988: “É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I – a lei não poderá
exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão com-
petente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical”.
Letra e.

045. (FCM/PREFEITURA DE BARBACENA/ADVOGADO/2016) A respeito dos princípios e


das teorias do direito do trabalho, analise o item abaixo:
São inerentes ao direito do trabalho o princípio do protecionismo e o princípio da primazia da
realidade.

Está correto, pois se refere a princípios que são estruturas do direito do trabalho. Nesse ponto,
são princípios expressos na Constituição Federal de 1988.
Certo.

046. (FCM/PREFEITURA DE BARBACENA/ADVOGADO/2016) A respeito dos princípios e


das teorias do direito do trabalho, analise o item abaixo:
Os princípios da dignidade da pessoa humana e dos valores sociais do trabalho estão previs-
tos de forma expressa na Constituição Federal.

Está correto, pois se refere a princípios que são estruturas do direito do trabalho. Nesse ponto,
são princípios expressos na Constituição Federal de 1988.
Certo.

047. (COPESI UFPI/PREFEITURA DE BOM JESUS-PI/DIVERSOS CARGOS/ 2015/ADAPTA-


DA) No tocante à relação de trabalho e relação de emprego, à terceirização, aos princípios do
direito do trabalho e à duração do trabalho, analise a afirmativa abaixo:

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Toda relação de emprego é relação de trabalho, vez que a relação de emprego é apenas uma
das espécies de relação de trabalho. São requisitos caracterizadores da relação de emprego a
pessoalidade, o trabalho ser prestado por pessoa física, a exclusividade, a não eventualidade, a
onerosidade, a subordinação e a alteridade. Assim, o trabalhador autônomo não é empregado,
haja vista não existir subordinação jurídica entre este e o tomador de seus serviços.

A alternativa está errada, tendo em vista que a exclusividade não é requisito essencial para a
configuração da relação de emprego. Toda relação de emprego é uma relação de trabalho, pois
esta última é o gênero. Nesse sentido, destacam-se os artigos 2º e 3º da CLT:

Art. 2º Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da


atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
§ 1º Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissio-
nais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem
fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica
própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guar-
dando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente
pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.
§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a con-
figuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a
atuação conjunta das empresas dele integrantes.
Art. 3º Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Parágrafo único. Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador,
nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual.
Errado.

048. (MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2017) São funções históricas do direito do traba-


lho, entre outras: aperfeiçoar, elevando, as condições de contratação e gestão da força de tra-
balho humana na vida econômica e social; assegurar cidadania econômica, social e jurídica às
pessoas humanas que vivem de seu trabalho, aumentando o patamar civilizatório e democráti-
co da respectiva sociedade; contribuir para o desenvolvimento do sistema econômico contem-
porâneo, por meio do incremento do mercado interno e dos incentivos diretos e indiretos para
que os empregadores invistam no aperfeiçoamento humano e tecnológico.

A questão está adaptada à doutrina de Maurício Godinho Delgado, com a síntese do nosso ma-
terial de aula. Ainda é possível verificar a função teleológica do direito do trabalho em propiciar
a dignidade da pessoa humana. Há uma natureza protetiva das normas trabalhistas.
Certo.

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049. (AOCP/TRT 1/DIVERSOS CARGOS/2018/ADAPTADA) No que diz respeito aos princí-


pios do direito material do trabalho, analise a alternativa:
O direito comum é fonte subsidiária do direito do trabalho.

A alternativa está correta, pois o direito civil engloba também o direito comum e é fonte subsi-
diária do direito do trabalho. Ou seja, será usado quando ausente a norma trabalhista sobre o
assunto. Nesse sentido, destaque-se o art. 8º, § 1º, da CLT:

As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratu-


ais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios
e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e
costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou parti-
cular prevaleça sobre o interesse público.
§ 1º O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho.
Certo.

050. (MPT/MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2022) Integram a história do Direito


do Trabalho:
I – O Manifesto Comunista, escrito por Karl Marx e Friedrich Engels e publicado em 1848, no
contexto da chamada Primavera dos Povos.
II – A Encíclica Rerum Novarum, escrita pelo Papa Leão XIII e publicada em 1891, sobre a con-
dição dos operários.
III – A criação da Organização Internacional do Trabalho pelo Tratado de Versalhes ao final da
Segunda Guerra Mundial, sendo a mais antiga Agência Especializada das Nações Unidas.
IV – O Peel’s Act de 1802, diploma legal britânico que fixou proteções mínimas ao trabalho
das mulheres.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas.
b) Apenas as assertivas I e II estão corretas.
c) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.
d) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
e) Não respondida.

A questão quer saber sobre os eventos históricos. O inciso I está correto, pois a Primavera dos
Povos foi um conjunto de acontecimentos que marcaram a Europa no ano de 1848. Influencia-
dos pelos ideais marxista, liberal e nacionalista, esses eventos foram marcados por conflitos
entre classes (proletários x burgueses) e de combate pela unificação da Itália e da Alemanha.
O inciso II está correta pois tratava a encíclica das condições sociais. O inciso III está errado,

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pois a OIT é pós 1a Guerra Mundial, do ano de 1919. O inciso IV está errado, pois a proteção era
para os menores. Logo, corretos apenas os incisos I e II.
Letra b.

051. (QUADRIX/CRP 9/ANALISTA/2022) No Brasil, a lei trabalhista central, que incorpora a


matriz essencial do modelo trabalhista do País, é o Código Civil de 2002.

A questão está errada, pois o direito do trabalho está regulamentado, em nível infraconstitucio-
nal, pela CLT – Consolidação das Leis do Trabalho.
Errado.

052. (QUADRIX/CRP 9/ANALISTA/2022) As fontes materiais do direito do trabalho, sob


a perspectiva econômica, estão, como regra, atadas à existência e à evolução do sistema
capitalista.

O direito do trabalho deve ser considerado produto cultural do século XIX e das transformações
e condições sociais, econômicas e políticas que colocam a relação de trabalho subordinada
como núcleo do processo produtivo característico daquela sociedade e que tornaram possível
o aparecimento deste ramo novo da ciência jurídica, com características próprias e autonomia
doutrinária. O direito do trabalho freia o capitalismo.
Certo.

053. (QUADRIX/CRP 9/ANALISTA/2022) O direito do trabalho, segundo a definição objetivis-


ta, é o corpo de princípios e de normas jurídicas que ordenam a prestação do trabalho subordi-
nado ou seu equivalente, bem como as relações e os riscos que dela se originam.

A doutrina mais destacada do direito do trabalho traz, pelo menos, três tipos de definições a
partir do estudo de direito do trabalho: definições subjetivas, objetivas e mistas. Subjetivas –
definições pelo SUJEITO, ou seja, o ponto de partida aqui vai ser exatamente as partes da rela-
ção: empregado e empregador. Objetivas – definições pelo OBJETO, ou seja, a relação jurídica
de trabalho apontada pelas partes.
Mistas – definições mais amplas, que trazem elementos tanto subjetivos como objetivos.
Certo.

054. (FCC/PREFEITURA DE TERESINA/PROCURADOR/2022) As fontes formais heterogêne-


as do Direito do Trabalho, sob a perspectiva econômica, estão, regra geral, atadas à existência
e evolução do sistema capitalista, advindo da Revolução Industrial, do século XVIII.

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O direito do trabalho deve ser considerado produto cultural do século XIX e das transformações
e condições sociais, econômicas e políticas que colocam a relação de trabalho subordinada
como núcleo do processo produtivo característico daquela sociedade e que tornaram possível
o aparecimento deste ramo novo da ciência jurídica, com características próprias e autonomia
doutrinária. O direito do trabalho freia o capitalismo através de normas estatais heterônomas.
Certo.

055. (UNESC/PREFEITURA DE CRICIÚMA/PROCURADOR/2021) Historicamente, a organi-


zação da Justiça do Trabalho no Brasil foi inspirada no sistema dito “paritário” da Itália fascis-
ta, que mantinha um ramo especializado do Judiciário na solução de conflitos trabalhistas, em
cuja composição figuravam representantes do Estado (juízes togados), da classe empresarial
e da classe trabalhadora (juízes classistas) (LEITE, 2021). Até a Constituição Federal de 1946,
apesar de ser nominada de Justiça do Trabalho, ela não fazia parte do Poder Judiciário, mas
era vinculada ao Poder Executivo. Por meio desta Constituição Federal de 1946, ela foi incor-
porada ao Poder Judiciário e a composição de seus órgãos sofreram algumas alterações, cul-
minando com a composição atual. Entre as alternativas abaixo, assinale a atual composição
dos órgãos da Justiça do Trabalho.
a) Tribunal Superior do Trabalho; Tribunais Regionais do Trabalho; Juntas ou Juízes de Conci-
liação e Julgamento.
b) Tribunal Superior do Trabalho; Tribunais Regionais do Trabalho; Juntas de Conciliação e
Julgamento.
c) Tribunal Superior do Trabalho; Tribunais Regionais do Trabalho; Varas de Conciliação e
Julgamento.
d) Tribunal Superior do Trabalho; Tribunais Regionais do Trabalho; Juízes do Trabalho.
e) Tribunal Superior do Trabalho; Tribunais Regionais do Trabalho; Varas do Trabalho.

Responde-se a questão pelo texto constitucional:

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:


I – o Tribunal Superior do Trabalho;
II – os Tribunais Regionais do Trabalho;
III – Juizes do Trabalho.
Letra d.

056. (IBFC/PREFEITURA DE DOURADOS/PROCURADOR/2022) O Princípio da proteção ou


tutelar consiste na utilização da norma e da condição mais favoráveis ao trabalhador, de forma
a tentar compensar juridicamente a condição de hipossuficiente do empregado. Ele consiste
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na aplicação, ao Direito do Trabalho, do princípio da igualdade em seu aspecto substancial,


segundo o qual igualdade é tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os desiguais, na
medida de suas desigualdades

O Princípio da Proteção no Direito do Trabalho é uma maneira de evitar abusos por parte do
empregador, sendo assim uma proteção ao trabalhador conferida pelo Estado. Trata-se de
um direito irrenunciável pelo empregado e também de um princípio muito importante no âm-
bito do Direito Trabalhista. Busca-se diminuir a desigualdade substancial entre empregado e
empregador.
Certo.

057. (FUMARC/TRT3/ANALISTA/2022) O princípio da proteção indica que o Direito do Traba-


lho é um ramo jurídico especial, voltado para a proteção da parte hipossuficiente das relações
de emprego, notadamente o trabalhador.

O Princípio da Proteção no Direito do Trabalho é uma maneira de evitar abusos por parte do
empregador, sendo assim uma proteção ao trabalhador conferida pelo Estado. Trata-se de
um direito irrenunciável pelo empregado e também de um princípio muito importante no âm-
bito do Direito Trabalhista. Busca-se diminuir a desigualdade substancial entre empregado e
empregador.
Certo.

058. (FUMARC/TRT3/TÉCNICO/2022) Os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impe-


dir ou fraudar a aplicação dos preceitos trabalhistas são:
a) Anuláveis.
b) Lícitos, se feitos com a anuência do empregado.
c) Nulos de pleno direito.
d) Válidos, se causados por agentes diversos da pessoa empregadora.
e) Válidos, se expressarem costumes arraigados no âmbito da prestação do serviço.

A questão se resolve pela literalidade do artigo 9 da CLT: Art. 9º - Serão nulos de pleno direito
os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos
contidos na presente Consolidação
Letra c.

059. (FCC/PREFEITURA DE TERESINA/PROCURADOR/2022) Esse ramo jurídico especiali-


zado constitui-se das seguintes fontes materiais heterônomas: costumes; convenções coleti-
vas de trabalho e acordos coletivos de trabalho.

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São fontes autônomas do direito do trabalho quando produzidas pelas próprias partes en-
volvidas – empregado e empregador – e, assim, convenções coletivas de trabalho e acordos
coletivos de trabalho são fontes autônomas.
Errado.

060. (FGV/TST/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2023) Por meio da Encíclica Rerum No-


varum, o papa Leão XIII,dentre outros temas, abordou a condição de trabalho do proletariado,
defendendo que, dentre os deveres principais do patrão, estava preservar a isonomia salarial
entre os operários, pois defendia que na sociedade civil todos deveriam ter o mesmo nível so-
cial, em igualdade de condições.

A assertiva está errada, pois a Rerum Novarum não mencionada igualdade salarial. Conforme
o trecho, percebe-se o oposto: “Mas, entre os deveres principais do patrão, é necessário colo-
car, em primeiro lugar, o de dar a cada um o salário que convém. Certamente, para fixar a justa
medida do salário, há numerosos pontos de vista a considerar.”
Errado.

061. (FGV/TST/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2023) O direito do trabalho é produto do


século XIX, nascendo como reação à crescente exploração do trabalho humano. No Brasil, a
Constituição de 1891, embora consagrasse o princípio da não intervenção do Estado nas rela-
ções de trabalho, destacou-se como a primeira carta constitucional a abordar em seu texto a
necessidade de um direito ao “trabalho livre, justo e remunerado.

O trabalho passou a ser tratado na Constituição brasileira de 1934 como algo digno. Na Cons-
tituição de 1891:

Art. 72, § 24 É garantido o livre exercício de qualquer profissão moral, intelectual e industrial, mas
não trata do trabalho digno e justo.
§ 34 Nenhum emprego pode ser criado, nem vencimento algum, civil ou militar, pode ser estipulado
ou alterado senão por lei ordinária especial.
Errado.

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REFERÊNCIAS
BRASIL. Consolidação das Leis Trabalhistas. Brasília: Senado Federal, 1943.

______ Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Senado Federal, 1988.

_______Tribunal Superior do Trabalho. Brasília. Disponível em: <www.tst.jus.br>. Acesso em se-


tembro/2020.

DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 18ª edição, Editora Ltr, 2019.

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ANEXO
JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 428 do TST SOBREAVISO APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA CLT (reda-
ção alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) – Res. 185/2012, DEJT
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 I – O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados
fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso. II –
Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por
instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente,
aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso.

Súmula 386/TST – 20/04/2005 – Relação de emprego. Policial militar. Reconhecimento


de vínculo empregatício com empresa privada. CLT, art. 3º. Preenchidos os requisitos do
art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar
e empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar
prevista no Estatuto do Policial Militar.

Maria Rafaela

Juíza do trabalho substituta da 7ª Região. Doutoranda em Direito pela Universidade do Porto/Portugal.


Mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade do Porto/Portugal. Professora de cursos de pós-gradua-
ção na Universidade de Fortaleza - Unifor. Palestrante. Professora convidada da Escola Judicial do TRT 7ª
Região. Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Professora de cursos preparatórios
para concursos públicos. Formadora da Escola de Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.
Cargos desempenhados: foi juíza do trabalho substituta no TRT 14ª Região, promotora de justiça titular do
MPRO, analista judiciária do TJCE; professora concursada do quadro permanente na Universidade Federal
de Rondônia; professora concursada temporária na Universidade Federal do Ceará. Aprovada em outros
concursos públicos. Autora de artigos científicos publicados.
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