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INSTITUTIÇÃO

Curso

SANDRA APARECIDA ACACIO CUNHA

POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO PEDAGÓGICA

Rio Grande da Serra

2019
INSTITUTIÇÃO

Curso

SANDRA APARECIDA ACACIO CUNHA

POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO PEDAGÓGICA

Rio Grande da Serra

2019
RESUMO

A era da conectividade e informação do tempo atual causou intensas transformações e


neste contexto educacional, a proposta pedagógica da escola é um documento que passou
a ter um valor crítico quando o tema é uma instituição de ensino bem-sucedida e alinhada às
novas questões sociais. Por objetivo, queremos demonstrar as políticas públicas
implementadas e adotadas em lei quanto as propostas pedagógicas e justifica-se
resumidamente pelo papel da escola de elaborar, comunicar e realizar as atividades
educacionais de acordo com a proposta pedagógica constituída. Assim para que o caráter
público seja efetivado é necessário que os direitos existam não apenas como texto da lei,
mas que sejam parte concreta da realidade em todos os âmbitos. No Brasil, esse debate
vem alcançando mais relevância, a partir dos anos 80 e 90, por meio de proposições da
sociedade civil organizada e de ações governamentais no campo das políticas públicas.

ABSTRACT

The age of connectivity and information of the present time has caused intense
transformations and in this educational context, the school's pedagogical proposal is
a document that has become critically valuable when the theme is a successful
educational institution aligned with new social issues. The objective is to demonstrate
the public policies implemented and adopted in law regarding the pedagogical
proposals and it is briefly justified by the role of the school to elaborate, communicate
and carry out the educational activities in accordance with the constituted
pedagogical proposal. Thus, for public character to be effective, rights must exist not
only as a text of the law, but as a concrete part of reality in all areas. In Brazil, this
debate has been becoming more relevant since the 1980s and 1990s through
proposals from organized civil society and government actions in the field of public
policy.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................5
DESENVOLVIMENTO: POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO PEDAGÓGICA.............6
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................10
REFERÊNCIAS...........................................................................................................12
INTRODUÇÃO
A era da conectividade e informação do tempo atual causou intensas
transformações em todos os aspectos em nossa sociedade. No contexto
educacional, a proposta pedagógica da escola é um documento que passou a ter um
valor crítico quando o tema é uma instituição de ensino bem-sucedida e alinhada às
novas questões sociais.

O momento de planejamento do diretor junto a sua equipe pedagógica é


fundamental, pois a intervenção não se dá especificamente na sala de aula, mas na
organização da escola, ou seja, nas ações gerais, levando em conta os dados da
avaliação de aprendizagem de todos os estudantes.

Contudo, de tal modo como em qualquer outra área, na educação também


ocorre períodos do que podemos chamar de “modismos”, com teorias pedagógicas
sendo difundidas sem o devido cuidado ou reflexão crítica. Com obviedade, os
efeitos disso podem ter o efeito inverso ao destinado, trazendo perdas a toda
comunidade escolar.

Por objetivo, queremos demonstrar as políticas públicas implementadas e


adotadas em lei quanto as propostas pedagógicas no Brasil. Justifica-se
resumidamente pelo papel da escola de elaborar, comunicar e realizar as atividades
educacionais de acordo com a proposta pedagógica constituída, porém, apenas se
dá na medida em que todos e cada um dos profissionais que atuam na escola
entendam e assumam esse papel como seu. Afinal, uma escola é uma organização
social constituída e feita por pessoas. Esse processo, por certo, por sua
complexidade, dinâmica e abrangência, demanda uma gestão específica que
envolve a articulação entre concepções, estratégias, métodos e conteúdo, assim
como demanda esforços, recursos e ações, com foco nos resultados pretendidos.
Esse processo de articulação representa a gestão pedagógica.
DESENVOLVIMENTO: POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO
PEDAGÓGICA
Atualmente, além das disciplinas e conhecimentos clássicos, conceitos de
tecnologia e acesso à informação, inclusão social, direitos humanos, ética e
cidadania, relação com o meio ambiente, entre outros estão sendo incluídos nos
currículos de muitas escolas, das mais diversas maneiras. O objetivo é a formação
de adultos conscientes de suas responsabilidades, atuantes socialmente, cientes da
realidade onde estão inseridos e ávidos pelos mais diversos tipos de conhecimentos.

A proposta pedagógica da escola é prevista na Lei de Diretrizes e Bases da


Educação de 1996 e tem como finalidade principal garantir a autonomia das
instituições de ensino no que se menciona à gestão de suas questões pedagógicas.
Na prática, trata-se de um documento que define a linha orientadora de todas as
ações da escola, desde sua estrutura curricular até suas práticas de gestão.

Segundo a lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 no título II dos princípios e


fins da educação nacional no Art. 3º: “o ensino será ministrado com base nos
seguintes princípios: pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas. ” A
proposta pedagógica em regra está fundamentada em uma linha educacional
proposta e descrita em determinada teoria pedagógica, como o Construtivismo, por
exemplo, que tem recebido muita força recentemente. Porém, independentemente
da linha teórica que apontada escola aspira seguir, é imprescindível esclarecer que
cada uma delas possui seus próprios valores, dificuldades, vantagens e
desvantagens, que podem ser adaptados a diferentes realidades escolares.

Mais adiante no Art. 12 onde determina que “Os estabelecimentos de ensino,


respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência
de elaborar e executar sua proposta pedagógica. E no artigo 13 aponta o dever dos
docentes de incumbir-se de participar da elaboração da proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino e elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a
proposta pedagógica do estabelecimento de ensino.

Apesar disso, a Lei de Diretrizes e Bases não se estabelece em um conjunto


de normas rígidas, que devem ser adotadas literalmente. Dessa maneira, essa
flexibilidade aceita que cada escola esteja aberta para elaborar sua proposta
pedagógica de acordo com seus interesses, de seus alunos e da comunidade onde
está inserida.

Porém, apesar de poder adaptar os conteúdos e disciplinas com certa livre-


arbítrio, as instituições de ensino precisam estar atentas às orientações contidas nas
diretrizes curriculares elaboradas pelo Conselho Nacional de Educação e nos
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Além disso, a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) põe uma série de aprendizagens que devem ser lecionadas,
assim como dez competências gerais que os alunos devem desenvolver ao longo da
Educação Básica.

QUAL O PRINCIPAL OBJETIVO DA PROPOSTA PEDAGÓGICA?

A resposta mais dialética a esse ponto é a de que os alunos aprendam e


tenham a chance de desenvolver o seu potencial e as habilidades necessárias para
que possam participar ativamente dos contextos sociais de que fazem parte, tanto
aproveitando o seu acervo sociocultural e produtivo, como contribuindo para a sua
expansão. Aprendizagem e formação dos alunos são, pois, o foco do trabalho
escolar.

No capítulo IV da lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 onde trata-se do direito


à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer no art. 53 cita que a “criança e ao
adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua
pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,
assegurando-se lhes: é direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo
pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. ”

A pesquisadora Luck (2008) aponta algumas competências na atuação do


diretor quanto à gestão pedagógica, a saber:

“• promover a visão abrangente do trabalho educacional e do papel da


escola, norteando suas ações para a promoção da aprendizagem e
formação dos estudantes.
• liderar na escola a orientação da ação de todos os participantes da
comunidade escolar pelas proposições do Projeto Político-Pedagógico e do
currículo escolar.

• promover orientação de ações segundo o espírito construtivo de


superação de dificuldades e desafios, com foco na melhoria contínua dos
processos pedagógicos voltados para a aprendizagem e formação dos
estudantes.

• orientar a integração horizontal e vertical de todas as ações pedagógicas


propostas no projeto pedagógico e a contínua contextualização dos
conteúdos do currículo escolar com a realidade.

• estabelecer a gestão pedagógica como aspecto de convergência de todas


as outras dimensões de gestão escolar.

• identificar e analisar a fundo limitações e dificuldades das práticas


pedagógicas no seu dia a dia, formulando e introduzindo perspectivas de
superação, mediante estratégias de liderança, supervisão e orientação
pedagógica.

• acompanhar e orientar a melhoria do processo de ensino e aprendizagem


na sala de aula mediante observação e diálogo de feedback
correspondente.

• orientar, incentivar e viabilizar oportunidades pedagógicas especiais para


estudantes com dificuldades de aprendizagem e necessidades educacionais
especiais.

• promover e organizar a utilização de tecnologias da informação


computadorizada (TIC) na melhoria do processo ensino aprendizagem. ”
Fonte: LUCK, 2008, p. 93 (Adaptado)

Conforme acima, a liderança pedagógica é associada por uma forte conexão


entre as tarefas que expressam peculiar atenção à atividade de orientação e
acompanhamento do planejamento escolar, ou seja, assistir às aulas e orientar
pedagogicamente os professores; promover reuniões pedagógicas e orientar os
professores na elaboração de projetos didáticos e deveres escolares. A liderança
escolar tem o intuito de dar suporte aos afazeres do professor em suas atividades
diárias e administrativas, elaboração de relatórios, atas, planilhas. Por último, a
liderança relacional está vinculada às tarefas que exigem a presença da liderança no
cotidiano escolar, no atendimento dos alunos, pais e professores, inclusive na
organização de festas e eventos na escola.

É evidentemente lógico que as ações desenvolvidas na escola tenham um


manifesto e intencional sentido pedagógico, isto é, que todas e cada uma delas
constituam-se em um ato direcionado intencionalmente para transformações dos
processos sociais nela praticados e, em última instância, de transformação da
própria prática pedagógica e da escola como um todo, de modo a que os alunos
tirem melhor proveito dela. Daí porque constituir-se a gestão pedagógica em uma
das dimensões mais importantes do trabalho do diretor escolar que, embora
compartilhada com um coordenador ou supervisor pedagógico, quando existir na
escola, nunca é a esses profissionais inteiramente delegada (Luck, 2007). A
responsabilidade pela sua efetividade permanece sempre com o diretor escolar,
cabendo-lhe a liderança, coordenação, orientação, planejamento, acompanhamento
e avaliação do trabalho pedagógico exercidos pelos professores e praticados na
escola como um todo.

A atualidade dos processos pedagógicos, a contextualização de seus


conteúdos em relação à realidade, os métodos de sua efetivação, a utilização de
tecnologias, a dinâmica de sua realização, a sua integração em um currículo coeso
são algumas das responsabilidades da gestão pedagógica observadas pelo diretor
escolar. A diversidade dos aspectos a serem observados pelo diretor em relação aos
aspectos promotores da aprendizagem e formação dos alunos são, portanto,
múltiplos, sendo aqui destacados alguns deles.

A educação escolar configura-se, portanto, em ato político e pedagógico na


medida em que requer sempre uma tomada de posição. A ação educativa e,
consequentemente, a política educacional em qualquer das suas feições não
possuem apenas uma dimensão política, mas são sempre políticas, já que não há
conhecimento, técnica ou tecnologias neutras, pois todas são expressões e formas
conscientes, ou não, de engajamento das pessoas na sociedade

Para melhorar esse cenário, o governo brasileiro vem adotando a partir de


2003 políticas dirigidas aos trabalhadores da educação e à melhoria dos processos
de gestão, por meio de programas de formação continuada, entre os quais o
Profuncionário é um exemplo. No que tange ao estímulo à participação na gestão e
nos processos pedagógicos no Município e na escola, o Pró-Conselho e o Programa
Nacional de Conselhos Escolares são iniciativas inovadoras.

O ProFuncionário é um ótimo exemplo de políticas públicas de sucesso. O


programa que visa a formação dos funcionários de escola, em efetivo exercício, em
habilitação compatível com a atividade que exerce na escola. A formação em nível
técnico de todos os funcionários é uma condição importante para o desenvolvimento
profissional e aprimoramento no campo do trabalho e, portanto, para a carreira.
Conforme decreto no. 7.415 de 30 de dezembro de 2010 “institui a política nacional
de formação dos profissionais da educação básica e dispõe sobre a formação inicial
em serviço dos funcionários da escola”. Um dos objetivos fundamentais, está a
valorização do trabalho desses profissionais da educação, através do oferecimento
dos cursos de formação inicial em nível técnico proporcionados pelo ProFuncionário.

Essas questões revelam a relação direta entre a situação objetiva dos


trabalhadores em educação e a gestão escolar. Ou seja, pensar a democratização
da gestão implica considerar em que condições se realizam os processos de
trabalho e as ações pedagógicas. Assim, é preciso entender a gestão como um
espaço de construção política para além das questões meramente administrativas e,
portanto, englobar as condições de ensino-aprendizagem, de democratização da
gestão e de escolha dos dirigentes escolares.

A importância do Projeto Político-Pedagógico e do trabalho coletivo na escola


A LDB estabelece no artigo 2 o as finalidades da educação nacional, que são: o
desenvolvimento pleno do educando, sua preparação para o exercício da cidadania
e sua qualificação para o trabalho. O Projeto Político-Pedagógico tem como
fundamentos esses mesmos objetivos institucionais

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A reflexão sobre o papel da proposta pedagógica e administrativa em escola
do campo apontou a necessidade da conexão entre o administrativo e o pedagógico,
visando uma prática e políticas educativas capaz de intervir criativa e criticamente na
formação cidadã dos estudantes. Por exercer importantes atribuições, a liderança
deve gerar um clima confiança, de transformação de atitudes e estimular os
integrantes da equipe para o seguirem em direção a uma escola reflexiva,
autônoma, participativa visando à concretização dos ideais educacionais da
sociedade contemporânea e isso deve estar compatível com o plano pedagógico
implementado.

Assim para que o caráter público seja efetivado é necessário que os direitos
existam não apenas como texto da lei, mas que sejam parte concreta da realidade
em todos os âmbitos. No Brasil, esse debate vem alcançando mais relevância, a
partir dos anos 80 e 90, por meio de proposições da sociedade civil organizada e de
ações governamentais no campo das políticas públicas. Nessa dinâmica, o seu
processo de redemocratização trouxe ao cenário, questões pertinentes à cidadania e
participação social, com ênfase nos direitos humanos, inclusive a educação, como
ferramentas contributivas à implementação da democracia brasileira.

A gestão educacional e pedagógica é de extrema importância dentro do


processo educativo, pois como afirma Lück (2009, p. 25) é um meio e não um fim
em si mesmo, “[...] o fim último da gestão é a aprendizagem efetiva e significativa
dos alunos [...]”. É isso que a política de cunho pedagógico deve considerar na
efetivação do seu plano trabalho, realizar ações que contemplem o educando como
ator principal das vivências pedagógicas.

Por fim, as políticas públicas pedagógicas na educação ainda têm todo um processo
para se desenrolar mais ainda se faz necessário que a sociedade tenha consciência
do trabalho prestado pelas instituições de educação, reconhecendo-a como um
espaço pedagógico.

REFERÊNCIAS
Brasil. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Brasília, DF, 1990. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>
_____. Decreto nº 7.415, de 30 de dezembro de 2010. Brasília, 2010. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7415.htm>

_____. Decreto nº 8.752, de 9 de maio de 2016. Brasília, 2016. Disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/d8752.htm#art19

_____. Comitê nacional de educação em direitos humanos. Plano nacional de


educação em direitos humanos: 2007. Brasília: secretaria especial dos direitos
humanos, 2007. 76 p. Disponível < http://portal.mec.gov.br/docman/2191-plano-nacional-
pdf/file>

LUCK, heloísa. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Curitiba: editora


positivo, 2008.

______. Concepções e processos democráticos de gestão educacional. 2. Ed.


Petrópolis: vozes, 2007.

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