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BY CARRIE AARONS
AVISOS SUNS!
A tradução foi efetuada pelo grupo SB, fãs e admiradores da
autora, de modo a proporcionar ao leitores e também admiradores
o acesso à obra, incentivando à posterior aquisição. O objetivo do
grupo é selecionar livros sem previsão de publicação no Brasil,
traduzindo-os e disponibilizando-os aos admiradores, sem
qualquer forma de obter lucro, seja ele direto ou indireto.
Levamos como objetivo sério, o incentivo para seus admira-
dores adquirirem as obras, dando a conhecer os autores que, de
outro modo, não poderiam, a não ser no idioma original, impossi-
bilitando o conhecimento de muitos autores desconhecidos no
Brasil.
A fim de preservar os direitos autorais e contratuais de auto-
res e editoras, o grupo SB poderá, sem aviso prévio e quando en-
tender que necessário, suspender o acesso aos livros e retirar o
link de disponibilização, daqueles que forem lançados por edito-
ras brasileiras.
BY CARRIE AARONS
PRÓLOGO
Demi
Passo uma camada extra do meu batom favorito e dou uma segunda
olhada para verificar se cada cílio está perfeitamente separado e coberto
com rímel preto. Alcançando a escova de cabelo escovo outra vez os
cachos que fiz, fazendo-os parecerem mais naturais, mas incrivelmente
sexys.
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Minto para mim mesma, dizendo ao meu coração estúpido que dessa
vez ele notará todo o meu esforço. Que quando abrir a porta, finalmente
perceberá que sou bonita e que vale a pena conversar comigo de verdade,
não apenas me ligar no meio da noite para foder.
Mas, é claro que ele não reconhecerá nada disso. Ele cobrirá a minha
boca com a dele, colocará as mãos no meu cabelo, arrancará as minhas
roupas... então serei um caso perdido. Toda a resolução que construí, as
horas com as quais passei conversando comigo mesma sobre como formar
uma conexão real desta vez, tudo irá por água abaixo.
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Porque sou a mariposa e ele é a chama.
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CAPÍTULO UM
Demi
Saber que você está possibilitando isso e que faria o necessário para
permitir que a felicidade aumentasse ainda mais.
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seus tubos de oxigênio ou dão uma injeção no meio do Magic Kingdom, ou
protegem seus corpos fracos do sol, porque estar ao ar livre
comprometerá seu sistema imunológico.
É o que acontece agora com Ryan Gunter. O garoto de sete anos que
foi diagnosticado recentemente com o mesmo câncer que assisti
desmantelar meu próprio irmão anos atrás.
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E isso aconteceu agora, uma conformidade silenciosa caiu sobre a
mesa.
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chegava ao meu apartamento depois de um longo dia na empresa de
relações públicas em que trabalhava, pensava em começar essa
organização sem fins lucrativos que faria crianças com doenças
incuráveis felizes e daria uma pequena parte de alegria às famílias que
estavam sofrendo, porque sabia muito bem como era.
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Elas parecem manter o ânimo de todos, e quando as famílias vêm
nos visitar apenas a visão de um belo buquê os deixam à vontade ou lhes
dão um pequeno impulso de alegria.
— Acho que você está certa. — Pego minha bolsa de couro e a sigo.
— Por que sinto que envelhecemos toda vez que chegamos aqui? —
As calças de estampa de cobra de Farrah e a blusa de manga branca
fazem com que ela pareça diferente das outras pessoas.
Ela é mais ousada do que eu, seu cabelo preto é cortado em estilo
Chanel e tem um piercing no nariz. Quando a entrevistei pela primeira
vez, pensei que não poderíamos trabalhar juntas.
1 401(k) é um plano de aposentadoria pago pelo empregador. Esse tipo de plano permite que o
funcionário invista parte do seu salário antes da incidência de impostos sobre o seu salário.
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Farrah estica o pescoço e diz: — Droga, eu preciso transar.
Ela já pediu isso antes. — Não, você conhece minha regra. Sem
encontros, sem homens.
— Você é lésbica? Vamos, fala sério, você sabe que pode me dizer.
Aceno para mim mesma, sabendo que estou certa. Se você não
deixar ninguém entrar, pelo menos intimamente, nunca se machucará.
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E nunca me permitiria me machucar novamente.
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CAPÍTULO DOIS
Paxton
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Alongo o meu quadril, aquecendo minha perna direita na academia
que não se parece em nada com a que treinei nos últimos dez anos.
Porque o que também vem junto com o envelhecimento, pelo menos como
jogador de futebol americano profissional, é ser negociado. É deixar o
time pelo qual sangrou, por anos, porque eles poderiam te vender barato
para uma equipe que poderia precisar de um veterano experiente, mesmo
que você não seja cem por cento um veterano.
Estou amargurado, sim, mas é assim que acontece na liga. Não que
Charlotte não seja legal; é mais quente que Massachusetts. Frequentei a
faculdade aqui, é como voltar para casa. Tem um bom centro da cidade e
uma boa base de fãs, o apartamento em que cresci não está tão ruim.
— Sentindo-se solto, o que é bom. Acho que estarei bem para treinar
essa semana. — Estávamos uma semana fora da temporada regular e
perdi o treinamento no campo.
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Após rasgar os músculos do joelho na metade da temporada passada,
decidi fazer a cirurgia e fazer a dura batalha de um retorno. Aos trinta
anos, muitos contavam meus últimos minutos. Mas eu ia provar que
esses linguarudos estavam errados.
— Entendo. Mas... você deveria sair um pouco. Ande por aí, veja
como os fãs e as pessoas agem aqui. Às vezes, isso te dará ainda mais
motivação. Lembre-se, o futebol é tanto um jogo mental quanto físico.
Ele estava certo, é claro, mas eu não me permitia ter uma vida social
há anos. Uma bebida ocasional com um companheiro de equipe, um
jantar com meu irmão quando ele veio à cidade, um raro encontro... mas
foi isso. Minha vida, nos últimos sete anos estava miseravelmente
solitária.
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Anthony vê minha hesitação. — Escute, eu vou te dizer uma coisa.
Vou pagar uma cerveja após você gritar pela próxima hora.
****
Tudo mudou nos oito anos em que estive fora, inclusive eu.
2 IPA Hoppy é um tipo de cerveja com alta concentração de lúpulos, o que faz com que seu sabor seja
mais amargo. Sua graduação alcoólica também é um pouco maior que o normal.
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Ele ri. — Para um velhote nesta liga, você pode surpreendentemente
se manter.
Não passei muito tempo com Jason Bryant, o treinador com quem
jogava agora, mas ele parecia um pé no saco. E, como Anthony, ele foi
direto comigo em cada interação que tivemos até agora. Havia algo a ser
dito por ser um jogador mais velho. Como os treinadores e funcionários
estavam mais próximos da sua idade do que os garotos arrogantes que
vinham da faculdade havia algum tipo de respeito tácito.
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aqui; nossa filha acabou de começar o jardim de infância... é uma ótima
cidade para se viver.
Pelo olhar em seus olhos, sei que ele fala sério. Já vi duas emoções
diferentes de pessoas que são casadas; felicidade ou sofrimento. Anthony
está obviamente na primeira e, uma pequena parte de mim, queima de
ciúmes. Nunca cheguei perto disso, mas Deus sabe que passei anos sendo
egoísta demais para perceber que queria algo como o que ele tinha.
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CAPÍTULO TRÊS
Demi
Uma semana depois chega o dia do nosso encontro com Ryan, sua
família e o jogador de futebol americano que ajudará a realizar seu
desejo.
Com tudo que estava acontecendo, junto com os dois eventos sociais
em que participei essa semana na esperança de recrutar novos membros
do conselho, não tive tempo de planejar todos os detalhes minuciosos do
desejo de Ryan. Estava mais interessada em conhecer a família, o que
comecei a fazer com a minha visita ao hospital. Mas eu sabia que o sonho
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dele incluía o time de futebol aqui em Charlotte e algo sobre ficar à
margem do campo num jogo.
Ele nem estava na mesma sala que eu, e ainda assim poderia me
afetar dessa forma.
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esquerda, a mandíbula forte como aço que agora está coberta de barba
loira.
Ela me confundiu. Claro que eu sabia quem era Paxton Shaw e sabia
que ele era um atleta profissional, o que era culpa do Facebook. Mas, eu
sabia quem ele era por uma razão muito diferente das centenas de
milhares de americanos que adoravam a seus pés todos os domingos.
3 Tight-End, é um jogador mais forte e versátil, possui duas funções no campo, bloquear e receber
passes.
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Fazia oito anos desde que o vi, mas era como se eu pudesse sentir as
mãos de Paxton sobre cada centímetro do meu corpo.
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— Olá a todos. Ryan, é tão bom vê-lo novamente. Como você está se
sentindo, garoto? — Entro no modo profissional, não querendo mais dar
atenção a esse homem.
— Isso é tão legal! Espero que esses adultos não estejam entediando
você demais. — Eu pisco conspiratoriamente para ele.
Ele ri, e olho para a mãe dele, que tem lágrimas nos olhos.
Provavelmente é o melhor que ele sentiu em um ano, e sei como é ser
grato por isso. Sento-me ao lado dela, apertando a sua mão.
Joe começa a reunião, detalhando para qual jogo Ryan e sua família
irão, como participarão dos treinos de antemão, sua posição com os
treinadores durante o primeiro e o segundo trimestre.
Sei que é estranho ainda não ter cumprimentado Paxton, não ter
estendido minha mão e nem agradecido por estar aqui.
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CAPÍTULO QUATRO
Demi
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semicírculo, algumas delas moendo em caras e algumas apenas fazendo
suas próprias coisas.
Bem mais de trinta centímetros mais alto do que eu, com cabelos
loiros indisciplinados enfiados atrás das orelhas, jeans escuro cobrindo as
pernas longas e uma camiseta branca com decote em V mal contendo a
massa de músculos que constituem seus braços. Um diamante pisca em
um lóbulo da orelha e é brega, mas também grita bad boy.
E, no entanto... há algo nesse cara que me atrai para ele até eu estar
praticamente sentada no colo dele. Talvez sejam as bebidas me deixando
ousada ou talvez seja a necessidade de fazer algo tão fora do personagem
que meu coração grita por isso.
Mas me vejo iniciando uma conversa com o cara mais gostoso que já
coloquei os olhos.
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Seus olhos, verdes brilhantes mesmo na luz escura da festa em casa,
me examinam. Sinto-me nua, despida para ele. É emocionante, sujo e
quero mais.
— Deveria?
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Seu sorriso é ainda mais arrogante quando ele estende a mão. —
Paxton Shaw, ao seu serviço.
Nunca fui esse tipo de garota, só vi esse tipo de cena nos filmes. Mas
eu o quero tanto, ao contrário de como sempre quis que alguém me
tocasse antes. Quase como se ele não me tocasse eu morreria no local.
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E amando cada segundo disso.
Sexo, nas duas vezes que fiz, sempre parecia um ato que uma
mulher não gostava, mas precisava tolerar por um homem.
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— Vejo você por aí, boneca.
Ele piscou para mim, e depois saiu pela porta, fechando- a atrás
dele.
Foi a primeira vez que agi por impulso, fui para a cama com um
estranho. E agora me deparei com a verdade fria e dura de que, como
todo o resto, ele era um porco que não queria nada além de me foder.
Que pena que toda vez que o vi depois daquela noite, a amnésia se
instalou no que diz respeito a esses sentimentos de abandono.
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CAPÍTULO CINCO
Paxton
Demi tinha um daqueles corpos que parecia bom demais para ser
verdade. Uma cintura fina que dava lugar a uma bunda redonda e firme
na parte inferior, seios grandes e empinados. E mesmo com essas curvas
ela era quase magra e alta como uma modelo.
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Eu sabia, entrando nesta reunião, que ela era dona da Wish Upon a
Star.
Tive exatamente a mesma reação que ela teve comigo, mas tive
tempo suficiente para aproveitar a privacidade da minha própria casa.
Quando vi a foto dela no site, minha língua quase caiu. A garota que fodi
por alguns anos na faculdade, bem na frente dos meus olhos. Minha foda
principal, um dos sexos mais quentes que já tive, morando aqui na minha
nova cidade.
— Senhor Shaw, o que posso fazer por você? — A voz de Demi é uma
polidez cortante.
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Entro e fecho a porta. Tenho a sensação de que seus funcionários
não têm ideia de que nos conhecemos e tenho certeza que ela não deseja
isso.
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aquele familiar perfume de baunilha. É engraçado, não importa quantos
anos se passaram, sempre que sinto o cheiro desse aroma penso em
Demi.
O que eu deveria ter feito era dar à garota com quem saía há dois
anos a decência de um adeus. Deveria pelo menos ter dito que ia embora,
em vez de virar fantasma completamente.
— Estou bem, obrigada. E você? — Pelo seu tom, poderia dizer que
ela realmente não queria saber.
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Eu a estudo, embora ela esteja vasculhando papéis em sua mesa, na
tentativa de não fazer contato visual. — Estou bem, voltei para cá há
cerca de dois meses. Muita coisa mudou na cidade desde aqueles dias de
faculdade.
— Como eu disse, estou feliz em fazer isso. Vejo você no jogo. Sou o
número vinte, assim como nos velhos tempos da faculdade, se você não
souber.
Seu sorriso grita pura raiva, mas ela apenas inclina a cabeça.
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CAPÍTULO SEIS
Paxton
A lama ainda está presa debaixo das minhas unhas, a única parte
que não consegui limpar no chuveiro.
Foi um jogo difícil, mas jogar na chuva sempre foi meu tipo de jogo
favorito. Isso torna o futebol um pouco mais duro, percorrendo rotas um
pouco mais difíceis, a tensão dos músculos um pouco mais dolorosa.
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Meus ossos doem, meus pés estão doloridos e minha cabeça está tão
pesada que posso fechar meus olhos e adormecer bem aqui. Pego outro
gole de uísque na garrafa sendo passada, não que isso ajude minha
exaustão.
Posso ver a esperança nos olhos dela cada vez que terminamos, mas
nunca abordo o assunto. Estou muito ocupado para uma namorada e,
embora ela seja uma ótima distração, não estou interessado em algo
mais. Meus olhos estão no futuro, e uma mulher apenas me amarraria.
— Merda, essa garota quer ser esposa. Você ainda não cortou isso?
— Darrell, nosso atacante enorme, revira os olhos para mim.
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Dou a ambos o dedo. — Foda-se, pessoal. Não estou casando com
ninguém, e sim, eu vou pegar uma boceta. Não posso evitar que vocês
fiquem com ciúmes porque receberei boquetes consistentes de uma garota
bonita.
Ele faz um som como se tentasse imaginar como Demi é nua. Não
tão secretamente, gosto que eles me invejem... e que eu seja o único cara
para quem ela mostrará seus seios. Fora o que ela faz comigo, ela é uma
garota legal... outro fato que dificulta a interrupção das coisas. Isso me
deixa mais duro do que um cano de aço, sabendo que Demi é uma dama
nas ruas e uma aberração nos lençóis.
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Por um segundo fugaz, me senti mal por fazê-la sair da cama em
temperaturas mais frias na Carolina do Norte. Ela está constantemente
vindo aqui no meio da noite, sozinha, no meu quarto de merda, na minha
casa de merda. Sequer tenho lençóis adequados, o tamanho da King é
muito grande para o tamanho dos lençóis Queen. Na maioria das vezes,
dou desculpas sobre porque ela não pode ficar mais um pouco. E, no
entanto, aqui está ela. Sou o tipo mais baixo de escória, mas pelo menos
não minto para ela sobre o que sou. Ela vê claramente que não quero
fazer qualquer coisa remotamente perto de se apaixonar por ela, e ainda
assim, ela continua dormindo comigo.
Fui até ela, meu pau já meio engatilhado, minhas bolas se apertando
enquanto a sensação de antecipação da excitação dispara na minha
espinha. — Ei, linda.
— Estou bem, mas poderia ser minha enfermeira, caso queira cuidar
dos meus ferimentos. — Dou uma piscadela para ela, minha mente suja
funcionando com força total.
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— Vocês estão a apenas dois jogos do campeonato, como se sente? —
Demi se afasta, me olhando nos olhos.
Juntando meus quadris contra ela, Demi leva minha sugestão não
tão sutil e abaixa minha calça de moletom. Sua mão pequena me
encontra, apertando ao redor da base e bombeando do jeito que gosto. Ela
faz questão de acariciar minha cabeça com o polegar em cada bombeada,
um pequeno truque que ensinei a ela e faz minhas bolas se espremerem
impossivelmente mais apertadas, me fazendo ver faíscas na borda da
minha visão.
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Ela faz o que mando, sabendo que isso a fará se sentir incrível. Sua
bunda redonda sorri para mim enquanto coloco um preservativo. Se eu
perguntasse, provavelmente poderia convencer Demi a me deixar fodê-la
sem nada... mas, por enquanto, eu ainda não era um completo idiota.
Estava extremamente perto, no entanto.
Nem tomo tempo para tocá-la, ou lamber entre aqueles lindos lábios,
porque estou com tesão e preciso comemorar minha vitória esta noite.
Entro nela e solto um gemido ao afundar, sua boceta me segurando com
força.
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Aqueles grandes olhos castanhos carregam esperança. — Tem
certeza?
Viro do meu lado, olhando para ela por cima do ombro. — Sim, é
tarde. Está tudo bem.
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CAPÍTULO SETE
Demi
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ali. Então, embora conhecesse um monte de jogadores e fosse amiga de
muitos em visitas a hospitais, dias de assinatura ou jantares de caridade,
nunca apareci em um jogo.
Greg tentou me convidar para sair pelo menos uma dúzia de vezes.
Não que ele não fosse bonito, diabos, tenho certeza que as mulheres na
área de Charlotte cortariam as suas mãos direitas para sair com ele, mas
mantive minha regra e o rejeitei todas às vezes.
Já é ruim o suficiente ter que ver o idiota que pisou no meu coração,
mas ele tem que ser tão lindo? Paxton se parece com Thor, antes mesmo
de os filmes de Thor existir. Com um brinco. Se você nunca esteve com
um cara com um brinco, está perdendo o barato. É uma ativação
surpreendentemente grande.
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— Paxton. — Aceno com a cabeça.
Ryan e sua família passaram a maior parte dos dias de treinos desta
semana e os aquecimentos horas antes do jogo de hoje com a equipe. Eles
o incluíram em exercícios, jogando passes, assistindo filmes e executando
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as chamadas de jogadas. Combinei tudo isso com Harry, o representante
de relações públicas com o qual costumamos lidar.
E sim, Paxton foi muito gentil com ele. Não sei por que estou
surpresa, ele esteve no holofote da mídia por tanto tempo. Mas agradeci
silenciosamente por ser tão bom com Ryan. Ele esteve ao lado dele desde
o primeiro momento que conheceu o menino, e eu sabia que Ryan
lembraria e apreciaria esse desejo pelo resto da vida.
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A multidão fica louca quando o resto da equipe sai do túnel, e os
jogadores na lateral acenam para a multidão ou pulam, sendo
ovacionados.
Mas ele nunca me deu isso e, olhando para trás agora, meu coração
dói de tristeza pela garota insegura demais para dar um fora na bunda
do perdedor e se livrar do cara que me tratou como uma merda. Porque
foi isso que ele fez, todo mundo viu.
Então, quando, no quarto tempo do jogo, Pax voa pelo ar para a zona
final, meu coração pula. Não quero, mas velhos hábitos são difíceis de
perder.
Ele corre pela linha lateral até onde Ryan está e pega a bola da
pontuação antes de levantar o garoto sobre os ombros. O telão do estádio
mostra os dois aplaudindo, e a multidão continua comemorando e assim,
neste momento, esse garotinho pode esquecer tudo sobre a doença que o
atormenta.
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Assim que é socialmente aceitável deixar o jogo, eu fugi. Mais um
minuto dentro daquele estádio e todas as paredes cuidadosamente
construídas que usei para me fortalecer contra o meu passado
desmoronariam.
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CAPÍTULO OITO
Demi
— Não brinque comigo, Demi Rachel. Você não pode ficar ao lado do
Diabo e apenas pensar que sua melhor amiga não ligará para você para
ver se foi queimada por ficar em pé tão perto de Hades.
Dúvida soa em seu tom. — Não acredito. Você levou anos para
superar esse idiota. Eu sei, eu estava lá. Tive que falar com você várias
vezes.
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negócio, sou madura o suficiente para poder ver uma antiga paixão e
viver para contar sobre isso.
O silêncio segue por alguns segundos antes que ela fale novamente.
— Ok, eu acredito em você. Mas preciso de detalhes. Como diabos isso
aconteceu?
Suspiro e conto a ela sobre Ryan, seu desejo e como Paxton foi
prático. Foi realmente meio doce vê-los juntos.
Tenho que rir, porque caramba, se ela não é a melhor amiga de todos
os tempos. Conversamos pelo resto da minha viagem de carro de vinte e
cinco minutos, sobre seus pacientes no consultório dentário em que
trabalha como dentista. Sobre meus pais e os dela, sobre o rato que está
tentando tomar o seu apartamento. Quando desligamos, prometendo
mandar uma mensagem durante Dançando com as estrelas, fico com a
sensação de solidão que costumo ter quando digo adeus a Chelsea.
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ela queria estar perto de casa e de sua família em Connecticut. E não que
eu não amasse meus pais ou onde cresci, mas senti a necessidade de me
ramificar. E se voltasse para o Queens, teria caído no mesmo ritmo
antigo.
Maya é a única com quem preciso morar. Ela não me incomoda por
fazer minhas unhas duas vezes por mês, ou mantém a televisão ligada à
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ESPN todos os dias, ou precisa de garantias constantes sobre o tamanho
de seu ego.
Mas a única coisa que desprezo nas horas depois das sete da noite é
a solidão. A forte sensação de estar sozinha surge rapidamente quando o
sol se põe.
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CAPÍTULO NOVE
Paxton
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É por isso que estou no Freedom Park, me preparando para suar
como um animal com um dos meus colegas de equipe.
— Oh, sim, garoto incrível. Tão triste, cara... por que a vida tem que
ser uma cadela tão fria? E por falar em frio, mas malditamente sexy, por
isso Demi Rosen entrou em campo no domingo?
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fechada com mais força do que um molusco protegendo sua pérola
premiada.
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intenso por ser realizado em um parque ensolarado. É bom sair da sala
de musculação, raramente faço exercícios como esse atualmente.
— Você está bem? — Anthony corre, com o apito ainda na mão. Acho
que ele é um ótimo profissional porque adora o emprego, mas também
porque ele secretamente gosta de ser um sádico.
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— Descanse, Shaw, não preciso que você rasgue outra coisa nessa
temporada. — O olhar de Anthony é suspeito e provavelmente sabe que
estou minimizando a dor.
Aceno, prometendo fazer isso. Mas nós três sabemos que é agora ou
nunca, e sacrificarei meu corpo da maneira que for necessária para
adicionar essa vitória final à minha ficha pessoal.
****
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iluminavam o céu. Ao longo dos anos, amigos foram adicionados e,
quando o ensino médio e a faculdade chegaram, o mesmo aconteceu com o
álcool. Mas depois que todos saíam, éramos apenas eu e ele ou outros
amigos íntimos, nós sentávamos naquelas cadeiras do gramado e
conversávamos sobre a vida.
Espero que estejam fazendo a mesma coisa agora, sentados lá, entre
as estrelas. Espero que não estejam com dor. Que estejam de mãos dadas
olhando para mim enquanto olho para cima pensando neles.
Cinco anos atrás, suas vidas foram levadas muito cedo pelo mesmo
mar em que nos sentávamos quando crianças. Eles não deveriam ter
saído naquele dia, o boletim meteorológico estava ruim na melhor das
hipóteses. Mas mamãe queria um passeio de veleiro à tarde e papai não
poderia dizer não a ela.
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A morte deles me mudou como pessoa. Antigamente era sociável,
agora tendo a me ater a pequenos grupos ou simplesmente ficar sozinho.
Festas e mulheres não me interessam mais, e já faz muito tempo desde
que levei uma mulher para dormir comigo. Odiava-me todos os dias por
não dar aos meus pais o que eles mais queriam; eu, estabelecido e feliz
com uma família. Inferno, como eles queriam ter um neto.
Quando o mar levou meus pais, também levou meu ego. Um pouco
da minha faísca. Isso me fez perceber que, mesmo que eu tivesse um
ótimo relacionamento com minha mãe e meu pai, o quão importante era
passar um tempo com a família. Todas as outras coisas eram apenas
minúcias. Não significava nada se você não tivesse pessoas em sua vida
que amava.
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CAPÍTULO DEZ
Paxton
Mas, sabendo que nada disso ajudará, apenas sento ao lado de Ryan,
discuto jogadas passadas e seguro sua mão, a quimioterapia pingando em
suas veias.
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era uma nova metade, cortada em duas pelo evento definitivo da morte
deles.
Cerca de uma hora depois de sentar com ele, Demi entra pela porta.
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significa que ainda sente algo por mim. Mesmo que seja um ódio
profundo.
— Claro!
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Durante o tratamento de Ryan, nós três jogamos cartas, e Demi
ensina Ryan a jogar pôquer. No final, ele está chutando a nossa bunda. É
engraçado, não tinha ideia de que ela sabia jogar pôquer tão bem.
Levanto uma mão em sinal de trégua. — Olha, Demi, sei que fui um
idiota naquela época. E sinto muito por isso. Pensei em ligar para você
cem vezes na última década para pedir desculpas.
Droga. Sei que fui um completo idiota com essa garota. Mas não
sabia que ela ainda estaria me odiando por isso. Não que possa culpá-la.
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— Sei que não acreditará em mim, mas eu mudei. A vida não foi tão
gentil comigo como era quando estávamos na faculdade.
Isso faz seu olhar voltar para o meu, aqueles grandes olhos
castanhos procurando minha alma.
****
BY CARRIE AARONS
boca. Farei exercícios aeróbicos por uma semana depois de consumir
tantos carboidratos.
Porque posso ter sido um idiota naquela época, mas estou muito
interessado em conhecê-la agora.
Demi olha para mim e estou preocupado que ela foque apenas na
resposta. Mas então ela fala algumas das palavras mais inspiradoras que
já ouvi. — Penso em cada uma dessas crianças como uma estrela
preciosa. Cuja vida na Terra pode ser curta, mas seu tempo flutuando em
torno desse grande e imenso universo místico está longe de terminar.
Elas podem estar queimando por nós, em breve não poderemos ver seu
brilho, mas sempre estarão aqui, olhando para nós quando o céu noturno
ganhar vida.
BY CARRIE AARONS
Como poderia ter sido tão cego para olhar além de uma mulher que
teria esse tipo de visão da morte? Quem voluntariamente conheceria
crianças inocentes que lutavam contra as doenças mais horríveis. A
maioria das pessoas lança um olhar compreensivo e continua a sua vida,
incapazes de lidar com a pura tristeza que suas vidas carregam.
Mas ela... ela se senta com eles em tratamentos muito depois que
seus desejos são cumpridos. Tenho a sensação de que ela está
constantemente cuidando das famílias, além de apenas realizar os sonhos
de seus filhos. E a maneira como descreve a morte... bem, se é algo assim,
espero que meus pais tenham experimentado da maneira que ela pensa.
BY CARRIE AARONS
Fico surpreso quando Demi ri, mas quando encontro seus olhos, eles
não são doces. Estão me cortando, amargos enquanto me examinam.
Com isso, ela se levanta da mesa e vira. Um segundo depois, ela está
voltando. Sem uma palavra, ela joga algumas notas de vinte dólares em
cima da mesa.
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Isso dói. Porque essa mulher pensa tão mal de mim que nem me
deixa pagar o jantar para compensar os anos de maus-tratos que eu a fiz
suportar.
BY CARRIE AARONS
CAPÍTULO ONZE
Demi
Ele foi a razão pela qual não poderia me apaixonar por mais
ninguém, não quando fui tão rejeitada por tanto tempo pelo homem que
amei cegamente. Mesmo quando alguém me amou fielmente, com todas
as minhas falhas, não podia dar o suficiente para fazer o relacionamento
funcionar.
BY CARRIE AARONS
Pensei em Zachary... algo que não fazia há um tempo. Quatro anos
atrás, quando minha mãe intrometida não suportava mais que eu não
trouxesse alguém para Hanukkah4, meus pais me arrumaram um
encontro com o filho de uma mulher da sinagoga.
Ele era judeu, alto, moreno e bonito, tinha um bom emprego no setor
de restaurantes. Zach era charmoso e atencioso, exatamente o tipo de
cara que eu precisava. Ele abriu portas, fez o jantar, enviou flores para o
escritório.
Ainda que não o amasse com todo o meu coração, minha cabeça
sabia que ele era bom para mim. Que seria um bom marido, que eu não
precisava estar loucamente apaixonada para me contentar com o
casamento.
4Festividade judaica para celebrar a vitória da luz sobre a escuridão e a luta dos judeus contra os seus
opressores, coincidindo com os meses de novembro ou dezembro no calendário gregoriano.
BY CARRIE AARONS
Então, por que fui jantar com Paxton ontem à noite? Sabia que tipo
de pessoa ele era e eu ainda estava sob seu feitiço, depois todos esses
anos.
Não, você fica com o homem calmo e respeitável. Aquele que sabe
uma coisa ou duas sobre prioridades e construção de uma vida. É para
isso que você se promete a longo prazo.
BY CARRIE AARONS
Farrah era um demônio na academia. Enquanto eu desfrutava de
uma boa corrida aqui e ali, ela passava todas as manhãs nas aulas de
treino mais intensas que a cidade oferecia. E havia Gina, que estava com
cinquenta quilos e podia engolir o que quisesse.
BY CARRIE AARONS
— Estou surpresa que ele esteja jogando este ano. Ele é tão velho e,
após rasgar seu MCL5, todos disseram que não voltaria. — Gina é tão
franca que se senta ao meu lado com um novo prato.
— Deus, ele era tão sexy. Muito denso, mas tão sexy — suspira
Farrah.
— Ei, nudez é nudez, e estou bem com tudo isso — brinda Farrah
sua taça na minha, mesmo que eu não faça parte dessa discussão
ridícula.
5 Ligamento Colateral Medial (LCM), localizado na face interna do joelho, é um dos quatro ligamentos
que atuam na sua estabilização. A ruptura do LCM é a lesão mais comum em esportes como o futebol.
6 Body Issue é uma edição da revista ESPN que apresenta dezenas de atletas em fotografias nuas e
seminuas.
BY CARRIE AARONS
— Mas, de qualquer maneira, sim, o rasgou em dois. Ele teve que
ser tirado do campo chorando. Só outra vez os fãs o viram emocionado,
quando ele marcou o touchdown no dia seguinte à morte de seus pais
naquele acidente. Foi horrível, mas ele jogou seu melhor jogo no dia
seguinte. — Gina balança a cabeça, tristeza nos olhos.
7 Conjunto de jogos, geralmente disputados antes ou após a época normal de competição, para
desempatar, determinar vencedor ou para apurar para outra fase ou competição.
BY CARRIE AARONS
Gina considera, colocando um dedo no queixo. — Cerca de cinco
anos? Sim, deve ter sido, porque assisti ao jogo com um irmão de
fraternidade idiota que acabou perguntando se poderíamos fazer um
ménage naquela noite.
Farrah ri. — Ah, que puritana. Você deveria ter aceitado. Três é
melhor que dois.
Durante o resto do jogo, fico remoendo o que Gina disse. Mudei nos
últimos oito anos, mas talvez Paxton também. Nunca considerei que
eventos aconteceram em sua vida para torná-lo uma pessoa diferente,
como ele disse quando me chamou para jantar.
BY CARRIE AARONS
Mas agora eu o considero sob uma luz diferente. Sei como é perder
uma das pessoas mais próximas de você, como seu mundo gira em seu
eixo e você nunca mais é o mesmo. Como deve ter sido perder duas
pessoas, especialmente as que o trouxeram para este mundo?
É assim que me sinto assistindo Paxton falar com essa repórter, com
a mão no braço dele. Isso me faz relembrar um dos momentos mais
miseráveis da minha vida. Quando desespero e desânimo eram meus dois
melhores amigos.
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CAPÍTULO DOZE
Demi
Viro outra dose de vodca que alguém colocou no meu copo, tornando-
a minha quinta. Meus ossos são gelatina, meu coração esmagado em mil
pedaços e sinto que posso vomitar de tristeza a qualquer segundo.
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Estávamos dormindo juntos há mais de um ano, ligações tarde da
noite e nos esgueirar era nossa especialidade. Não que eu quisesse que
fosse, mas toda vez que abordei a conversa de me tornar mais, Pax tinha
os melhores contra-ataques para sair da conversa.
Ele fazia um charme para sair com uma conversa que me enganava,
manipulando o assunto sem dar uma resposta direta. Ou ele me beijaria,
usando seus talentos para me calar e me afastar. Ou explicaria sobre seu
futuro e futebol, e eu seria burra o suficiente para cair nessa resposta
novamente.
BY CARRIE AARONS
Especialmente quando ele está do outro lado da sala, usando os
lábios para explorar a clavícula da garota. Ouvi rumores de que ele saía
com outras garotas, a maior parte eu ouvi de Chelsea, e ela queria que eu
o abandonasse para que pudesse cortar seu pênis. Ou pelo menos é o que
ela sempre me diz. Nunca acreditei nela, sendo cega demais para meu
próprio bem quando se tratava dele.
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— Vai se foder, Pax. — Minhas palavras estão arrastadas e com
raiva.
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Pax passa as mãos pelos cabelos loiros desgrenhados. — Demi, você
não é minha namorada. Nós fodemos às vezes. Merda, eu sabia que isso
poderia acontecer. Sabia que você provavelmente teria sentimentos por
mim.
Estou tremendo, tão brava e tão magoada que não consigo ver
direito.
Pax olha para mim, com mais pena nos olhos. — Não sei o que dizer
Demi...
Nós nos encaramos e não acredito que tive a ousadia de fazer isso.
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Dois dias depois, quando ele me mandou uma mensagem para pedir
desculpas, acabei na cama dele outra vez.
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CAPÍTULO TREZE
Paxton
Exceto que quando finalmente fui com os caras do time para a ala de
amigos da família após o jogo, onde os jogadores encontravam pessoas
que vieram ao jogo por eles, ela não estava lá.
BY CARRIE AARONS
A garota, que parecia um pouco com uma versão gótica de Olivia
Munn, olhou duas vezes quando me aproximei dela. — Hum, sim.
Elas olham uma para a outra. — Sim, ela veio. Por quê?
— Vocês sabem onde ela está? — Estou sendo estranho, sei disso.
Mas não preciso me explicar.
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até a casa dela ou ao escritório. Ela se sentiria bombardeada e não iria
querer falar comigo.
Ela está vestida de jeans e uma camisa simples, mas ainda está de
salto e meu pau se mexe como um tigre enjaulado quando me aproximo
dela. Jesus, eu acho que escapou da minha mente todos esses anos quão
linda ela é. As pernas longas e a postura, eu quero quebrar totalmente
essa fachada profissional.
— Paxton. — Não foi uma saudação amigável, mas não foi um tapa e
contei minhas bênçãos.
— Gostei, obrigada. Tenho que ir. — Ela não quer nada comigo.
BY CARRIE AARONS
Demi inclina a cabeça para o lado, os olhos não revelando nada. —
Não, obrigada. Já tenho um compromisso marcado.
— Porque foi tão bom da última vez, — ela murmura e seus olhos se
arregalam, como se não quisesse dizer em voz alta.
Gosto quando Demi sai do roteiro. Nas últimas duas semanas, ela
parecia intocável, fria. Ocorre-me que posso ser a causa de um pouco
disso, a culpa é do bastardo frio que fui no passado.
— Admito que não foi bom, mas te devo isso. Tenho sido um idiota,
sei disso. E nos dará a chance de falar sobre... — Aponto entre nós. —
Nós.
— Por que você acha que quero algo entre nós? Vivi minha vida por
oito anos inteiros sem nunca ver seu rosto. E vivi muito feliz, obrigada.
Por que eu precisaria de um pingo da sua amizade, ou muito menos de
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um relacionamento romântico com você? — Ela levanta as mãos. — Não
precisamos fazer isso. Vivemos agora na mesma cidade, mas ela é
grande. Não precisamos nos ver.
— Não sei ao certo o que você quer que eu diga, Paxton. Toda vez
que olho para você, vejo como eu era fraca. Vejo o quanto você me
machucou. Como deixarei isso de lado?
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Então, aquele idiota que te machucou? Ele não está mais aqui. Sei que
posso dizer isso até as vacas voarem, mas também provarei para você.
O rosto de Demi reflete a pena que sente por mim e quero apagar
isso.
— Não, não faça isso. Não fique com pena de mim e não pense que
estou jogando a carta de órfão para ganhar sua confiança. Estou
simplesmente dizendo que perdi as duas pessoas nesta terra que mais me
amavam, e isso me mostrou quão importante é o amor. E agora, a única
mulher que quero conhecer mais, que eu poderia amar, é você. Não estou
brincando. É como se no momento que a vi, um interruptor fosse
acionado na minha cabeça.
BY CARRIE AARONS
Apenas sorrio, sabendo que acabei de fazer a coisa mais importante
que consegui fazer em muito tempo.
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CAPÍTULO CATORZE
Demi
— Bem, o que quer que o pobre rapaz tenha feito, eu acho que ele
sente muito.
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Mas se havia alguma maneira de chegar ao coração de uma mulher,
especialmente uma que gostava de jardinagem, era um belo arranjo de
flores. Ou sete deles.
Eu ainda tinha tantas reservas, então por que sorria toda vez que
passava pelo balcão da cozinha cheio de flores? E por que continuei me
lembrando do seu rosto, aqueles lábios cheios, enquanto ele falava sobre
nós e o que poderíamos ser?
A dor no meio do meu peito que pensei ter enterrado há tanto tempo
ressurgiu, puxando-me e fazendo as pontas dos meus dedos formigarem
quando pensei em Pax. Eu queria admitir que ele estava certo? Que a
razão pela qual não estive com mais ninguém, interrompi meu noivado,
foi porque ainda tinha sentimentos por ele. Que ele era a terra e eu era a
lua, e não pude deixar de ser puxada de volta para ele.
Claro, ainda tinha sentimentos por ele, isso era óbvio. Atualmente,
não podia passar três segundos sem sonhar acordada com o quanto ele
me excitou quando estávamos na faculdade e quanto ele amadureceu
desde então. Ele era como um irmão Hemsworth, apenas mais sexy, se
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isso fosse possível. Tive que cerrar minhas coxas cada vez que pensava
na sombra da barba por fazer pintando sua mandíbula forte. Meus
mamilos endureciam toda vez que pensava em como ele usara aqueles
lábios rosados em mim, e quanto tempo se passou desde que qualquer
homem colocou os lábios em qualquer lugar de mim.
Maya late ao meu lado e pulo, sem perceber que ela entrou na
cozinha cheia de sol. Fui pega em flagrante sonhando acordada sobre
sexo.
Nós nos acariciamos por mais um minuto, antes que ela se afaste
para olhar para mim.
— Devo lhe dar outra chance? Ele passou no seu teste? — murmuro,
mais pensando em voz alta do que realmente fazendo uma pergunta à
minha cachorra, a qual ela nunca será capaz de responder.
BY CARRIE AARONS
Não que ela responda fisicamente a qualquer pergunta.
— Ok, tudo bem, vamos lá fora. Todas essas flores e seu perfume me
darão dor de cabeça de qualquer maneira.
Exceto que ainda sorrio mais uma vez ao passar por elas, antes de
abrir a porta do meu quintal e jogar a bola para minha garota.
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CAPÍTULO QUINZE
Paxton
Mas quando se tratava de Demi hoje em dia, eu era uma bola suada
de estresse.
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— Quero dizer, não é uma mentira total. Você jogará um jogo de
futebol beneficente. Apenas não é para caridade e não vamos nos juntar a
você. Embora eu goste de sair com você, amigo.
Ryan me joga a bola e olha por cima do ombro para onde o jogo está
acontecendo. Duas dúzias de crianças de sua escola se divertem. Fico
feliz que, embora esteja passando por uma das coisas mais difíceis que
alguém possa imaginar, especialmente nessa idade, ele ainda se sente
bem o suficiente para sair e brincar.
— Você faz uma barganha difícil, mas sabe que eu faria isso com
prazer, mesmo que você não fosse um grande aliado agora.
BY CARRIE AARONS
Ela caminha em direção a Ryan, acenando e feliz, até me ver a
poucos metros dele. Então sua expressão se transforma em uma
carranca, e ela balança a cabeça para mim.
Nós dois rimos da escolha da palavra, e passo a mão pelo meu cabelo
enquanto ela cora.
Demi está de pé na minha frente, e posso ver que ela não tem
certeza se deve ficar. — Bem, você me trouxe aqui.
— Sim, e obrigado por vir. E ficar, quando viu que era de fato o
idiota tentando te cortejar e não o garoto fofo que você adora. — Aponto
para a cesta e a toalha no chão. — Fiz um piquenique para nós. Uma
hora de almoço, sem expectativas, sem pressão, só um piquenique.
BY CARRIE AARONS
Ela olha o prato de queijo que coloquei no cobertor xadrez e posso
praticamente ver sua boca salivar.
Os olhos de Demi voltam para mim lentamente e ela pega a taça que
coloquei na frente dela. — Cheguei, embora ela tenha levado vinte
minutos para conseguir ir ao banheiro e poderia tê-la estrangulado. Mas,
ao mesmo tempo, ela é a coisa mais adorável desde pão de forma, então...
BY CARRIE AARONS
Eu ri. — Não sabia que pão de forma era adorável.
É claro que Demi ama sua cachorra pela maneira como seus olhos se
iluminam e um sorrisinho aparece em seus lábios carnudos. — Maya tem
três anos, uma golden retriever que adora sanduíches de queijo grelhado
e assiste tempestades pela minha porta de vidro deslizante.
BY CARRIE AARONS
Não apenas nos meus hábitos de dieta e exercício, mas também na
minha vida pessoal. Posso sentir meu deslizar para a normalidade,
descendo da montanha de campeões e estrelato para um mortal que iria a
encontros, cortaria a grama, aprenderia a fazer panquecas para meus
filhos em uma manhã de domingo. Não posso esperar por essas coisas.
Por mais que fosse agridoce que essa seria minha última temporada, fato
que não contei a muitas pessoas ou anunciei na mídia, eu estava pronto,
de certa forma. Pronto para me tornar um cara normal, morando no
subúrbio, deixando algo maior que o esporte ou a fama me ditar e me
consumir.
— Ela se deita com cães, mas até você é um cachorro grande demais
para ela. — Demi sorri e sei que ela está apenas brincando. — Então,
você gostou de voltar para Charlotte?
Olho para ela, realmente olho para ela. E, novamente, quero chutar
mentalmente minhas bolas. Não realisticamente, porque essa merda dói,
mas sou um idiota por tratar essa garota do jeito que tratei todos aqueles
anos atrás.
Limpando minha garganta, porque sei que Demi está olhando para
mim como se eu tivesse três cabeças, paro de olhar com tanta intensidade
e a respondo. — É uma explosão do passado, de várias maneiras. Eu me
encontro andando por uma rua ou dirigindo por um determinado bairro, e
me lembro de fazer xixi atrás de um arbusto que vejo na beira da
BY CARRIE AARONS
estrada. Fiz muitas coisas idiotas e bêbadas aqui na minha juventude.
Então, acho divertido lembrar, mas também estranho para esse velho.
— Bem, acho que os cães velhos são mais sábios e podem ser mais
bonitos.
BY CARRIE AARONS
Demi não corre, mas vejo o medo. Tenho que fazer isso direito,
apagar todas as memórias de como eu era um saco de lixo do cérebro
dela. Sei que ela se arrepende do que tivemos e tem uma mágoa tatuada
em seu coração, eu que a coloquei lá. Portanto, não posso aceitar nada
que ela não tenha me dado explicitamente. Não posso forçá-la, preciso
deixá-la dar os passes desta vez.
Mas não vou. Quando te beijar pela primeira vez, em muito tempo,
quero que você me dê permissão. Quero que tenha certeza absoluta
quando acontecer. Então, Demi, eu posso te beijar?
BY CARRIE AARONS
Imediatamente, tiro minha mão da mandíbula dela. — O que você
diz vale. Eu juro.
BY CARRIE AARONS
CAPÍTULO DEZESSEIS
Demi
É ruim que meu estômago vibre quando ele me puxa, seu braço
musculoso agindo como se eu pesasse cerca de um quilo? Isso lembra o
tempo em que fazíamos sexo, ele me segurando contra a parede e me
empalando.
— Você está bem? — Pax olha para mim, seus olhos felizes e
brilhantes.
Não posso deixar de corar. Será que ele sabe sobre o que eu estava
pensando? — Sim, eu estou bem.
BY CARRIE AARONS
Minha voz soa um pouco alta, mas começamos a andar. Há uma
tensão instável entre nós desde que eu disse a Paxton que ele não poderia
me beijar, mas ele parece ter aceitado isso como uma pedrinha no seu
caminho e a chutado, passando por cima dela. Assim ele se afastou e
manteve as mãos para si mesmo, um puro cavalheiro. Não estava
acostumada com esse comportamento, não de Paxton Shaw.
Estou em tanto conflito que quase não percebo Paxton parar no meio
do caminho e fazer uma pergunta.
BY CARRIE AARONS
Pegamos nosso sorvete e continuamos andando, a doçura me
esfriando após o suor se acumular no meu sutiã por ter esse homem
quase me beijando.
Pax olha para mim, prestes a dizer algo, quando um sorriso bobo
surge. — Você tem…
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Aceno, sua mão se afastando mais uma vez. Sinto falta do calor dos
dedos dele. — Ok, tudo bem, acho que você tem um ponto.
10 Ano Judaico
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pés no fundo do mar, é assim que o corpo humano flutua nessa água.
Você se sente sem peso. Algumas pessoas pensam que é piegas, mas
achei libertador. Quando fui, andei quilômetros pela praia, até um local
onde quase ninguém estava, e flutuei por cerca de uma hora.
Ele franze a testa, mais para si do que para mim. — Não. Minha
melhor aventura, se é que você pode chamar assim, foi há dois anos,
quando meu irmão e eu alugamos uma casa no lago Michigan por três
semanas na baixa temporada. Acabamos pescando e acendendo fogueiras
no quintal, ouvindo música country e bebendo cervejas. Foi um festival
no meio do nada e foi o melhor momento da minha vida.
Fico surpresa. Pensei que ele teria dito Mônaco ou Cancun. Mas, em
vez disso, ele detalhou uma viagem de união com seu irmão que parecia
tão modesta quanto um rato da igreja.
BY CARRIE AARONS
— Parece ótimo, muito relaxante, mas muito discreto pelo que me
lembro de você.
Ele acena, o sol se põe no céu conforme o tempo passa. — Bem, você
tem muito a reaprender sobre mim. Gostei da viagem porque estava com
a família e era simples. Sem imprensa, sem expectativas, sem ternos
sofisticados ou necessidade de estar. Agora que a aposentadoria está no
horizonte, é isso que estou mais ansioso.
Paxton sorri. — Acho revigorante que você ainda não saiba nada
sobre esportes. De qualquer forma, sou velho. Um velhote aos olhos da
liga. E não serei um daqueles atletas que continuam se arrastando,
mesmo que ele e o mundo inteiro saibam que ele está acabado. Então,
este é o meu último ano. Mas não conte à imprensa, eles ficarão em cima
de mim como arroz branco.
Finjo trancar meus lábios e jogar a chave fora. — Não direi nada. Ou
deixarei alguém saber quantas metáforas bregas você usa.
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Sim, eu sabia sobre a doação dele. A mãe de Ryan ligou para me
agradecer por apresentar Pax em suas vidas, e contou o que ele fez pelo
hospital em que o filho teve o tratamento. Ele fez isso sem informar
minha empresa, a mídia ou qualquer outra pessoa. Isso doação
verdadeira e foi uma das razões pelas quais eu estava dando a ele uma
segunda chance.
BY CARRIE AARONS
Reviro os olhos pela milésima vez nesse dia, mas mudo minha mão
para que ela se aninhe mais perto da dele. E não deixo ou solto até que
ele abra a porta do carro e me dê boa noite.
BY CARRIE AARONS
CAPÍTULO DEZESSETE
Paxton
BY CARRIE AARONS
Sento no meio de tudo, com Demi debaixo do braço, liderando os
meus companheiros de equipe. — Seu pedaço de merda, você não me
vencerá.
— Seu time não é uma merda, Shaw, — ele resmunga, virando uma
dose.
BY CARRIE AARONS
por escolher trazê-la esta noite em vez de outra garota. Quando ela me
deu um ultimato há alguns meses, para estar com ela exclusivamente ou
nunca falar com ela novamente, eu cedi. Ainda não tínhamos tentado e,
desde que não estava procurando uma namorada, estaria dentro da
monogamia sem um título por um tempo. Ou, pelo menos, eu poderia
tentar.
BY CARRIE AARONS
— Se ela não é sua namorada, você não se importa se dermos uma
volta. — Nathan estava me provocando, assim como o resto dos caras do
time.
Era uma regra tácita que Demi era minha, mas não uma
reivindicação explicitamente pública. Não queria namorá-la, mas
certamente queria transar com ela. E o que queria, conseguia sem
perguntas. Mantenha seu craque feliz. Mas desde que ficamos exclusivos,
pelo menos quando me ocorreu não enfiar o meu pau em outras garotas,
os caras fizeram uma aposta sobre quando eu realmente a apresentaria
como minha namorada. Eu estava na aposta, cem dólares investidos no
resultado de que nunca colocaria um título de namorada nela.
— Sim, não quando ela chupa o pau do nosso amigo aqui sempre que
ele estala os dedos. — Jamison dá uma risadinha.
Uma pontada de dor rasteja por mim, porque estou sendo um idiota
falando assim sobre a garota que realmente gosta de mim, quando ela
está apenas alguns metros longe, mas preciso manter as aparências. Sou
O Grande Paxton Shaw.
BY CARRIE AARONS
Ela gira com um grito agudo, jogando as mãos para cima e o topo da
sua blusa sobe ainda mais. Saltando para mim, eu a pego.
Ela estremece, e sei que a tenho. Sei que posso pedir para ela fazer
qualquer coisa neste momento e ela não fará perguntas.
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CAPÍTULO DEZOITO
Demi
Gostaria que houvesse mais tempo para eles. Mas se não pudesse
ter, criaria mais tempo para mim. Conceder cada sonho, dar algum tipo
de aparência de normalidade.
BY CARRIE AARONS
Quando olho para cima, era uma hora e meia depois. E hora do
almoço, que eu frequentemente pulava. Como se lesse minha mente,
Farrah entra com sacolas para viagem.
— Acho que isso se chama ser viciada. Por favor, descanse alguns
minutos e coma. — Ela não me dá uma escolha, apenas começa a colocar
recipientes de sushi. Fecho os arquivos na minha mesa.
— Então, você não tem ido ao bar ultimamente, hein? — Pela sua
voz ela já sabe algo e sinto que estou entrando em uma armadilha.
BY CARRIE AARONS
passada. Ele me acompanhou até o meu carro, eu insisti em dirigir
separadamente e ele não me beijou. Era ao mesmo tempo enlouquecedor
e fofo que ele quisesse que eu aprovasse.
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maiúscula. É como quando você coloca seu colar favorito que está
emaranhado em mil nós e sabe que deseja usá-lo, mas parece que não
consegue descobrir como.
O pânico me agarra, porque talvez ela saiba que estou vendo Pax. —
Quem?
— O cara que te fodeu tanto que você não é mais uma pessoa inteira.
Foi direto, tão forte que foi como um tiro no meu coração. Eu estava
tão quebrada, tão profundamente quebrada, que mostrava nas minhas
interações diárias?
— Como...? — Fico tão chocada por ela dizer isso que quase não
consigo formar palavras.
BY CARRIE AARONS
Ela suspira, largando o pedaço de sushi que estava prestes a comer.
Era Farrah, porém, francamente honesta, então, na verdade, às vezes era
fria.
— Demi, além de Zachary, que pude ver que estava condenado desde
o início, você nunca namorou um cara nos cinco anos em que te conheço.
Nunca disse nada, porque não gostaria que me incomodassem com o meu
passado ou vida amorosa e, portanto, não faço isso com os outros, mas
você estava danificada. Você não podia falar com um cara sem uma
carranca no rosto, e seus problemas de confiança também se estendem às
amizades. Você sabia que demorou quase dois anos para realmente
aceitar um convite para beber comigo?
Olho pasma para ela. — Nem vou perguntar onde aprendeu isso.
BY CARRIE AARONS
— Boa ideia. Agora, você pode parar de se gabar de sua vida
amorosa e me deixar voltar ao trabalho. — Farrah revira os olhos como
se não tivesse apenas me emboscado em meu escritório e me forçado a me
abrir.
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CAPÍTULO DEZENOVE
Paxton
Uma das coisas mais importantes que aprendi com meu tempo na
liga e apenas jogando futebol em geral, foi perseguir tudo o que você quer
com um vigor que não aceitaria não como resposta.
BY CARRIE AARONS
por anos e, poderia dizer, Demi Rosen provavelmente era mais difícil do
que todos juntos.
Foi surpreendente para muitos que a morte dos meus pais não
atrapalhou meu amor pela água. Mas, se posso dizer alguma coisa, me
sentia mais conectado a eles quando estava lá, livre da terra e
atravessando as profundezas dos oceanos ou lagos. Lá, em águas abertas,
você não respondia a ninguém. Poderia apenas... ser você. E estava livre
para sentir o que quisesse sobre meus pais. Feliz, pelo amor à água e pela
maneira como nos ensinaram a amá-la. Triste, que os levou muito cedo.
BY CARRIE AARONS
Assustado, que nunca encontraria o tipo de amor que não percebi que
eles me deram até que fosse tarde demais.
Pego a mão dela, levando-a para o convés e a bolsa enorme que ela
jogou por cima do ombro. Quando a seguro, quase largo, sem esperar que
seja tão pesada.
— Uma mulher nunca revela seus segredos. — Ela pisca para mim.
— Sim, porque ela carrega todos eles em sua bolsa gigantesca. Por
que as mulheres fazem isso? Por que precisam de uma bolsa do tamanho
do Texas? Você não pode precisar de metade das coisas aqui. — Andamos
até os bancos almofadados, e ela se senta, removendo as sandálias.
BY CARRIE AARONS
— Preciso de tudo. Se eu tiver uma bolha no calcanhar? Tenho
Band-Aids e Neosporin. Se ficar com fome? Tenho lanches. Preciso
acompanhar e-mails? Meu tablet está carregado e pronto. Você nunca se
perguntou como as mulheres podem ser multitarefa quando os homens
nunca poderiam? É parcialmente a bolsa.
— O que você disser. Agora, por que não senta ali enquanto arrumo
as coisas por aqui? — Aponto para as almofadas na parte de trás do
barco, aquelas que oferecem a melhor vista do porto.
Ela sorri, uma expressão crua e feliz, e rapidamente salta para elas.
BY CARRIE AARONS
Passamos a primeira meia hora do encontro separados, eu
trabalhando duro para ajustar, dirigir e nos colocar na água sem
problemas. É um trabalho árduo, que deixa meus músculos queimando e
os olhos afiados para detalhes.
BY CARRIE AARONS
— Isso o lembra deles. — Não é uma pergunta, apenas uma
declaração.
O beijo é suave, procurando por algo. Uma volta para casa depois de
anos separados. O gosto dela, a exploração de nossos lábios e línguas
juntos, me deixa tonto.
BY CARRIE AARONS
Aumenta o fogo dentro de mim, enviando luxúria e a sensação de se
apaixonar em espiral pela minha espinha.
Este dia deveria ser interminável. Deveria durar e durar até que
nada mais me preencha além de Demi.
BY CARRIE AARONS
CAPÍTULO VINTE
Demi
As mães são conhecidas por trazer todo tipo de culpa, pelo menos é o
que dizem.
Culpa por não ligar para elas o suficiente, não ir almoçar, não fazer
o que elas pensavam que seria a melhor coisa a fazer, em qualquer
situação.
Mas se você não tem uma mãe judia, não sabe absolutamente nada
sobre culpa.
O que ela não diz é que teria comprado o challah que usara durante
toda a minha vida, da padaria que frequentava perto de sua casa, mas
que não consegui encontrar no supermercado. Este seria um ponto de
11 Challah é um pão trançado especial que é consumido no Shabbat e nas festas judaicas.
12 Shabbat é o dia de descanso do judaísmo no sétimo dia da semana, ou seja, sábado.
BY CARRIE AARONS
discórdia há anos, ela mencionava toda vez que tínhamos challah. A vez
que comprei o tipo errado. Felizmente, consegui o gefilte fish13 certo.
13Gelfilte fish é um bolinho feito de carne de carpa moída com tempero e cozido no caldo de peixe,
consumido no Sábado e outras festas.
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Era minha semana de recebê-los e, embora cansada, a conversa e o
tempo com meus pais nunca poderiam ser superados.
— Obrigada, pai. A sopa está quase pronta e temos que esperar por
mais uma pessoa, então estaremos prontos.
Ainda não estava certa se queria apresentar Paxton aos meus pais,
mas quando mencionei o jantar do Shabbat, seus ouvidos se animaram.
Ele era louco o suficiente para querer um convite, e me cansou até que
relutantemente disse que ele poderia se juntar a nós.
Ainda bem que, para minha diversão, ele não tinha absolutamente
nenhuma ideia do que estava fazendo.
14Bubbala é um termo tradicionalmente usado pelas avós em referência às crianças. O uso moderno
poder ser usado como “querida”, “mel”, “baby”
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— Quem é esse jovem? — Mamãe praticamente pula em mim
enquanto arrumo a mesa.
Parte de mim quer se gabar, mas a criança em mim quer reter fatos
da minha mãe simplesmente porque é divertido vê-la se contorcer.
Dou a eles a única informação que sei que vão interrogar Paxton. —
Vou apenas dizer... ele não é judeu.
Minha mãe diz, “Oy vey”16 Ao mesmo tempo em que meu pai
levanta a cabeça e exige, — O quê?
16 Oy Vey é uma exclamação exasperada judaica, A expressão pode ser traduzida como "oh não!”
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— Desde que seja um mensch17 eu darei uma chance. — Minha mãe
inclina a cabeça e meu pai não diz uma palavra.
— Oh, olhe, bubbala, ele trouxe rugelach!18 — Ela já está tão louca
por ele, posso dizer.
18 O Rugelach, é um doce clássico da cozinha judaica. O formato lembra a de um croissant, mas a sua
massa é muito mais leve.
19 O Troféu Vince Lombardi é o troféu concedido à equipe vencedora do jogo do Super Bowl.
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Todos nos sentamos para jantar e papai começa imediatamente. —
Espere um minuto, você é aquele jogador de futebol…
Pax ri, olhando para mim. — Agora vejo onde você tira seu amor
pelo esporte.
Não sei o porquê, mas meus pais nunca deram a mínima para a
obsessão deste país por homens adultos perseguindo e jogando bolas.
— Você joga futebol? Que bom! — Minha mãe pisca para ele, todas
as críticas a ele por não ser judeu estão seriamente do lado de fora com
Elijah.
20 Chutzpah é uma palavra que expressa "insolência", "atrevimento" ou "audácia", no inglês significa
coragem.
BY CARRIE AARONS
A verdade era que meu pai não se importava com o que a pessoa que
eu namorava fazia ou quanto dinheiro ganhava. Contanto que me
tratassem com respeito, ele estava bem com isso. Ele sempre deixou isso
claro, não que eu tivesse permitido muitos meninos ao redor de meus
pais.
— Demi, gostaria que você usasse mais o cabelo para trás, eu amo
assim.
— Aaron, não coma muita carne vermelha, você sabe o que isso faz
com o seu estômago.
O único que ela não repreendeu foi o homem que parecia ter roubado
todos os nossos corações. Quando é hora de partir, minha mãe me envolve
num grande abraço.
21 Boa sorte.
BY CARRIE AARONS
Venho pensando nisso, Paxton foi o único cara que me fez sentir isso.
BY CARRIE AARONS
CAPÍTULO VINTE E UM
Demi
Estava pronta. Wish Upon a Star fazia uma festa de gala todos os
anos. E como todo ano, eu fazia um discurso. E como todo ano, estava
com medo.
Sabia que como CEO da minha própria empresa falar em público era
uma obrigação. Mas realmente odiava fazer isso. Eu era articulada, claro,
mas normalmente deixava meu trabalho falar por si. Infelizmente
precisávamos de financiamento de alguns dos maiores jogadores de
BY CARRIE AARONS
Charlotte, e assim mantínhamos as luzes acesas e conseguíamos realizar
tantos sonhos. Então, por isso, engoliria a bílis nervosa que ameaçava
sair da minha garganta e seguiria em frente.
Havia também uma segunda razão pela qual eu estava tão nervosa
esta noite. Concordei em deixar Paxton me acompanhar como meu
acompanhante.
Isso era verdade. Pax tinha ido à minha casa, mas nunca durante a
noite, algumas vezes agora, e Maya quase fez xixi nele e o fez seu. As
coisas conosco iam bem, por isso o deixei ir comigo à festa. Meus pais
perguntavam sobre ele toda semana que falava com eles ou ia visitá-los, e
ele continuava enviando flores ou pequenas guloseimas para meu
escritório ou casa.
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Nossos beijos evoluíram de longas e suaves explorações para
brincadeiras acaloradas no sofá ou no carro, a mãos vagando e puxando o
tecido das roupas. Toda vez que ele me tocava, eu tremia. Mas, por
alguma razão, pouco antes de cruzarmos a linha para o território do sul,
parei com as coisas. Eu não conseguia passar para a próxima... base,
para colocar uma metáfora esportiva nas coisas.
— Oi, linda! — Pax se inclina quando abro a porta, seu rosto coberto
por beijos da Maya enquanto tira um osso de brinquedo do bolso para ela
agarrar e devorar.
Ele fica de pé, deixando-me dar uma boa olhada no deus lindo de
smoking diante de mim. — E olá, lindo.
— Farrah pode lidar com isso. — Ele se move para o meu ombro.
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— Uh-uh, não. Calma garoto. — Eu o empurro.
— Ah, mas é sim. — Levanto uma sobrancelha para ele. — Você está
muito bonito.
— Somos um casal poderoso. Agora vamos lá, você vai nos atrasar.
— Ele me repreende sarcasticamente e reviro os olhos.
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— Gostaria de dançar? — A mão de Paxton encontra as minhas
costas e quero derreter nele.
— Querida, ser leve nos pés faz parte da descrição do meu trabalho.
— Ele me move para o meio da pista de dança, seus braços abraçando
meu corpo.
Ele afasta a cabeça para olhar nos meus olhos, a expressão em seu
rosto é muito séria. Sua boca se abre e ele está prestes a responder
quando somos interrompidos.
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Viro, vendo Chuck Gaskill parado ao nosso lado. Chegamos à beira
da pista de dança e a música termina, então saio do abraço de Paxton e
vou cumprimentar Chuck.
— O que ela quer dizer é que lhe dou muito dinheiro. Mas estou feliz
em fazê-lo.
O homem jovial e gordinho ri, todo o seu corpo ganhando vida com o
som.
Paxton Shaw era como um adorável trator. Ele corria para conseguir
o que queria, mas parecia muito fofo fazendo isso.
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— Nem eu, — murmuro baixinho.
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— Prometa que podemos sair daqui imediatamente depois que eu
fizer o discurso?
— Absolutamente.
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CAPÍTULO VINTE E DOIS
Paxton
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reclamei como uma espécie de homem das cavernas na frente de um
doador.
— Sinto muito pela coisa toda do namorado lá atrás. Sei que não
discutimos isso, e foi idiota da minha parte dizer aquilo pela primeira vez
sem te consultar.
Dou um pequeno sorriso. — Todos nós temos espaço para ser uma
boa pessoa quando alguém nos permite.
Parando em sua rua, a realidade de que terei que dizer boa noite em
apenas alguns segundos se instala. Não quero voltar para meu
apartamento solitário e vazio. Não quero rolar na minha cama grande,
desejando que ela estivesse enrolada ao meu lado. Desde que começamos
a nos ver, eu me peguei fazendo isso noite após noite, me perguntando se
ela sentia o mesmo.
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— Eu me diverti muito esta noite — digo a ela, inclinando-me para
beijá-la.
Sei como isso é um grande passo para ela e por isso não respondo
com sarcasmo ou brincadeiras como normalmente faria. — Sim. Sim, eu
gostaria muito.
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— Sim, — suspira, os seus olhos nunca deixando os meus.
Coloco minhas mãos nos seus ombros, afastando o tecido para sentir
a pele nua. Arrepios percorrem a sua carne enquanto meus dedos
acariciam levemente sua clavícula, seu pescoço, sua bochecha.
O hall de entrada está escuro, nada além da luz que ela deixou na
sala nos mostrando o caminho pelas escadas. Inclino minha cabeça,
levando seus lábios lenta e metodicamente. Quero estampar minha
marca nela, tão gentilmente e calculista que daqui a alguns anos ela
tocará seus lábios em uma reunião no trabalho e pensará neste exato
momento.
— Posso levá-la para a cama? — Queria fazer amor com ela entre os
lençóis, corretamente.
— Sim. — Parece ser o único pensamento lógico que Demi pode ter
agora.
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Entrelaço meus dedos em sua mão, subindo as escadas lentamente,
sem saber para onde estou indo, mas conduzindo de qualquer maneira.
Ela está confiando em mim para fazer isso direito, e eu o farei.
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Conduzo Demi pela mão, caindo na cama. — Me monte.
Ela faz como eu digo, seu corpo quente e perfeito esfregando contra o
meu. E então tudo acontece muito rapidamente.
Corro minhas mãos pelas suas curvas, e ela arqueia as costas. Sinto
o cheiro do sexo nela e preciso provar. Movendo-me para baixo da cama
enquanto ela se contorce sob minhas mãos que se moldam a ela, encontro
sua boceta e tiro sua calcinha, lançando-a pelo quarto.
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— Preciso estar dentro de você. Diga que posso estar dentro de você.
— É uma pergunta, mas minha voz está tão dolorida com a necessidade
que quase soa como um comando.
— Sim. Sim.
Tão bom. Tão bom. É a única coisa que consigo pensar quando olho
para ela, meu corpo adorando o dela e vice-versa.
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Mas há também uma novidade lá, excitação formigando em cada
osso, músculo e tendão.
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CAPÍTULO VINTE E TRÊS
Demi
A combinar. Ele falou sobre isso várias vezes, não realmente comigo
numa conversa, mas mais se gabando de si mesmo.
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Normalmente era assim que ele falava comigo... como se eu nem
fosse realmente necessária na conversa. Estava ficando cansada, depois
de dois anos de idas e vindas, eu estava apenas cansada. Eu me sentia
bem além dos meus míseros vinte e poucos anos. Eu me sentia usada. Eu
me sentia exausta.
E eu.
Ele não era meu, então, em essência, não poderia perdê-lo. Ele
nunca foi meu… estava percebendo isso agora.
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Um Mês E Meio Depois
E estou tão feliz por ele, apesar do meu bom senso de não estar. Eu
choro, porque sei que este é o sonho dele.
BY CARRIE AARONS
emocional, abri o meu coração para ele. E ele mal conseguia se lembrar
do meu sobrenome.
Jurei esquecê-lo e endureci meu coração para que isso nunca mais
acontecesse.
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CAPÍTULO VINTE E QUATRO
Demi
BY CARRIE AARONS
Passou a noite comigo. Trabalhou seu caminho dentro de mim, tanto
mental quanto fisicamente.
E assim, eu era o mesmo caso que foi mantido ao redor por dois anos
durante a faculdade. Eu o queria, mas não o queria. Estava apaixonada
por ele, louca e cegamente, mas também sabia exatamente como
irrevogavelmente poderia me machucar se admitisse isso a ele. Queria
que estivéssemos juntos, mas anos de rejeição sistemática me
machucaram tão profundamente que eu ainda não tinha me tirado do
buraco.
BY CARRIE AARONS
Mas, por enquanto, em vez de agir como uma garota grande e
enfrentá-lo, eu me escondia no meu quintal ou no meu escritório. Usava
desculpas para evitar encontros, dores de cabeça falsas e noites no
trabalho para evitar vê-lo. Meu corpo o ansiava, mas meu cérebro gritava
alarmes e bandeiras vermelhas. Então fiquei longe.
Suspirando, quero que ela adivinhe. Para tirar isso de mim. Então
dou a famosa resposta de uma palavra que toda garota diz para que
alguém saiba que algo está errado.
— Nada.
BY CARRIE AARONS
Imediatamente, sinto Chels ficar mais ereta do outro lado. — Demi,
o que há de errado?
— Por que você não disse nada no minuto em que encontrou a foto?
— Não quero que ela fique chateada comigo.
BY CARRIE AARONS
Sabia que ela era a pessoa certa para ligar, por esse motivo
específico.
Chelsea seria honesta, não falaria aquilo que eu queria ouvir. Não
aquela besteira de mentira branca que esse tipo de amiga diz, mas o tipo
de avaliação profunda e brutal que te deixava com a única resposta ou
solução que fazia sentido.
— Bem, você sabe que nunca contei a eles sobre ele, Chels. Isso foi
quando eu não era uma megera velha e seca e eles teriam me batido com
a Torá24 por sair com um gentile25. — E minha mãe teria me matado por
ser tão fraca.
24Torá compõe os cinco primeiros livros do livro sagrado da religião judaica, é considerada um guia
para os judeus.
25 Não judeu
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Sorrio. — Obrigada. Mas, é claro que eles o amaram. Todo mundo o
ama. Ele é o Sr. Perfeito, homem da cidade, o charmoso cavalheiro. Até
meu pai brincava com ele quando o Shabbat acabou.
— Demi, todos nos Estados Unidos sabem disso. É sua culpa que
você não seja como o resto de nós, americanos desordeiros, e fique colada
à sua TV todos os domingos, de setembro a fevereiro.
— Bem. Mas sim, os pais dele. E não sou a mesma. — Pelo menos
não achei que fosse.
A pergunta que estava esperando. — Sim... mas não ligo para ele há
uma semana desde então. — Mordo meu lábio, nervosa para ouvir o que
ela dirá.
BY CARRIE AARONS
Por alguns momentos, ela fica em silêncio. E então ela fala: — Acho
que isso mostra o quanto você amadureceu. Você sabe se preservar, se
cansar dele e de tudo o que ele fez. Mas... também acho que ele mudou.
Pelo menos vou confiar em você como uma mulher adulta para saber
quando uma pessoa realmente mudou de ideia. E você obviamente
perseguiu isso, precisa ver aonde leva. Vamos ser sinceras, você não é
feliz há anos. Possivelmente desde a última vez que o viu. Todo cara que
você namora, compara com ele, estou certa? Não digo que gosto, mas acho
que você sabe que esse era o grande problema. E se der certo, estarei
torcendo por vocês. Mas... se ele foder novamente, vou cortar o pau dele.
Não posso deixar de rir, o som é libertador. E com isso, vão todos os
nervos que estavam roncando no meu estômago.
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CAPÍTULO VINTE E CINCO
Paxton
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Fico na minha cobertura, deixando o céu noturno acalmar meus
nervos. Podia sentir uma tempestade se formando entre nós. O velho
Paxton a teria deixado em paz, optando por ignorá-la e evitá-la. Mas
hoje, sabia que precisava encará-la.
Enviei instruções para Demi sobre como chegar aqui, porque queria
mostrar isso a ela. Talvez a relaxasse, talvez pudesse ter uma coisa em
meu proveito.
— Eu sei, é metade da razão pela qual aluguei este lugar. Olha, você
pode ver o pequeno satélite ali. — Enrolo um braço em volta do ombro
dela, cutucando suavemente o queixo para olhar para a área certa do céu.
— Demi… — Tento não dizer com severidade, mas não posso evitar.
Estava irritado por ela me excluir. Ela sai do meu abraço e bufo, irritado.
— Sei que você está me evitando. Vamos conversar sobre isso ou você
agirá como uma criança? — Meu temperamento tira o melhor de mim.
— Ha! Eu? Agindo como uma criança? Isso é patético, Paxton. — Ela
ri.
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— Sim, você está jogando meu passado na minha cara. Novamente.
Podemos falar sobre isso como adultos? Ou você evitará minhas ligações?
— Deveria esquecer o assunto, mas não posso.
— Então vamos falar sobre isso. — Ela bate o pé, e tenho que
segurar um sorriso.
— Você ainda não está aberta para mim. Não importa o quanto eu
tente, vejo isso. Todas as suas paredes ainda estão levantadas, você não
me dá uma chance real. — Aponto para ela, acusando-a.
Sinto dor, porque não há nada que eu possa fazer para voltar e
desfazer toda a dor que causei a ela. Mas, aparentemente, nada do que
fiz nos últimos meses ajudou. Quero ir até ela, tocá-la, mas me seguro.
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— Admiti que fui uma pessoa horrível para você naquela época. Eu
era um idiota arrogante, egoísta e abusivo que conhecia o poder que tinha
sobre você e optou por usá-lo de qualquer maneira. Mas Demi, você sabe
o que passei. O quanto perder meus pais me mudou. Como me fez ver que
a vida não é apenas divertimentos, que para ter significado é preciso se
cercar de pessoas importantes.
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você sabe que ainda tem sentimentos por mim. E pode ser chato que você
tenha, mas é verdade. E estou ficando louco tentando provar que sou
digno de você agora. Posso não ter dito naquela época, mas sou louco por
você, Demi. Eu era um idiota, um atleta universitário sem noção, com um
ego do tamanho do Texas. Levei muito tempo para definir minhas
prioridades. E elas estão diretamente em você. Não percebi que você
quem escapou até que fosse tarde demais.
Um soluço sai de seus lábios, mas ela levanta a mão quando tento
confortá-la. Aqui estamos nós, duas pessoas quebradas sob o mais belo
dos céus noturnos. Quão desapontados estão meus pais comigo se
estiverem ouvindo lá de cima?
Ando até ela, segurando-a pelo cotovelo. — Acho que deveria ficar.
Mesmo se não quiser conversar, está tarde. Fique. Vou dormir no sofá, no
quarto de hóspedes... onde você quiser. Apenas fique.
— Vou me arrepender disso, não vou? Droga, tudo bem... mas vou
trancar a porta. — Ela caminha para as escadas que levam de volta ao
meu apartamento.
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CAPÍTULO VINTE E SEIS
Demi
Minha boca enche d’água e percebo que sou como um daqueles cães
pavlovianos. Se Paxton é minha fraqueza, então o café é minha droga.
Sou uma daquelas pessoas que poderiam beber uma garrafa inteira e
ainda dormir. Minha tolerância se tornou tão alta que agora bebo puro,
os grãos amargos alimentando minhas veias quando chego ao fundo da
xícara.
A noite da festa foi a primeira e única vez que permiti que ele
ficasse. E agora estava aqui, em um lugar que eu temia estar. Embora a
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casa de Paxton fosse agora um lindo apartamento de três quartos,
industrial, mas aconchegante, com vista para o centro de Charlotte.
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Pax se vira e um sorriso brilhante pinta seu rosto. — Bom dia. Gosto
de você nas minhas roupas. — Seus olhos vagam pelo meu corpo e sinto
que ele me acendeu como um fósforo.
— Como você dormiu? — Ele olha por cima do ombro para mim,
mexendo nos ovos.
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Eu me afasto, levando um minuto para sorrir para Pax.
— Você queria que eu tentasse ser mais aberta com você, e... vou
tentar. Começando agora. — Tomo um gole de café antes de começar. —
Acredito que cães vão para o céu. Acredito que o chocolate é tão bom
quanto qualquer droga. Acredito que os domingos devem ser passados na
cama, e que o lugar mais calmo do mundo é sentado em uma cadeira de
balanço, ouvindo o oceano depois do anoitecer. Acredito que o livro é
sempre melhor que o filme, que você deve abrir apenas um presente em
cada noite de Hanukkah, nada dessa bonança enorme de presentes de
uma noite. E acredito que todos têm direito a um grande erro em suas
vidas. E você... você já usou o seu. Então, por favor, não me machuque
novamente.
Ele assente. — Eu não vou. Prometo. Agora, quero ouvir mais, mas
acho que estou queimando nossos ovos, então farei uma pausa por apenas
um minuto.
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Rindo, eu como, porque aparentemente brigar e depois fazer as
pazes me deixa com um enorme apetite. Nós brincamos na mesa do café
da manhã, e não posso deixar de sentir que estou em um lugar bom em
que não estive em muitos anos. Estou feliz, mas mais do que isso... estou
contente. Totalmente confortável e satisfeita apenas sentada aqui, com
as roupas de Paxton, com ele, conversando e comendo bacon.
— Sei que mencionei que amo meu trabalho e amo ajudar famílias e
crianças carentes. Mas... acho que nunca mencionei o porquê comecei a
Wish Upon a Star — recomponho-me, respirando fundo.
Como se ele soubesse que isso é sério, Paxton não diz nada. Apenas
segura minhas mãos e se concentra em mim, permitindo que eu fale.
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Pax move a cadeira para mais perto de mim, segurando minhas
mãos agora. — Demi, eu sinto muito. Não fazia ideia...
Sorrio, com lágrimas nos meus olhos. — Está tudo bem, e obrigada.
Ainda dói, até hoje. Mas tento... tento me lembrar dos bons tempos.
Mantenho a foto dele na minha mesa de cabeceira e seu rosto na minha
memória. E foi por isso que comecei minha empresa, para dar bons
momentos a famílias como a minha. Famílias que sofrem, que não
conseguem se lembrar da diversão que costumavam ter. Crianças que
sofrem, que podem não ter o tempo ou a energia que temos. Quero ajudá-
los e honrar Ezra. Essa é uma grande parte de mim, e quero que saiba
disso. Então... aí está.
Nunca falei sobre Ezra, exceto com minha mãe. E conversando com
alguém que viveu sua morte... era diferente. Mais emocional. Muitas
vezes, eu era uma muleta para ela, segurando-a enquanto ela desabafava
suas emoções e angústia. Falar sobre os bons tempos de sua vida, sobre
seus momentos felizes... parecia catártico. O sorriso que esticou minha
boca era genuíno e vertiginoso. Sentia muita falta dele, mas também era
muito agradecida por tê-lo como irmão.
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Acho que nunca estive num momento mais perfeito.
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CAPÍTULO VINTE E SETE
Demi
Reviro os olhos, percebendo que talvez essa seção não seja tudo o que
dizem.
Pela primeira vez na minha vida, desde que conheci Paxton Shaw,
estou oficialmente sentada na seção de esposas e namoradas. Um clube
exclusivo, as mulheres bem cuidadas, bonitas e tingidas que atraíram e
viciaram atletas profissionais, os seus diamantes e óculos de sol de grife
são uma prova disso.
Não sabia que não era legal usar o número do seu jogador, ou
qualquer tipo de equipamento para assistir ao jogo, e aqui estou. Em uma
camiseta e jeans dos Cheetahs, com meus tênis de lona brancos favoritos.
A maioria dessas mulheres está de calça de couro, salto ou algum tipo de
blusa decotada. Sinto-me uma estranha, mas estou tão feliz por ter Pax
me pedir para sentar aqui para ele hoje que estou sorrindo e aguentando.
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— Não ouça essas bruxas. Nós as chamamos de WAGS.26 — Uma
ruiva bonita senta ao meu lado, seu traje mais casual do que o grupo à
minha frente.
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— Então, vocês são casadas com jogadores? — Pergunto, tentando
descobrir um pouco mais sobre as mulheres com quem provavelmente
passarei algum tempo no próximo ano.
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— Oh, garota, você faz a obra de Deus. Sério, eu me curvo para você.
O que você faz por essas famílias é tão incrível. — Hillary toca meu braço
e não consigo parar de corar.
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algumas gotículas de água errantes e seu terno cinza realça seus olhos
verdes. Quero babar ou pular sobre ele, mas evito os dois. Em vez disso,
dou-lhe um aceno tímido e espero que ele venha até mim.
Mas ele não vem, ele corre. Direto para mim, até estar na minha
frente, me pegando na cintura e segurando a parte de trás do meu
pescoço para que eu seja forçada a beijá-lo. A união de nossas bocas envia
ondas de choque diretamente para o meu âmago e, se não estivéssemos
numa sala cheia de pessoas e crianças, começaria a despi-lo aqui.
BY CARRIE AARONS
Aceno enquanto Paxton enfia os dedos entre os da minha mão
esquerda e me puxa para a fila de comida. Se o café da manhã da semana
passada era alguma indicação, ele deveria estar absolutamente faminto
após gastar tanta energia durante o jogo.
— Foi o que ouvi... bom, estou feliz que você conheceu alguém com
quem pode conversar, já que quero você em todos os jogos a partir de
agora. Você é meu amuleto da sorte. — Pax empilha frango, purê de
batatas, salada e muito mais em um prato.
— Paxton, você joga na liga há oito anos, eu não sei muito, mas sei
que você tem um anel, ou talvez mais. Não sou seu amuleto da sorte. —
Coloco minhas mãos nos quadris.
Pax sorri. — É por isso que há outra sala de jantar. Você não achou
que essa era a única comida, certo? Morreríamos todos!
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CAPÍTULO VINTE E OITO
Paxton
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comidas tradicionais. Demi coloca os cálices especiais de Hanukkah em
cima da mesa para bebermos, velas acesas por toda parte com a bela
menorah33 de ouro no meio da mesa.
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— Então, o que você achou da sua primeira noite de Hanukkah?—
Ela estava linda, com o cabelo afastado do rosto, os olhos grandes
brilhando intensamente.
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presente. Era bastante deprimente, nós dois sentindo tanta falta dos
nossos pais que ofuscava o dia.
— Oh, mãe, comecei a ler o novo livro de Nora Roberts, é tão bom! —
Demi bebe um pouco de seu vinho e olha para Sarah.
— Pessoalmente, não vejo como vocês duas leem essa porcaria brega.
Dan Brown é o melhor escritor desta geração. — Aaron balança a cabeça.
BY CARRIE AARONS
— Não sabia que você... gostava de livros. — Demi praticamente
brinca.
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Quando Demi e eu dissemos boa noite, senti como se estivesse
realmente sendo aceito. E enquanto ela segurava minha mão no carro,
senti o peso daquela moeda de chocolate no bolso.
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CAPÍTULO VINTE E NOVE
Demi
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carro vire à esquerda em direção à cidade. Cozinho o jantar e sento com
as esposas nos jogos de domingo. Ele arruma o lado certo da cama, por
insistência minha, e aprendi a não deixar a pasta de dente no balcão
porque isso o deixa maluco.
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quem ele estava saindo e se alguma garota o marcou em uma foto. Não
posso deixar de fazer isso agora, imaginando se ele tinha algum
relacionamento sério na época em que eu não o conhecia.
BY CARRIE AARONS
Ele olha para cima, seus olhos azuis claro aumentando minha
paralisia. — Me desculpe por demorar tanto. Acho que você estava anos-
luz à minha frente em maturidade. Sei que você também me ama.
Ele segura meu rosto. — Você não precisa ter medo. Não vou a lugar
nenhum. Eu te amo, Demi.
Tudo foi dito agora, nós dois admitimos e é como se um peso fosse
tirado. Sei que ele corresponde os sentimentos que tenho há tanto tempo.
BY CARRIE AARONS
Dizer essas três grandes palavras é o máximo que nos
comprometemos com um futuro de longo prazo, mas não posso mentir e
dizer que não fantasiei em caminhar até o altar para Pax.
Não posso mentir e dizer que não sonho com o dia do meu casamento
desde pequena. Como será o vestido, qual música nós vamos dançar. E
por dez anos sonhei que seria Paxton Shaw quem diria Aceito para mim.
BY CARRIE AARONS
CAPÍTULO TRINTA
Paxton
E como era uma semana livre, eu decidi trazer Demi para cá,
mostrar a ela como era o tempo frio.
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— Sim, esse material branco e úmido está dificultando a condução.
Vem do céu, — brinco enquanto tento dirigir minha caminhonete pela
estrada molhada, meus pneus derrapando com cada puxão da roda.
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Demi suspira. — Amei isso, obrigada por comprar para mim. Você
sabe quão especial essa luta é para mim.
BY CARRIE AARONS
Demi ri. — Você só quer me impressionar com seu vasto
conhecimento de homens que jogam bolas.
BY CARRIE AARONS
Mesmo cinco anos depois, ainda permanece em todas as fibras da
casa.
BY CARRIE AARONS
— É a formação exata de estrelas no céu noturno no dia em que
entrei no seu escritório há alguns meses. Encontrei-o através de uma
empresa que os faz para qualquer data que você tenha em mente. Eu
queria comemorar a primeira vez que te vi novamente e soube pelo que
estive lutando durante todos esses anos. E você me disse naquela
primeira semana que todas as crianças com quem trabalhou lembram
estrelas que poderiam perder o brilho aqui na terra, mas elas nos
observavam de cima. Gosto de pensar que todas aquelas estrelas no céu
naquele dia me levaram direto para você.
Ela se vira para mim, lágrimas caindo por suas bochechas. — Essa é
a coisa mais incrível que alguém já me deu, Pax...
BY CARRIE AARONS
Meu sangue esquenta, porque estive preso em um carro há muito
tempo e preciso esticar minhas pernas. Ou meu corpo. De preferência no
dela.
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CAPÍTULO TRINTA E UM
Demi
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estava aqui depois que seus pais partiram. Parte de mim ficou um pouco
azeda por ele demorar tanto tempo para perceber que poderíamos estar
juntos, porque ele perdeu tempo e, ao fazê-lo, nunca me aproximei dos
seus pais.
Hoje, nós três passamos o dia no lago meio congelado perto da casa e
eles tentaram me ensinar a pescar. Após tentar por meia hora, sem
mordidas e sem realmente entender o objetivo da coisa toda, peguei meu
livro e li. Foi divertido e, embora não tenhamos falado muito, era o
companheirismo que igualava a união.
Senti-me mal por ele ter saído, dando a Pax e eu algum tempo a sós.
Embora fosse meio legal imaginar como seria se morássemos nessa casa
grande, a enchêssemos de crianças, envelhecêssemos juntos…
BY CARRIE AARONS
A voz de Pax me tira do meu sonho. — Ele está feliz em fazer isso,
querida... honestamente, acho que ele está saindo com alguma das nossas
velhas amigas do ensino médio que ainda mora aqui e queria um lugar
privado para ir.
BY CARRIE AARONS
— E? Qual é o seu ponto? Tome isso como um elogio, de que não me
canso de você. Você me deixa louco, Demi. — Ele rosna no meu pescoço,
seus dentes afundando na pele macia.
Não posso evitar o gemido que escapa dos meus lábios e guardo o
último item da cozinha antes de quebrar alguma coisa.
BY CARRIE AARONS
— E como ela é?
Coro, mesmo que ele não consiga ver, porque pensar em nossos anos
de juventude me deixa louca de luxúria. Éramos animais, sempre
atraídos um pelo outro.
BY CARRIE AARONS
Pax desliza as mãos dentro da minha camiseta de manga comprida,
me fazendo tremer de necessidade. — Não sou o garoto que costumava
ser, querida. Sou um homem velho agora, e se eu quebrar um quadril?
Os lábios vêm para mim com força total e acho que o convenci,
porque atacamos um ao outro no balcão da cozinha antes que eu perceba.
BY CARRIE AARONS
Ele está me comendo viva, seus dentes raspando contra o meu
clitóris inchado e quase me enviando ao limite. Vejo sua mão direita
desaparecer e seus músculos começam a trabalhar. Sei que ele está se
masturbando enquanto se deleita com meu corpo, e é tão sexy que meu
orgasmo me invade antes que eu possa respirar fundo.
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E Paxton é o único homem pelo qual sentirei ambos.
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CAPÍTULO TRINTA E DOIS
Demi
— Querida, por que você não muda a cor da tinta daqui? Um belo
tom de amarelo realmente iluminaria esse lugar. — Minha mãe anda
pelo meu escritório, examinando todos os cantos e recantos.
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Não me interpretem mal, amo minha mãe, mas sua implicância pode
me cansar.
Quase cuspi o chá gelado que ela trouxe para mim. — O que?
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— O que? Não entendo qual é o problema, Demi! Ele faz parte da
sua vida, então quero que ele faça parte da nossa. E ele não se importa,
nos sentamos e conversamos por quase duas horas. Ele me contou sobre
os pais dele e a aposentadoria... ele é um garoto muito gentil, sabe.
— Acho que vocês deveriam ter três, como seria maravilhoso ter
todos esses pequenas bubbalas correndo por aí?! — Ela bate palmas como
se pudesse imaginar agora.
Tenho que admitir, também posso ver. Um futuro, uma família, com
Pax. Garotinhos de cabelos loiros correndo pelo quintal, aprendendo a
BY CARRIE AARONS
jogar futebol com o pai. Uma garota que se pareça comigo, deitada em
meus braços enquanto eu lia um livro para ela. Era exatamente o que eu
queria da vida.
— É assim que sei que ele é o homem para você. Pax será o homem
com quem você se casará. — Ela se aproxima e beija meu nariz.
— Como?
Meu coração aquece porque ela também podia ver. — Contei a ele
sobre Ezra.
— Bom, você deve compartilhar isso com a pessoa que ama. Ele
deveria saber sobre o nosso bebê. — Seus olhos estão enevoados quando
olha para mim. Ela finge não limpar os olhos na manga. — Agora, então,
quando é a próxima vez que verei vocês? Acho que devo reivindicar todas
as noites, colocar nos seus votos de casamento. Você as gastará com seu
pai e eu, porque sou sua mãe e digo isso.
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Havia aquela culpa judaica novamente, e mamãe era a especialista
nisso.
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CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
Demi
BY CARRIE AARONS
filmada em um local remoto nos arredores de Charlotte, ela conseguisse
passar um dia inteiro no set, assistindo e saindo com a garota enquanto
ela filmava.
Paxton entendeu, mas estava chateado por seu amuleto da sorte não
estar lá. Então, ele pegou uma calcinha, e borrifou meu perfume para dar
sorte. Tentei tirá-la dele, envergonhada por isso estar na mala dele, mas
ele insistiu.
BY CARRIE AARONS
E neste fim de semana consegui fazer todas essas coisas. Isso encheu
meu estranho tanque de comportamento de solteira por um tempo para
que eu pudesse continuar em um relacionamento comprometido sem
sentir vontade de escalar as paredes.
Uma hora e meia depois, meu telefone toca, a foto e o número de Pax
piscando na tela. Descaradamente defini a foto de contato dele como uma
sem camisa de uma revista de esportes de alguns anos atrás.
— Oh, pare! Sei que você mal pode esperar para usar minha camisa
e me beijar enquanto levanto o troféu Lombardi. — Podia ouvir o vento
passar pelo alto-falante do telefone enquanto ele saía de algum lugar.
BY CARRIE AARONS
— Você jogou tão bem, querido. Amei especialmente os horríveis
movimentos de dança. — Enrolo meus pés debaixo de mim, ficando mais
confortável para falar com ele por mais tempo.
— Beije-a por mim. Voltei para o hotel agora, que tal você
simplesmente voar e estar na cama quando eu abrir a porta? — Ouço o
toque de um elevador ao fundo.
BY CARRIE AARONS
Minhas coxas de repente necessitavam ser esfregadas, como se
formigas se movessem pelo meu núcleo e eu precisava aliviar. — Oh!
Você está?
— Então, finja que estou aí. Nua, na cama esperando por você.
— Estou subindo na cama agora, Deus, Demi, estou tão duro por
você.
— Foda-se, sim. Ponha essa mão nas calças, querida. Toque e pense
em mim me acariciando aqui ao som de você gozando.
BY CARRIE AARONS
Ouço sua respiração forte. — Quero deitar você na cama,
completamente nua ao luar para que eu possa ver toda sua pele bonita.
Seus mamilos duros e prontos para eu chupar. O cheiro da sua excitação,
Deus, eu colocaria minha língua ali.
— Se nosso sexo por telefone pode ser tão quente, mal posso esperar
para chegar em casa amanhã.
BY CARRIE AARONS
Posso ouvir o sorriso de Pax pelo telefone. — É por isso que sempre a
trancamos do lado de fora do nosso quarto, não podemos tê-la nos
empatando.
BY CARRIE AARONS
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
Paxton
Atingi o chão com força, a relva fria batendo nas minhas costas
enquanto respiro fundo.
BY CARRIE AARONS
— Sim, eu quero o anel. Também quero poder entrar em campo em
duas semanas. — Connor faz beicinho, engolindo o conteúdo de sua
garrafa de água. — Ei, cara, parabéns, a propósito. Um garotinho, hein?
Não porque quero a vida de Anthony, mas porque quero ter um filho.
Não deveria ter perdido tantos anos, não deveria ter sido tão egoísta.
Agora estou me aposentando e sinto que coloquei minha vida em espera
por esse esporte sem nada para mostrar, a não ser alguns anéis tolos e
coisas para me gabar.
BY CARRIE AARONS
— Isso é porque você é uma criança. Também não consigo imaginar
você tendo um —Anthony ri.
Tenho que rir disso, porque ele está tão claramente fora do ponto
dessa conversa. — Nunca pedirei para você tomar conta dos meus.
BY CARRIE AARONS
O que eles também não sabem, além da minha bomba de
aposentadoria, é que passei três horas na joalheria mais proeminente de
Charlotte no outro dia.
Apenas para sair de mãos vazias, porque nenhum dos anéis parecia
o certo.
Liguei para Dylan e pedi para ele fosse até o cofre da casa de nossos
pais e pegasse a aliança da mamãe. Ele me ligou no FaceTime para me
mostrar o ornamentado de ouro antigo rosa… uma herança de família
passada de geração em geração. Era o anel de noivado da minha mãe e
nos foi devolvido quando ela faleceu.
Soube naquele momento que era para eu dar à Demi. Pedi para ele
me enviar com segurança e a caixa chegou apenas três dias atrás.
BY CARRIE AARONS
Inclino-me no chão, colhendo uma folha de grama falsa. — Bem,
verdade seja dita, ainda não sei.
— Ok, bem, o que ela gosta? Minha esposa, por exemplo, adora
sorvete. Então, eu decorei uma caneca com nossas fotos, coloquei no
supermercado e, quando fomos buscá-la uma noite, garanti que ela a
visse. Então me ajoelhei bem no meio da Whole Foods. — sorriu Anthony.
— Cara, isso realmente é meio brilhante. Eles podem fazer isso para
qualquer um, mesmo que não esteja ficando noivo? — Connor parecia ter
algum tipo de ideia, e não tinha nada a ver com casamento.
BY CARRIE AARONS
— Soa fodidamente suspeito, apenas dizendo. Mas, meu cara, o
mundo inteiro estará olhando para você essa semana, você tem o palco
perfeito. Olá, pedido de casamento no Super Bowl? Eu diria que nada
pode dar errado se você tentar colocar o diamante nela depois que
ganharmos um anel para nós.
BY CARRIE AARONS
CAPÍTULO TRINTA E CINCO
Paxton
Nos últimos oito anos, fui vítima desses caras mais vezes do que
pude contar. Tentando não me tornar o próximo furo, tentando distribuir
liberalmente minhas respostas de uma maneira politicamente correta.
Joguei o jogo e joguei bem. Tanto no campo quanto fora dele. E agora era
hora de dizer adeus.
Meu joelho não era o mesmo e, embora tenha jogado uma temporada
incrível, com mais um anel para colocar no cinto antes de partir, sabia
que havia terminado. Conseguia sentir. E embora triste, também estava
ansioso pelo próximo capítulo.
Olho para Demi, que espera do lado de fora da linha de visão das
câmeras apontadas diretamente para mim, minha figura solitária
sentada em uma mesa em frente aos logotipos da NFL e Cheetah em um
fundo azul. Ela acena, dando-me um polegar para cima e um pequeno
sorriso. Minha mulher, a única pessoa com quem discuti isso em
profundidade. Sim, meu irmão sabia, mas não era ele quem ficava comigo
BY CARRIE AARONS
quando eu não conseguia dormir às duas da manhã por estar tão confuso
e ansioso com a aposentadoria.
Meu coração bate forte enquanto limpo minha garganta, meus lábios
repentinamente secos. Essa foi a minha vida inteira, a coisa que vivi,
respirei e me matei por um longo tempo.
BY CARRIE AARONS
afiada do que nunca, cheia de planos e maneiras de vencer, mas meus
músculos e membros simplesmente não conseguem acompanhar. E meu
coração também não pode, sendo honesto. Por oito anos, coloquei tudo
neste jogo. Não me arrependo. Mas isso me impediu de me estabelecer.
De conhecer alguém especial, de começar uma família e um legado. E isso
é algo pelo qual estou ansioso. Porque depois deste jogo, depois do Super
Bowl, eu vou me aposentar.
— Eu queria que esse fosse o meu lago dos cisnes, um grande final
do Super Bowl e uma grande despedida. Ganhando ou perdendo, estou
saindo com a cabeça erguida. Então, por favor, podem fazer suas
perguntas, mas sem negatividade. Isso é agridoce para mim, mas é mais
doce que amargo. Gostaria de pensar que meus pais estão olhando para
mim, orgulhosos do que realizei e ansiosos para ver o que farei a seguir.
BY CARRIE AARONS
Tenho que parar e morder meu punho, porque sei que as palavras
que falei são verdadeiras. Raramente falo sobre meus pais para a
imprensa, mas eles deveriam estar comigo neste momento. Sacrificaram
muito por mim enquanto eu crescia para poder viver esse sonho.
BY CARRIE AARONS
Eles veem para mim com força total e, pela primeira vez, fico triste
que logo isso não faria parte do meu domingo habitual.
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CAPÍTULO TRINTA SEIS
Demi
BY CARRIE AARONS
A mão de Pax estava entrelaçada na minha enquanto
caminhávamos de tenda em tenda de diferentes emissoras, ele se
sentando e dando respostas genéricas às mesmas perguntas que todo
repórter fazia.
Dou uma risada sincera. — Meus lábios estão selados. Ei, onde você
quer jantar depois?
Não passamos muito tempo juntos esta semana, com sua agenda de
treinamento lotada e os dias da entrevista. Eu entendia, mas senti falta
dele.
BY CARRIE AARONS
— Shaw! Cara, eu pensei que o encontraria aqui. Você parece velho,
cara! — Uma voz familiar nos faz virar, e quando vejo a quem ela está
conectada, meu coração pula na minha garganta.
— Jami, bom te ver! Pelo menos não pareço com você. Como estão
esses joelhos? —Pax estava zombando de seu peso, que eu nunca entendi
muito bem como ele conseguia se mover pelo campo.
— Oi, olá. — Dou um breve aceno, porque não sei o que fazer. — Vou
tomar uma copo de café. Bem ali.
Não quero ficar com eles, não quero falar com eles. Sinto que sou
transportada de volta aos dias em que eu era um ornamento em vez de
uma mulher respeitada.
BY CARRIE AARONS
— Cara, ela ainda está perseguindo seu pau, hein?
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— Querido… — Volto correndo, pisando entre eles e afastando meu
namorado.
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Já estou lá fora quando ele consegue me alcançar, tocando meu
cotovelo enquanto ando a frente dele. As pessoas na rua se viram
olhando, porque há uma boa estrela do futebol andando pelas ruas da
cidade que se tornou o ponto central do país nos últimos dois dias.
— Demi, por favor, pare, — pede Pax, com a mão pairando nas
minhas costas enquanto caminhamos.
Ele fica comigo, sinto sua presença, e preciso focar minha visão à
frente o tempo todo. Quando finalmente chegamos ao hotel, atravesso o
saguão e entro no elevador. Pax entra comigo, e imediatamente me movo
para o outro lado, vulnerável demais para olhar para ele ou deixá-lo me
tocar.
BY CARRIE AARONS
O toque do elevador em cada novo andar parecia uma facada no
órgão no meu peito. Não consegui conter os soluços e um escapou da
minha boca, ecoando entre nós.
— Ele olhou para mim como uma prostituta barata. Porque era isso
que eu era! Eu tenho que ir. — Não poderia estar aqui agora, eu poderia
dizer algo que me arrependeria.
BY CARRIE AARONS
Um soluço explodiu dos meus lábios novamente, porque é tudo o que
sempre quis ouvir dele, mas pelo pior motivo.
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CAPÍTULO TRINTA E SETE
Demi
Amo meu trabalho. Amo o que sou capaz de fazer pelas famílias.
Adoro quando o olhar de pura felicidade ilumina o rosto de uma criança.
Mas também odeio meu trabalho. Odeio que haja uma razão para
que essas crianças precisem de alguma esperança. Odeio quando vejo
seus corpos minúsculos sofrerem no hospital.
BY CARRIE AARONS
Ele atende, porque estou lutando para puxar meu jeans skinny, e
ouço sua empolgação quando ele me diz que Sherrie, a mãe de Ryan, está
ao telefone.
Depois ouço a respiração dele, pois mais tarde descobriria que ela
transmitia os detalhes em seu ouvido.
Sentamos na cama por um tempo depois que ele para de falar com
ela, soluços vindos do outro lado enquanto ela nos conta sobre os
preparativos para o funeral.
BY CARRIE AARONS
sombrio. Ele foi um feixe de esperança, uma galáxia de personalidade
engraçada, doce e facilmente agradável. E o fato de ter tido o mesmo
câncer que Ezra... foi um duro golpe.
Não era uma prática que costumava manter, mas em certos casos eu
fazia isso. Não apenas para ajudar as famílias, cujas despesas médicas
costumavam acumular contas intransponíveis, mas era algo que me fazia
sentir melhor. Eu poderia fazer algo para ser útil, tirar o fardo de suas
costas. Fazia o quanto podia.
BY CARRIE AARONS
Eu não iria discutir, queria que a família de Ryan tivesse o que
precisasse.
****
Não havia um olho seco no local quando seu pai foi ao altar, falando
sobre a personalidade radiante ou a capacidade de ver o mundo sob uma
luz positiva, mesmo quando esta lhe deu uma mão ruim. Ele pediu a
todos que aplaudissem Ryan, disse que seu filho adoraria ser a
celebração singular de tantas pessoas. Quando o local explodiu, tive que
me apoiar em Paxton para parar de chorar um pouco.
BY CARRIE AARONS
Respiro fundo. — É por isso que faço. Se eu puder levar algo de bom
à essas famílias pelo curto período de tempo que elas têm, quero fazer
isso. Não importa o quanto doa, repetidamente, sei que preciso fazê-lo.
Cura as rachaduras no meu coração que se formaram quando Ezra
morreu, mesmo que momentaneamente. Eu o vejo em todas as crianças e,
se puder dar a elas um minuto de alívio, ficarei feliz em sofrer as
consequências depois.
— Não sei como você vive depois disso. — Pax balança a cabeça, as
garras do funeral ainda nele.
Sabia como ele se sentia, como ele não podia deixar de lado a ideia
da morte e de uma criancinha inocente passar. Parecia errado, retrógado.
Não havia como entender isso.
— Esses pais... como você continua? — Ele engasga e sei que ele está
desabando.
BY CARRIE AARONS
Suspiro, apertando sua coxa. — Apenas continua. Você não é mais
uma pessoa inteira, você e eu sabemos a sensação de perder alguém. Mas
a cada dia, a cada ano, fica um pouco mais gerenciável. Nunca é fácil, há
momentos em que acaba se sentindo paralisado com a perda, mas
sobrevive. E se lembra dos bons momentos. Agarra-se a eles, e sente
felicidade pura na lembrança do que aconteceu durante esses tempos.
BY CARRIE AARONS
Bufo e reviro os olhos. — Sim, porque é assim que os bebês são
feitos. Você sabe que estou tomando pílula.
— Então vamos tirar o goleiro do jogo. — Pax olha para mim, sem
sorriso no rosto.
Apalpando sua bochecha enquanto ele vira para a rua onde fica meu
apartamento, eu sorrio. — Vamos falar sobre isso depois de passarmos
pelo maior jogo da sua carreira. Ah, e aposentadoria. Eu acho que você
tem o suficiente no seu prato agora.
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CAPÍTULO TRINTA E OITO
Paxton
Se não houver uma poça de suor embaixo dos meus mocassins, então
meu desodorante está fazendo seu trabalho dez veze mais.
BY CARRIE AARONS
forte, mas preciso da minha cabeça limpa. Aaron Rosen já me assusta,
não preciso dele me pressionando depois de uma bebida.
Ele deveria ter alguma ideia do motivo pelo qual o chamei para
almoçar e, provavelmente por isso, o filho da puta estava atrasado. Essa
era uma tática de intimidação e estava funcionando.
BY CARRIE AARONS
— Desde que voltei para Charlotte e vi sua filha pela primeira vez
depois de anos, percebi que estava fazendo tudo errado. A vida, na
verdade. Porque sem ela, eu estava apenas sobrevivendo. Vivendo sem
ânimo. Demi, sua filha, é o motivo pelo qual voltei, mesmo que não
soubesse. O destino, e pode parecer brega, interveio. Eu gostaria de me
casar com ela, senhor. Estou pedindo sua permissão. E antes que você
questione se sou digno o suficiente... sei que provavelmente não sou.
Ninguém realmente é, não para pessoas como Demi. Mas... prometo me
esforçar ao máximo para me tornar digno. Protegê-la, colocá-la acima de
tudo, amá-la e sustentá-la. Prometo não interferir com seu sucesso, sua
independência. Então, por favor, vim aqui para pedir a mão dela. Você
me permitiria casar com sua filha?
Aaron olha para mim, estudando-me enquanto percebo que ele está
digerindo minhas palavras.
BY CARRIE AARONS
Uso minhas mãos para falar. — Entendo, mas, novamente, seria
uma escolha minha e da Demi. Embora não seja contra. Quero fazê-la
feliz, essa é a missão da minha vida. E se ela quiser isso, eu não ficaria
no caminho.
O que eu faria se o pai dela dissesse não? Conheço minha garota, ela
gostaria que eu recebesse a permissão dele. Ela é tradicional e
significaria muito para ela ter a bênção de seus pais em nosso futuro
casamento. Não consigo imaginar uma vida sem ela, mas como seria uma
vida sem a aprovação da família dela?
— Está bem, — fala ele, cortando seu bife sem olhar para mim.
BY CARRIE AARONS
— Obrigado, Aaron. De verdade, eu quero fazer parte da sua família
e planejo fazer sua filha muito feliz.
BY CARRIE AARONS
mente percebo que não estava apenas ganhando uma esposa, estava
ganhando uma família.
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CAPÍTULO TRINTA NOVE
Paxton
BY CARRIE AARONS
— Querido, estou tão orgulhosa de você. — Mamãe limpa uma
lágrima do olho e aperta minha mão debaixo da mesa.
— É tudo por você, mãe. — Sorri para ela, meio sério e meio para
fazer meu irmão parece o filho mau.
BY CARRIE AARONS
ou ter minha própria linha de produtos. Eu não tinha ideia do que seria
isso, mas diabos, os recursos estavam nas pontas dos dedos se eu usasse
bem meu talento no campo.
Mas agora que eu estava aqui com eles, algo caiu novamente no
lugar. Não tive vontade de responder ao meu pai com um comentário
malicioso, como faria com um dos meus amigos em nossa casa da
fraternidade. Realmente queria ouvi-lo, seguir seu conselho genuíno e
aplicá-lo. Queria deixar minha mãe se gabar sobre mim, me dar uma
estrela dourada. Era como uma maldita formatura no jardim de infância
e, poderia ser um sentimento de marica, mas agora estava apenas
deixando acontecer.
Fazia muito tempo desde que minha família esteve unida. Teve um
jogo de boliche nas férias de Natal, mas não consegui chegar em casa.
Então mamãe e papai voaram até a faculdade no meu aniversário em
abril e Dylan veio visitar em fevereiro. Sei que ele foi para casa nas
BY CARRIE AARONS
férias, mas não estávamos juntos como uma família desde... o ano
passado?
Torcia pelo meu time favorito, aquele pelo qual torcia para me
escolher. Leva um minuto e seis segundos para solidificarem sua escolha.
BY CARRIE AARONS
Mas quando subo naquele palco, apertando as mãos e segurando
uma camisa com meu nome nas costas, não posso deixar de olhar para a
multidão. Vendo os outros jogadores, apertando as mãos das namoradas.
Alguns tinham esposas, filhos.
Exceto agora, que eu queria saber o que Demi Rosen achava de mim
virando o número um. Desejava deitar na cama dela, conversar depois
que nós fodêssemos o cérebro um do outro. Havia também o desejo de
saber se ela estava me assistindo e se estava feliz. Não apenas por mim,
mas na vida. Fui embora sem nem um adeus ou um aceno de cabeça e
agora me senti mal com isso.
E agora provavelmente era tarde demais para fazer algo sobre isso.
BY CARRIE AARONS
CAPÍTULO QUARENTA
Demi
— Sei que esse não é o seu pátio perfeito na cobertura, mas foi o
melhor que pude fazer em pouco tempo.
BY CARRIE AARONS
— Porque conheço você, Paxton Shaw. E queria sair com você, no
estilo de sonho adolescente.
Ele nos uniu, eu devia tanto a aquele garotinho. Nós brindamos com
as taças, uma nota agridoce preenchendo o ar enquanto bebemos.
BY CARRIE AARONS
cima? — Ele aponta para as estrelas acima de nós, uma tapeçaria de luz
iluminando o pátio.
BY CARRIE AARONS
Era poético, de certa forma, e eu o entendi. — Então, vá lá amanhã e
divirta-se.
Podia sentir todo o corpo de Pax enrijecer. — Existe algo que você
precisa me dizer?
BY CARRIE AARONS
compreendera minha agenda exigente até agora, mas ficando mais sério,
casamento, criar uma família, ter um futuro, isso significaria apenas
mais tempo longe dele.
— Claro que não. Quero dizer, acho que o trabalho que você faz é
muito importante. E você é uma chefe, na gíria e no sentido tradicional.
Você me inspira a trabalhar mais, o que fiz não é nada comparado ao que
você construiu. Estou seguro o suficiente para ficar completamente bem
com o seu sucesso.
E não conseguia saber o que era, mas sentia que depois de amanhã o
mundo inteiro mudaria.
BY CARRIE AARONS
CAPÍTULO QUARENTA E UM
Paxton
BY CARRIE AARONS
De um lado estava Dylan, seu rosto pintado com meu número
desenhado em tinta branca. Ele parecia um completo fanático, e tive que
rir de seu entusiasmo.
BY CARRIE AARONS
Alinho-me, o cornerback35 me cobrindo, dizendo besteira que nem
me incomodo em ouvir. Este é o meu jogo, ele não tem nenhum nada a
ver com estar no meu campo. Um pouco da juventude e arrogância me
invadem, e sou transportado de volta para o sabichão que costumava
fazer jogadas arriscadas que às vezes compensavam, às vezes não. Esse
ego combinado com meu conhecimento agora é o que me fará passar por
isso.
Coloco cada grama de mim nas últimas descidas, tentando ver o jogo
através dos olhos do garotinho que se apaixonou por ele.
Porque será sua última vez, minha última vez, sob as luzes.
35 Cornerbacks são utilizados nas jogadas defensivas, ficam posicionados na lateral do campo, sua
função principal é impedir a recepção de passes ou avanço de jogadas.
BY CARRIE AARONS
Um mar de pessoas, câmeras, novos jogadores do campeonato estão
se jogando ao meu redor. Meus colegas de equipe estão chorando,
lágrimas felizes, e os repórteres estão empurrando microfones na minha
cara, tentando obter uma declaração do cara que está no topo do mundo
agora.
Meu corpo, meu coração, minha mente, todos cantam com triunfo. E
há apenas uma pessoa com quem quero compartilhar tudo agora.
BY CARRIE AARONS
— Demi Rosen, eu terminei com este capítulo. Agora, quero começar
o meu próximo. Aquele em que vivemos felizes para sempre. Agora, sei
que você lida com desejos, então gostaria que você concedesse o meu.
Case comigo. Faça de mim o homem mais sortudo da face desta terra. O
homem mais sortudo da galáxia.
Olho para ela, realmente olho para ela, avançando o anel em sua
direção.
Não espero mais sob um joelho, o qual está começando a pulsar, mas
pulo para levantá-la em comemoração. Ela grita e enterra a cabeça no
meu ombro.
BY CARRIE AARONS
— Eu te amo. Eu te amo há muito tempo, — ela sussurra de volta.
— Acho que preciso lhe dar algo para selar o pedido. — Pego sua
mão esquerda, colocando o anel no terceiro dedo.
BY CARRIE AARONS
Apesar de tudo, eu estou olhando para Demi. Minha futura esposa.
BY CARRIE AARONS
CAPÍTULO QUARENTA E DOIS
Demi
Um mês depois
— Chelsea, se você não quer ser solidária, você não precisa estar
aqui, — meio que brinco.
BY CARRIE AARONS
esperam um pouco antes de começar a planejar um casamento? Muito
menos um daqui a menos de noventa dias.
BY CARRIE AARONS
retratos de família aqui em Charlotte. Reservamos um local, o que foi
surpreendentemente fácil com meus contatos de planejamento de
eventos. Usaria a mesma florista de todas as festas anuais da Wish Upon
a Star, e Paxton estava encarregado das acomodações da banda e do
hotel.
O vestido tinha uma saia cheia e fofa com pequenas flores de cristal
por toda parte. As alças eram um tule transparente, largas, com um belo
decote V, mas ainda modesto. Era lindo, e uma pequena vibração passou
pelo meu estômago enquanto esperava que elas respondessem.
BY CARRIE AARONS
— Amei. Você está incrível. Mas, novamente, você fica incrível em
qualquer coisa. Ah, e se Paxton Shaw alguma vez te machucar, eu disse a
ele que cortaria o pau dele e enfiaria na garganta. — Chelsea faz o
movimento de cortar a garganta.
BY CARRIE AARONS
Minha mãe começa a rir. — Não é a verdade? Um marido é
certamente suficiente. É por isso que eles querem que você acerte na
primeira vez, porque tentar encontrar outro é completamente exaustivo.
Para não mencionar, eu nunca lavarei a roupa íntima de outro homem.
Não, obrigada.
— Oh não, ela não usará isso. — Minha mãe a afasta e sorrio para
ela.
Eu sabia por que ela não queria que eu os colocasse. — Você ainda
quer que eu os use?
Antes de falecer, minha avó me dizia o tempo todo como mal podia
esperar para me ver usando suas pérolas e diamantes, suas joias mais
valiosas, nos lóbulos de sua única neta no dia do casamento.
BY CARRIE AARONS
E minha boca cai. Eu parecia uma noiva. Um completo enfeite de
Natal branco, de conto de fadas, noiva. — Oh meu Deus…
Com lágrimas nos olhos, eu ri. — Tudo bem, vamos pegar azeitonas
recheadas com queijo azul. Mas, eu não acho que vou tirar isso até o dia
do casamento. Então, eu posso usá-lo por mais dois meses, certo?
BY CARRIE AARONS
CAPÍTULO QUARENTA E TRÊS
Paxton
Mas dois meses após o Super Bowl, aqui estávamos nós. Quatro
doses e duas cervejas depois, todo mundo estava bêbado, tonto e pronto
para um fim de semana de festa e diversão.
Ela parecia sexo nas pernas, pernas muito longas com saltos
impossivelmente altos. O vestido era decotado na frente e nas costas,
tanto que eu podia sentir a pele dela toda vez que nos esbarramos na
pista de dança. E o suficiente para me deixar louco de ciúmes sempre que
outro par de olhos caía sobre ela.
BY CARRIE AARONS
— Qualquer coisa para você, minha noiva, — grito, a música
batendo no ar.
— Ok, como você gosta? — Minha cabeça nadava com bebida, mas
meus membros cantavam com felicidade e tesão.
Meu pau pula quando ela diz seu futuro sobrenome. — Sra. Shaw,
hein? Vou te chamar assim a noite toda, querida.
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— Pare de flertar com seu noivo! Essa deveria ser sua última festa
de liberdade! Solte seus seios! — Chelsea corre, nos separando e
apertando os seios de Demi.
— Você foi quem fez disso uma festa conjunta! — Demi ri.
Ele diz a alguém no clube e depois conta novamente. Mas ele estava
animado e fiquei feliz pelo cara.
BY CARRIE AARONS
— Oh meu Deus, vamos para Nova Orleans! Eu quero um beignet!37
— Demi grita de repente. — Rápido, você pode pagar um avião particular
ou algo assim, certo baby?
Isso faz minha mulher rir. — Acho que você está se casando comigo
pelo meu. Seu caça ouro!
BY CARRIE AARONS
Levanto minhas sobrancelhas, moldando-nos juntos enquanto a
batida invade nossas veias.
BY CARRIE AARONS
— Tire sua calcinha, — rosno, soltando meu cinto.
Meu pau gritava comigo neste momento, tão duro e pulsando com
sangue que eu precisava de liberação.
— Oh, Pax... — ela geme alto e tenho que tapar sua boca com a
minha outra mão.
Porra. Preciso estar nela agora. Ela está prestes a explodir e quero
sentir isso.
BY CARRIE AARONS
— Espere, querida. — Vejo sua mão tensa na parede e depois entro
nela até minhas bolas baterem contra o seu clitóris.
— Eu te amo, Sra. Shaw. Goze para mim, Sra. Shaw, — rosno para
ela.
BY CARRIE AARONS
Ela vira a cabeça, beijando minha bochecha. — Acho melhor
voltarmos à nossa despedida de solteiros antes que eles percebam que
fomos fazer sexo.
BY CARRIE AARONS
CAPÍTULO QUARENTA E QUATRO
Paxton
Ela traz uma bandeja cheia com Twizzlers38, sorvete de café e uma
cerveja de chocolate39.
39Cerveja produzida com uma seleção de maltes caramelos e escuros criando características que
lembram chocolate amargo.
BY CARRIE AARONS
— Case comigo, minha garota dos sonhos. — sorrio, pegando-a pela
cintura e puxando-a para cima de mim.
Ela ri, uma cortina escura de cabelo envolvem nós dois. — Não
posso. Meu pai te daria a surra que você nunca teve se não obtivesse a
permissão dele.
— Acho que teremos que fugir. De novo. — Minha mente volta para
nossas férias incríveis, da qual voltamos há alguns dias, para comemorar
minha aposentadoria.
BY CARRIE AARONS
— Mal posso esperar para casar com você. — Eu a seguro em cima
de mim, fazendo uma espécie de malabarismo para conectar nossos
lábios.
BY CARRIE AARONS
— Se está escrito nas estrelas, está fadado a acontecer. — Ela sorri,
repetindo sua frase.
Demi não sabia a extensão do trabalho que coloquei ali. Mas ei,
quando você era um velho aposentado, e não tinha mais nada para fazer,
havia muito tempo de sobra.
Ela olha para mim. — Você está reclamando de ter sua futura
esposa em cima de você?
BY CARRIE AARONS
Um sorriso diabólico toma os meus lábios. — E eu te amo. Agora,
vamos consumar nosso casamento.
BY CARRIE AARONS
EPÍLOGO
Demi
Um ano depois
A luz fluía através das cortinas finas, o som dos grilos de verão
criando um coro noturno enquanto caminho pelo corredor na ponta dos
pés.
Limpando o sono dos meus olhos, sorrio, porque não importa quão
cansado eu esteja, isso sempre valia a pena.
BY CARRIE AARONS
E agora, eu era escrava do nosso filho, meu coração completamente e
totalmente dele.
— Você está presa. — Ouço uma voz áspera atrás de mim e sinto os
braços do meu marido segurarem a minha cintura.
BY CARRIE AARONS
Nada como engravidar em sua lua de mel. No primeiro dia, para ser
exata, como foi o nosso caso. Paxton conseguiu seu desejo, ele me
engravidou no primeiro segundo possível que permiti. E agora aqui
estamos nós, de pé sobre o nosso bebê adormecido, completamente e
totalmente apaixonados. Nós o nomeamos em homenagem a dois dos
garotinhos mais importantes de nossas vidas; aquele que nos uniu e
aquele que era parte de mim mesmo depois que ele se foi.
— Vamos lá, devemos voltar para a cama. Deus sabe que ele
acordará em uma hora, querendo provar um pouco desse leite.
— E tire esse olhar com tesão dos seus lindos olhos. O médico disse
seis semanas sem sexo. Ou você quer ter outro? — repreendo-o quando
ele me ajuda a voltar para a cama.
BY CARRIE AARONS
Eu ainda estava muito sensível e um pouco dolorida por causa do
humano que saiu do meu corpo.
Nunca pensei que poderia ser feliz depois que Pax foi embora anos
atrás. Eu tentei, odiei-o, limpei-o da minha mente e tentei seguir em
frente.
Mas então, ele mudou, cresceu, passou por algo tão ruim que mudou
sua vida e o fez questionar todas as decisões.
BY CARRIE AARONS