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Exercícios de Filosofia

11.º A|B | 2022-2023

O EMPIRISMO DE DAVID HUME

GRUPO I
1 — Identifique a afirmação verdadeira. i

a) Todos os conteúdos da mente são perceções, e estas reduzem-se às ideias.

b) A experiência sensível é a única fonte dos nossos conhecimentos.

c) As ideias são puras e simples criações da nossa razão.

2 — Identifique a afirmação errada. ii

a) As proposições do tipo 2 + 3 = 5 são conhecimentos de facto.

b) As proposições que consistem na relação entre ideias são proposições cuja validade não depende da experiência.

c) As proposições factuais são aquelas cujo valor de verdade é aferido pela experiência.

3 — Identifique a afirmação verdadeira: iii

a) A mente humana trabalha com ideias inatas.

b) «O ouro é amarelo» é uma proposição válida, independentemente de qualquer recurso à observação.

c) Só as proposições que não dependem da confirmação da experiência e que respeitam o princípio de não contradição são
absolutamente certas.

4 — Identifique as afirmações verdadeiras. iv

a) A pretensa relação causal nada mais é do que uma conjunção constante de factos, que gera uma ficção mental que catalogamos
como necessária.

b) A inferência causal é um raciocínio que vai para além do testemunho imediato dos sentidos.

c) A inferência causal não se baseia na razão, mas sim no costume (hábito).

d) A sucessão temporal constante entre dois fenómenos não é sinónimo de conexão necessária ou causal entre eles.

e) O hábito não é fonte de conhecimento científico, mas sim de crença.

f) A razão é um fenómeno psicológico, com base orgânica, que gera ficções úteis para a nossa sobrevivência.

5 — Segundo Hume, há ideias:v

a) Inatas.

b) Que são produtos exclusivos da razão.

c) A que não corresponde qualquer impressão sensível.

d) Que podem ser decompostas em ideias mais simples

6 — Na perspetiva de Hume, as conclusões dos nossos raciocínios acerca de questões de facto são: vi

a) Nem certas nem prováveis.

b) Demonstrativas.

c) Necessariamente verdadeiras.

7 — O empirismo de Hume é uma forma de ceticismo porque: vii

a) Afirma que o conhecimento deriva da experiência e não alcança objetos fora do campo da experiência.

b) Reduz o conhecimento científico ao conhecimento matemático.

c) Afirma que o conhecimento deriva da experiência, mas não podemos justificar nem a probabilidade nem a eventual certeza das
nossas crenças.
Exercícios de Filosofia
11.º A|B | 2022-2023

GRUPO II
1. David Hume distingue entre impressões simples e impressões complexas. Em que consiste essa distinção? viii

ix
2. Que relação estabelece Hume entre impressões e ideias?

3. Uma ideia pode referir-se a vários objetos? x

4. O que significa dizer que todo o nosso conhecimento começa com a experiência? xi

5. Apesar de ter como objeto realidades empíricas, o conhecimento científico não é empírico. Justifica. xii

6. A proposição «Deus é causa do universo» terá para Hume valor científico? xiii

Bom trabalho!
CENÁRIOS DE RESPOSTA

GRUPO I
i

1. R.: b) A experiência sensível é a única fonte dos nossos conhecimentos.


ii

2. R.: a) As proposições do tipo 2 + 3 = 5 são conhecimentos de facto.


iii

3. R.: c) Só as proposições que não dependem da confirmação da experiência e que respeitam o princípio de não contradição são
absolutamente certas.
iv

4. Todas as afirmações são verdadeiras


v

5. R.: d) Que podem ser decompostas em ideias mais simples.


vi

6. R.: a) Nem certas nem prováveis.


vii

7. R.: c) Afirma que o conhecimento deriva da experiência, mas não podemos justificar nem a probabilidade nem a eventual certeza das
nossas crenças.

GRUPO II
viii

1. R.: As impressões simples são aquelas que me fornecem apenas uma impressão. Referem-se, por exemplo, a um determinado ruído, um
certo cheiro, um certo paladar.
As impressões complexas são aquelas que me fornecem várias impressões em simultâneo. Referem-se, por exemplo, à observação da minha
mochila (observo várias cores, observo a dimensão da mochila, observo a composição…), à observação do candeeiro do meu quarto (também
aqui recebo várias impressões) ...
ix

2. R.: As impressões são mais nítidas e mais vivas do que as ideias. Porquê? Porque as impressões são aquilo que eu recebo diretamente da
realidade, enquanto as ideias são apenas o que retenho em mim dessas mesmas impressões. Por exemplo, ao observar uma laranja, tenho a
experiência da laranja, recebo através dos sentidos algumas impressões deste objeto. A ideia de laranja é a ideia com que eu fico da laranja
quando, depois de a ter observado, fecho os olhos. É neste sentido que, para David Hume, as impressões são mais nítidas do que as ideias.
x

3. R.: Sim. Por exemplo, a ideia de «pedra» refere-se a todas as pedras. Como é isso possível? Porque existe um conjunto determinado de
propriedades que se mantêm nas várias pedras, condição que possibilita esta relação da ideia com os vários objetos.
xi

4. R.: Dizer que todo o nosso conhecimento começa com a experiência significa dizer que, sem as impressões sensíveis que as coisas em nós
provocam, não teríamos objetos para conhecer. 
Para conhecermos é preciso que algo nos seja dado. Ora, é a intuição que nos dá objetos, ou
seja, algo para conhecer. Toda a nossa intuição é sensível consistindo na receção de dados empíricos ou impressões sensíveis mediante duas
formas que temos de as receber: o espaço e o tempo. A experiência é precisamente esta receção, espácio-temporalmente condicionada, de
dados empíricos. Sem ela, nada teremos para conhecer, não haverá objetos para o nosso conhecimento. Por isso, todo o conhecimento começa
com ela.

xii

5. R.: O conhecimento empírico começa com a experiência e limita-se a estabelecer uma relação de sucessão temporal entre os fenómenos
(liga-os no espaço e no tempo), mas não os liga necessariamente. Diz o que acontece, mas não por que algo acontece de um certo modo e não
de outro. O conhecimento científico consiste na ligação causal ou necessária entre objetos ou impressões que a sensibilidade recebeu.

xiii

6. R.: Não. De Deus não há perceção (impressão) alguma. Como o conceito de causa só estabelece relações entre os dados das impressões
(sensíveis ou empíricas), falar de Deus como causa seja do que for não faz sentido, é falar sem saber o que se diz. Só podemos atribuir a
propriedade de causar isto ou aquilo (este ou aquele fenómeno) a algo que também seja fenómeno. O conceito de causa está psicologicamente
circunscrito às impressões e às suas cópias (representações/ relações de ideias), e só pode funcionar no interior desses limites. Por isso, nunca
se poderá considerar científica uma afirmação do género: “Deus é a causa disto ou daquilo”.

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