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Resumo:
O objetivo deste artigo é apresentar as especificidades da pequena empresa por meio
de um modelo de concepção organizacional que evidencie os diversos aspectos que compõem
e envolvem uma organização. Um modelo dessa natureza, fundamentado nas Teorias
Administrativas, possibilitaria a identificação de um conjunto de características gerais
relacionadas tanto aos componentes internos da organização quanto ao ambiente no qual está
inserida. O conjunto de características gerais, quando analisado em empresas de mesma
natureza, revelaria suas especificidades. Ademais, as propriedades de inter-relação e
interdependência existentes entre as especificidades da pequena empresa tornam-se evidentes
somente com o uso de um modelo sistêmico que considere o ambiente e os componentes
organizacionais. Desta forma, ampliam-se as possibilidades de um diagnóstico mais preciso
sobre as reais condições administrativas e organizativas da pequena empresa, e do emprego de
instrumentos de gestão mais eficazes a atender suas necessidades.
Palavras-chave:
Pequenas Empresas, Especificidades das Pequenas Empresas, Gestão de Pequenas Empresas.
1
Souza (1995)
contextuais, respectivamente. Surge, então, daí a seguinte questão: por que não classificar as
especificidades da pequena empresa de forma abrangente, abordando tanto a dimensão
contextual como a dimensão organizacional? E por que não fazê-lo mediante a adoção de um
modelo de concepção organizacional que evidencie de forma abrangente estas duas
dimensões? Leone (1999)
Assim, é objetivo do presente artigo apresentar as especificidades da pequena empresa
por meio de um modelo de concepção organizacional que evidencie os diversos aspectos que
compõem e envolvem uma organização..
Este trabalho visa, também, complementar os estudos já realizados pelo Grupo de
Estudos Organizacionais da Pequena Empresa (GEOPE), do qual os autores são membros,
sobre as especificidades da pequena empresa. Motta (2000), membro do GEOPE, concluiu
que as especificidades da pequena empresa podem ser compreendidas sob três aspectos:
contextuais, organizacionais e pessoais. Terence (2002), também membro do GEOPE,
apresentou as especificidades da pequena empresa como sendo de natureza contextuais,
comportamentais e estruturais.
A B C D
em um meio para se alcançar o objetivo aqui proposto. Portanto, os critérios utilizados para a
adoção do modelo estão baseados na conceituação e utilidade de seus autores.
O modelo de concepção organizacional de Nadler e Tushman (1994) visualiza a
organização como que construída por componentes que interagem e apresentam relações de
interdependência entre si. Esses componentes são os insumos, o produto e os componentes
organizacionais.
a) Insumos: representam o contexto que a organização tem que enfrentar. Para estes autores,
existem quatro fatores contextuais:
• o ambiente – instituições, grupos, indivíduos e eventos que estão fora da organização
analisada e que podem influenciar essa organização;
• os recursos utilizados pela empresa – diversos bens aos quais a empresa tem acesso,
inclusive recursos humanos, tecnologia, capital e informações;
• a história da organização – padrões de comportamento, atividade e eficiência que a
organização desempenhou no passado e que podem afetar seu funcionamento no
presente; e
• estratégia – decisões sobre tipos de produtos a oferecer, mercados nos quais atuar e a
maneira pela qual diferenciar a empresa dos concorrentes. Os três primeiros fatores
fornecem o cenário no qual os administradores tomam as decisões estratégicas.
b) Produto: é aquilo que é produzido por uma organização mediante a avaliação do
desempenho organizacional. Para isso, três fatores devem ser considerados:
• a eficácia com que a organização cumpre seus objetivos, geralmente definidos pela
estratégia;
• a eficiência com que a organização utiliza seus recursos disponíveis; e
• a adaptabilidade da organização, procurando recolocar-se constantemente em uma
posição favorável em relação ao seu ambiente.
c) Componentes organizacionais: a organização e seus principais componentes são os meios
mais significativos para se transformar os insumos em produtos. Os componentes chaves
da organização são:
• trabalho: refere-se à natureza das tarefas ou atividades básicas executadas na
organização;
• pessoal: identifica as características dos membros da organização, inclusive seus
conhecimentos, habilitações, necessidades, preferências, percepções e expectativas,
além de dados demográficos como idade e sexo, que possam influir no
comportamento;
• disposições organizacionais formais: estruturas e procedimentos formalmente
instituídos para que as pessoas desenvolvam as tarefas em conformidade com a
estratégia; e
• organização informal: identifica as disposições organizacionais implícitas e tácitas,
mas que exercem certo impacto sobre o comportamento das pessoas.
O modelo apresentado por Nadler e Tushman (1994) não revela a origem dos
componentes organizacionais e a razão de suas escolhas. Um esforço no sentido de
compreender estas escolhas é o trabalho de Escrivão Filho (1995). Esse modelo apresenta os
componentes organizacionais e uma visão sistêmica de suas interações. O trabalho de
Escrivão Filho (1995) evidencia como esses componentes estão fundamentados na Teoria
Administrativa.
Através de seu trabalho, Escrivão Filho (1995) revela, com o apoio de autores como
Handy (1978) e Burrel e Morgan (1979), que a “selva” na qual se converteram as teorias
administrativas, conforme assinalado por Koontz (1980), na verdade possuía uma amplitude
menor do que aparentava. Muitas dessas teorias estariam exibindo os mesmos pressupostos de
4
Estraté
gia
A
M
Compor B
Decisão
tamento
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N
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Tecnolo
Estrutu E
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5 CONCLUSÃO
A adequação e a aplicação de ferramentas de gestão às pequenas empresas não devem
ser feitas à luz de modelos que exprimem e explicam parcialmente seu comportamento
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8 BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, M. I. R. (1994). Desenvolvimento de um modelo de planejamento estratégico
para grupos de pequenas empresas. Tese (doutorado) – Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo. 1994.
DAFT, R.L. (1999a). Teoria e projeto das organizações. Rio de Janeiro: LTC Editora.
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WELSH, J. A.; WHITE, J. F. (1981). A small businesses is not a little one. Harvard
Business Review, Jul/Aug, p.18-32.
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