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01/02/2019

OAB PRIMEIRA FASE


DIREITO PENAL
PROFESSORA CRISTIANE DUPRET

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01 - Em outubro de 2009, José ofendeu a


honra subjetiva de João, chamando-o de
pilantra e praticando, assim, o crime de
injúria, tipificado no Artigo 140 do Código
Penal, para o qual está prevista a pena de um
a seis meses de detenção, além de multa. Em
dezembro do mesmo ano, foi a queixa
oferecida por João recebida pelo juiz de
determinada vara criminal. Em fevereiro de

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2012 foi José condenado à pena de três meses


de detenção, substituída por determinada
pena restritiva de direitos. O defensor
público que atuava no caso em favor de José
opôs embargos de declaração à sentença
por meio dos quais pugnou pelo
reconhecimento da extinção da punibilidade
em face da ocorrência de prescrição da
pretensão punitiva. O magistrado, ao decidir
sobre os

embargos, deixou de reconhecer a prescrição


ao fundamento de que, de acordo com o
inciso VI do Artigo 109 do Código Penal, a
prescrição ocorre em 3 (três) anos, se o
máximo da pena for inferior a 1(um) ano.

A respeito da decisão pode-se afirmar que a


extinção da punibilidade de José:

a) deveria ter sido reconhecida imediatamente,


uma vez que, na época do fato praticado, a
prescrição ocorria em 2 (dois) anos em
casos de crimes com pena máxima inferior a
1 (um) ano.
b) só poderia ser reconhecida se não houvesse
recurso interposto pela vítima pugnando
pelo aumento da pena aplicada.

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c) não poderia ter sido reconhecida pelo


magistrado, pois as normas relativas à
prescrição têm natureza processual, sendo
aplicadas imediatamente quando entram em
vigor, devendo- se, portanto, aplicar o inciso
VI do artigo 109 do Código Penal já com a
redação dada pela Lei nº 12.234/2010.

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d) somente poderia ter sido reconhecida pelo


magistrado se o pedido pelo seu
reconhecimento tivesse sido feito em
alegações finais.

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e) a extinção da punibilidade de José não


poderia ter sido reconhecida pelo
magistrado, uma vez que, em casos de
crimes contra a honra, apenas a retratação
do ofensor poderá redundar na extinção da
punibilidade do agente.

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Gabarito: A

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Termo inicial da prescrição Causa interruptiva

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Comentários:
Realmente a atual redação do artigo 109, é a
seguinte:
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é
inferior a 1 (um) ano.

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No entanto, tal redação foi dada pela Lei


12.234/10, que entrou em vigor no dia
06/05/2010.

Tal lei aumentou o prazo prescricional de 02


para 03 anos, sendo, portanto, maléfica.
Desta forma, não pode retroagir.

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O agente praticou o crime em 2009, quando o


prazo prescricional era de dois anos. Desta
forma, operou-se a prescrição entre a data
do recebimento da denúncia e da publicação
da sentença.

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02 – Joana praticou crime de homicídio


qualificado em 27 de março de 2007, tendo
sido condenada à pena de 12 anos de
reclusão, em regime inicial fechado, em 20 de
maio de 2007. Em 01 de junho de 2009, o
advogado de Joana requereu ao Juiz da
Execução a progressão para o regime
semiaberto, tendo sido o pedido negado sob
o argumento da hediondez do crime e da
reincidência de Joana, que deveria

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então, cumprir 3/5 da pena para obtenção da


progressão. Considerando o caso narrado,
assinale a assertiva correta:
a) A fundamentação judicial está correta, pois
a progressão de regime em crime hediondo
é diferenciada
b) A fundamentação judicial está parcialmente
correta, pois Joana deveria progredir com
2/5 da pena

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c) A fundamentação judicial está incorreta,


embora ainda não tenha Joana atingido o
tempo de cumprimento de pena para
obtenção da progressão
d) A fundamentação judicial está incorreta,
pois Joana já cumpriu tempo suficiente para
a progressão de regime

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Gabarito: D

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Comentários:

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Lei de Crimes Hediondos


Lei 8072/90:
Art. 2º. (...)
§ 2o A progressão de regime, no caso dos
condenados aos crimes previstos neste
artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5
(dois quintos) da pena, se o apenado for
primário, e de 3/5 (três quintos), se
reincidente.

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Em sua origem, a lei de crimes hediondos


trazia a previsão de regime integralmente
fechado.

No entanto, em 2006, o STF entendeu pela


inconstitucionalidade dessa disposição,
admitindo a progressão de regime no caso
julgado (HC 82959).

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Todos os Tribunais passaram a seguir o


entendimento do STF.

No entanto, o Poder Judiciário não poderia


estabelecer um quantum diferenciado para a
progressão de regime. O único artigo
existente para dispor sobre progressão seria
o artigo 112 da LEP.

26

Em 29/03/2007, entrou em vigor a Lei 11.464,


alterando o artigo 2º da Lei 8072 e passando
a trazer quantum diferenciado para a
progressão de regime em crime hediondo e
equiparado.

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Após certa celeuma doutrinária e


jurisprudencial, entendeu-se que a referida
lei foi maléfica, pois alterou todo um cenário
jurisprudencial e fático que era mais
benéfico para aqueles que tivessem
cometido crime hediondo ou equiparado.

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Desta forma, foi editado o Enunciado 471 do


STJ:

Os condenados por crimes hediondos ou


assemelhados cometidos antes da vigência
da Lei nº 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto
no art. 112 da Lei nº 7.210/84 (Lei de
Execução Penal) para a progressão de
regime prisional.

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03 - Cacau, de 20 anos, moça pacata residente


em uma pequena fazenda no interior do Mato
Grosso, mantém um relacionamento
amoroso secreto com Noel, filho de um dos
empregados de seu pai.
Em razão da relação, fica grávida, mas mantém
a situação em segredo pelo temor que tinha
de seu pai. Após o nascimento de um bebê
do sexo masculino, Cacau, sem que ninguém

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soubesse, em estado puerperal, para ocultar


sua desonra, leva a criança para local
diverso do parto e a deixa embaixo de uma
árvore no meio da fazenda vizinha, sem
prestar assistência devida, para que alguém
encontrasse e acreditasse que aquele recém-
nascido fora deixado por desconhecido.
Apesar de a fazenda vizinha ser habitada,
ninguém encontra a criança nas 06 horas

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seguintes, vindo o bebê a falecer. A perícia


confirmou que, apesar do estado puerperal,
Cacau era imputável no momento dos fatos.

Considerando a situação narrada, é correto


afirmar que Cacau deverá ser
responsabilizada pelo crime de (XVIII Exame)

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a) abandono de incapaz qualificado.


b) homicídio doloso.
c) infanticídio.
d) exposição ou abandono de recém-nascido
qualificado.

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Gabarito: D

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Comentários:
O crime de infanticídio (art. 123) tipifica a
conduta da mãe, que influenciada pelo
estado puerperal, mata o próprio filho,
durante ou logo após o parto.

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Vejamos:
Infanticídio

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado


puerperal, o próprio filho, durante o parto ou
logo após:

Pena - detenção, de dois a seis anos.

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No entanto, é necessário o dolo na conduta.


Cacau não tinha o dolo de matar o filho, mas
sim de abandonar, tendo a morte ocorrido a
título de culpa.

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O artigo 134 do CP prevê o crime de abandono


de recém nascido, que exige a elementar
esclarecida na questão: “para ocultar
desonra própria.”
A morte prevista na forma qualificada do artigo
134 se dá a título de culpa.

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Exposição ou abandono de recém-nascido

Art. 134 - Expor ou abandonar recém-


nascido, para ocultar desonra própria:

Pena - detenção, de seis meses a dois


anos.

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§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de


natureza grave:

Pena - detenção, de um a três anos.

§ 2º - Se resulta a morte:

Pena - detenção, de dois a seis anos.

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04 - Maria mantém relacionamento clandestino


com João. Acreditando estar grávida,
procura o seu amigo Pedro, que é auxiliar de
enfermagem, e implora para que ele faça o
aborto. Pedro, que já auxiliou diversas
cirurgias legais de aborto, acreditando ter
condições técnicas de realizar o ato sozinho,
atende ao pedido de sua amiga, preocupado
com a situação pessoal de Maria, que não

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poderia assumir a gravidez por ela anunciada.


Durante a cirurgia, em razão da imperícia de
Pedro, Maria vem a falecer, ficando apurado
que, na verdade, ela não estava grávida.

Em razão do fato narrado, Pedro deverá


responder pelo crime de (XVIII Exame)

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a) aborto tentado com consentimento da


gestante qualificado pelo resultado morte.
b) aborto tentado com consentimento da
gestante.
c) homicídio culposo.
d) homicídio doloso.

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Gabarito: C

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Comentários:

Não há hipótese de aborto, por se tratar de


crime impossível quanto ao aborto, já que
ela não estava grávida.

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Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por


ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível
consumar-se o crime.

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No entanto, a morte foi causada a título de


culpa, o que traz a existência de crime de
homicídio culposo, previsto no artigo 121,
parágrafo 3º do Código Penal.

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A forma “qualificada” prevista no artigo 127 do


Código Penal, até prevê a morte a título de
culpa, mas para que haja sua aplicação, é
necessária a existência de crime de aborto.

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Forma qualificada

Art. 127 - As penas cominadas nos dois


artigos anteriores são aumentadas de um
terço, se, em conseqüência do aborto ou dos
meios empregados para provocá-lo, a
gestante sofre lesão corporal de natureza
grave; e são duplicadas, se, por qualquer
dessas causas, lhe sobrevém a morte.

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05 - Marcondes, necessitando de dinheiro para


comparecer a uma festa no bairro em que
residia, decide subtrair R$ 1.000,00 do caixa
do açougue de propriedade de seu pai. Para
isso, aproveita-se da ausência de seu
genitor, que, naquele dia, comemorava seu
aniversário de 63 anos, para arrombar a
porta do estabelecimento e subtrair a quantia
em espécie necessária.

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Analisando a situação fática, é correto afirmar


que (XVII Exame)

a) Marcondes não será condenado pela prática


de crime, pois é isento de pena, em razão da
escusa absolutória.
b) Marcondes deverá responder pelo crime de
furto de coisa comum, por ser herdeiro de
seu pai.

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c) Marcondes deverá responder pelo crime de


furto qualificado.
d) Marcondes deverá responder pelos crimes
de dano e furto simples em concurso formal.

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Gabarito: C

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Comentários:
Embora o artigo 181 traga a previsão de
escusa absolutória para quem comete o
crime contra ascendente, o artigo 183 exclui
a aplicação em algumas hipóteses. Dentre
tais hipóteses, encontra-se o crime ser
cometido contra idoso.

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Art. 181 - É isento de pena quem comete


qualquer dos crimes previstos neste título,
em prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade
conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o
parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou
natural.

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Art. 182 - Somente se procede mediante


representação, se o crime previsto neste
título é cometido em prejuízo:
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente
separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente
coabita.

56

Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois


artigos anteriores:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão,
ou, em geral, quando haja emprego de grave
ameaça ou violência à pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa
com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos.

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06 - Moura, maior de 70 anos, primário e de


bons antecedentes, mediante grave ameaça,
subtraiu o relógio da vítima Lúcia, avaliado
em R$ 550,00 (quinhentos e cinquenta reais).
Cerca de 45 minutos após a subtração,
Moura foi procurado e localizado pelos
policiais que foram avisados do ocorrido,
sendo a coisa subtraída recuperada, não
sofrendo a vítima qualquer prejuízo
patrimonial. O fato foi

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confessado e Moura foi condenado pela


prática do crime de roubo simples, ficando a
pena acomodada em 04 anos de reclusão em
regime aberto e multa de 10 dias.

Procurado pela família do acusado, você,


poderá apelar, buscando (XVI Exame)

59

a) o reconhecimento da forma tentada do


roubo
b) a aplicação do sursis da pena
c) o reconhecimento da atipicidade
comportamental por força da insignificância.
d) a redução da pena abaixo do mínimo legal,
em razão das atenuantes da confissão
espontânea e da senilidade.

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Gabarito: B

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Comentários: Consoante súmula 582 do STJ:


“Consuma-se o crime de roubo com a inversão
da posse do bem mediante emprego de
violência ou grave ameaça, ainda que por
breve tempo e em seguida à perseguição
imediata ao agente e recuperação da coisa
roubada, sendo prescindível a posse mansa
e pacífica ou desvigiada."

62

A substituição da pena privativa de liberdade


não é cabível, tendo em vista que o crime é
cometido com violência.

No entanto, não sendo cabível a substituição


da pena, nasce a possibilidade de sursis,
consoante artigo 77 do CP. Considerando a
idade do agente, cabe o sursis etário.

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SENTENÇA CRIMINAL

- Primeiro passo: O Juiz condena


“... Julgo procedente o pedido formulado pelo
Ministério Público na denúncia, para condenar
o réu como incurso no artigo ....”

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- Segundo passo: O juiz realiza a dosimetria


da pena, adotando o critério trifásico
“... Passo, então, consoante artigo 68 do
Código Penal, a realizar a dosimetria da pena.
Na primeira fase, considerando as
circunstâncias do artigo 59 (...), fixo a pena
base em x.
Na segunda fase, considerando a existência
de...., fixo a pena intermediária em y.

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Na terceira fase, frente à inexistência de


causas de aumento ou de diminuição,
mantenho a pena definitiva em...”

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- Terceiro Passo: Caso haja concurso de


crimes, o juiz aplica a regra do concurso,
lembrando que ele já realizou a dosimetria de
cada um dos crimes.

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- Quarto passo: O Juiz fixa o regime inicial de


cumprimento da pena. Caso a pena seja de
detenção, ele não poderá fixar o regime
inicial fechado.

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a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos


deverá começar a cumpri-la em regime
fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja
superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8
(oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em
regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja
igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá,
desde o início, cumpri-la em regime aberto.

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- Quinto passo: O juiz verifica se é possível a


substituição da pena privativa de liberdade
por restritiva de direitos ou multa,
analisando os requisitos do artigo 44 do
Código Penal.

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- Sexto passo (caso não seja possível a


substituição): O juiz verifica a possibilidade
de suspensão condicional da execução da
pena (Sursis), analisando os requisitos do
artigo 77 do Código Penal.

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Requisitos da suspensão da pena

Art. 77 - A execução da pena privativa de


liberdade, não superior a 2 (dois) anos,
poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4
(quatro) anos, desde que:
I - o condenado não seja reincidente em
crime doloso;

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II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta


social e personalidade do agente, bem como
os motivos e as circunstâncias autorizem a
concessão do benefício;
III - Não seja indicada ou cabível a substituição
prevista no art. 44 deste Código.

§ 1º - A condenação anterior a pena de multa


não impede a concessão do benefício.

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§ 2o A execução da pena privativa de


liberdade, não superior a quatro anos,
poderá ser suspensa, por quatro a seis anos,
desde que o condenado seja maior de
setenta anos de idade, ou razões de saúde
justifiquem a suspensão.

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07 - Bráulio, rapaz de 18 anos, conhece Paula


em um show de rock, em uma casa noturna.
Os dois, após conversarem um pouco,
resolvem dirigir-se a um motel e ali, de forma
consentida, o jovem mantém relações
sexuais com Paula. Após, Bráulio descobre
que a moça, na verdade, tinha apenas 13
anos e que somente conseguira entrar no
show mediante apresentação de carteira de

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identidade falsa.

A partir da situação narrada, assinale a


afirmativa correta. (XIII Exame)

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a) Bráulio deve responder por estupro de


vulnerável doloso.
b) Bráulio deve responder por estupro de
vulnerável culposo.
c) Bráulio não praticou crime, pois agiu em
hipótese de erro de tipo essencial.
d) Bráulio não praticou crime, pois agiu em
hipótese de erro de proibição direto.

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Gabarito: C

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Comentários:
O erro de tipo se caracteriza como falsa
percepção da realidade.
Na hipótese, Bráulio desconhecia a idade da
vítima, de forma justificável. Ou seja, ele erra
sobre elemento constitutivo do tipo legal de
crime (artigo 217 A). O artigo 20, que trata do
erro de tipo, no caput, determina a exclusão
do dolo.

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08 - Lucas, funcionário público do Tribunal de


Justiça, e Laura, sua noiva, estudante de
direito, resolveram subtrair notebooks de
última geração adquiridos pela serventia
onde Lucas exerce suas funções. Assim,
para conseguir seu intento, combinaram
dividir a execução do delito. Lucas, em
determinado feriado municipal, valendo-se
da facilidade que seu cargo lhe
proporcionava, identificou-

80

se na recepção e disse ao segurança que


precisava ir até a serventia para buscar
alguns pertences que havia esquecido. O
segurança, que já conhecia Lucas de vista,
não desconfiou de nada e permitiu o acesso.
Ressalte-se que, além de ser serventuário,
Lucas conhecia detalhadamente o prédio
público, razão pela qual se dirigiu
rapidamente ao local desejado, subtraindo

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todos os notebooks. Após, foi a uma janela e,


dali, os entregou a Laura, que os colocou no
carro e saiu. Ao final, Lucas conseguiu
deixar o edifício sem que ninguém
suspeitasse de nada. Todavia, cerca de uma
semana após, Laura e Lucas têm uma
discussão e terminam o noivado. Muito
enraivecida, Laura procura a polícia e noticia
os fatos, ocasião em que devolve todos os
notebooks subtraídos.

82

Com base nas informações do caso narrado,


assinale a afirmativa correta. (XII Exame)
a) Laura e Lucas devem responder pelo delito
de peculato- furto praticado em concurso de
agentes.

83

b) Laura deve responder por furto qualificado e


Lucas deve responder por peculato-furto,
dada à incomunicabilidade das
circunstâncias.
c) Laura e Lucas serão beneficiados pela
causa extintiva de punibilidade, uma vez que
houve reparação do dano ao erário
anteriormente à denúncia.

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d) Laura será beneficiada pelo instituto do


arrependimento eficaz, mas Lucas não
poderá valer-se de tal benefício, pois a
restituição dos bens, por parte dele, não foi
voluntária.

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Gabarito: A

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Comentários:
Embora o pecultato seja crime próprio, que
exige do sujeito ativo uma qualidade
especial (ser funcionário público), essa
qualidade especial é elementar do crime.
Desta forma, considerado o disposto no
artigo 30 do CP, comunica-se ao terceiro,
devendo ambos responderem pelo crime de
peculato.

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09 - Coriolano, objetivando proteger seu


amigo Romualdo, não obedeceu à requisição
do Promotor de Justiça no sentido de
determinar a instauração de inquérito policial
para apurar eventual prática de conduta
criminosa por parte de Romualdo.

Nesse caso, é correto afirmar que Coriolano


praticou crime de (X Exame)

88

a) desobediência (Art. 330, do CP).


b) prevaricação (Art. 319, do CP).
c) corrupção passiva (Art. 317, do CP).
d) crime de advocacia administrativa (Art. 321,
do CP).

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Gabarito: B

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Comentários:
O crime de prevaricação, previsto no artigo 319
do CP, exige que a conduta seja praticada
com uma especial motivação: sentimento ou
interesse pessoal. Tal motivação estava
presente no enunciado da questão.

91

Prevaricação

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar,


indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
contra disposição expressa de lei, para
satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano,
e multa.

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Cuidado:
Art. 317
(...)
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de
praticar ou retarda ato de ofício, com
infração de dever funcional, cedendo a
pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano,
ou multa.

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10 - Ao tomar conhecimento de um roubo


ocorrido nas adjacências de sua residência,
Caio compareceu à delegacia de polícia e
noticiou o crime, alegando que vira Tício,
seu inimigo capital, praticar o delito, mesmo
sabendo que seu desafeto se encontrava na
Europa na data do fato. Em decorrência do
exposto, foi instaurado inquérito policial
para apurar as circunstâncias do ocorrido.

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A esse respeito, é correto afirmar que Caio


cometeu (V Exame)

a) delito de calúnia.
b) delito de comunicação falsa de crime.
c) delito de denunciação caluniosa.
d) crime de falso testemunho.

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Gabarito: C

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Denunciação caluniosa

Art. 339. Dar causa à instauração de


investigação policial, de processo judicial,
instauração de investigação administrativa,
inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa contra alguém, imputando-lhe
crime de que o sabe inocente:

97

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte,


se o agente se serve de anonimato ou de
nome suposto.

§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a


imputação é de prática de contravenção

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Comentários: O crime de denunciação


caluniosa absorve o crime de calúnia,
previsto no artigo 138 do CP.

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11 - O Art. 33 da Lei n. 11.343/06 (Lei


Antidrogas) diz: “Importar, exportar, remeter,
preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender,
expor à venda, oferecer, ter em depósito,
transportar, trazer consigo, guardar,
prescrever, ministrar, entregar a consumo ou
fornecer drogas, ainda que gratuitamente,
sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar. Pena –

100

reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e


pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa.”

Analisando o dispositivo acima, pode-se


perceber que nele não estão inseridas as
espécies de drogas não autorizadas ou que
se encontram em desacordo com
determinação legal ou regulamentar.

101

Dessa forma, é correto afirmar que se trata de


uma norma penal (XI Exame)

a) em branco homogênea.
b) em branco heterogênea.
c) incompleta (ou secundariamente remetida).
d) em branco inversa (ou ao avesso).

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Gabarito: B

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Comentários:
Norma penal em branco é aquela que exige
uma complementação. No caso do artigo 33
da lei de drogas, é necessária a
complementação para percepção do que se
caracteriza como droga. No entanto, tal
complemento encontra-se em uma portaria e
não em uma lei, o que faz caracterizar uma
norma penal em branco heterogênea.

104

Norma penal em branco homogênea é aquela


em que o complemento encontra-se em fonte
da mesma natureza.
Já a norma penal em branco secundariamente
remetida é aquela cujo preceito secundário
(pena) remete a outro artigo, como é o caso
do artigo 157, parágrafo 3º do CP.

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