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TRILHA 03 – AÇÃO PENAL

RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO
• Art. 25 CPP
• Art. 16 Lei Maria da Penha (11.340/06)
• Art. 79 Lei 9.099/95

Natureza jurídica da representação e da requisição nos crimes de ação penal pública condicionada.

Nas infrações de ação penal pública condicionada, o Ministério Público somente poderá oferecer a denúncia se pre-
sente, além das condições genéricas para o exercício do direito de ação, mais um requisito, consistente na representação do
ofendido (ação penal pública condicionada à representação) ou na requisição do Ministro da Justiça (ação penal pública condi-
cionada à requisição).
Assim, representação do ofendido e requisição do Ministro da Justiça são condições específicas de procedibilidade.

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A representação do ofendido nada mais é que uma manifestação inequívoca de vontade, que independe de maiores
formalidades, podendo ser extraída, por exemplo, de um simples depoimento da vítima em sede policial. A representação, da
mesma forma que a queixa crime nas infrações de ação penal privada, sujeita-se ao prazo decadencial de 6 meses previsto no
art. 38 do CPP, que deve ser contado a partir da data em que a vítima vier a saber quem foi o autor do fato.
A representação é retratável até o oferecimento da denúncia, sendo ainda possível a retratação da retratação, desde
que dentro do prazo decadencial de 6 meses, ressalvadas as hipóteses de infrações de menor potencial ofensivo.
Exceção ocorre no caso de crimes praticados no âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher. Neste ca-
so, em sendo o crime de ação penal pública condicionada à representação, a retratação da representação é possível até o
recebimento da denúncia, na presença do juiz, em audiência especialmente realizada para tal fim, a requerimento da ofendida
(art. 16, da Lei 11.340/2006).
Ressalte-se ainda que, nos crimes de ação pública condicionada à representação, a retratação da representação (art.
25 do CPP) equivale à renúncia ao direito de representação, a qual, diferentemente da renúncia ao direito de queixa (art. 107,
V, do CP), não se caracteriza como causa extintiva da punibilidade. Exatamente por tal motivo, mesmo tendo renunciado ao
direito de representação, a vítima, mudando de ideia, poderá procurar a autoridade policial, o Ministério Público, ou mesmo
comparecer em juízo, indicando que deseja apresentar sua representação, desde que o faça dentro dos 6 (seis) meses deca-
denciais contados da data em que soube quem era o autor do fato (art. 38 do CPP).
A requisição do Ministro da Justiça, no entanto, é irretratável e não se sujeita a prazo decadencial, conforme entendi-
mento doutrinário dominante.
Outrossim, devemos lembrar que nem a representação, nem a requisição do Ministro da Justiça vinculam o Ministério
Público, que formará a opinio delicti em razão da presença ou ausências das condições da ação.

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Ação pública
leve
condicionada

Ação pública
Grave e gravíssima
incondicionada
LESÃO CORPORAL

Ação pública
Seguida de morte
incondicionada

Ação pública
Culposa
condicionada

Ação pública exceções no art. 297


culposa de trânsito
condicionada CTB

Em violência
doméstica

Vítima Ação pública condicionada


homem Art. 88 L. 9.099/95
Lesão corporal em
violência doméstica
Art. 129 par. 9º. CP
Vítima Ação pública incondicionada
mulher Art. 41 L. 11.340/06

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