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Durante um fim de semana, no mês de Março de 2018, familiares da jovem “Maria”

resolveram viajar de férias, enquanto ela, então com 19 anos de idade, decidiu permanecer
sozinha na residência, na cidade de Presidente Prudente/SP, a fim de se dedicar aos estudos.
Tomando ciência desta situação, “Salvador Dalí”, vizinho de Maria, nascido aos 25 de Fevereiro
de 1999, deslocou-se até a residência dela e sorrateiramente entrou no quarto de Maria e,
mediante grave ameaça com utilização de uma faca, obrigou-a a praticar com ele sexo oral e
conjunção carnal, saindo do local logo a seguir, exigindo da vítima que nada contasse aos
familiares ou outras pessoas. Todavia, mesmo envergonhada e receosa do que pudesse
ocorrer, Maria relatou os fatos a sua mãe três dias depois. Inconformada com a conduta, a
mãe de Maria lhe acompanhou à Delegacia, quando realizaram a denúncia dos fatos, tendo a
vítima. Instaurado e finalizado o inquérito policial, Salvador Dalí foi denunciado como incurso
no crime do artigo 213 do CP, por duas vezes, nos termos do que preceitua o artigo 71 do CP.
Durante a audiência de instrução, foi ouvida a vítima, testemunhas e Salvador Dalí acabou por
confessar a conduta. Foi ainda juntado laudo pericial de “exame sexológico” confirmando a
prática do ato sexual violento recente com Maria, além da Folha de Antecedentes Criminais
(FAC) do acusado, demonstrando a existência de duas condenações, embora nenhuma delas
com decisão definitiva. Em alegações finais, o DD. Promotor de Justiça pugnou pela
condenação de Salvador Dalí nos termos da denúncia outrora ofertada, enquanto que a
defesa, rogou pela condenação com pena fixada no mínimo legal. No dia 25 de julho de 2020,
foi proferida a r. sentença pelo MM. Juiz de Direito da 1ª. Vara Criminal da Comarca de
Presidente Prudente, condenando Salvador Dalí a pena privativa de liberdade de 10 anos e 06
meses de reclusão, a ser cumprida em regime inicial fechado. Na sentença, quando da
dosimetria da pena, restou anotado que a pena base de cada um dos crimes deveria ser
aumentada em 06 meses pelo fato de Salvador possuir maus antecedentes, já que ostentava
duas condenações não definitivas pela prática de crimes, e mais 06 meses pelo fato de o
acusado ter desrespeitado a liberdade sexual da mulher, um dos valores significativos da
sociedade, restando a sanção penal da primeira fase em 07 anos de reclusão, para cada um
dos delitos. Na segunda fase de dosimetria da pena, não foram reconhecidas atenuantes e
agravantes. Afirmou ainda o magistrado que atualmente é o réu maior de 21 anos, logo não
estaria presente a atenuante do artigo 65, inciso I do CP. Ao analisar o concurso de crime, o
magistrado considerou a pena de um dos delitos, já que eram iguais, e aumentou de ½
(metade) na forma do artigo 71 do CP, justificando o acréscimo no fato de ambos os crimes
praticados serem extremamente graves. Por fim, o regime inicial para o cumprimento da pena
foi o fechado, justificando que, independente da pena aplicada, este seria o regime
obrigatório, nos termos do artigo 2º., § 1º., da lei 8.072/90. Apesar da condenação, como
Salvador respondeu o processo em liberdade, o juiz lhe concedeu o direito de aguardar o
trânsito em julgado da mesma forma. Salvador Dalí lhe procura, para na condição de
advogado(a), adotar as medidas judiciais cabíveis a sua defesa, destacando que estava
insatisfeito com o patrono anterior. Constituído nos autos, a intimação da sentença
condenatório ocorreu. Diante de todo o exposto, construa a defesa de Salvador Dalí, adotando
a sistemática proposta pelas Professoras Fernanda Maria e Patrícia Vanzolini.

1 – compreensão do problema

Qual o crime = Estupro artigo 213 do CP com pena de reclusão, de 6 a 10 anos.  por
duas vezes, nos termos do que preceitua o artigo 71 do CP.
Qual tipo de ação penal= publica incondicionada art 100cp e 225 cp (ESPÉCIAL PARA CRIME
CONTRA DIGNIDADE SEXUAL)

Qual rito processual= ordinário (art 394 par 1 §1 do cpp)

Qual o momento processual= momento 3

Quem é seu cliente ? = Salvador Dali

Qual situação prisional ?= em liberdade

2 Identificando a peça = Recurso de Apelação

3 Identificando a competência(endereçamento) = Ao Juiz de 2 instância

4 tese de defesa =

Preliminar = Nulidade absoluta

Razão: Diante dos fatos narrados e expostos entende-se que o réu esta sendo julgado
e processado 2 vezes pelo mesmo fato “bis in idem” , visto que a conduta que praticou
dever ser encarada como crime continuado e a pena deve ser aumentada de acordo
com os limites estabelecidos pela norma.

Fundamentação = Artigo 564, III, M.

Mérito = Reconhecimento de crime único

Razão: Em relação a decisão proferida pelo juiz competente, esta essa


equivocada, devido ao fato de que os atos libidinosos praticados
ocorreram de forma continua contra a mesma vitima e no mesmo
contexto fático, entendido isso sabe-se que a aplicação do art 71 cp no
qual fundamentou tal decisão o autor deve ter praticado dois ou mais
crimes da mesma espécie de forma “desconexa” um com os outros o
que não ocorreu neste caso
Fundamentação= Artigos 213 CP, 71 CP

Subsidiaria =
1 afastamento de agravante – concurso de crime
Razão = Entendido que os fatos configuram crime único, não resta motivos legais
para que a pena seja aumentada pela metade, restando apenas o aumento da fração mínima
de 1/6 conforme previsto em lei.

Fundamentação= artigo 71 CP

2 APLICAÇÃO DE ATENUANTE EM CASO DE DIMINUIÇÃO DA PENA.


RAZÃO: Pelo fato da confissão espontânea do réu.

FUNDAMENTO: Artigo 71 CP.

3 Regime de cumprimento de pena semiaberto


Razão: a pena tem que ser fixada no mínimo em abstrato do crime de estupro,
cujo o mínimo é de 6 (seis) anos, conforme o entendimento jurídico, então não
excede a 8 (oito), como previsto no ordenamento para iniciar no regime
fechado

FUNDAMENTO: Artigos 231 CP, 33,§2°, b, CP.

4 Afastamento de maus antecedentes em decisões sem


transito julgado
Razão: Apesar de duas condenações, nenhuma está em
transito julgado.
FUNDAMENTO: SÚM. 444, STJ. Artigo 5º, LVII.

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