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Aula 01- Introdução ao crime de homicídio-art. 121,CP. Atenção
Subtítulos

Aula 01
Homicídio simples: ( caput). 2) Arrependimento eficaz: ( Art. 15; II parte)
— Matar alguém. Esgota a fase executória?
— Reclusão: 6 a 20 anos.
— Animus necandi/occidendi= intento de matar.
sa

— Forma livre= matar de qualquer forma.


— Forma vinculada= institutos da parte geral aplicáveis
Art.15;II parte ;CP -
ra

ao delito de homicídio. impede que o resultado se


produza, só responde
1) Desistência voluntária:(Art.15; I parte; CP).
ra

pelos atos já praticados.


– Ele podia continuar?
– Iter criminis: cogitação; preparação; execução;
ya

consumação.
3) Crime impossível/crime oco/crime inidônea :
nn

– Exaurimento: significa esgotamento. No campo penal, – Art.17;CP- Não se pune a tentativa quando, por
demonstra a fase do crime após a consumação, ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
quando o bem jurídico já foi afetado pela conduta do impropriedade do objeto, é impossível consumar-se
e5

agente, mas ainda há outros prejuízos evidenciados. o crime.


Quando se toma por exemplo a extorsão mediante 1- Ineficácia absoluta;
8@

sequestro (art. 159, CP), vê-se que a privação da II- Absoluta impropriedade do objeto;
liberdade da vítima é suficiente para a consumação do – Natureza jurídica: excludente de tipicidade.
delito. Entretanto, se o agente, além disso, consegue
por as mãos no dinheiro do resgate, diz-se 4) Concurso de crimes:
gm

estar exaurido o delito. – Cumulo material: ( Art.65; CP).


– Os crimes formais: (aqueles que se consumam – Cumulo formal: ( Art.70; CP);
Crime continuado:( Art.71; CP).
ai

mediante a prática da conduta, independente de –


qualquer resultado naturalístico) admitem o – Súmula 605- Não se admite continuidade delitiva
nos crimes contra a vida.
l.c

exaurimento. Afinal, além da lesão ao bem jurídico


primário, pode ocorrer mais prejuízos, levando a
danos ainda maiores.
om

Art. 15; I parte ;CP - O no parágrafo único do artigo 71°,


agente que, voluntariamente, seja aplicada a continuidade delitiva
desiste de prosseguir na também nos crimes dolosos contra a
execução.. vida. Essa norma, resultado da
reforma penal de 1984, é posterior à
edição da Súmula 605/STF.

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Continuação

§ 1° Homicídio privilegiado:
– Matar alguém. Obs. Feminicídio não é crime
– Causa de redução/diminuição de pena. autônomo. No caso brasileiro, o
– Natureza jurídica: causa de diminuição de pena= incide na 3° feminicídio foi inserido como
fase da dosimetria\9causa de aumento e diminuição de qualificadora em relação ao delito de
penal). homicídio não se criando, portanto
– Diminui a pena de 1/6 a 1/3,podendo a pena final ficar um tipo autônomo de feminicídio.
abaixo do mínimo legal.
– Hipóteses:

1. Motivo de relevante valor social;( ligado a


sa

sociedade/proteger).
2. Motivo de relevante valor moral;(motivo ligado ao próprio
agente).
ra

3. Sob o domínio de violenta emoção logo em seguida a injusta


provocação da vítima( na hora/ imediatidade).
ra

Obs. O motivo de valor moral quando passado muito tempo,


ya

pode se tornar vingança. fazendo com que deixe de ser um


privilégio, podendo assim caracterizar vingança, motivo
torpe( homicídio qualificado).
nn
e5
8@

O homicídio privilegiado diferencia-se da


atenuante genérica prevista no Ar.65;II; CP;
parte final., pois no privilégio o agente age
sob o ( domínio) enquanto na atenuante age
gm

sobre a (influência), no privilégio exige a


imediatidade,devendo agir logo em seguida e
a provocação deve ter sido na (hora);
ai

segundo o STF e STJ é possível o


reconhecimento da atenuante ainda que o
l.c

ator injusto tenha sido no (passado).


om

– A natureza do privilégio é subjetiva.


– É possível o homicídio privilegiado ser qualificado? Sim,
quando a qualificadora for de natureza objetiva, em regra,
meios e modos, incisos III e IV;
– Apesar da doutrina de forma unânime, entender que o
feminicídio possui natureza subjetiva o StJ entendeu em
sentido contrário, reconhecendo o feminicídio,como tendo
natureza objetiva, nesse sentido, é possível, então o
reconhecimento concomitante do feminicídio como homicídio
privilegiado e também com as qualificadoras
subjetivas(motivo fútil e torpe

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Art./Súmulas
Observações
Continuação Títulos
Atenção
Aula 02- Continuação ao crime de homicídio Subtítulos

Aula 02
Crime progressivo x progressão criminosa: Princípio da consunção:
A) Quando um crime é meio necessário para ou
– No crime progressivo a intenção ab- initio já é
normal fase de preparação ou de execução de
sa

para o crime mais grave, porém passa pelo menos outro crime.
grave. B) Nos caso de antefato ou pós-fato impuníveis.
ra

– Crimes de ação de passagem.


– Minus a plus;
Ex: A com intenção de matar B, o mata na – Necessários para que cometa o delito fim.
– De acordo com o STJ, o princípio da consunção
ra

porrada/lesiona.
– Com relação a progressão criminosa o agente, pressupõe que haja um delito-meio ou fase normal
de execução de outro delito.
ya

inicialmente, não tem a intenção de praticar o crime


mais grave, porém decide praticar. – De acordo com Fragoso o pós-fato impunível pode
Ex: A lesiona B e depois mata o mesmo. ser considerado mero exaurimento do crime
nn

principal.
Principio da alternatividade:
– Crimes de ação múltipla ou de conteúdo variado.
e5

– Plurinuclear.
Em ambos os institutos aplica-se – Punido uma única vez.
8@

um dos princípios solucionadores


do conflito aparente de normas- § 2° Homicídio qualificado:
princípio da consunção;
especialidade. Alternatividade e – Reclusão 12 a 30 anos.
gm

subsidiariedade. – Homicídio qualificado é delito etiquetado como crime


hediondo, conforme a lei 8.072/90.
– A progressão de regime nos crimes hediondos é;
ai

Principio da especialidade: se primário 2/5 e se for reincidente 3/5.


– A norma especial afasta a aplicabilidade da norma geral.
l.c

– Lex especialis derrogat generali.


– Lei especial tem um plus/ um detalhe a mais.
om

Princípio da subsidiariedade:
– De acordo com Hungria, é considerada na expressão – Motivos determinantes do
"soldado reserva" . crime: I;II;V e VI.
– Na ausência ou impossibilidade de aplicação da norma – Circunstâncias subjetivas: VII.
principal mais grave. – Circunstâncias objetivas
– Aplica-se a norma menos grave. (meios e modos): III e IV.
– Lex primaria derrogat legi subsidiariae.
– Expressa ou tácita.
– Exs. (tipificados)= Arts.238; 238;249 e 307; CP.
– Pode se aplicar como residuum.

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Continuação b) relevância causal de cada conduta;

I- Mediante paga ou promessa de recompensa ou por motivo Possuir relevância para o cometimento da infração penal.
torpe:
– Mediante paga= antecipado. c) liame subjetivo entre os agentes;
– Promessa= ainda vai receber.
– Motivo torpe: é o motivo vil, repugnante, desprezível que vai Isto é, o vínculo psicológico que une os agentes para a
em desencontro com o sentimento de coletividade. prática da mesma infração penal.
– Natureza da recompensa: há uma divergência doutrinária se ela
é ampla ou taxativa? De acordo com o professor ela é d) identidade de infração penal.
ampla/aberta; pode ser financeira, patrimonial, moral e até
mesmo sexual. Unidos pelo liame subjetivo, devem querer praticar a
– A qualificadora "recompensa" comunica-se/estende-se ao mesma infração penal.
mandante segundo o STF e STJ( não tratar de maneira
absoluta), é regra mais possui exceção.
sa

– Exceção: quando o mandante tem motivo de relevante valor


social ou moral ou violenta emoção (homicídio privilegiado).
ra

– Quando quem mandou matar tiver reconhecido em seu favor


uma das hipóteses do privilegiado. Nesse caso somente o autor Interpretação analógica e analogia: é de fácil
ra

executor responderá pela qualificada e o mandante pelo observação e expressamente autorizada no


privilegiado. dispositivo legal, ao agente que interpreta uma
fórmula casuística e forma genérica, por meio
ya

– Concurso de pessoas: da fórmula genérica, se faça uma extensão in


malam partem ou in bonam partem.
nn

Por sua vez, a integração analógica (analogia),


difere da interpretação analógica, pois analogia
tem o sentido de suprir as lacunas que a lei
e5

acaba deixando. Nesse caso, é possível


Art. 29,CP= analogia in bonam partem, mas jamais, em
8@

Quem, de qualquer modo, hipótese alguma, in malam partem.


concorre para o crime,
incide nas penas a este II- Motivo fútil:
cominadas, na medida de
gm

– É aquele insignificante, desproporcional.


sua culpabilidade. – Motivo torpe e fútil são plenamente compatíveis com
o dolo eventual.
ai

– MOTIVO FÚTIL E TORPE POSSUEM NATUREZA-


– Crime plurisubjetivo/ concurso necessário ORDEM SUBJETIVA; EM REGRA NÃOSE COMUNICAM-
duas ou mais pessoas concorrem para a
l.c


SE/ ESTENDE-SE AOS CONCORRENTES, SALVO-SE
prática de uma mesma infração penal. SOUBEREM OU ACEITAREM(EXCEÇÃO).
– Colaboração reciproca..
om

– Requisitos para o concurso de pessoas:

a) pluralidade de agentes e de condutas;


Dolo eventual e o motivo fútil ou torpe são figuras
No mínimo, duas pessoas que, envidando esforços penais diversas e, em tese, compatíveis, ou seja, elas
conjuntos, almejam praticar determinada infração penal. não se excluem: uma é elemento subjetivo do tipo,
enquanto a outra, circunstância que se relaciona com
a ação nuclear de matar alguém, tornando o tipo
qualificado. O dolo do agente, direto ou indireto, não
se confunde com o motivo que ensejou a conduta.

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Continuação

- Informativo 583° STJ: - Informativo 583° STJ:


DIREITO PENAL. HIPÓTESE DE INEXISTÊNCIA DE MOTIVO É incompatível com o dolo eventual a qualificadora de motivo
FÚTIL EM HOMÍCIDIO DECORRENTE DA PRÁTICA fútil (art. 121, § 2°, II, do CP).
DE "RACHA". Conforme entendimento externado pelo Min. Jorge Mussi,
Não incide a qualificadora de motivo fútil (art. 121, § 2°, II, do ao tempo que ainda era Desembargador, "os motivos de um
CP), na hipótese de homicídio supostamente praticado por crime se determinam em face das condicionantes do
agente que disputava "racha", quando o veículo por ele impulso criminógeno que influem para formar a intenção de
conduzido - em razão de choque com outro automóvel cometer o delito, intenção que, frise-se, não se compatibiliza
também participante do "racha" - tenha atingido o veículo da com o dolo eventual ou indireto, onde não há o elemento
vítima, terceiro estranho à disputa automobilística. No caso volitivo" (TJSC, HC 1998.016445-1, Dj 15/12/1998).
em análise, o homicídio decorre de um acidente Ademais, segundo doutrina, "Não são expressões sinônimas -
sa

automobilístico, em que não havia nenhuma relação entre o intenção criminosa e voluntariedade. A vontade do homem
autor do delito e a vítima. A vítima nem era quem praticava aplicada à ação ou inação constitutivas da infração penal é a
o "racha" com o agente do crime. Ela era um terceiro que voluntariedade; a vontade do agente aplicada às
ra

trafegava por perto naquele momento e que, por um dos consequências lesivas do direito é intenção criminosa. Em
azares do destino, viu-se atingido pelo acidente que envolveu todas as infrações penais encontram-se voluntariedade. Em
ra

o agente do delito. Quando o legislador quis se referir a todos, porém, não se vislumbra a intenção criminosa. Os
motivo fútil, fê-lo tendo em mente uma reação crimes em que não se encontra a intenção criminosa são os
ya

desproporcional ou inadequada do agente quando cotejado culposos e os praticados com dolo indireto, não obstante a
com a ação ou omissão da vítima; uma situação, portanto, voluntariedade da ação nas duas modalidades". Destaque-se
nn

que pressupõe uma relação direta, mesmo que tênue, que, em situações semelhantes, já decidiu desse modo tanto
entre agente e vítima. No caso não há essa relação. Não o STJ (REsp 1.277.036-SP, Quinta Turma, DJe10/10/2014)
havia nenhuma relação entre o autor do crime e a vítima. O quanto o STF (HC 111.442-RS, Segunda Turma, DJe
e5

agente não reagiu a uma ação ou omissão da vítima (um 17/9/2012; e HC 95.136, Segunda Turma, Dje 30/3/2011),
esbarrão na rua, uma fechada de carro, uma negativa a um sendo que a única diferença foi a qualificadora excluída: no
8@

pedido). Não há aqui motivo fútil, banal, insignificante, diante caso em análise, a do inciso II, § 2º, do art. 121, já nos
de um acidente cuja causa foi um comportamento referidos precedentes, a do inciso IV do mesmo parágrafo
imprudente do agente, comportamento este que não foi e artigo. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para
resposta à ação ou omissão da vítima. Na verdade, não há acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/4/2016,
gm

nenhum motivo. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. DJe 16/5/2016.
para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
19/4/2016, DJe 16/5/2016.
ai
l.c
om

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Continuação 2- HIPOTESE= a QUERENDO MATAR, MAS CAUSANDO
SOFRIMENTO FÍSICO ACABA MATANDO A VÍTIMA-
 CIUMES QUALIFICA? POR SI SÓ NÃO QUALIFICA, NÃO É RESPONDE POR HOMICÍDIO POR MEIO DE TORTURA.
AUTOMATICAMENTE TRATADO COMO MOTIVO FUTIL OU 3- A QUERENDO OBTER UMA INFORMAÇÃ,TORTURA b E
TORPE.9CONFLITO DOUTRINÁRIO) POR NÃO OBTÉ-LA RESOLVE MATÁ-LO=RESPONDE
- Um debate muito importante diz respeito às situações POR DOIS CRIMES- TORTURA + HOMICIDIO EM
fáticas que configurariam o motivo torpe. Nessa linha, CONCURSO MATERIAL(SOMAM AS PENAS).
pergunta-se: o ciúme, isoladamente, configura motivo
torpe? Noutras palavras, o ciúme é capaz de causar essa - INSIDUIOSO:
sensação de repugnância na sociedade/coletividade? - CRUEL: é aquele que causa sofrimento desnecessário na
- Já foi decidido que o ciúme, sem outras circunstâncias, vitima; meio cruel segundo o STF é compatível com o
não caracteriza motivo torpe (STJ, AgRg no AREsp domínio de violenta emoção, pois os agentes deve agir
569047/PR, Rel. Min. Ericson Maranho, julgado em sempre nesses casos com vontade deliberada de
28/04/2015). causar sofrimento na vitima.
sa

- A MULTIPLICIDADE DE FACADAS,POR SI SÓ SEGUNDO


- Assim, ainda que seja um sentimento doloroso para quem O STF E STJ, NÃO QUALIFICA POR MEIO CRUEL:
ra

sofre com o ciúme, nem sempre sua simples constatação (DOC. LEGJUR 103.1674.7472.2400)
será repugnante a ponto de qualificar ou agravar o delito, STJ. Homicídio. Meio cruel. Reiterados golpes de faca.
devendo ser analisado cada caso concreto.
ra

Exclusão de qualificadora manifestamente


improcedente. Precedentes do STJ. Considerações do
Trata-se, em suma, de um relevante entendimento para a Min. Félix Fischer sobre o tema.CP, art. 121, § 2º, III.
ya

-
defesa, sobretudo para alegar no plenário do júri. «... O meio cruel, previsto no CP, art. 121, § 2º, III, é
aquele em que o agente, ao praticar o delito, provoca
nn

- Todavia, o STJ entende que “cabe ao Tribunal do Júri um maior sofrimento à vítima. Vale dizer, quando se leva
decidir, no caso em concreto, se o ciúme, pelo à efeito o crime com evidente instinto de maldade,
inconformismo de estar a vítima se relacionando objetivando impor à vítima um sofrimento
e5

amorosamente com a antiga companheira do agravante, desnecessário. Dessa maneira, a multiplicidade de atos
configura ou não a qualificadora de motivo torpe” (STJ, executórios (in casu, reiteração de facadas), por si só,
8@

Quinta Turma, AgRg no AREsp 827875/MG, Rel. Min. não configura a qualificadora do meio cruel. Como bem
Ribeiro Dantas, julgado em 22/09/2016). Basicamente, o asseverado no v. acórdão vergastado, «o fato de haver
fundamento é que, se a situação fática descrita na o réu desferido repetidas facadas no ofendido Jânio,
denúncia quanto à qualificadora está minimamente matando-o, não basta para a caracterização da
gm

provada por meio da instrução, essa qualificadora deve qualificadora do meio cruel, já que esta não pode ser
ser submetida aos jurados. reconhecida, tão-só, à vista da continuidade dos golpes
que, por certo, eram direcionadas somente em face do
ai

com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura


III- inequívoco «animus necandi» que movia o acusado e não
ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar para causar sofrimento além do necessário à vítima»
l.c

perigo comum: (fl. 332). . .» (Min. Félix Fischer).»


- AXFIXIA= É a supressão da respiração, ou seja,
om

enforcamento, esganadura , afogamento, soterramento


etc.
EX.: A atira em B; achando que o mesmo já estava morto,
enterra o corpo. B morre soterrado. A responde somente
por homicídio simples sem a incidência da qualificadora
asfixia.
- TORTURA: 3 CONCEITOS/ANALISARO ANIMUS NECANDI
DO AGENTE( INTENÇÃO.
1- HIPÓTESE= a QUERENDO UMA INFORMAÇÃO TORTURA b
E ACABA VINDO Á ÓBITO. A RESPONDE POR TORTURA
COM RESULTADO MORTE/LEI N° 9455/97(Art. 1°;§ 3°)=
crime preterdoloso.

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Continuação Títulos
Atenção
Aula 03- Homicídio ( meios, modos e feminicídio). Subtítulos

Aula03
- Os meios possuem natureza objetiva e, em regra, Inciso V: (fins).
comunicam-se com os concorrentes, salvo se não
souberem ou não aceitarem. - Natureza subjetiva:
sa

Ex: A contrata B para matar C. B ao chegar no - Para assegurar a execução de outro


local descobre que C é irmão do seu inimigo e, crime=conexão teleológica.
ra

então, decide o matar torturando. Neste caso, por - Para assegurar a ocultação, impunidade ou
se tratar de exceção a qualificadora "tortura" não vantagem de outro crime= conexão
ra

se estenderá para A. consequencial.


- Não é necessário que seja o mesmo agente
ya

Inciso IV: (modos). praticando os dois crimes.


- Traição: matar pelas costas # golpe nas costas. - É imprescindível que o outro fato seja crime,
nn

- Emboscada: tocaia = não podendo ser "contravenção penal".


e5

TELEOLÓGICA= HOMICÍDIO PRATICADO


8@

Para o STJ/STF a PARA ASSEGURAR A EXECUÇÃO DE


OUTRO CRIME(FUTURO).
emboscada é incompatível com
o dolo eventual.
gm

CONSEQUENCIAL= QUANDO O HOMICIDIO


VISA ASSEGURAR A OCULTAÇÃO, A
IMPUNIDADE OU VANTAGEM DE OUTRO
ai

CRIME (PASSADO).
- Dissimulação: fingimento/disfarce ou outro
l.c

Inciso VI: Feminicídio e femicídio.


recurso que dificulte ou torne impossível defesa
do ofendido= ou outra interpretação analógica. - Femicídio= matar uma mulher.
om

- Para Damásio de jesus: a premeditação não - A lei do feminicídio 13.104 de 9 de março de


constitui qualificadora do homicídio, mas pode 2015, é uma novatio legis in pejus=
agravá-lo nos termos do Art.59°;CP(circunstâncias Também conhecida como lex gravior, trata-se de
judiciais/desfavorável da dosimetria da pena-base: uma situação na qual uma lei posterior adota
poderá ainda, a depender do modo escolhido pelo penas mais graves, não podendo,assim,retroagir
agente recair na interpretação analógica/ Parte para prejudicar e alcançar fatos praticados
final do inciso IV.). anteriormente a publicação da lei.
- Natureza jurídica dos modos: é objetiva, posto - Feminicídio: significa matar uma mulher por ser
isso, em regra, comunicam-se com os mulher ou nas condições de violência doméstica
concorrentes salvo se não souber. ou familiar.

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Continuação

- Aumenta-se a pena feminicídio de 1/3 a metade


quando: durante a gestação ou nos 3 meses após § 7°
I.
- A mata B, sua amante que estava gravida: responderá
por feminicídio com a causa de aumento de pena de
1/3 a metade + aborto praticado por terceiro sem o
consentimento da gestante Art.125°;CP=, em concurso
formal impróprio/imperfeito e portanto as penas
serão somadas.
sa
ra

Art. 70°CPC= Quando o agente,


mediante uma só ação ou omissão,
ra

pratica dois ou mais crimes,


idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais
ya

grave das penas cabíveis ou, se


iguais, somente uma delas, mas
nn

aumentada, em qualquer caso, de


um sexto até metade. As penas
e5

aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou
8@

omissão é dolosa e os crimes


concorrentes resultam de desígnios
autônomos, consoante o disposto no
gm

artigo anterior.
ai

- Concurso formal imperfeito ou impróprio: ocorre


l.c

quando há autonomia de desígnios, ou seja, o agente


pretende cometer vários crimes tendo consciência e
vontade em relação a cada um deles, considerando
om

isoladamente.
- Aplicação da pena: havendo desígnios autônomos
(intenções diferentes) na conduta do agente, as
penas devem ser somadas de acordo coma regra do
artigo.

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Art./Súmulas
Observações
Continuação Títulos
Atenção
Aula 04- finalzinho do homicídio; participação em suicídio e infanticídio. Subtítulos

Aula 04
 Homicídio privilegiado/ qualificado:
É importante consignar que, embora a doutrina use as duas Assevera Fernando Capez:
sa

-
expressões – qualificado- privilegiado e privilegiado- “Reconhecida a figura híbrida do homicídio privilegiado-
qualificado –, não podemos considerá-las, ambas, como qualificado, fica afastada a qualificação de hediondo do
ra

corretas, mas tão somente uma delas, vale dizer, a que homicídio
intitula o homicídio de qualificado-privilegiado. qualificado, pois, no concurso entre as circunstâncias
ra

- haja vista que as causas de diminuição de pena estão objetivas (qualificadoras que convivem com o privilégio)
consignadas anteriormente às qualificadoras. e as subjetivas
(privilegiadoras), estas últimas serão preponderantes,
ya

Dessa forma, o homicídio, por ser qualificado, deverá assim


ser reconhecido, para, em momento posterior, ser nos termos do art. 67
adjetivado de privilegiado, razão pela qual, tecnicamente, do CP, pois dizem respeito aos motivos determinantes
nn

estaremos, sempre, diante de um homicídio qualificado- do crime


privilegiado, e não privilegiado-qualificado.( Rogério Greco).
e5

 Motivo fútil e ausência de motivo:


- O homicídio qualificado- privilegiado como Enfim, motivo fútil é aquele no qual há um abismo entre a
8@

crime hediondo: motivação e o comportamento extremo levado a efeito


pelo agente. A doutrina aponta, ainda, para o fato de
- A segunda parte do inciso I do art. 1º da Lei nº 8.072/90 crime sem motivo não configurar motivo fútil. Nesse
aponta o homicídio qualificado, em todas as suas modalidades sentido, afirma Damásio de Jesus:
gm

(art. 121, § 2º, I, II, III, IV, V, VI e VII), como infração de


natureza hedionda.
- A possibilidade de coexistência de um homicídio qualificado-
ai

privilegiado, o privilégio teria o condão de afastar a natureza


hedionda das qualificadoras?
“O motivo fútil não se confunde com a
l.c

- Tecnicamente, a resposta teria de ser negativa, pois a Lei


nº 8.072/90 não faz qualquer tipo de ressalva que nos ausência de motivo. Assim, se o
permita tal ilação. Na verdade, diz textualmente que o sujeito pratica o fato sem razão
om

homicídio qualificado goza do status de infração penal de alguma, não incide a qualificadora, nada
natureza hedionda. O chamado privilégio não é, nada mais, do impedindo que responda por outra,
que uma simples causa de redução de pena, a ser analisada como é o caso do motivo torpe.”
no terceiro momento do critério trifásico, previsto pelo art.
68 do Código Penal.
- Como se percebe, a infração penal não deixa de ser - Com a devida vênia das posições em contrário, não
qualificada em razão da existência de uma minorante podemos compreender a coerência desse
(privilégio). Contudo, majoritariamente, a doutrina repele a raciocínio. Assim, a título de ilustração, se o agente
natureza hedionda do homicídio qualificado-privilegiado, haja pratica o homicídio valendo-se de um motivo
vista que – é o argumento – não se compatibiliza a essência insignificante, qualifica-se o crime; se não tem
do delito objetivamente qualificado, tido como hediondo, com qualquer motivo, ou seja, menos ainda que o motivo
o privilégio de natureza subjetiva. (Rogério Greco). insignificante, o homicídio é simples.

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Continuação

STJ
CORRETA A INCIDÊNCIA DA AGRAVANTE
DO MOTIVO FÚTIL, POIS É
DESPROPORCIONAL EFETUAR DISPAROS
DE ARMA DE FOGO EM RAZÃO DE
ACIDENTE DE TRÂNSITO.
"2. Como é sabido, fútil é o motivo
insignificante, apresentando
desproporção entre o crime e sua causa
sa

moral. Dessa forma, configura motivo


fútil o fato de o crime ter sido cometido
ra

em virtude de uma simples colisão de


trânsito." (AgRg no AREsp 152.705/PR)
ra
ya
nn
e5
8@
gm
ai
l.c
om

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Continuação Art. 144°. A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação
- STJ da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
AUSÊNCIA DE MOTIVO NÃO SE CONFUNDE COM MOTIVO FÚTIL. patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
"AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENAL. HOMICÍDIO. II - polícia rodoviária federal;
PRONÚNCIA. MOTIVO FÚTIL. QUALIFICADORA MANIFESTAMENTE III - polícia ferroviária federal;
IMPROCEDENTE. AUSÊNCIA DE MOTIVO NÃO SE EQUIPARA À IV - polícias civis;
EXISTÊNCIA DE FUTILIDADE. PRECEDENTES. EXCLUSÃO. V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
REGIMENTAL DESPIDO DE ARGUMENTOS NOVOS E IDÔNEOS PARA
REBATER AS RAZÕES EM QUE SE FUNDOU A DECISÃO AGRAVADA.
- Como a lei utilizou a palavra consanguíneo, como ficaria a
AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
situação do filho adotivo, mesmo que a Constituição
(AgRg no REsp 1.289.181/SP). Federal, em seu art. 227°, § 6º, tenha proibido quaisquer
designações discriminatórias?
Art. 1.593°;CC=. O parentesco é natural ou civil, conforme
sa

 Feminicídio: resulte de consanguinidade ou outra origem.


- Art.121°; § 7°;CP=
ra

§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço)


ra

até a metade se o crime for praticado:


ya

I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores Dessa forma, infelizmente, se


ao parto; o homicídio for praticado contra o filho adotivo
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 de um policial, em razão dessa condição, não
nn

(sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças poderemos aplicar a qualificadora do inciso VII
degenerativas que acarretem condição limitante ou de do § 2º do art. 121° do Código Penal, tendo em
e5

vulnerabilidade física ou mental; vista que, caso assim fizéssemos, estaríamos


III - na presença física ou virtual de descendente ou de utilizando a chamada analogia in malam partem
ascendente da vítima;
8@

IV - em descumprimento das medidas protetivas de


urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da - A Constituição Federal equipara os filhos adotivos
Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº aos filhos
gm

13.771, de 2018). consanguíneos, vide o § 6º do artigo 227°, in verbis:


‘Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por
 Homicídio funcional/ policídio: adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
ai

- Art.121°;§2°;VII:CP= proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à


Contra autoridade ou agente descrito filiação.
l.c

nos Arts. 142° e 144° da Constituição Federal,


integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de  Homicídio culposo:
om

Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência - Em sede de crimes culposos, vige o princípio da
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente excepcionalidade, ou seja, a regra é que todo
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: crime seja doloso, somente sendo punido a título de
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. culpa se houver previsão expressa nesse
- Vítima certa/própria. sentido, como é o caso do § 3º do art. 121 do Código
- Art. 142° e 144° CF/88. Penal, que diz: Se o homicídio é culposo.
Art. 142°. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, - Art.18°;PU:CP=
pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser
permanentes e regulares, organizadas com base na punido por fato previsto como crime, senão quando
hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do o pratica dolosamente.
Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à
garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de
qualquer destes, da lei e da ordem.

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b) A pena ainda é aumentada em um terço no homicídio
Continuação culposo quando o agente deixa de
prestar o imediato socorro à vítima, não procura diminuir
- O legislador pode legislar sobre o tipo penal aberto e o fechado. as consequências do seu ato ou foge
- Art.121°;§3°= para evitar a prisão em flagrante.
§ 3º= Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de um a três anos. - AÇÃO= COMISSIVO.
- É a única hipótese de homicídio que permite o perdão judicial - OMISSÃO= IMPRÓPRIA COMISSIVA POR OMISSÃO.
- .( § 5°/Art.121°/Art.107°;IX/Art.120°;CP ). - Art.13°;§2°;CP=
- Art.107°;IX:CP(EXTINGUE-SE A PUNIBILIDADE)=
Relevância da omissão:
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o
- Art.121°; § 5°CP= omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de dever de agir incumbe a quem:
aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância;
sa

próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se


torne desnecessária. b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir
- Art.120°;CP= o resultado;
ra

A sentença que conceder perdão judicial não será considerada c) com seu comportamento anterior, criou o risco da
para efeitos de reincidência. ocorrência do resultado.
ra

- Por outro lado, temos os crimes omissivos impróprios,


- SÚMULA 18/STJ=
também chamados de comissivos por
Enunciado da Súmula 18 STJ: “A sentença concessiva do perdão
omissão ou omissivos qualificados. Neles, a norma
ya

judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo


constante do tipo penal é de natureza
qualquer efeito condenatório.”
proibitiva, ou seja, contém uma proibição, prevê um
nn

comportamento comissivo. Entretanto, em


- CASO DE AUMENTO DE PENA( Art.121;§4°;CP)= virtude de o agente gozar do status de garantidor, aplica-
- Art.121;§4°;CP= se a norma de extensão prevista no § 2º
e5

§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um do art. 13 do Código Penal, respondendo o agente pela sua
terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de inação, como se tivesse feito alguma
8@

profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar coisa. Por essa razão, o crime é também reconhecido
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as como comissivo por omissão
consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em - Dessa forma, podemos concluir que as normas existentes
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 nas omissões próprias são de
gm

(um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 natureza mandamental, sendo que as normas constantes
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos nos tipos penais que preveem as
omissões impróprias serão sempre proibitivas.
ai

- Caso o omitente tendo o dever de agir, não age porque


não quer, irá responder por homicídio doloso.
l.c

1) homicídio culposo:
Ex.: a baba ( alínea B) ou bombeiro militar ( alínea A) caso
a) se o crime resulta de inobservância de não hajam, desejando o resultado responderam por
regra técnica de profissão, arte ou ofício;
om

homicídio por homicídio doloso por omissão imprópria( esse


b) se o agente deixa de prestar imediato delito admite tentativa).
socorro à vítima, não procura diminuir as
consequências do seu ato, ou foge para
evitar a prisão em flagrante.

a) Esse substancial aumento se deve ao fato de que o agente,


mesmo tendo os conhecimentos das técnicas exigidas ao
exercício de sua profissão, arte ou ofício, não os utiliza por
leviandade, sendo maior, portanto, o juízo de reprovação
que deve recair sobre o seu comportamento.
- só se aplica quando se trata de um profissional.
- INOBSERVÂNCIA DE REGRA TÉCNICA x IMPERÍCIA.

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Art./Súmulas
Observações
Continuação Títulos
Aula 04- Participação em suicídio e infanticídio. Atenção
Subtítulos

Aula 04
 Participação em suicídio: - Também merece destaque o fato de que o sujeito passivo
Art. 122°;cp= Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou deve ser determinado, podendo, contudo, tratar-se de
mais de uma pessoa ou, mesmo um grupo considerável de
sa

prestar-lhe auxílio para que o faça:


Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se pessoas.
consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de
ra

suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. - Ao contrário, conclamações genéricas do tipo todos
- Crime do tipo misto/conteúdo variado/ plurinuclear/de ação devemos morrer em sinal de protesto à negligência do
ra

múltipla= várias formas de conduta; incide o princípio da governo não se prestam para fins de reconhecimento da
alternatividade, ou seja, praticando uma ou todas condutas infração penal em estudo.
- INDUZIR= PLANTAR A IDEIA.
ya

responde por um único crime.


- crime condicionado, vale dizer, aquele que, para que possa se - INSTIGAR= INCENTIVAR/JÁ POSSUI A IDEIA
configurar, exige a ocorrência de determinada condição, que PLANTADA/PARTICIPE.
nn

será cuidada, dependendo da infração penal, como elemento do - PRESTAR AUXÍLIO= EMPRESTAR A ARMA/CORDA.
tipo, ou mesmo como condição objetiva de punibilidade, quando - participação moral e material no mencionado delito.
e5

extrínseca a ele. - Ocorre a participação moral nas hipóteses de induzimento


- De acordo com o enfoque do princípio da lesividade, podemos ou instigação ao suicídio. Induzir significa fazer nascer,
trabalhar, segundo Nilo Batista,2 com quatro vertentes que lhe criar a ideia suicida na vítima. Instigar, a seu turno,
8@

são fundamentais, a saber: demonstra que a ideia de eliminar a própria vida já existia,
a) proibição de incriminações que digam respeito a uma atitude sendo que o agente, dessa forma, reforça, estimula essa
interna do agente; ideia já preconcebida.
gm

b) proibição de incriminações de comportamentos que não - Na participação material o agente auxilia materialmente a
excedam ao âmbito do próprio vítima a conseguir o seu intento, fornecendo, por exemplo,
autor; o instrumento que será utilizado na execução do autocídio
ai

c) proibição de incriminações de simples estados ou condições (revólver, faca, corda para a forca etc.), ou mesmo
existenciais; simplesmente esclarecendo como usá-lo.
l.c

d) proibição de incriminações de condutas desviadas que não - Com isso estamos querendo afirmar que se o agente vier
afetem qualquer bem jurídico. a praticar qualquer ato de execução deverá responder
- nulla lex poenalis sine injuria/Nenhuma lei penal sem ferimentos. pelo delito de homicídio, conforme analisaremos mais
om

- O delito de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio pode ser adiante ao estudarmos algumas situações específicas,
praticado por qualquer pessoa, uma vez que o tipo penal não como na hipótese do suicídio conjunto.
especifica o sujeito ativo. - Tem-se discutido a respeito dessa capacidade de
- O sujeito passivo, da mesma forma, poderá ser qualquer discernimento. Os inimputáveis por doença mental, de
pessoa, desde que a vítima tenha capacidade de discernimento, forma geral, não a possuem. Assim, aquele que induz um
de autodeterminação, pois, caso contrário, estaremos diante do portador de doença mental a se matar não responde pelo
delito de homicídio. delito de induzimento ao suicídio, mas, sim, pelo crime de
- aquele que induz, instiga ou auxilia materialmente homicídio. No que diz respeito aos menores, tem-se
alguém que não possua capacidade de discernimento deve ser raciocinado com o limite de 14 anos, fazendo-se um
considerado autor mediato do delito de homicídio. paralelo, atualmente, com a idade constante do caput do
art. 217°-A, que prevê o chamado estupro de vulnerável.

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Continuação

- Só haverá punição se a vítima tenta se matar e não consegue,


mas sofre lesão corporal grave-reclusão de 1 a 3 anos, e se a
vitima morrer reclusão de 2 a 6 anos.
- Se a vítima tenta se matar e não consegue, mas sofre lesão
leve ou não sofre nada é fato atípico, pois esse crime não
admite tentativa(vítima).
- A expressão se da tentativa de suicídio tem um destinatário
certo: a vítima que tentou se matar, e não aquele que a induziu,
instigou ou auxiliou no ato frustrado.
- A conduta deve ser sempre paralela/acessória ou secundária,
se for principal para a morte, responderá por homicídio.
Ex.: A ajuda B a subir no banco para se enforcar e depois A
sa

chuta o banco= responderá por homicídio.


- A pena será duplicada quando:
a) Por motivo egoístico.
ra

b) Vítima menor ou por qualquer causa tem diminuída a capacidade


de resistência.
ra

- Outras hipóteses de responsabilização:


ya

1) Duelo Americano: Duas armas, A e B, apenas uma tem


munição, não se sabe qual é, na hora em que tocar o sino cada
nn

um pega a arma e cada um atira na sua própria cabeça, quem


ganha é quem sobrevive. Nesse caso, aquele que sobreviver,
responderá pelo art. 122°.;CP
e5

2) Roleta Russa: Numa única arma coloca-se um único projétil.


Em seguida, cada participante atira contra a própria cabeça.
8@

Nesse caso, o sobrevivente responde pelo artigo 122.


3) Ambicídio (Pacto de Morte): É um pacto de morte. Um casal
combina a morte de ambos, conjuntamente.
gm

CUIDADO
O homem liga o gás:
ai

1) Ele sobrevive e ela morre, pois ele praticou atos


executórios, sendo acusado de homicídio.
l.c

2) Agora ele morre e ela sobrevive. Como a mulher não


praticou atos executórios, responderá pelo art. 122.°;CP
om

3) Os dois sobrevivem:
o Ele responderá pelo 121, tentado.
o Se ele sofreu lesão grave, ela responderá pelo 122°;CP.
o Se não sofreu lesão alguma, o FATO É ATÍPICO.
4) Testemunha de Jeová que, ferida gravemente, se recusa a
fazer transfusão de sangue:
a) Se do maior de idade e o médico não intervém: o médico
responde pelo artigo 122°;CP, por era GARANTIDOR (não é
pacífico)
b) Os pais impede a transmissão: Eles respondem por
HOMICÍDIO.

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Art./Súmulas
Observações
Continuação Títulos
Atenção
Aula 04- Infanticídio. Subtítulos

Aula 04
 Infanticídio: - Classificação doutrinária:
Art.123°;CP= - Crime próprio (pois somente pode ser cometido pela mãe,
Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, que atua influenciada pelo estado
durante o parto ou logo após: puerperal); simples; de forma livre; doloso, comissivo e
omissivo impróprio (uma vez que o sujeito ativo goza do
sa

Pena – detenção, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.


- Analisando a figura típica do infanticídio, percebe-se que se status de garantidor); de dano; material; plurissubsistente;
monossubjetivo; não transeunte; instantâneo de efeitos
ra

trata, na verdade, de uma modalidade especial de homicídio,


que é cometido levando-se em consideração determinadas permanentes.
condições particulares do sujeito ativo, que atua influenciado - Estado puerperal:
ra

pelo estado tem-se entendido que o chamado estado


puerperal, em meio a certo espaço de tempo, pois o delito puerperal não é tão somente aquele que se desenvolve
ya

-
deve ser praticado durante o parto ou logo após. após o parto, incluindo-se nesse raciocínio o período do
- O ideal seria, como veremos mais adiante, que o delito de parto e também o sobreparto.3 Durante esse período, a
nn

infanticídio fosse tratado como uma espécie de homicídio parturiente sofre abalos de natureza psicológica que a
privilegiado, ficando, dessa forma, umbilicalmente ligado ao influenciam para que decida causar a morte do próprio
caput do art. 121 do Código Penal por meio de um parágrafo, filho.
e5

coisa que não acontece atualmente, fazendo com que seja


entendido como uma infração penal autônoma.
8@

José da Costa Júnior, analisando o estado


puerperal, diz:
traços marcantes: “A mulher, abalada pela dor obstétrica,
a) que o delito seja cometido sob a
gm

fatigada, sacudida pela emoção,


influência do estado puerperal; sofre um colapso do senso moral, uma
b) que tenha como objeto o próprio filho da liberação de instintos perversos, vindo
parturiente; a matar o próprio filho.”
ai

c) que seja cometido durante o parto ou,


pelo menos, logo após.
l.c

- Crime próprio/Crime bipróprio: - Entretanto, para que se caracterize o infanticídio, exige


om

- Crime próprio, a seu turno, é aquele cujo tipo penal exige uma a lei penal mais do que a existência do estado puerperal,
qualidade ou condição especial dos sujeitos ativos ou passivos. comum em quase todas as parturientes, algumas em
Veja-se, por exemplo, o que ocorre com o delito de infanticídio, menor e outras em maior grau. O que o Código Penal
previsto no art. 123° do Código Penal. A lei penal indica o sujeito requer, de forma clara, é que a parturiente atue
ativo, ou seja, a mãe, que atua influenciada pelo estado puerperal, influenciada por esse estado puerperal.
- Assim, o critério adotado não foi o puramente biológico,
bem como o sujeito passivo, vale dizer, seu próprio filho. André
Stefam, em: “Crime bipróprio quando a lei exigir qualidade especial físico, mas, sim, uma fusão desse
tanto do sujeito ativo quanto do sujeito passivo. É o caso do crime critério com outro, de natureza psicológica, surgindo daí
de maus-tratos, do art. 136° do CP, em que o agente deve ser o critério chamado fisiopsíquico ou biopsíquico.
uma pessoa legalmente qualificada como detentora de autoridade, - ADMITE CONCURSO DE PESSOAS.
guarda ou vigilância sobre o sujeito passivo. Este, por óbvio, - Tratando-se de crime próprio, como veremos a seguir,
somente poderá ser a pessoa que, segundo a lei, figurar na o infanticídio admite as duas espécies de concurso de
condição de indivíduo sujeito à autoridade etc. do autor do fato.” pessoas, vale dizer, a coautoria e a participação.

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Continuação c) somente o terceiro executa a conduta de matar
o filho da parturiente, contando com o auxílio
- o delito pode ser cometido tanto contra o nascente, isto é, desta.
aquele que está nascendo, que ainda se encontra no processo - Para que as hipóteses sejam resolvidas
de expulsão, quanto contra o neonato, ou seja, aquele que corretamente, mister se faz alertar para as
acabou de nascer, já se encontrando desprendido da mãe. determinações contidas nos arts. 29 e 30 do
Código Penal, que dizem, respectivamente:

- HIPÓTESES:
1) Mãe mata(autora) e o terceiro auxilia(partícipe):
AMBOS RESPONDEM POR INFANTICÍDIO Art. 29°=. Quem, de qualquer modo, concorre
2) Mãe(autora) e o terceiro matam(coautor). para o crime incide nas penas a este
AMBOS RESPONDEM POR INFANTICÍDIO cominadas, na medida de sua culpabilidade.
3) EXCEÇÃO: mãe manda e o terceiro executa. Art. 30°=. Não se comunicam as circunstâncias
sa

MÃE RESPONDE POR INFANTICÍDIO EO TERCEIRO RESPONDE e as condições de caráter pessoal, salvo
POR HOMICÍDIO. quando elementares do crime.
ra

- ERRO SOBRE A PESSOA:


- Imagine-se a hipótese em que a parturiente, influenciada pelo - As condições da mãe tem caráter pessoal.
ra

estado puerperal, vá até o berçário, logo após o parto, e, - A regra geral determina, assim, que não se comuniquem
querendo causar a morte do próprio filho, por erro, acabe ao coparticipante, salvo nos casos em que figurarem
ya

estrangulando o filho de sua colega de enfermaria, causando- como elementos do tipo.


lhe a morte. - Por elementos ou elementares devemos considerar
nn

A parturiente, portanto, matou o filho de terceira pessoa, todos aqueles dados indispensáveis à
supondo-o seu. Pergunta-se: No caso em questão, deverá a definição típica, sem os quais o fato se torna atípico ou
parturiente responder pelo delito de homicídio ou pelo há, no mínimo, desclassificação. Se, por exemplo, a
e5

infanticídio? parturiente mata o próprio filho, logo após o parto, sem


Preconiza o § 3º do art. 20 do Código Penal: que tenha agido influenciada pelo estado puerperal, a
8@

§ 3º O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é ausência dessa elementar (sob a influência do estado
praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, puerperal) fará com que seja responsabilizada pelo
as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa resultado morte a título de homicídio. Haverá, portanto,
contra quem o agente queria praticar o crime. uma desclassificação do delito de infanticídio para o
gm

Considerando-se que a parturiente almejava causar a morte crime de homicídio.


do próprio filho e, por erro, acabou matando o filho de sua - No caso em exame, como já deixamos antever, a
colega de quarto, aplica-se a regra correspondente ao erro influência do estado puerperal não pode ser
ai

sobre a pessoa, devendo ser responsabilizada pelo infanticídio. considerada mera circunstância, mas, sim, elementar do
- CONCURSO DE PESSOAS NO INFANTICÍDIO: tipo do art. 123°;CP, que tem vida autônoma
l.c

- Dissemos que o delito de infanticídio é, na verdade, um comparativamente ao delito do art. 121° ambos do Código
homicídio especializado por vários elementos, sendo um deles Penal.
om

a influência do estado puerperal. Dessa forma, - Em razão disso, nos termos do art. 30° do Código Penal,
comparativamente, o infanticídio é menos severamente se for do conhecimento do terceiro que, de alguma
punido do que o homicídio, mesmo que em sua modalidade forma, concorre para o crime, deverá a ele se
fundamental. comunicar.
Será possível o concurso de pessoas no crime de
infanticídio?
a) a parturiente e o terceiro executam a conduta núcleo do
tipo do art. 123°; Código Penal,ou
seja, ambos praticam comportamentos no sentido de causar
a morte do recém-nascido;
b) somente a parturiente executa a conduta de matar o
próprio filho, com a participação do
Terceiro.

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Continuação

- As observações feitas por Noronha são precisas. O


infanticídio, ao contrário do que afirma a doutrina, permissa
vênia, não é modalidade de homicídio privilegiado. Seria se
figurasse como
um parágrafo do art. 121° do Código Penal.Cuida-se, portanto,
de verdadeiro delito autônomo, razão pela qual tudo aquilo que
estiver contido em seu tipo será considerado elementar, e
não
circunstância, devendo, pois, nos termos da determinação
contida no art. 30 do Código Penal, ser comunicado ao
coparticipante, desde que todos os elementos sejam de seu
conhecimento.
sa

- A última hipótese seria aquela em que somente o terceiro


praticasse os atos de execução, com o auxílio e a mando da
parturiente, que atua influenciada pelo estado puerperal.
ra

Damásio, com precisão, alerta:


“Se o terceiro mata a criança, a mando da mãe, qual o fato
ra

principal determinado pelo induzimento? Homicídio ou


infanticídio? Não pode ser homicídio, uma vez que, se assim
ya

fosse, haveria outra incongruência: se a mãe matasse a


criança, responderia por delito menos grave (infanticídio); se
induzisse ou instigasse o terceiro a executar a morte do
nn

sujeito passivo, responderia por delito mais grave (coautoria


no homicídio)". O PROFESSOR COLOCOU DE MANEIRA DIVERSA.
e5

- É POSSÍVEL O INFANTICÍDIO NA MODALIDADE CULPOSA?


NÃO,POIS HÁ AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL.
8@
gm
ai
l.c
om

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Art./Súmulas
Observações
Continuação Títulos
Atenção
Aula 05- Aborto. Subtítulos

Aula 05
Introdução: - As espécies dolosas são aquelas previstas nos arts. 124°
(autoaborto ou aborto provocado com o consentimento da
- Aníbal Bruno preleciona:
gestante), 125° (aborto provocado por terceiro sem o
“Segundo se admite geralmente, provocar aborto é
consentimento da gestante) e 126° (aborto provocado por
interromper o processo fisiológico da gestação, com a
terceiro com o consentimento da gestante).
sa

consequente morte do feto.


- Tem-se admitido muitas vezes o aborto ou como a expulsão
ra

prematura do feto, ou como a interrupção do processo de


gestação. Mas nem um nem outro desses fatos bastará ART.124°;CP=
isoladamente para caracterizá-lo Provocar aborto em si mesma ou consentir
ra

- o aborto é a interrupção voluntária da gravidez, com a que outrem lho provoque:


morte do produto da concepção. Pena - detenção, de um a três anos.
ya

- Caso a própria gestante execute as manobras tendentes à


expulsão do feto, praticará o crime de autoaborto. Se for
nn

um terceiro que o realiza, devemos observar se o seu - Crime dela;


comportamento se deu com ou sem o consentimento da - Crime da gestante/crime de mão própria ou de atuação
gestante, pois as penas são diferentes para cada uma pessoal;
e5

dessas situações. - É crime de mão-própria e não crime próprio ou especial.


Classificação doutrinária: - Não admite coautoria, apenas participe.
8@

- Não é possível se valer de terceiro pela prática do crime.


Crime de mão própria, quando realizado pela própria
Exceção a teoria monista/art.29°;CP.
-
-
gestante (autoaborto), sendo comum nas demais hipóteses
- Em virtude da pena mínima cominada (um ano de detenção),
quanto ao sujeito ativo; considera-se próprio quanto ao
é cabível a suspensão condicional do processo, observando-
gm

sujeito passivo, pois somente o feto e a mulher grávida


se os demais requisitos do art. 89° da Lei 9.099/95.
podem figurar nessa condição; pode ser comissivo ou
- Para Bittencourt, trata-se de crime
omissivo (desde que a omissão seja imprópria); doloso; de
de mão própria , admitindo a participação de terceiros, mas
dano; material; instantâneo de efeitos permanentes (caso
ai

não a coautoria, respondendo o terceiro provocador nas


ocorra a morte do feto, consumando o aborto); não penas do art. 126° do CP.
transeunte; monossubjetivo; plurissubsistente; de forma livre.
l.c

Vejamos sua lição: "Trata-se, nas duas modalidades, de crime


Espécies de aborto: de mão própria, isto é, que somente a gestante pode
Podem ocorrer duas espécies de aborto, a saber: realizar. Mas, como qualquer crime de mão própria, admite a
om

-
a) natural ou espontâneo; participação, como atividade acessória, quando o partícipe se
b) provocado (dolosa ou culposamente). limita a instigar, i:J.duzir ou auxiliar a gestante tanto a
- Ocorre o chamado aborto natural ou espontâneo quando o praticar o autoaborto como a consentir que terceiro lho
próprio organismo materno se encarrega de expulsar o provoque. Contudo, se o terceiro for além dessa mera
produto da concepção. atividade acessória, intervindo na realização propriamente
- Para fins de aplicação da lei penal, não nos interessa o dos atos executórios, responderá não como coautor, que a
chamado aborto natural ou espontâneo, haja vista que o natureza do crime não permite, mas como autor do crime
próprio organismo, de acordo com um critério natural, se do art. 126°. O aborto só é punível a título de dolo,
encarrega de levar a efeito a seleção dos óvulos fecundados consistente na consciente vontade de interromper a
que terão chances de vingar. gravidez (ou consentir para tanto). NÉLSON Hungria admite
- Por outro lado, temos o aborto provocado, sendo esta também o dolo eventual, exemplificando com o caso da
provocação subdividida em: dolosa e culposa, também mulher que, sabendo-se grávida, tenta suicidar-se,
reconhecida como acidental. resultando o aborto.

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- Aborto majorado pelo resultado:
Continuação

Art. 125°;CP= Provocar aborto, Art. 127°;CP= As penas cominadas nos dois
sem o consentimento da artigos anteriores são aumentadas de um
gestante: terço, se, em consequência do aborto ou dos
Pena - reclusão, de três meios empregados para provocá-lo, a
a dez anos. gestante sofre lesão corporal de natureza
grave; e são duplicadas, se, por qualquer
dessas causas, lhe sobrevém a morte.
- Essa modalidade de abono (abortamento sofrido) espelha a
forma mais grave do crime, verificando-se quando o abono é a) se, em consequência do aborto ou das manobras abortivas,
sa

provocado por terceiro, sem o consentimento da gestante a gestante sofre Lesão corporal
( dissenso real ou expresso). de natureza grave (art. 129, §§ 1° e 2°, do CP);
ra

Em virtude da pena cominada, não são cabíveis os benefícios h) se, por qualquer dessas causas (aborto ou meios
da Lei 9.099/95. empregados), Lhe sobrevém a morte.
ra

- Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo (crime comum),


admitindo-se o .concurso de agentes. Trata-se de crime de - Pela simples redação do artigo percebe-se que as
causas de aumento somente se aplicam
ya

dupla subjetividade passiva, figurando como vítimas o produto


da concepção (óvulo, embrião ou feto) e a gestante aos crimes definidos nos arts. 125 e 126 ("dois artigos
anteriores"). Mas por que não em relação ao art. 124?
nn

- É imprescindível para responder pelos arts. 125° e 126°, que Porque o direito penal não pune a autolesão nem o ato
o agente pratique manobras abortivas(ATOS de matar-se.
Trata-se de crime prterdoloso,ou seja, o resultado(lesão
e5

EXECUTÓRIOS),do contrário será partícipe. -


grave ou morte) é atribuído ao agente de forma
culposa, portanto jamais o agente poderá desejar o
8@

Art. 126°;CP= Provocar aborto com o resultado morte ou assumir o risco, se assim for
consentimento da gestante: responderá por dois crimes em concurso formal
Pena - reclusão, de um a quatro anos. impróprio.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do
gm

artigo anterior, se a gestante não é maior


de quatorze anos, ou é alienada ou débil
- Aborto legal: excludente de ilicitude:
mental, ou se o consentimento é obtido
ai

mediante fraude, grave ameaça ou violência


l.c

Art. 128°;CP= Não se pune o aborto


- Art.126°( PU)= Responde pelas penas do artigo anterior praticado por médico:
guando..
om

Aborto necessário
▪ A vítima for menor de 14 anos, consentimento obtido mediante I - se não há outro meio de
fraude, grave ameaça ou violência. salvar a vida da gestante;
▪ Cabe suspensão condicional do processo. Aborto no caso de gravidez
▪ .Se durante a operação (porém antes da interrupção da resultante de estupro
gravidez) a gestante desistir do intento criminoso, responderá II - se a gravidez resulta de
por aborto não consentido o terceiro que insistir em provocá- estupro e o aborto é precedido de
lo. A gestante, em face do arrependimento ineficaz, consentimento da gestante ou, quando
responderá pelo art. 124° do incapaz, de seu representante legal.
CP, não se aplicando o disposto no art. 15° do CP, mas
circunstância atenuante do art. 66°.
▪ Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de
circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime,
embora não prevista expressamente em lei.

Página 19 de Gmail- sararayanne58gmail.com


Continuação - Aborto no caso de gravidez resultante de estupro:(A
exclusão do crime depende de três condições):
- O dispositivo prevê, no seu primeiro inciso, o aborto :1ecessário
(ou terapêutico), e, no segundo, o aborto sentimental (ou a) que o aborto seja praticado por médico: caso
humanitário ou ético), ambos espécies do aborto legal ou realizado por pessoa sem habilitação legal, haverá o
permitido. crime, não se ajustando qualquer causa legal (ou
- A razão da permissão está tratada na Exposição de Motivos extralegal) de justificação. Não existindo situação de
"Mantém o projeto a incriminação do aborto, mas declara perigo para a vida da gestante, diferente da indicação
penalmente lícito, quando praticado por médico. habilitado, o do inc. I, parece
aborto necessário, ou em ·caso de prenhes resultante de incabível estado de necessidade ou qualquer outra
estupro. Militam em favor da exceção razões de ordem social e descriminante. Quando praticado pela própria gestante
individual, a que o legislador penal não pode deixar de atender". (Autoaborto), a depender das circunstâncias, pode
- Para o primeiro caso (aborto necessário), indispensável o caracterizar hipótese de inexigibilidade de conduta
preenchimento de três condições: diversa (causa supralegal de exclusão da culpabilidade).
sa

b) que a gravidez seja resultante de estupro: ames da


a) aborto praticado por médico: não é necessário que o médico Lei 12.015/2009 discutia-se se a permissão abrangia o
seja especialista na área de ginecologia-obstetrícia. Caso seja
ra

estupro com violência presumida (art. 224 CP),


necessária a realização do aborto por pessoa sem a entendendo a maioria que sim.
habilitação profissional do médico (parteira, farmacêutico etc.), c) prévio consentimento da gestante ou seu
ra

apesar de o faro ser típico, estará o agente acobertado pela representante legal: de preferência, que esse
descriminante do estado de necessidade (art. 24), aplicando- consentimento seja o mais formal possível
ya

se a mesma solução se a própria gestante pratica o aborto (acompanhado de boletim de ocorrência), inclusive
movida pelo espírito de salvar a própria vida; com testemunhas.
b) o perigo de vida da gestante: não basta o perigo para a
nn

saúde; Aborto eugênico/ eugenésio:


c) a impossibilidade do uso de outro meio para salvá-la.· não pode
e5

o médico escolher o meio mais cômodo, pois se houver outra - Trata-se do aborto do anencéfalo (bebe que nasce sem
maneira, que não a interrupção da gravidez, para salvar a vida cérebro ou má formação dele.
- Natureza jurídica: segundo o STF é excludente de
8@

da gestante, o agente responderá pelo crime.


tipicidade.
- Entende a melhor doutrina que não há necessidade do - Aborto Honoris causa: aquele para ocultar desonra
consentimento da gestante para a realização do aborto. Basta própria-adultério.
gm

que o profissional entenda ser indispensável fazê-lo.


Desnecessário, ainda, autorização judicial.
OBS.: não há crime(fato atípico)= aborto culposo; aborto
ai

acidental e aborto espontâneo.


l.c

OBS: A prática o aborto em B; o bebe nasce com vida, mas


morre dois dias depois= continua respondendo por aborto.
om

OBS.: Caso o bebe nasça com vida e, ato contínuo, sufoque o


neonato-responde por homicídio consumado, e a tentativa de
aborto fica absorvida.

OBS: ANUNCIAR MÉTODOS ABORTIVOS, É CONTRAVENÇÃO


PENAL.

Página 20 de Gmail- sararayanne58gmail.com


Art./Súmulas
Observações
Continuação Títulos
Atenção
Aula 06- Lesão corporal. Subtítulos

Aula 06

 Classificação doutrinária:  Objeto material e bem jurídico protegido:


sa

- Crime comum quanto ao sujeito ativo, bem como, em regra, - Bens juridicamente protegidos, segundo o art. 129 do
quanto ao sujeito passivo, à exceção, neste último caso, das Código Penal, são a integridade corporal e a saúde do ser
hipóteses previstas no inciso IV do § 1º, no inciso V do § 2º,
ra

humano. Objeto material é a pessoa humana, mesmo que


bem como no § 9º todos do art. 129°do Código Penal; crime com vida intrauterina, sobre a qual recai a
material; de forma livre; comissivo; omissivo impróprio; conduta do agente no sentido de ofender-lhe a integridade
ra

instantâneo (em algumas situações, a exemplo da perda de corporal ou a saúde.


membro, quando pode ser considerado como instantâneo de
ya

efeitos permanentes); de dano; monossubjetivo;  Exame pericial:


plurissubsistente; não transeunte. Sendo um crime que deixa vestígios, há necessidade de ser
nn

produzida prova pericial, comprovando-se a natureza das


 Sujeito ativo e sujeito passivo: lesões, isto é, se leve, grave ou gravíssima. O art. 168° do
A lei penal não individualiza determinado sujeito ativo para o Código de Processo Penaldetermina expressamente:
e5

-
crime de lesões corporais, razão pela qual qualquer pessoa
pode gozar desse status, não se exigindo nenhuma Art. 168°. Em caso de lesões corporais, se o primeiro
8@

qualidade exame pericial tiver sido


especial. incompleto, proceder-se-á a exame complementar por
No que diz respeito ao sujeito passivo, à exceção do inciso determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício,
IV do § 1º e do inciso V do § 2º do ou a requerimento do Ministério Público, do
gm

art. 129° do Código Penal, que preveem, respectivamente, ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
como resultado qualificador das lesões corporais a § 1º No exame complementar, os peritos terão presente o
aceleração de parto e o aborto, bem como do § 9º, que auto de corpo de delito, a
ai

prevê também a modalidade qualificada relativa à violência fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
doméstica, qualquer pessoa pode assumir essa posição. § 2º Se o exame tiver por fim precisar a classificação do
l.c

Nas exceções apontadas – aceleração de parto e delito no art. 129, § 1º, I, do


aborto –, somente a gestante pode ser considerada Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de
om

30 (trinta) dias, contado


sujeito passivo, bem como aquele que seja ascendente,
da data do crime.
descendente, irmão, cônjuge
§ 3º A falta de exame complementar poderá ser suprida
ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido,
pela prova testemunhal.
ou, ainda, quando se prevalece o agente das relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, sendo os
crimes, nesses
casos, entendidos como próprios com relação ao sujeito
passivo, pois os tipos penais os identificam.

Página 21 de Gmail- sararayanne58gmail.com


- Há doutrinadores, ainda, que, em casos de levíssimas
Continuação lesões corporais, aplicam a teoria da insignificância,
excluindo a tipicidade penal. PIERANGELI ensina: "O
Lesão corporal( art.129°;CP). princípio da insignificância ou da bagatela exclui o
- Analisando o caput do art. 129° e seus parágrafos, beliscão, a pequena arranhadura, a dor de cabeça
percebemos que o crime de lesão corporal pode ocorrer por passageira. Em tais situações, não existe ofensa a um
meio de seis modalidades diferentes, a saber: bem juridicamente tutelado, como assinala Heleno
a) lesão corporal leve – art. 129, caput, do CP; Fragoso." Nesse sentido: JUTACRIM 88/407.
b) lesão corporal grave – art. 129, § 1º, do CP;
c) lesão corporal gravíssima – art. 129, § 2º, do CP; Crime de menor potencial ofensivo:
d) lesão corporal seguida de morte – art. 129, § 3º, do CP;
e) lesão corporal culposa – art. 129, § 6º, do CP. - Atendendo ao disposto no inciso X do art. 24° da
Constituição Federal, foi editada a Lei nº 9.099, de 26
Como bem alerta Nucci:
sa

- de setembro de 1995, dispondo sobre os Juizados


"não se enquadra neste tipo penal qualquer ofensa moral. Especiais Cíveis e Criminais. O art. 61° da mencionada
Para a configuração do tipo é preciso que a vítima sofra lei, em sua redação original, definiu o conceito de
ra

algum dano ao seu corpo, alterando-se interna ou infração penal de menor potencial ofensivo dizendo,
externamente, podendo, ainda, abranger qualquer verbis:
ra

modificação prejudicial à sua saúde, transfigurando-se


qualquer função orgânica ou causando-lhe abalos psíquicos
Art. 61°/Lei n° 9.099/96=
ya

comprometedores".
. Consideram-se infrações penais de menor
Explica ANÍBAL BRUNO que: potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei,
nn

"O bem jurídico protegido é a incolumidade da pessoa na sua as contravenções penais e os crimes a que a
realidade corporal-anímica, como fonte e suporte da vida e lei comine pena máxima não superior a 2 (dois)
e5

de todas as implicações individuais e sociais que esta anos, cumulada ou não com multa.
comporta".
8@

- Por sua vez, as infrações penais de menor potencial


 Lesão corporal leve- art.129; caput: ofensivo também darão origem a um processo penal.
Entretanto existe uma “vantagem” que é oferecida
aos investigados nesse tipo de situação. É a chamada
gm

transação penal.
Art. 129°;CP=
Ofender a integridade corporal ou a O animus laedendi ou animus nocendi é o elemento
ai

-
saúde de outrem: subjetivo integrante do tipo legal do crime de lesão
Pena – detenção, de 3 (três) meses corporal. É a consciência do fato de que sua conduta
l.c

a 1 (um) ano. poderá produzir a lesão à integridade ou o dano à


saúde do outro ser humano, e a vontade livre de
om

realizá-la com o fim de produzir esse resultado.


(TELES, 2006, p. 5).
- O conceito de lesão leve é formulado por exclusão, isto é, não
chegando a nenhum dos resultados previstos nos§§ 1°, 2° e 3°
(lesões graves, gravíssimas e seguidas de morte,
respectivamente), configura-se o tipo básico trazido pelo Significado de animus laedendi:
caput.(Rogério Sanches).
- mal infligido à inteireza anatômica da pessoa. "Intenção de prejudicar/lesionar".

Página 22 de Gmail- sararayanne58gmail.com


Continuação

Transação penal:

- Por sua vez, as infrações penais de menor potencial ofensivo


também darão origem a um processo penal. Entretanto existe
uma “vantagem” que é oferecida aos investigados nesse tipo
de situação. É a chamada transação penal.
- Transação penal é um “acordo” oferecido pelo Autor da ação
penal (via de regra o Ministério Público) à(s) pessoa(s) que
será(ão) investigada(s) naquele processo.
- O “acordo” funciona da seguinte maneira: a pessoa acusada Art. 24°;CPP=
sa

aceita cumprir uma pena restritiva de direito ou pagar uma . Nos crimes de ação pública, esta será
multa e, “em troca”, não será submetida à ação penal (art. 76 promovida por denúncia do Ministério
ra

da Lei n° 9.099/95).
Público, mas dependerá, quando a lei o
exigir, de requisição do Ministro da
ra

Justiça, ou de representação do ofendido


ou de quem tiver qualidade para
Art. 76°; Lei. n°9.099/95=.
ya

representá-lo.
Havendo representação ou tratando-se
de crime de ação penal pública
nn

incondicionada, não sendo caso de


arquivamento, o Ministério Público - Chamamos a primeira de Ação Penal Pública
poderá propor a aplicação imediata de Incondicionada (PPI) e a segunda de Ação Penal
e5

pena restritiva de direitos ou multas, a Pública Condicionada(PPC).


ser especificada na proposta.
§ 1° Lesão corporal grave:
8@

§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério


Público aceita pelo autor da infração, o
Juiz aplicará a pena restritiva de direitos
ou multa, que não importará em
gm

reincidência, sendo registrada apenas Lesão corporal de natureza grave:


para impedir novamente o mesmo
§ 1º Se resulta:
benefício no prazo de cinco anos.
ai

I - Incapacidade para as ocupações


habituais, por mais de trinta dias;
Obs. Isso quer dizer que a pessoa concorda em ser
l.c

- II - perigo de vida;
considerada culpada? NÃO!! ! III - debilidade permanente de membro,
Diferentemente do que muitas pessoas acham aceitar a transação sentido ou função;
om

penal não significa que a pessoa investigada reconhece sua culpa. IV - aceleração de parto:
Na verdade, é um “acordo”, vantajoso à ambas as partes. Para o Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Autor da ação a vantagem consiste na eliminação rápida de um
processo. Parece um pouco “sincero demais” dizer isso, mas a - Ação penal pública incondicionada.
realidade é que no sistema brasileiro a grande maioria das ações - Deixa de ser crime de menor potencial ofensivo,
penais é de autoria do Ministério Público, que tem uma quantidade entretanto cabe SUSPENSÃO CONDICIONAL DO
infindável de processos sob sua responsabilidade. Assim sendo, para PROCESSO(art. 89° Lei n° 9009/95).
a instituição, mostra-se muito mais útil solucionar um caso simples de
maneira rápida e eficiente do que deixar o processo se arrastar por
anos.
- Ação penal pública condicionada e
incondicionada:

Página 23 de Gmail- sararayanne58gmail.com


- Nesse sentido, trazemos à colação as lições de Álvaro
Continuação Mayrink da Costa:
Suspensão condicional do processo “A lei brasileira fala em ocupações habituais, o que significa
x que não se limita ao trabalho da vítima, mas a toda atividade
Suspensão condicional da pena laborativa, não entendida só a atividade de natureza
lucrativa, pois o conceito é funcional e não econômico.
- Suspensão condicional da pena: Entenda-se como atividade corporal, física ou intelectual,
O Sursis ou Suspensão Condicional da Pena consiste na suspensão razão pela qual pode ser sujeito passivo tanto o ancião,
da execução da pena por um período determinado, desde que o como a criança ou o adolescente incapacitado de continuar
sujeito se disponha a cumprir determinados requisitos. Se o sua preparação profissional. Outrossim, é necessário que a
condenado cumprir as condições impostas pelo período de tempo atividade não seja juridicamente ilícita, podendo ser
pré-determinado restará extinta a pena. eticamente desvalorada (a prostituta que teve seu braço
Art.77°;CP= fraturado pode ser sujeito passivo do tipo agravado).”
- Para que se possa configurar a qualificadora, há
sa

A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2


(dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, necessidade de realização do exame de corpo
desde que: de delito. Quando a vítima se submete a exame
ra

pericial, devem os expertus concluir por um


- Suspensão condicional do processo: determinado diagnóstico, não podendo, conforme
ra

A suspensão condicional do processo é uma forma de solução dissertamos em tópico próprio, realizar um
alternativa para problemas penais, que busca evitar o início do prognóstico antevendo aquilo que com ela acontecerá
ya

processo em crimes cuja pena mínima não ultrapassa 1 ano. no futuro


Art.89°; Lei n° 9099/95=95,7789 - Assim, para que os peritos possam atestar que as
Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior lesões corporais sofridas pela vítima a incapacitaram
nn

a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao para suas ocupações habituais por mais de 30 (trinta)
oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, dias, deverão determinar o seu retorno, para fins de
e5

por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo submissão a um novo exame pericial, decorrido o
processado ou não tenha sido condenado por outro crime, período de 30 (trinta) dias, a fim de que seja levado a
presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão efeito o chamado exame complementar, sem o qual
8@

condicional da pena. se torna inviável a aplicação da mencionada


qualificadora ao delito de lesão corporal.(Rogério
Greco).
gm

 Hipóteses: -
- Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta)
dias: Art. 168°;CPP=
ai

§ 2º Se o exame tiver por fim precisar a


- Ab initio, merece ser destacado que o resultado que conduz à classificação do delito no art. 129, § 1º, I, do
l.c

qualificação das lesões corporais Código Penal, deverá ser feito logo que decorra
pretendidas inicialmente pelo agente pode ter sido produzido a o prazo de 30 (trinta) dias, contado da
título de dolo, ou mesmo culposamente. Essa modalidade de crime
om

data do crime.
qualificado pelo resultado permite as duas formas de raciocínio.
Quando a lei penal utiliza a expressão incapacidade para as
ocupações habituais, que tipo de ocupação está abrangida pelo II- Perigo de vida:
mencionado inciso? Estaria a lei penal se referindo às ocupações - para que o perigo de vida qualifique o
ligadas diretamente ao trabalho da vítima, ou aqui também se crime de lesões corporais, esse resultado não
incluiriam quaisquer atividades, mesmo as de lazer? pode ter sido querido pelo agente, isto é, não
Na verdade, o Código Penal não faz distinção. Qualquer ocupação pode ter agido com dolo de causar perigo à vítima
de natureza habitual está abrangida pelo inciso I. Assim, aquele contra a qual eram praticadas as lesões
que fica impedido de trabalhar por um período superior a corporais.
30 (trinta) dias se amolda à modalidade qualificada de lesão
corporal, da mesma forma que aquele que deixa de praticar suas
atividades esportivas. ( Rogério Greco).

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- Dessa forma, somente se pode classificar o
Continuação comportamento praticado pelo agente como lesão
corporal qualificada mediante aceleração de parto se o seu
dolo era tão somente o de produzir lesão em uma mulher que
- Trata-se, portanto, de qualificadora de natureza culposa, sabidamente se encontrava grávida e que, dada sua particular
sendo as lesões corporais qualificadas pelo perigo de vida um condição de gestante, veio dar à luz prematuramente ao feto,
crime eminentemente preterdoloso, ou seja, havendo dolo no antecipando o parto.
que diz respeito ao cometimento das lesões corporais e - Merece destaque tal raciocínio porque o dolo do agente
culpa quanto ao resultado agravador. era o de ofender a integridade corporal da gestante,
- Se o agente, quando agredia a vítima, atuava com dolo no sendo que daí adveio um resultado agravador, que lhe
sentido de causar-lhe perigo de vida, na verdade agia com o era perfeitamente previsível
dolo do delito de homicídio, razão pela qual, sobrevivendo
a vítima, deverá responder por tentativa de homicídio, e não
por lesão corporal qualificada pelo perigo de vida. § 2° lesão gravíssima:
Aqui, também, vale o alerta levado a efeito na qualificadora
sa

anterior de que os peritos não podem realizar prognósticos,


mas, sim, diagnósticos. Devem afirmar que, no momento em
ra

que avaliaram a vítima, em virtude da natureza e sede das


lesões, por exemplo, estas lhe trouxeram perigo de § 2° Se resulta:
ra

vida.(Rogério Greco). I - Incapacidade permanente para o trabalho;


II - enfermidade incurável;
Debilidade permanente de membro, sentido ou função:
ya

III- III perda ou inutilização do membro, sentido ou


- A qualificadora da debilidade permanente de membro, sentido função;
ou função permite que tal resultado possa ser atribuído ao IV - deformidade permanente;
nn

agente a título de dolo, direto ou eventual, ou mesmo V - aborto:


culposamente, desde que tal resultado tenha sido previsível, Pena - reclusão, de dois a oito anos.
e5

em atenção ao art. 19° do diploma repressivo.


- A debilidade, no sentido empregado pela lei penal, significa
enfraquecimento ou redução da capacidade funcional.(Rogerio Não cabe SUSPENSÃO CONDICIONAL DO
8@

-
Greco). PROCESSO. (pena mínima, maior que 1 ano).
- AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
- Nesse sentido, Luiz Regis Prado afirma: - O CP NÃO DIFERENCIA LESÃO CORPORAL GRAVE E
gm

GRAVÍSSIMA SOMENTE DOUTRINA E


“Exige-se que a debilidade seja permanente, o que não implica JURISPRUDÊNCIA.
perpetuidade. A debilidade permanente é, portanto, a
ai

redução duradoura da plena capacidade de um membro,  Hipóteses:


sentido ou função.
I- Incapacidade permanente para o trabalho:
l.c

IV- Aceleração de parto: Esse resultado qualificador pode ter sido produzido
- Embora a lei penal se valha da expressão aceleração de dolosa ou culposamente. Admite-se tanto o dolo direto
om

parto para qualificar a lesão corporal, teria sido melhor a quanto o eventual; na modalidade culposa, como já
utilização da expressão antecipação de parto, uma vez que temos alertado nos estudos
somente se pode acelerar aquilo que já teve início. anteriores, faz-se mister seja o resultado previsível
- Se o agente atuava no sentido de interromper a gravidez para o agente.
com a consequente expulsão do feto, o seu dolo era o de
aborto, e não o de lesão corporal qualificada pela aceleração
de parto. Se o feto sobrevive, mesmo após o
comportamento do agente dirigido finalisticamente à
interrupção da gravidez, com a sua consequente expulsão,
deverá ser responsabilizado pela tentativa de aborto.

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Síntese da decisão:
Para a 5ª Turma do STJ, trata-se de lesão corporal grave a
Continuação transmissão consciente da síndrome da imunodeficiência
adquirida (vírus HIV).
- Damásio de Jesus, corroborando as lições de Hungria,
afirma:
A decisão foi unânime, acompanhando o voto da Min. Laurita
“Devemos considerar o trabalho genérico. Suponha-se que um Vaz, de acordo com quem a AIDS enquadra-se perfeitamente
violinista, em consequência de lesão corporal, fique incapacitado no conceito de doença incurável, como previsto no
permanentemente para o trabalho. Responde o autor da lesão artigo 129°, § 2º, II, do CP. Não havendo, assim, que se cogitar
corporal pela qualificadora da incapacidade permanente para o de tipificar a conduta como sendo crime de perigo de contágio
trabalho? Cremos que não, uma vez que, embora não possa venéreo (art. 130°, CP) ou perigo de contágio de moléstia
exercer a profissão de violinista, pode exercer outro trabalho. grave (art. 131°, CP).
Assim, só funciona a qualificadora quando o ofendido, em face de
sa

ter sofrido lesão corporal, ficar permanentemente incapacitado III- Perda ou inutilização de membro, sentido ou função:
para qualquer espécie de trabalho. - O que não se admite, como frisamos, é a
- Se a vítima exercia uma atividade intelectual e, em razão
ra

responsabilização puramente objetiva, sem que, ao


das lesões sofridas, não mais poderá trabalhar em menos, tenha o agente incorrido em culpa, conforme
atividades dessa natureza, entendemos ser cabível a determinação contida no art. 19 do diploma
ra

qualificadora. Mesmo que só pudesse, agora, depois das penal.(Rogério Greco).


lesões sofridas, exercer atividades braçais, ainda assim
ya

deveríamos - Perda, como destaca Guilherme de Souza Nucci:


entender pelas lesões qualificadas.
- A incapacidade deve ser permanente, isto é, duradoura,
nn

“Implica em destruição ou privação de algum membro


mas não necessariamente perpétua. É possível que a vítima, (ex.: corte de um braço), sentido (ex.: aniquilamento dos
algum tempo depois de sofrida a lesão, volte a se capacitar olhos) ou função (ex.: ablação da bolsa escrotal,
e5

normalmente para o trabalho.(Rogerio Greco). impedindo a função reprodutora); inutilização quer dizer
falta de utilidade, ainda que fisicamente esteja presente
8@

II- Enfermidade incurável: o membro ou o órgão humano. Assim, inutilizar um


Cezar Roberto Bitencourt esclarece que enfermidade: membro seria a perda de movimento da mão ou a
impotência para o coito, embora sem remoção do órgão
“É um processo patológico em curso. Enfermidade incurável sexual. Comparativamente à lesão grave que importe em
gm

é a doença cuja curabilidade não é conseguida no atual debilidade, mais do que o simples enfraquecimento, a
estágio da Medicina, pressupondo um processo patológico qualificadora em exame exige a perda, isto é, a ablação
que afeta a saúde em geral. A incurabilidade deve ser de qualquer membro, superior ou inferior, ou mesmo
ai

conformada com dados da ciência atual, com um juízo de sua completa inutilização.
probabilidade.
l.c

IV- Deformidade permanente:


Problema que hoje envolve muita discussão diz respeito à - Deformar significa, aqui, modificar esteticamente a
transmissão do vírus HIV. Imagine-se a hipótese em que o
om

forma anteriormente existente. Grande parte de


agente, querendo, efetivamente, transmitir o vírus HIV à nossos doutrinadores entende que, para que se possa
vítima, nela aplique uma injeção contendo sangue aplicar a qualificadora em estudo, há necessidade de que
contaminado. Pergunta-se: Qual seria o delito imputado ao a deformidade seja aparente, causando
agente uma vez que, embora contaminada, a vítima ainda se constrangimento à vítima perante a sociedade.( Rogério
encontra viva? Poderíamos raciocinar em termos de lesão Greco).
corporal qualificada pela enfermidade incurável? - Além do mais, a lei penal não exige que o dano seja
Entendemos que não. Mais do que uma enfermidade visível, isto é, que esteja ao alcance de todos. Pode, em
incurável, a AIDS é considerada uma doença mortal, cuja muitas situações, ser visto tão somente por um número
cura ainda não foi anunciada expressamente.(Rogério Greco) limitado de pessoas, a exemplo dos danos ocorridos em
partes do corpo da vítima que somente serão
percebidos pelo seu marido.

Página 26 de Gmail- sararayanne58gmail.com


- Não é julgado pelo tribunal do júri.
Continuação - Somente responde por lesão corporal seguida de morte se
o agente não deseja o resultado nem assume o risco de
Não se deve entender a permanência no sentido de
-
produzir- lo
perpetuidade, ou seja, sem possibilidade de retorno à
capacidade original. A melhor ilação do inciso em estudo é § 6° lesão corporal culposa:
aquela que entende a permanência num sentido duradouro, - Isso significa que se a vítima, em virtude das lesões
mesmo que reversível, por exemplo, com o recurso à cirurgia corporais sofridas, ficou paralítica, uma vez concluído que o
plástica, pois, conforme corretamente afirmam Calderón fato se subsume ao delito de lesão corporal culposa, tal
Cerezo e Choclán Montalvo, a “enfermidade é apreciável resultado terá repercussão quando da aplicação da pena,
penalmente ainda que sua correção posterior seja possível não modificando, contudo, a natureza do delito. O que se
mediante exige, na verdade, para a caracterização do § 6º do art.
tratamento cirúrgico". 129 do Código Penalé que
estejam presentes todos os requisitos necessários à
sa

V- Aborto: configuração do delito culposo, devendo o


- Tal como a hipótese de aceleração de parto, para que o aborto julgador realizar um trabalho de adequação à figura típica,
ra

qualifique as lesões corporais sofridas pela vítima, tal resultado haja vista tratar-se de tipo penal
não poderá ter sido querido, direta ou eventualmente, pelo aberto.(Rogerio Greco).
agente, sendo, portanto, um resultado qualificador que Caso as lesões corporais de natureza culposa tenham sido
ra

somente poderá ser atribuído a título de culpa. produzidas pelo agente que se encontrava na direção de
- Trata-se, outrossim, de crime preterdoloso. A conduta deve seu veículo automotor, em virtude do princípio da
ya

ter sido dirigida finalisticamente a produzir lesões corporais na especialidade, terá aplicação o art. 303 do Código de
vítima, cuja gravidez era conhecida pelo agente. Contudo, o Trânsito Brasileiro, que diz:
nn

resultado aborto não estava abrangido pelo seu dolo, direto ou


eventual, sendo-lhe, entretanto, previsível. Art. 303°;CTB=
- Caso o agente tenha atuado com dolo de produzir a expulsão Praticar lesão corporal culposa na direção
e5

do feto, seja esse dolo direto ou eventual, o fato será de veículo automotor:
classificado como delito de aborto (art. 125 do CP). Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 2
8@

(dois) anos e suspensão ou proibição de se


obter a permissão ou a habilitação para
§ 3° lesão corporal seguida de morte: dirigir veículo automotor.
gm

Diminuição de pena
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo
§ 3°;=
ai

de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de


Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
que o agente não quis o resultado, nem assumiu o
l.c

vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.


risco de produzi-lo: Substituição da pena
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda
om

substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil


réis a dois contos de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo
- Cuida-se, no caso, de crime eminentemente preterdoloso. A anterior;
conduta do agente deve ter sido II - se as lesões são recíprocas.
finalisticamente dirigida à produção das lesões corporais, tendo o Aumento de pena
resultado morte sido produzido a título de culpa. § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se
- A redação da lei penal é clara no sentido de que o agente, para ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121
que seja responsabilizado pelo delito de lesão corporal seguida deste Código.
de morte, não pode ter querido o resultado, agindo, portanto, § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art.
com dolo direto ou mesmo assumindo o risco de produzi-lo, atuando 121.
com dolo eventual.

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Art./Súmulas
Observações
Continuação Títulos
Atenção
Aula 07- Perigo de contágio de moléstia venérea ,art.130°;CP. Subtítulos

Aula 07
Bem jurídico protegido:
- Bem juridicamente protegido pelo tipo é a vida e a
Art. 130°;CP=
sa

saúde, conforme nos informa o Capítulo III do Título I


Expor alguém, por meio de relações sexuais do Código Penal, onde está inserido o art. 130°;CP.
ou qualquer ato libidinoso, a
ra

- O art. 130 do Código Penal exige, para a configuração


contágio de moléstia venérea, de que sabe ou do delito de perigo de contágio venéreo, que o agente,
deve saber que está contaminado: no momento do contato sexual, saiba –ou pelo menos
ra

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) deva saber –que está contaminado.
ano, ou multa.
ya

Suspensão condicional do processo:


Introdução:
nn

- Cabe transação pena, salvo quando há a intenção de


- “O texto legal fala, genericamente, em moléstia venérea, transmitir a moléstia, em que se torna forma
sem qualquer outra definição ou limitação. Ante a omissão do qualificada e a pena será reclusão de 1 a 4 anos
e5

texto legal, a definição de moléstia venérea compete à cabendo apenas transação condicional do processo,
medicina". pois a pena mínima não passa de 1 ano.
A AIDS, que não é moléstia venérea e que não se transmite
8@

- - Como regra, a modalidade fundamental de perigo de


somente por atos sexuais, poderá tipificar o crime do art. contágio venéreo se amolda ao conceito de infração
131, lesão corporal seguida de penal de menor potencial ofensivo, sendo-lhe
morte ou até mesmo homicídio, dependendo da intenção do aplicados todos os institutos previstos pela Lei nº
gm

agente, mas nunca o crime de perigo de contágio venéreo. 9.099/95, a exemplo da suspensão condicional do
- crime de perigo, pois não exige o dano ao bem juridicamente processo.
tutelado, que ocorreria com a efetiva transmissão da - A ação penal, em ambas as modalidades – simples e
moléstia venérea. Assim, basta que a vítima tenha sido
ai

qualificada –, é de iniciativa pública


exposta ao perigo de contágio, mediante a prática de
relações sexuais ou qualquer ato de libidinagem, de moléstia condicionada à representação do ofendido, ou seja,
l.c

venérea de que o agente sabia, ou pelo menos devia saber daquele que foi efetivamente exposto à situação de
estar contaminado.(Rogerio Greco). perigo, conforme se dessume do § 2º do art. 130 do
om

diploma repressivo.
O art. 130° do Código Penal determina os meios em
Classificação doutrinária:
-
virtude dos quais poderá ser praticado o
comportamento que se traduza em perigo de
- Crime próprio quanto ao sujeito ativo (uma vez que somente contágio de moléstia venérea, a saber: relações
a pessoa contaminada é que poderá praticá-lo), sendo sexuais ou qualquer ato libidinoso.(necessidade de
comum quanto ao sujeito passivo (pois qualquer pessoa pode contato pessoal).
figurar como vítima deste crime); - na forma simples (caput) não a necessidade do
- Crime de forma vinculada (pois a lei penal exige, para fins de agente ter a intenção de transmitir a doença.
reconhecimento de sua configuração, a prática de relações
sexuais ou atos libidinosos.
- Crime de perigo abstrato ou presumido.
- condicionado à representação.(Rogerio Greco).

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Continuação

Ney Moura Teles, a seu turno, complementa o raciocínio


dizendo:

“Se do contágio resultarem apenas lesões corporais leves,


prevalece o crime do art. 130. Se resultarem lesões corporais
graves ou gravíssimas, responderá o agente pelo crime do art.
129, § 1º ou § 2º. Se resultar morte, responderá por lesão
corporal seguida de morte".

Modalidade qualificada:
sa
ra

§ 1º - Se é intenção do agente
transmitir a moléstia:
Pena - reclusão, de um a
ra

quatro anos, e multa.


§ 2º - Somente se procede
ya

mediante representação.
nn

- Como se percebe pela redação do mencionado parágrafo, o


e5

agente atua com dolo de dano, ou seja, o dolo de,


efetivamente, transmitir a moléstia de que é portador,
8@

produzindo, dessa forma, lesão à integridade corporal ou à


saúde da vítima
- Merece ser ressaltado que, na hipótese em estudo, o que se
exige à configuração da qualificadora é tão somente o dolo do
gm

agente em transmitir a doença, e não a efetiva transmissão.


Assim, o agente deverá responder pelo delito em sua
modalidade qualificada se tiver, por exemplo, mantido relação
ai

sexual com a vítima, com a intenção de transmitir-lhe a


moléstia venérea, mesmo que essa não venha a se
l.c

contaminar.
Se a vítima se contamina, poderemos raciocinar com esse
om

resultado de duas formas distintas: ou entendendo-o como


mero exaurimento da figura típica qualificada do art. 130 do
Código Penal, ou desclassificando-o para o delito de lesões
corporais, conforme veremos quando da discussão das
questões que se seguirão.(Rogerio Greco).

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Art./Súmulas
Observações
Continuação
Títulos
Atenção
Aula 07- Perigo de contágio de moléstia grave. Subtítulos

Aula 07
Classificação doutrinária:
-Crime próprio ou especial quanto ao sujeito ativo (pois
sa

Art. 131°= somente aquele que está contaminado por uma


Praticar, com o fim de transmitir a moléstia grave pode praticá-lo).
outrem moléstia grave de que está
ra

contaminado, ato capaz de produzir


- Comum quanto ao sujeito passivo.
- Formal (uma vez que o tipo penal não exige a efetiva
o contágio:
ra

contaminação, mas, sim, a conduta dirigida


Pena – reclusão, de 1 (um) a 4
finalissimamente a transmitir a moléstia grave) =
(quatro) anos, e multa. Rogerio Greco.
ya

- Crime de perigo concreto ou efetivo = Bruno Mello.


nn

Introdução: Bem jurídico protegido:


- Apesar de sua localização no capítulo correspondente aos - Bem juridicamente protegido pelo tipo penal é a
e5

crimes de perigo (da periclitação da vida e da saúde), o art. 131 integridade corporal ou a saúde da vítima.
do Código Penal, da mesma forma que o § 1º do art. 130 do
8@

mesmo diploma repressivo, narra um delito de dano. - Cezar Roberto Bitencourt quando afirma:
- Na verdade, a conduta do agente é dirigida finalisticamente à
produção de um dano, qual seja,a transmissão de moléstia grave “Não nos parece que a ‘vida’ também integre o bem
de que está contaminado. Contudo, como veremos em tópico jurídico protegido pelo art. 131°, como alguns autores
gm

próprio, a lei penal se satisfaz simplesmente com a chegam a sustentar. Tanto é verdade que,
exteriorização do comportamento dirigido a esse fim, se sobrevier a morte da vítima, eventual punição por
independentemente da efetiva produção desse resultado. esse dano deslocará a tipificação da conduta para
ai

Levando-se a efeito uma análise do tipo, podemos concluir que o outro dispositivo que poderá ser o 121° ou 129°, § 3º,
legislador se satisfaz com a prática do comportamento numa clara demonstração de que a vida não está
l.c

destinado à transmissão de moléstia grave, mesmo que esta protegida por este artigo legal, pelo menos
não ocorra efetivamente, tratando-se, pois, de crime de imediatamente.”
natureza formal. Ao contrário do que determina o art. 130° do
om

Código Penal, que somente se configura se houver a prática de Pena e suspensão do processo:
atos de natureza sexual, o delito do art. 131° pode ser
considerado como de forma livre, podendo o agente praticar - A pena cominada no preceito secundário do art. 131
atos de qualquer natureza que possuam eficácia para a do Código Penal é de reclusão, de 1 (um)
transmissão da moléstia de que está contaminado. a 4 (quatro) anos, e multa.
- Dessa forma, pode o agente valer-se de meios diretos ou - Em virtude da pena mínima cominada, torna-se
indiretos à consecução da transmissão da moléstia grave. Meios perfeitamente admissível a suspensão
diretos dizem respeito àqueles em que houver um contato condicional do processo, presentes os requisitos
pessoal do agente, a exemplo do aperto de mão, beijo, abraço exigidos pelo art. 89 da Lei nº 9.099/95.
etc. Indiretos são aqueles que decorrem da utilização de A ação penal é de iniciativa pública incondicionada.
quaisquer instrumentos capazes de transmitir a moléstia grave,
a exemplo de seringas, bebidas etc.( Rogerio Greco).

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Continuação

Consumação e tentativa:
- Consuma-se o delito com a prática dos atos destinados à
transmissão da moléstia grave, independentemente do fato de
ter sido a vítima contaminada ou não. Sendo um crime de
natureza formal, o legislador se contenta com a prática da
conduta núcleo do tipo, ou seja, a prática dos atos tendentes à
transmissão da moléstia grave que, se efetivamente vier a
ocorrer, será considerada mero exaurimento do crime, sendo de
observância obrigatória no momento da aplicação da pena-base,
quando da análise das circunstâncias judiciais, especificamente no
que diz respeito às consequências do crime. Admite-se a
tentativa, uma vez que podemos fracionar o iter criminis,
sa

tratando-se, portanto, de um delito plurissubsistente.


ra

Observações:
- Consumação ocorre com a pratica do ato capaz de transmitir a
ra

moléstia.
- É imprescindível a intenção de transmitir, do contrário é fato
ya

atípico.
- Praticar o ato= dolo genérico.
nn

- Crime de forma livre( a depender da doença).


- Ação penal publica incondicionada(pois não falou nada).
- Admite tentativa.
e5

- MP tem que provar.


- O ato praticado se for absolutamente incapaz de transmitir a
8@

doença será crime impossível. Em ambos os delitos se a vitima já


possui a doença também será crime ímpossível, porém não por
ineficácia absoluta, mas sim por absoluta impropriedade do
gm

objeto.
ai
l.c
om

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Art./Súmulas
Observações
Continuação Títulos
Atenção
Aula 07 -Abandono de incapaz,art.133°;CP.
Subtítulos

Aula 07
Art. 133°; CP= Classificação doutrinária:
Abandonar pessoa que está sob seu
Crime próprio (pois o tipo penal aponta quem pode ser
sa

cuidado, guarda, vigilância ou -


autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz considerado como sujeito ativo, bem
de defender-se dos riscos resultantes como aqueles que poderão figurar como sujeito passivo);
ra

do abandono: = bipróprio.
De perigo concreto (não basta demonstrar o ato de
ra

Introdução: abandono, mas sim que esse comportamento trouxe


perigo para a vida ou saúde da vítima)
O delito de abandono de incapaz encontra-se no rol das
ya

- - Doloso;
infrações penais de perigo, previstas - De forma livre;
no Capítulo III do Título I do Código Penal. - Comissivo ou omissivo impróprio;
nn

- Não é crime de menor potencial ofensivo.


- Considerando esse fato, a primeira conclusão a que devemos
chegar, quando do estudo do mencionado delito, é de que o Bem jurídico protegido:
e5

agente, com a conduta de abandonar, não poderá ter por - O delito de abandono de incapaz tem por finalidade
finalidade causar a morte ou mesmo lesão corporal na vítima, proteger a vida e a saúde daquela pessoa que se
8@

pois seu dolo, necessariamente, deverá ser o dolo de perigo, encontra sob os cuidados, guarda, vigilância ou
e não o dolo de dano. autoridade de outrem.
- Assim, se o abandono, por exemplo, é dirigido finalisticamente
a causar a morte da vítima, o Nesse sentido:
gm

-
agente, gozando do status de garantidor, deverá responder ainda acrescenta Noronha: “Objetividade jurídica,
pelo homicídio, consumado ou portanto, é o interesse relativo à segurança do indivíduo
tentado. que, por si, não se pode defender ou proteger,
ai

- Em segundo lugar, temos de interpretar o art. 133° do preservando sua incolumidade física”.
Código Penal de modo que se possa visualizar o
l.c

comportamento do agente como um produtor concreto da Consumação e tentativa:


situação de perigo, ou seja, não se poderá presumir que o - Consuma-se o delito de abandono de incapaz no instante
om

abandono, por si, já se configura na infração penal em em que o abandono produz efetiva
estudo, mas, sim, que o ato de abandonar, nas condições em situação de perigo concreto para a vítima.
que foi levado a efeito, trouxe, efetivamente, perigo para a Isso significa que o perigo deve ser demonstrado caso a
vida ou saúde da vítima caso. Por outro lado, a prática da conduta prevista no
- Assim, o abandono de incapaz deverá ser entendido como
núcleo do tipo, ou seja, o ato de abandonar,
um delito de perigo concreto, a ser demonstrado caso a quando não se configura na hipótese de consumação,
caso, sob pena de conduzir à atipicidade do poderá dar ensejo à responsabilização penal do agente a
fato. título de tentativa.
- Dessa forma, podemos destacar os seguintes elementos
- Nosso raciocínio inicial, contudo, já pressupõe que tenha
constantes da redação típica: a) o ato de abandonar; b) havido o efetivo ato de abandonar,
pessoa que está sob o cuidado, guarda, vigilância ou sendo que esse comportamento, naquele momento,
autoridade do agente; c) incapaz de defender-se dos riscos ainda não criava uma situação de perigo
resultantes do abandono.(Rogerio Greco). concreto para a vítima. (Rogerio Greco).

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I- A primeira das causas de aumento de pena diz
Continuação respeito ao fato de o abandono ter sido levado
a efeito em lugar ermo. Por lugar ermo tem-se
entendido aquele por onde passam poucas
Modalidades comissiva e omissiva: pessoas, normalmente abandonado, deserto, tendo o
- Nesse sentido, esclarece Fragoso: abandono, realizado nessas condições, maior
“A ação envolverá, todavia, em regra, um deslocamento no probabilidade de resultar em dano para a vida ou
espaço, podendo o crime ser praticado por ação (levar a saúde da vítima.
vítima a determinado lugar e dela afastar-se) ou por II- A segunda causa especial de aumento de pena diz
omissão (deixar a vítima no lugar onde se encontra)". respeito ao fato de o agente ser ascendente
ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da
Modalidades qualificada: vítima. Essa especial relação entre eles faz
com que o abandono seja mais reprovável, isto é,
requeira maior juízo de censura.
sa

§ 1º= Se do abandono resulta lesão III- A última causa especial de aumento de pena foi
corporal de natureza grave: inserida no § 3º do art. 133° do Código Penal
por meio da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003,
ra

Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco)


anos. que dispõe sobre o Estatuto do Idoso. Vale
§ 2º= Se resulta morte: ressaltar que, à primeira vista, não há qualquer
ra

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 12 incompatibilidade em serem conjugadas mais de


(doze) anos. uma causa de aumento de pena, como pode
ya

acontecer na hipótese em que a vítima seja


ascendente do agente, além de contar com mais de
60 (sessenta) anos.
nn

- Faz-se mister ressalvar que, para fins de aplicação dos


mencionados parágrafos, que, como dissemos, preveem
delitos de natureza preterdolosa, é fundamental que os Pena e suspensão condicional do processo:
e5

resultados narrados tenham sido previstos ou, ao menos,


sejam previsíveis para o agente, pois, caso contrário, por Em sua modalidade fundamental, o art. 133° do Código
8@

-
eles não poderá ser responsabilizado criminalmente, conforme Penal prevê uma pena de detenção, de 6 (seis) meses
a regra contida no art. 19° do Código Penal.(Rogerio Greco). a 3 (três) anos; se do abandono resultar lesão
corporal de natureza grave, a pena será de reclusão,
de 1 (um) a 5 (cinco) anos; e se resultar a morte, será
gm

Causa de aumento de pena: de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. A ação


penal, em todas as modalidades do delito de abandono
de incapaz, vale dizer, simples ou qualificadas, é de
ai

iniciativa pública incondicionada. Na sua modalidade


fundamental, bem como na forma qualificada pela
l.c

I – se o abandono ocorre em lugar ermo;


II – se o agente é ascendente ou lesão corporal de natureza grave, será possível a
descendente, cônjuge, irmão, tutor ou proposta de suspensão condicional do processo,
om

curador da exceto, nessa última hipótese, se houver a aplicação


vítima; da majorante prevista no § 3º do art. 133° do Código
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) Penal.
- Abandono de incapaz não admite perdão judicial.
anos.

- Inicialmente, deve ser frisado que as causas de aumento de


pena apontadas são aplicadas a todas as modalidades de
abandono de incapaz, vale dizer, para os delitos tipificados no
caput e §§ 1º e 2º do art. 133 do Código Penal.

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Art./Súmulas
Observações
Continuação Títulos
Atenção
Aula 07- abandono de recém nascido para ocultar. Subtítulos

Aula 07
Bem jurídico protegido:
- Os bens juridicamente protegidos pelo art. 134° do
Art. 134°=
sa

Código Penal são a vida e a saúde do recém-nascido,


Expor ou abandonar recém-nascido, haja vista que o mencionado delito se encontra
para ocultar desonra própria: previsto no capítulo correspondente à periclitação da
ra

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a vida e da saúde. Busca-se, portanto, mediante


2 (dois) anos. proteção penal, resguardar a vida e a saúde do
ra

recém-nascido exposto ou abandonado. Objeto material


é o recém-nascido, sobre o qual recai o abandono.
ya

Introdução: Modalidades comissiva e omissiva:


nn

- O art. 134° do Código Penal, ao definir o crime de exposição - O delito de exposição ou abandono de recém-nascido
ou abandono de recém-nascido, cria, na verdade, uma pode ser praticado comissiva ou omissivamente. Assim,
modalidade especial de abandono de incapaz, uma vez que, a mãe, ao parir o seu filho, pode deixá-lo no lugar onde
e5

não se pode negar, o recém-nascido goza do status de ocorreu o parto oculto, bem como pode levá-lo a outro
incapaz exigido pelo art. 133° do mesmo estatuto lugar, a fim de abandoná-lo para ocultar desonra
8@

repressivo. própria.
- Assim, o art. 134° do Código Penal pune aquele que expõe
ou abandona recém-nascido para ocultar desonra própria. Modalidades qualificadas:
Podemos destacar, por meio da redação típica, os
gm

seguintes elementos: a) a situação de exposição ou


abandono; b) a condição de recém-nascido; c) o especial fim
de agir com que atua a
ai

agente, que procura, com o seu comportamento, ocultar


desonra própria. § 1º Se do fato resulta lesão corporal de
l.c

- Não se pode conceber como recém-nascido aquele que, natureza grave:


com alguns meses de vida, é abandonado Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
pela mãe, que tinha por finalidade ocultar desonra
om

§ 2º Se resulta a morte:
própria.(Rogerio Greco).
Pena – detenção, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Classificação doutrinária:
- Crime próprio no que diz respeito ao sujeito ativo e ao - Esse fato se deve ao especial fim de agir com que
sujeito passivo; de perigo concreto; atua a mãe, ou seja, sua especial motivação, que é a
- doloso; de ocultar desonra própria.
- de forma livre;
- comissivo ou omissivo impróprio;
- instantâneo; monossubjetivo; plurissubsistente;
- verifica a lesão corporal de natureza grave ou a morte do
recém-nascido).
- Crime de menor potencial ofensivo/ Lei n° 9099/95.

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Continuação

- Caso a mãe, por exemplo, tenha querido abandonar o


recém-nascido com a finalidade de causar-lhe a morte, tal
fato será considerado meio de execução do crime de
homicídio. O resultado morte, outrossim, somente poderá
qualificar o delito de exposição ou abandono de recém-
nascido se tiver ocorrido culposamente. Isso quer dizer que
o dolo da agente diz respeito tão somente ao abandono do
recém-nascido, com o fim de ocultar desonra própria, ou
seja, dolo de perigo. Caso tenha agido com dolo de dano,
responderá pelo resultado pretendido – lesão corporal de
natureza grave ou morte (tentado ou consumado).(Rogerio
Greco).
sa

Pena e suspensão condicional do processo:


ra
ra

A pena prevista no caput do art. 134° do Código Penal é de


detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; se do fato
resultar lesão corporal de natureza grave, nos termos do §
ya

1º do art. 134 do diploma repressivo, a pena será de


detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos; sendo que, se advier a
nn

morte do recém-nascido, conforme determina o § 2º do


mesmo artigo, a pena será de detenção,
de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
e5

- Na modalidade fundamental, a competência para julgamento


do delito em exame será do
8@

Juizado Especial Criminal, sendo possível a proposta de


suspensão condicional do processo não somente nesse
caso, mas também na forma qualificada prevista pelo § 1º
do art. 134° do Código Penal.
gm

- Em todas as modalidades – simples ou qualificadas –, a ação


penal será de iniciativa pública
incondicionada.
ai
l.c
om

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