Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
direito
penal
(III)
Aula 01
Homicídio simples: ( caput). 2) Arrependimento eficaz: ( Art. 15; II parte)
— Matar alguém. Esgota a fase executória?
— Reclusão: 6 a 20 anos.
— Animus necandi/occidendi= intento de matar.
— Forma livre= matar de qualquer forma.
— Forma vinculada= institutos da parte geral aplicáveis
Art.15;II parte ;CP -
ao delito de homicídio. impede que o resultado se
produza, só responde
1) Desistência voluntária: (Art.15; I parte; CP). pelos atos já praticados.
– Ele podia continuar?
– Iter criminis: cogitação; preparação; execução;
consumação.
3) Crime impossível/crime oco/crime inidônea :
– Exaurimento: significa esgotamento. No campo penal, – Art.17;CP- Não se pune a tentativa quando, por
demonstra a fase do crime após a consumação, ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
quando o bem jurídico já foi afetado pela conduta do impropriedade do objeto, é impossível consumar-se
agente, mas ainda há outros prejuízos evidenciados. o crime.
Quando se toma por exemplo a extorsão mediante 1- Ineficácia absoluta;
sequestro (art. 159, CP), vê-se que a privação da II- Absoluta impropriedade do objeto;
liberdade da vítima é suficiente para a consumação do – Natureza jurídica: excludente de tipicidade.
delito. Entretanto, se o agente, além disso, consegue
por as mãos no dinheiro do resgate, diz-se 4) Concurso de crimes:
estar exaurido o delito. – Cumulo material: ( Art.65; CP).
– Os crimes formais: (aqueles que se consumam – Cumulo formal: ( Art.70; CP);
mediante a prática da conduta, independente de – Crime continuado:( Art.71; CP).
qualquer resultado naturalístico) admitem o – Súmula 605- Não se admite continuidade delitiva
exaurimento. Afinal, além da lesão ao bem jurídico nos crimes contra a vida.
primário, pode ocorrer mais prejuízos, levando a
danos ainda maiores.
§ 1° Homicídio privilegiado:
– Matar alguém. Obs. Feminicídio não é crime
– Causa de redução/diminuição de pena. autônomo. No caso brasileiro, o
– Natureza jurídica: causa de diminuição de pena= incide na 3° feminicídio foi inserido como
fase da dosimetria\9causa de aumento e diminuição de qualificadora em relação ao delito de
penal). homicídio não se criando, portanto
– Diminui a pena de 1/6 a 1/3,podendo a pena final ficar um tipo autônomo de feminicídio.
abaixo do mínimo legal.
– Hipóteses:
Aula 02
Crime progressivo x progressão criminosa: Princípio da consunção:
A) Quando um crime é meio necessário para ou
– No crime progressivo a intenção ab- initio já é
normal fase de preparação ou de execução de
para o crime mais grave, porém passa pelo menos outro crime.
grave. B) Nos caso de antefato ou pós-fato impuníveis.
– Crimes de ação de passagem. – Minus a plus;
Ex: A com intenção de matar B, o mata na – Necessários para que cometa o delito fim.
porrada/lesiona. – De acordo com o STJ, o princípio da consunção
– Com relação a progressão criminosa o agente, pressupõe que haja um delito-meio ou fase normal
inicialmente, não tem a intenção de praticar o crime de execução de outro delito.
mais grave, porém decide praticar. – De acordo com Fragoso o pós-fato impunível pode
Ex: A lesiona B e depois mata o mesmo. ser considerado mero exaurimento do crime
principal.
Principio da alternatividade:
– Crimes de ação múltipla ou de conteúdo variado.
– Plurinuclear.
Em ambos os institutos aplica-se – Punido uma única vez.
um dos princípios solucionadores
do conflito aparente de normas- § 2° Homicídio qualificado:
princípio da consunção;
especialidade. Alternatividade e – Reclusão 12 a 30 anos.
subsidiariedade. – Homicídio qualificado é delito etiquetado como crime
hediondo, conforme a lei 8.072/90.
– A progressão de regime nos crimes hediondos é;
Principio da especialidade: se primário 2/5 e se for reincidente 3/5.
– A norma especial afasta a aplicabilidade da norma geral.
– Lex especialis derrogat generali.
– Lei especial tem um plus/ um detalhe a mais.
Princípio da subsidiariedade:
– De acordo com Hungria, é considerada na expressão – Motivos determinantes do
"soldado reserva" . crime: I;II;V e VI.
– Na ausência ou impossibilidade de aplicação da norma – Circunstâncias subjetivas: VII.
principal mais grave. – Circunstâncias objetivas
– Aplica-se a norma menos grave. (meios e modos): III e IV.
– Lex primaria derrogat legi subsidiariae.
– Expressa ou tácita.
– Exs. (tipificados)= Arts.238; 238;249 e 307; CP.
– Pode se aplicar como residuum.
I- Mediante paga ou promessa de recompensa ou por motivo Possuir relevância para o cometimento da infração penal.
torpe:
– Mediante paga= antecipado. c) liame subjetivo entre os agentes;
– Promessa= ainda vai receber.
– Motivo torpe: é o motivo vil, repugnante, desprezível que vai Isto é, o vínculo psicológico que une os agentes para a
em desencontro com o sentimento de coletividade. prática da mesma infração penal.
– Natureza da recompensa: há uma divergência doutrinária se ela
é ampla ou taxativa? De acordo com o professor ela é d) identidade de infração penal.
ampla/aberta; pode ser financeira, patrimonial, moral e até
mesmo sexual. Unidos pelo liame subjetivo, devem querer praticar a
– A qualificadora "recompensa" comunica-se/estende-se ao mesma infração penal.
mandante segundo o STF e STJ( não tratar de maneira
absoluta), é regra mais possui exceção.
– Exceção: quando o mandante tem motivo de relevante valor
social ou moral ou violenta emoção (homicídio privilegiado).
– Quando quem mandou matar tiver reconhecido em seu favor
uma das hipóteses do privilegiado. Nesse caso somente o autor Interpretação analógica e analogia: é de fácil
executor responderá pela qualificada e o mandante pelo observação e expressamente autorizada no
privilegiado. dispositivo legal, ao agente que interpreta uma
fórmula casuística e forma genérica, por meio
– Concurso de pessoas: da fórmula genérica, se faça uma extensão in
malam partem ou in bonam partem.
Por sua vez, a integração analógica (analogia),
difere da interpretação analógica, pois analogia
tem o sentido de suprir as lacunas que a lei
acaba deixando. Nesse caso, é possível
Art. 29,CP= analogia in bonam partem, mas jamais, em
Quem, de qualquer modo, hipótese alguma, in malam partem.
concorre para o crime,
incide nas penas a este II- Motivo fútil:
cominadas, na medida de – É aquele insignificante, desproporcional.
sua culpabilidade. – Motivo torpe e fútil são plenamente compatíveis com
o dolo eventual.
– MOTIVO FÚTIL E TORPE POSSUEM NATUREZA-
– Crime plurisubjetivo/ concurso necessário ORDEM SUBJETIVA; EM REGRA NÃOSE COMUNICAM-
– duas ou mais pessoas concorrem para a SE/ ESTENDE-SE AOS CONCORRENTES, SALVO-SE
prática de uma mesma infração penal. SOUBEREM OU ACEITAREM(EXCEÇÃO).
– Colaboração reciproca..
– Requisitos para o concurso de pessoas:
Aula03
- Os meios possuem natureza objetiva e, em regra, Inciso V: (fins).
comunicam-se com os concorrentes, salvo se não
souberem ou não aceitarem. - Natureza subjetiva:
Ex: A contrata B para matar C. B ao chegar no - Para assegurar a execução de outro
local descobre que C é irmão do seu inimigo e, crime=conexão teleológica.
então, decide o matar torturando. Neste caso, por - Para assegurar a ocultação, impunidade ou
se tratar de exceção a qualificadora "tortura" não vantagem de outro crime= conexão
se estenderá para A. consequencial.
- Não é necessário que seja o mesmo agente
Inciso IV: (modos). praticando os dois crimes.
- Traição: matar pelas costas # golpe nas costas. - É imprescindível que o outro fato seja crime,
- Emboscada: tocaia = não podendo ser "contravenção penal".
Aula 04
Homicídio privilegiado/ qualificado:
- É importante consignar que, embora a doutrina use as duas Assevera Fernando Capez:
expressões – qualificado- privilegiado e privilegiado- “Reconhecida a figura híbrida do homicídio privilegiado-
qualificado –, não podemos considerá-las, ambas, como qualificado, fica afastada a qualificação de hediondo do
corretas, mas tão somente uma delas, vale dizer, a que homicídio
intitula o homicídio de qualificado-privilegiado. qualificado, pois, no concurso entre as circunstâncias
- haja vista que as causas de diminuição de pena estão objetivas (qualificadoras que convivem com o privilégio)
consignadas anteriormente às qualificadoras. e as subjetivas
Dessa forma, o homicídio, por ser qualificado, deverá assim (privilegiadoras), estas últimas serão preponderantes,
ser reconhecido, para, em momento posterior, ser nos termos do art. 67
adjetivado de privilegiado, razão pela qual, tecnicamente, do CP, pois dizem respeito aos motivos determinantes
estaremos, sempre, diante de um homicídio qualificado- do crime
privilegiado, e não privilegiado-qualificado.( Rogério Greco).
Motivo fútil e ausência de motivo:
- O homicídio qualificado- privilegiado como Enfim, motivo fútil é aquele no qual há um abismo entre a
crime hediondo: motivação e o comportamento extremo levado a efeito
pelo agente. A doutrina aponta, ainda, para o fato de
- A segunda parte do inciso I do art. 1º da Lei nº 8.072/90 crime sem motivo não configurar motivo fútil. Nesse
aponta o homicídio qualificado, em todas as suas modalidades sentido, afirma Damásio de Jesus:
(art. 121, § 2º, I, II, III, IV, V, VI e VII), como infração de
natureza hedionda.
- A possibilidade de coexistência de um homicídio qualificado-
privilegiado, o privilégio teria o condão de afastar a natureza
hedionda das qualificadoras?
- Tecnicamente, a resposta teria de ser negativa, pois a Lei “O motivo fútil não se confunde com a
nº 8.072/90 não faz qualquer tipo de ressalva que nos ausência de motivo. Assim, se o
permita tal ilação. Na verdade, diz textualmente que o sujeito pratica o fato sem razão
homicídio qualificado goza do status de infração penal de alguma, não incide a qualificadora, nada
natureza hedionda. O chamado privilégio não é, nada mais, do impedindo que responda por outra,
que uma simples causa de redução de pena, a ser analisada como é o caso do motivo torpe.”
no terceiro momento do critério trifásico, previsto pelo art.
68 do Código Penal.
- Como se percebe, a infração penal não deixa de ser - Com a devida vênia das posições em contrário, não
qualificada em razão da existência de uma minorante podemos compreender a coerência desse
(privilégio). Contudo, majoritariamente, a doutrina repele a raciocínio. Assim, a título de ilustração, se o agente
natureza hedionda do homicídio qualificado-privilegiado, haja pratica o homicídio valendo-se de um motivo
vista que – é o argumento – não se compatibiliza a essência insignificante, qualifica-se o crime; se não tem
do delito objetivamente qualificado, tido como hediondo, com qualquer motivo, ou seja, menos ainda que o motivo
o privilégio de natureza subjetiva. (Rogério Greco). insignificante, o homicídio é simples.
STJ
CORRETA A INCIDÊNCIA DA AGRAVANTE
DO MOTIVO FÚTIL, POIS É
DESPROPORCIONAL EFETUAR DISPAROS
DE ARMA DE FOGO EM RAZÃO DE
ACIDENTE DE TRÂNSITO.
"2. Como é sabido, fútil é o motivo
insignificante, apresentando
desproporção entre o crime e sua causa
moral. Dessa forma, configura motivo
fútil o fato de o crime ter sido cometido
em virtude de uma simples colisão de
trânsito." (AgRg no AREsp 152.705/PR)
Aula 04
Participação em suicídio: - Também merece destaque o fato de que o sujeito passivo
Art. 122°;cp= Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou deve ser determinado, podendo, contudo, tratar-se de
prestar-lhe auxílio para que o faça: mais de uma pessoa ou, mesmo um grupo considerável de
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se pessoas.
consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de
suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. - Ao contrário, conclamações genéricas do tipo todos
- Crime do tipo misto/conteúdo variado/ plurinuclear/de ação devemos morrer em sinal de protesto à negligência do
múltipla= várias formas de conduta; incide o princípio da governo não se prestam para fins de reconhecimento da
alternatividade, ou seja, praticando uma ou todas condutas infração penal em estudo.
responde por um único crime. - INDUZIR= PLANTAR A IDEIA.
- crime condicionado, vale dizer, aquele que, para que possa se - INSTIGAR= INCENTIVAR/JÁ POSSUI A IDEIA
configurar, exige a ocorrência de determinada condição, que PLANTADA/PARTICIPE.
será cuidada, dependendo da infração penal, como elemento do - PRESTAR AUXÍLIO= EMPRESTAR A ARMA/CORDA.
tipo, ou mesmo como condição objetiva de punibilidade, quando - participação moral e material no mencionado delito.
extrínseca a ele. - Ocorre a participação moral nas hipóteses de induzimento
- De acordo com o enfoque do princípio da lesividade, podemos ou instigação ao suicídio. Induzir significa fazer nascer,
trabalhar, segundo Nilo Batista,2 com quatro vertentes que lhe criar a ideia suicida na vítima. Instigar, a seu turno,
são fundamentais, a saber: demonstra que a ideia de eliminar a própria vida já existia,
a) proibição de incriminações que digam respeito a uma atitude sendo que o agente, dessa forma, reforça, estimula essa
interna do agente; ideia já preconcebida.
b) proibição de incriminações de comportamentos que não - Na participação material o agente auxilia materialmente a
excedam ao âmbito do próprio vítima a conseguir o seu intento, fornecendo, por exemplo,
autor; o instrumento que será utilizado na execução do autocídio
c) proibição de incriminações de simples estados ou condições (revólver, faca, corda para a forca etc.), ou mesmo
existenciais; simplesmente esclarecendo como usá-lo.
d) proibição de incriminações de condutas desviadas que não - Com isso estamos querendo afirmar que se o agente vier
afetem qualquer bem jurídico. a praticar qualquer ato de execução deverá responder
- nulla lex poenalis sine injuria/Nenhuma lei penal sem ferimentos. pelo delito de homicídio, conforme analisaremos mais
- O delito de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio pode ser adiante ao estudarmos algumas situações específicas,
praticado por qualquer pessoa, uma vez que o tipo penal não como na hipótese do suicídio conjunto.
especifica o sujeito ativo. - Tem-se discutido a respeito dessa capacidade de
- O sujeito passivo, da mesma forma, poderá ser qualquer discernimento. Os inimputáveis por doença mental, de
pessoa, desde que a vítima tenha capacidade de discernimento, forma geral, não a possuem. Assim, aquele que induz um
de autodeterminação, pois, caso contrário, estaremos diante do portador de doença mental a se matar não responde pelo
delito de homicídio. delito de induzimento ao suicídio, mas, sim, pelo crime de
- aquele que induz, instiga ou auxilia materialmente homicídio. No que diz respeito aos menores, tem-se
alguém que não possua capacidade de discernimento deve ser raciocinado com o limite de 14 anos, fazendo-se um
considerado autor mediato do delito de homicídio. paralelo, atualmente, com a idade constante do caput do
art. 217°-A, que prevê o chamado estupro de vulnerável.
CUIDADO
O homem liga o gás:
1) Ele sobrevive e ela morre, pois ele praticou atos
executórios, sendo acusado de homicídio.
2) Agora ele morre e ela sobrevive. Como a mulher não
praticou atos executórios, responderá pelo art. 122.°;CP
3) Os dois sobrevivem:
o Ele responderá pelo 121, tentado.
o Se ele sofreu lesão grave, ela responderá pelo 122°;CP.
o Se não sofreu lesão alguma, o FATO É ATÍPICO.
4) Testemunha de Jeová que, ferida gravemente, se recusa a
fazer transfusão de sangue:
a) Se do maior de idade e o médico não intervém: o médico
responde pelo artigo 122°;CP, por era GARANTIDOR (não é
pacífico)
b) Os pais impede a transmissão: Eles respondem por
HOMICÍDIO.
Aula 04
Infanticídio: - Classificação doutrinária:
Art.123°;CP= - Crime próprio (pois somente pode ser cometido pela mãe,
Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, que atua influenciada pelo estado
durante o parto ou logo após: puerperal); simples; de forma livre; doloso, comissivo e
Pena – detenção, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. omissivo impróprio (uma vez que o sujeito ativo goza do
- Analisando a figura típica do infanticídio, percebe-se que se status de garantidor); de dano; material; plurissubsistente;
trata, na verdade, de uma modalidade especial de homicídio, monossubjetivo; não transeunte; instantâneo de efeitos
que é cometido levando-se em consideração determinadas permanentes.
condições particulares do sujeito ativo, que atua influenciado - Estado puerperal:
pelo estado tem-se entendido que o chamado estado
- puerperal, em meio a certo espaço de tempo, pois o delito puerperal não é tão somente aquele que se desenvolve
deve ser praticado durante o parto ou logo após. após o parto, incluindo-se nesse raciocínio o período do
- O ideal seria, como veremos mais adiante, que o delito de parto e também o sobreparto.3 Durante esse período, a
infanticídio fosse tratado como uma espécie de homicídio parturiente sofre abalos de natureza psicológica que a
privilegiado, ficando, dessa forma, umbilicalmente ligado ao influenciam para que decida causar a morte do próprio
caput do art. 121 do Código Penal por meio de um parágrafo, filho.
coisa que não acontece atualmente, fazendo com que seja
entendido como uma infração penal autônoma.
José da Costa Júnior, analisando o estado
puerperal, diz:
traços marcantes: “A mulher, abalada pela dor obstétrica,
a) que o delito seja cometido sob a fatigada, sacudida pela emoção,
influência do estado puerperal; sofre um colapso do senso moral, uma
b) que tenha como objeto o próprio filho da liberação de instintos perversos, vindo
parturiente; a matar o próprio filho.”
c) que seja cometido durante o parto ou,
pelo menos, logo após.
- HIPÓTESES:
1) Mãe mata(autora) e o terceiro auxilia(partícipe):
AMBOS RESPONDEM POR INFANTICÍDIO Art. 29°=. Quem, de qualquer modo, concorre
2) Mãe(autora) e o terceiro matam(coautor). para o crime incide nas penas a este
AMBOS RESPONDEM POR INFANTICÍDIO cominadas, na medida de sua culpabilidade.
3) EXCEÇÃO: mãe manda e o terceiro executa. Art. 30°=. Não se comunicam as circunstâncias
MÃE RESPONDE POR INFANTICÍDIO EO TERCEIRO RESPONDE e as condições de caráter pessoal, salvo
POR HOMICÍDIO. quando elementares do crime.
Aula 05
Introdução: - As espécies dolosas são aquelas previstas nos arts. 124°
(autoaborto ou aborto provocado com o consentimento da
- Aníbal Bruno preleciona:
gestante), 125° (aborto provocado por terceiro sem o
“Segundo se admite geralmente, provocar aborto é
consentimento da gestante) e 126° (aborto provocado por
interromper o processo fisiológico da gestação, com a
terceiro com o consentimento da gestante).
consequente morte do feto.
- Tem-se admitido muitas vezes o aborto ou como a expulsão
prematura do feto, ou como a interrupção do processo de
gestação. Mas nem um nem outro desses fatos bastará ART.124°;CP=
isoladamente para caracterizá-lo Provocar aborto em si mesma ou consentir
- o aborto é a interrupção voluntária da gravidez, com a que outrem lho provoque:
morte do produto da concepção. Pena - detenção, de um a três anos.
- Caso a própria gestante execute as manobras tendentes à
expulsão do feto, praticará o crime de autoaborto. Se for
um terceiro que o realiza, devemos observar se o seu - Crime dela;
comportamento se deu com ou sem o consentimento da - Crime da gestante/crime de mão própria ou de atuação
gestante, pois as penas são diferentes para cada uma pessoal;
dessas situações. - É crime de mão-própria e não crime próprio ou especial.
Classificação doutrinária: - Não admite coautoria, apenas participe.
- Não é possível se valer de terceiro pela prática do crime.
- Crime de mão própria, quando realizado pela própria
- Exceção a teoria monista/art.29°;CP.
gestante (autoaborto), sendo comum nas demais hipóteses
- Em virtude da pena mínima cominada (um ano de detenção),
quanto ao sujeito ativo; considera-se próprio quanto ao
é cabível a suspensão condicional do processo, observando-
sujeito passivo, pois somente o feto e a mulher grávida
se os demais requisitos do art. 89° da Lei 9.099/95.
podem figurar nessa condição; pode ser comissivo ou Para Bittencourt, trata-se de crime
-
omissivo (desde que a omissão seja imprópria); doloso; de
de mão própria , admitindo a participação de terceiros, mas
dano; material; instantâneo de efeitos permanentes (caso não a coautoria, respondendo o terceiro provocador nas
ocorra a morte do feto, consumando o aborto); não
penas do art. 126° do CP.
transeunte; monossubjetivo; plurissubsistente; de forma livre.
Vejamos sua lição: "Trata-se, nas duas modalidades, de crime
Espécies de aborto: de mão própria, isto é, que somente a gestante pode
- Podem ocorrer duas espécies de aborto, a saber: realizar. Mas, como qualquer crime de mão própria, admite a
a) natural ou espontâneo; participação, como atividade acessória, quando o partícipe se
b) provocado (dolosa ou culposamente). limita a instigar, i:J.duzir ou auxiliar a gestante tanto a
- Ocorre o chamado aborto natural ou espontâneo quando o praticar o autoaborto como a consentir que terceiro lho
próprio organismo materno se encarrega de expulsar o provoque. Contudo, se o terceiro for além dessa mera
produto da concepção. atividade acessória, intervindo na realização propriamente
- Para fins de aplicação da lei penal, não nos interessa o dos atos executórios, responderá não como coautor, que a
chamado aborto natural ou espontâneo, haja vista que o natureza do crime não permite, mas como autor do crime
próprio organismo, de acordo com um critério natural, se do art. 126°. O aborto só é punível a título de dolo,
encarrega de levar a efeito a seleção dos óvulos fecundados consistente na consciente vontade de interromper a
que terão chances de vingar. gravidez (ou consentir para tanto). NÉLSON Hungria admite
- Por outro lado, temos o aborto provocado, sendo esta também o dolo eventual, exemplificando com o caso da
provocação subdividida em: dolosa e culposa, também mulher que, sabendo-se grávida, tenta suicidar-se,
reconhecida como acidental. resultando o aborto.
Art. 125°;CP= Provocar aborto, Art. 127°;CP= As penas cominadas nos dois
sem o consentimento da artigos anteriores são aumentadas de um
gestante: terço, se, em consequência do aborto ou dos
Pena - reclusão, de três meios empregados para provocá-lo, a
a dez anos. gestante sofre lesão corporal de natureza
grave; e são duplicadas, se, por qualquer
dessas causas, lhe sobrevém a morte.
- Essa modalidade de abono (abortamento sofrido) espelha a
forma mais grave do crime, verificando-se quando o abono é a) se, em consequência do aborto ou das manobras abortivas,
provocado por terceiro, sem o consentimento da gestante a gestante sofre Lesão corporal
( dissenso real ou expresso). de natureza grave (art. 129, §§ 1° e 2°, do CP);
Em virtude da pena cominada, não são cabíveis os benefícios h) se, por qualquer dessas causas (aborto ou meios
da Lei 9.099/95. empregados), Lhe sobrevém a morte.
- Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo (crime comum),
admitindo-se o .concurso de agentes. Trata-se de crime de - Pela simples redação do artigo percebe-se que as
dupla subjetividade passiva, figurando como vítimas o produto causas de aumento somente se aplicam
da concepção (óvulo, embrião ou feto) e a gestante aos crimes definidos nos arts. 125 e 126 ("dois artigos
anteriores"). Mas por que não em relação ao art. 124?
- É imprescindível para responder pelos arts. 125° e 126°, que Porque o direito penal não pune a autolesão nem o ato
o agente pratique manobras abortivas(ATOS de matar-se.
EXECUTÓRIOS),do contrário será partícipe. - Trata-se de crime prterdoloso,ou seja, o resultado(lesão
grave ou morte) é atribuído ao agente de forma
culposa, portanto jamais o agente poderá desejar o
Art. 126°;CP= Provocar aborto com o resultado morte ou assumir o risco, se assim for
consentimento da gestante: responderá por dois crimes em concurso formal
Pena - reclusão, de um a quatro anos. impróprio.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do
artigo anterior, se a gestante não é maior
de quatorze anos, ou é alienada ou débil
- Aborto legal: excludente de ilicitude:
mental, ou se o consentimento é obtido
mediante fraude, grave ameaça ou violência
Aula 06
Transação penal:
Diminuição de pena
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo
§ 3°;= de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de
Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
que o agente não quis o resultado, nem assumiu o vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
risco de produzi-lo: Substituição da pena
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda
substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil
réis a dois contos de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo
- Cuida-se, no caso, de crime eminentemente preterdoloso. A anterior;
conduta do agente deve ter sido II - se as lesões são recíprocas.
finalisticamente dirigida à produção das lesões corporais, tendo o Aumento de pena
resultado morte sido produzido a título de culpa. § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se
- A redação da lei penal é clara no sentido de que o agente, para ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121
que seja responsabilizado pelo delito de lesão corporal seguida deste Código.
de morte, não pode ter querido o resultado, agindo, portanto, § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art.
com dolo direto ou mesmo assumindo o risco de produzi-lo, atuando 121.
com dolo eventual.
Aula 07
Bem jurídico protegido:
- Bem juridicamente protegido pelo tipo é a vida e a
Art. 130°;CP= saúde, conforme nos informa o Capítulo III do Título I
Expor alguém, por meio de relações sexuais do Código Penal, onde está inserido o art. 130°;CP.
ou qualquer ato libidinoso, a - O art. 130 do Código Penal exige, para a configuração
contágio de moléstia venérea, de que sabe ou do delito de perigo de contágio venéreo, que o agente,
deve saber que está contaminado: no momento do contato sexual, saiba – ou pelo menos
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) deva saber – que está contaminado.
ano, ou multa.
Modalidade qualificada:
§ 1º - Se é intenção do agente
transmitir a moléstia:
Pena - reclusão, de um a
quatro anos, e multa.
§ 2º - Somente se procede
mediante representação.
Aula 07
Classificação doutrinária:
- Crime próprio ou especial quanto ao sujeito ativo (pois
Art. 131°= somente aquele que está contaminado por uma
Praticar, com o fim de transmitir a moléstia grave pode praticá-lo).
outrem moléstia grave de que está
contaminado, ato capaz de produzir - Comum quanto ao sujeito passivo.
- Formal (uma vez que o tipo penal não exige a efetiva
o contágio:
contaminação, mas, sim, a conduta dirigida
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 finalissimamente a transmitir a moléstia grave) =
(quatro) anos, e multa. Rogerio Greco.
- Crime de perigo concreto ou efetivo = Bruno Mello.
Consumação e tentativa:
- Consuma-se o delito com a prática dos atos destinados à
transmissão da moléstia grave, independentemente do fato de
ter sido a vítima contaminada ou não. Sendo um crime de
natureza formal, o legislador se contenta com a prática da
conduta núcleo do tipo, ou seja, a prática dos atos tendentes à
transmissão da moléstia grave que, se efetivamente vier a
ocorrer, será considerada mero exaurimento do crime, sendo de
observância obrigatória no momento da aplicação da pena-base,
quando da análise das circunstâncias judiciais, especificamente no
que diz respeito às consequências do crime. Admite-se a
tentativa, uma vez que podemos fracionar o iter criminis,
tratando-se, portanto, de um delito plurissubsistente.
Observações:
- Consumação ocorre com a pratica do ato capaz de transmitir a
moléstia.
- É imprescindível a intenção de transmitir, do contrário é fato
atípico.
- Praticar o ato= dolo genérico.
- Crime de forma livre( a depender da doença).
- Ação penal publica incondicionada(pois não falou nada).
- Admite tentativa.
- MP tem que provar.
- O ato praticado se for absolutamente incapaz de transmitir a
doença será crime impossível. Em ambos os delitos se a vitima já
possui a doença também será crime ímpossível, porém não por
ineficácia absoluta, mas sim por absoluta impropriedade do
objeto.
Aula 07
Art. 133°; CP= Classificação doutrinária:
Abandonar pessoa que está sob seu
cuidado, guarda, vigilância ou - Crime próprio (pois o tipo penal aponta quem pode ser
autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz considerado como sujeito ativo, bem
de defender-se dos riscos resultantes como aqueles que poderão figurar como sujeito passivo);
do abandono: = bipróprio.
De perigo concreto (não basta demonstrar o ato de
Introdução: abandono, mas sim que esse comportamento trouxe
perigo para a vida ou saúde da vítima)
- O delito de abandono de incapaz encontra-se no rol das - Doloso;
infrações penais de perigo, previstas - De forma livre;
no Capítulo III do Título I do Código Penal. - Comissivo ou omissivo impróprio;
- Não é crime de menor potencial ofensivo.
- Considerando esse fato, a primeira conclusão a que devemos
chegar, quando do estudo do mencionado delito, é de que o Bem jurídico protegido:
agente, com a conduta de abandonar, não poderá ter por - O delito de abandono de incapaz tem por finalidade
finalidade causar a morte ou mesmo lesão corporal na vítima, proteger a vida e a saúde daquela pessoa que se
pois seu dolo, necessariamente, deverá ser o dolo de perigo, encontra sob os cuidados, guarda, vigilância ou
e não o dolo de dano. autoridade de outrem.
- Assim, se o abandono, por exemplo, é dirigido finalisticamente
a causar a morte da vítima, o - Nesse sentido:
agente, gozando do status de garantidor, deverá responder ainda acrescenta Noronha: “Objetividade jurídica,
pelo homicídio, consumado ou portanto, é o interesse relativo à segurança do indivíduo
tentado. que, por si, não se pode defender ou proteger,
- Em segundo lugar, temos de interpretar o art. 133° do preservando sua incolumidade física”.
Código Penal de modo que se possa visualizar o
comportamento do agente como um produtor concreto da Consumação e tentativa:
situação de perigo, ou seja, não se poderá presumir que o - Consuma-se o delito de abandono de incapaz no instante
abandono, por si, já se configura na infração penal em em que o abandono produz efetiva
estudo, mas, sim, que o ato de abandonar, nas condições em situação de perigo concreto para a vítima.
que foi levado a efeito, trouxe, efetivamente, perigo para a Isso significa que o perigo deve ser demonstrado caso a
vida ou saúde da vítima caso. Por outro lado, a prática da conduta prevista no
- Assim, o abandono de incapaz deverá ser entendido como
núcleo do tipo, ou seja, o ato de abandonar,
um delito de perigo concreto, a ser demonstrado caso a quando não se configura na hipótese de consumação,
caso, sob pena de conduzir à atipicidade do poderá dar ensejo à responsabilização penal do agente a
fato. título de tentativa.
- Dessa forma, podemos destacar os seguintes elementos
- Nosso raciocínio inicial, contudo, já pressupõe que tenha
constantes da redação típica: a) o ato de abandonar; b)
havido o efetivo ato de abandonar,
pessoa que está sob o cuidado, guarda, vigilância ou
sendo que esse comportamento, naquele momento,
autoridade do agente; c) incapaz de defender-se dos riscos ainda não criava uma situação de perigo
resultantes do abandono.(Rogerio Greco).
concreto para a vítima. (Rogerio Greco).
Aula 07
Bem jurídico protegido:
- Os bens juridicamente protegidos pelo art. 134° do
Art. 134°= Código Penal são a vida e a saúde do recém-nascido,
Expor ou abandonar recém-nascido, haja vista que o mencionado delito se encontra
para ocultar desonra própria: previsto no capítulo correspondente à periclitação da
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a vida e da saúde. Busca-se, portanto, mediante
2 (dois) anos. proteção penal, resguardar a vida e a saúde do
recém-nascido exposto ou abandonado. Objeto material
é o recém-nascido, sobre o qual recai o abandono.
Introdução: Modalidades comissiva e omissiva:
- O art. 134° do Código Penal, ao definir o crime de exposição - O delito de exposição ou abandono de recém-nascido
ou abandono de recém-nascido, cria, na verdade, uma pode ser praticado comissiva ou omissivamente. Assim,
modalidade especial de abandono de incapaz, uma vez que, a mãe, ao parir o seu filho, pode deixá-lo no lugar onde
não se pode negar, o recém-nascido goza do status de ocorreu o parto oculto, bem como pode levá-lo a outro
incapaz exigido pelo art. 133° do mesmo estatuto lugar, a fim de abandoná-lo para ocultar desonra
repressivo. própria.
- Assim, o art. 134° do Código Penal pune aquele que expõe
ou abandona recém-nascido para ocultar desonra própria. Modalidades qualificadas:
Podemos destacar, por meio da redação típica, os
seguintes elementos: a) a situação de exposição ou
abandono; b) a condição de recém-nascido; c) o especial fim
de agir com que atua a
agente, que procura, com o seu comportamento, ocultar
desonra própria. § 1º Se do fato resulta lesão corporal de
- Não se pode conceber como recém-nascido aquele que, natureza grave:
com alguns meses de vida, é abandonado Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
pela mãe, que tinha por finalidade ocultar desonra § 2º Se resulta a morte:
própria.(Rogerio Greco).
Pena – detenção, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Classificação doutrinária:
- Crime próprio no que diz respeito ao sujeito ativo e ao - Esse fato se deve ao especial fim de agir com que
sujeito passivo; de perigo concreto; atua a mãe, ou seja, sua especial motivação, que é a
- doloso; de ocultar desonra própria.
- de forma livre;
- comissivo ou omissivo impróprio;
- instantâneo; monossubjetivo; plurissubsistente;
- verifica a lesão corporal de natureza grave ou a morte do
recém-nascido).
- Crime de menor potencial ofensivo/ Lei n° 9099/95.
Aula01
Introdução: Obs.: esses dois conceitos, por mais que pareçam estar
separados e fragmentados , são constituídos e considerados
- A honra é considerada um bem inviolável, conforme dispõe de maneira única e interligada.
o dispositivo constitucional, Art.5°; inciso X da CF. - Atingir por exemplo a honra subjetiva, pode afeta e
atingir perante a honra objetiva( socialmente, a
imagem portanto do meio social). Portanto só podemos
Art.5°;CF;X= considerar essa distinção entre honra objetiva e
são invioláveis a intimidade, a subjetiva para identificar a classificação da
vida privada, a honra e a figura típica, bem como para poder apontar, com
imagem das pessoas, mais segurança, o momento de consumação da
assegurado o direito a infração penal pretendida pelo agente.
- O Código Penal catalogou três delitos contra a honra,
indenização pelo dano material e
moral decorrente da sua a saber: calúnia (art. 138°), difamação
violação. (art. 139°) e injúria (art. 140°).
- Os dois primeiros, calúnia e difamação, na divisão
acima proposta, maculam a honra objetiva
do agente, sendo que o último, a injúria, atinge sua
honra de natureza subjetiva.(Rogério Greco).
- Embora o dispositivo constitucional fale apenas da
reparação civil pelo dano material e moral, o Código Penal, Meios de execução nos crimes contra a honra:
evidencia a importância que esse bem merece, criando
figuras típicas de crime contra a honra. (Rogério Greco).
Calúnia:
Art. 138°;CP=
Caluniar alguém,
Bem juridicamente
imputando-lhe falsamente
protegido pelo tipo penal
fato definido como crime:
que prevê o delito de
Pena – detenção, de 6 calúnia é a honra, aqui
(seis) meses a 2 (dois) Concebi da objetivamente.
anos, e multa.
PROPALAR X DIVULGAR
Consumação e tentativa:
- É preciso que o agente impute fatos que seja ofensivo à sua
reputação.
- É importante apontar que a difamação possui muitas - Por se tratar fato que atinja a honra objetiva,
diferenças com a calúnia. tem-se portanto consumada a partir do momento
- O primeiro importante que diferencia calunia da difamação é em que terceiros que não a vítima, passam a ter
que na difamação o fato não podem ser considerado crime, conhecimento dos fatos ofensivos.
portanto se trata de crime de menor potencial ofensivo e - Arts. 38° e 111° CPP=
de menor gravidade, entretanto se for contravenção penal
pode sim ser considerado difamação.
- Na difamação não se discute se o fato é verdade ou Art. 38°;CPP=
mentira. Salvo disposição em contrário, o
- Atinge a honra objetiva.( conceito que o agente tem perante ofendido, ou seu representante legal,
a sociedade). decairá no direito de queixa ou de
- Reprovação ético-social. representação, se não o exercer dentro
- Fofoca. do prazo de seis meses, contado do dia
- Fatos determinados, sendo eles verdade ou mentira. em que vier a saber quem é o autor do
crime, ou, no caso do art. 29, do dia em
Classificação doutrinária: que se esgotar o prazo para o
- Crime comum com relação ao sujeito ativo, bem oferecimento da denúncia.
como quanto ao sujeito passivo;
- formal;
- doloso; de forma livre;
- comissivo (podendo, sendo garantidor o agente, ser
praticado via omissão imprópria);
- instantâneo;
- Assim como estabelecemos no caso de ocorrência da - Contudo, o parágrafo único do mencionado art.
calúnia, a tentativa é admitida desde observados os meios 139 ressalvou admitir a exceptio veritatis se o
utilizados pelo agente para a prática do delito, sendo ela ofendido é funcionário público e se a ofensa é
monossubsistente ou plurissubsistente. relativa ao exercício de suas funções.
Exceção da verdade:
- Como regra no delito de difamação não admite a exceção da
verdade
- A ação penal será de iniciativa privada, conforme - Diferente das duas primeiras, a injuria busca
determina o art. 145 do Código Penal, sendo, proteger a honra subjetiva
contudo, de iniciativa pública condicionada à - Esclarece Aníbal Bruno:
requisição do Ministro da Justiça, quando o delito “Injúria é a palavra ou gesto ultrajante com que o
for praticado contra o Presidente da República ou agente ofende o sentimento de dignidade da
chefe de governo estrangeiro, ou de iniciativa vítima. O Código distingue, um pouco ociosamente,
pública condicionada à representação do ofendido, dignidade e decoro.
quando o crime for cometido contra funcionário
público, em razão de suas funções. Classificação doutrinária:
- Crime comum com relação ao sujeito ativo, bem
como quanto ao sujeito passivo;
doloso;
- formal; de forma livre; comissivo (podendo ser
Súmula nº 714; STF= praticado omissivamente, se o agente gozar do
. É concorrente a legitimidade do status de garantidor);
ofendido, mediante queixa, e do - instantâneo;
Ministério Público, condicionada à - monossubjetivo; unissubsistente ou
representação do ofendido, para plurissubsistente (dependendo do meio utilizado na
a ação penal por crime prática do delito);
contra a honra de servidor
público em razão do exercício de
suas funções.
A honra subjetiva é o bem
juridicamente protegido pelo tipo
penal que prevê o delito de
Injúria.
Injuria: Com a tipificação do delito de injúria,
busca-se proteger, precipuamente,
as qualidades, os
sentimentos, enfim, os conceitos que
Art. 140°;CP= o agente faz de si próprio.
Injuriar alguém, ofendendo-lhe a
dignidade ou o decoro:
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis)
meses, ou multa.
Consumação e tentativa:
§ 1º O juiz pode deixar de
aplicar a pena:
I – quando o ofendido, de
Considerando que o delito forma reprovável, provocou
atinge a honra subjetiva, diretamente a injúria;
consuma-se a injúria no II – no caso de retorsão
momento em que imediata, que consista em
a vítima toma conhecimento outra injúria.
das palavras ofensivas à sua
dignidade ou decoro.
- Injúria real:
Assim, as palavras, por - Na injúria real, a violência ou as vias de fato são
exemplo, ditas com animus utilizadas não com a finalidade precípua de ofender
jocandi, ou seja, com a intenção a integridade corporal ou a saúde de outrem, mas,
de brincar sim, no sentido de humilhar, desprezar, ridicularizar
com a vítima, mesmo que essa a vítima, atingindo-a em sua honra subjetiva.
- além de ser responsabilizado pela injúria real,
última seja extremamente
sensível, não poderão também deverá responder pela prática do delito de
configurar o lesão corporal – leve, grave ou gravíssima – por
delito de injúria. ele levado a efeito como meio de execução da
injúria.
Súmula nº 714;STF=
. É concorrente a legitimidade do
ofendido, mediante queixa, e do
Ministério Público, condicionada à
representação do ofendido,
para a ação penal por crime
contra a honra de servidor
público em razão do exercício
de suas funções.
Aula 02
Escusas absolutórias:
- O Capítulo VIII do Título II do Código Penal- imunidades penais. De acordo com o que já estudamos em
- Absolutas ou relativas. direito internacional, acerca da filiação, o
a) Imunidade Absoluta: isenta o agente de pena, reconhecidas dispositivo constitucional, Art. 227°;CF,
como escusas absolutórias e dependem de ação de devem ser considerados os filhos, havidos
representação do ofendido ou de seu representante legal. ou não do casamento, ou por adoção, terão
- Interesse familiar em detrimento da persecução penal, em os mesmos direitos e qualificações
razão do sentimento deixado no seio familiar.
- A reprovação da conduta é entendida como suficiente para
resolver tais conflitos, sendo portanto o direito penal
afastados de tais condutas.
- Busca a harmonia familiar.
- Motivos de ordem política. - A autoridade policial não poderá, sequer, instaurar
- sine vi aut minis= sem força ou ameaças inquérito policial a fim de apurar, por exemplo, um
delito de furto praticado entre cônjuges, ou se
estiver diante de uma relação entre ascendentes e
descendentes, a não ser se houver terceiros
envolvidos.
Art. 181°;CP=
É isento de pena quem comete qualquer
dos crimes previstos neste título, em
prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da Não se pode esquecer que há
sociedade conjugal; existência da infração penal em si, pois
II - de ascendente ou descendente, continua sendo considerado típico, ilícito
seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja e culpável, afastando-se, somente a
civil ou natural. punibilidade, por questões de política
criminal.
Classificação doutrinária:
Art. 183°;CP= - Crime comum, tanto com relação ao sujeito ativo
Não se aplica o disposto nos dois artigos quanto ao sujeito passivo;
anteriores: - material;
I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, - de dano;
em geral, quando haja emprego de - de forma livre:
grave ameaça ou violência à pessoa; - comissivo (em que pese a possibilidade de ser
II – ao estranho que participa do crime; praticado omissivamente, nos casos em que o agente
III – se o crime é praticado contra pessoa com vier a gozar do status de garantidor);
idade igual ou superior a 60 - não transeunte (como regra, pois que será possível,
(sessenta) anos. na maioria dos casos, o exame pericial).
Furto:
Quanto ao bem jurídico tutelado, há
Art. 155°;CP= uma divergência doutrinária, em
Subtrair, para si ou para outrem, determinar se o bem tutelado é a
coisa alheia móvel: propriedade, ou a propriedade e a
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) posse
anos, e multa.
RES = COISA
FURTIVA= COISA FURTADA
DERELICTA= COISA ABANDONADA
DESPERDICTA=COISA PERDIDA(Art. 169°;II;CP)
NULLIUS=COISA DE NINGUÉM.
COMUMEON= COISA COMUM À TODOS
Aula03
Introdução: - E nesse caso a voz da vítima tem valor, pois a doutrina
- O crime de roubo é uma figura típica, composta pela e jurisprudência entende a grave ameaça como um
subtração, característica comum no crime de furto, elemento subjetivo, pois dependerá do que a vitima
entretanto no roubo temos a ameaça e violência à pessoa. considera como ameaça.
- entendido por alguns doutrinadores como um crime de - A grave ameaça, portanto pode ser utilizada de maneira
furto acrescido algumas características e de forma livre.
- NÚCLEO: subtrair. - O roubo também possui essa divisão doutrinária , própria
- O FIM DE AGIR: para si e para outrem. e imprópria.
- A COISA MÓVEL ALHEIA. - O roubo próprio é aquele cometido com violência/grave
- O EMPREGO DE VIOLÊNCIA: própria e imprópria. ameaça empregada antes ou durante a
subtração(Art.157°; Caput; primeira parte ;CP).
- Já o roubo impróprio, é aquele cometido com
violência/grave ameaça empregada após a subtração.
Súmula 603
A competência para o
processo e julgamento
de latrocínio é do juiz
singular e não do tribunal
do júri.
Aula03
Introdução:
- O crime de extorsão possui muitas similaridades com o
crime de roubo, chegando em alguns casos a levar a erro e O constrangimento, seja exercido
confusão entre ambos. com o emprego de violência ou de
- O núcleo do tipo é o CONSTRANGIMENTO. grave ameaça, deve ter
- O agente deve agir com a finalidade e o intento de obter sempre uma finalidade especial: a
para si e para outrem, VANTAGEM ECONÔMICA. obtenção de indevida vantagem
- A vantagem econômica deve ser entendida aqui em econômica, para si ou para
SENTIDO AMPLO, ABARCANDO COISA MÓVEL COMO NO outrem.
CRIME DE ROUBO. (Rogerio Greco)
Os elementos que integram o delito de extorsão, a saber:
a) constrangimento, constituído pela violência física (vis
corporalis) ou grave ameaça (vis compulsiva), obrigando a
vítima a fazer, tolerar que se faça ou a deixar de fazer
alguma coisa;
b) especial fim de agir, caracterizado pela finalidade do agente
em obter indevida vantagem econômica, para si ou para
outrem. Analisando portanto o crime de
furto, roubo e extorsão Art. 158 é
- É imprescindível que esses elementos estejam conectados bem mais amplo haja vista que
para que o crime não caia no delito tipificado no Art. abrange não só a coisa móvel
146°;CP (CONSTRANGIENTO ILEGAL). corpórea de outrem, mas
todo interesse ou direito patrimonial
alheio, tratando-se, de crime
contra o patrimônio em geral.
Constrangimento ilegal
Art. 146°;CP=
Constranger alguém, mediante violência Classificação doutrinária:
ou grave ameaça, ou depois de lhe - Crime comum, tanto no que diz respeito ao sujeito
haver reduzido, por qualquer outro ativo quanto ao sujeito passivo;
meio, a capacidade de resistência, a não - De dano (embora Fragoso concluísse que “o crime se
fazer o que a lei permite, ou a fazer o consuma com o resultado do constrangimento, isto é,
que ela não manda: com a ação ou omissão que a vítima é constrangida a
Pena - detenção, de três meses fazer, omitir ou tolerar que se faça e, por isso,
a um ano, ou multa. pode-se dizer que, em relação ao patrimônio, este
crime é de perigo”);
- Doloso;
- Formal;
ROUBO X EXTORSÃO
- PRTATICADO A TÍTULO DE DOLO, NÃO EXISTINDO
PREVISÃO LEGAL DE CULPA.
Isto é, quando a vítima assume um
comportamento positivo ou negativo,
contra a sua vontade, impelida que
pela conduta violenta ou ameaçadora
do agente, tem-se
por consumado o delito.
Aula03
- Forma qualificada:
- Quando o sequestro dura mais de 24 horas.
Art. 159°;CP= - Quando a vítima for menor de 18 anos.
Sequestrar pessoa(dolo - Quando a vítima for maior de 60 anos.
genérico) com o fim de - Quando cometido por quadrilha ou bando.
obter(dolo específico), para - Quando resulta lesão corporal ou morte.
si ou para outrem, qualquer - Na delação premiada do =4° do dispositivo é
vantagem, como condição ou imprescindível facilitar a libertação do sequestrado.
preço do
resgate: § 1° -Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro)
Pena - reclusão, de oito a horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior
quinze anos.. de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por
bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza
- A ausência do de dolo específico o delito insculpido do Art. grave:
148°; CP(sequestro ou cárcere privado). Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro
anos.
§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta
Art. 148°;CP= anos.
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente
Privar alguém de sua liberdade, que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do
mediante sequestro ou cárcere sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois
privado: terços.
Pena - reclusão, de um a três
anos.