Você está na página 1de 37

ETAPA 1

ASPECTOS TEÓRICOS DA
ROTINA DE PESSOAL
E ADMISSÃO
Curso de Rotinas de Pessoal na Prática
Centro Universitário Leonardo da Vinci

Organização
Daniele de Lourdes Curto da Costa Martins

Autora
Estelamaris Reif

Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch

Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância


Prof.ª Francieli Stano Torres

Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância


Prof. Hermínio Kloch

Diagramação e Capa
Renan Willian Pacheco

Revisão
Aline Fernanda Guse
ETAPA 1
ASPECTOS TEÓRICOS
DA ROTINA DE
PESSOAL E ADMISSÃO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta etapa, você será capaz de:

• entender os conceitos principais da rotina de pessoal;


• aprender quais são os documentos necessários para admissão, preenchendo
de fato a ficha registro de um funcionário e sua CTPS;
• estudar sobre os contratos de trabalho permitidos pela legislação;
• aprender sobre as jornadas de trabalho existentes, como se deve preencher
a folha ponto e posteriormente calculá-la para lançá-la na folha.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Caro aluno! Esta etapa está dividida em quatro tópicos. No decorrer
dela, você encontrará sugestões e dicas que visam potencializar os temas
abordados, e ao final de cada um estão disponíveis resumos e autoatividades
que visam fixar os temas estudados.

TÓPICO 1 – CONCEITOS PRINCIPAIS DE ROTINAS DE PESSOAL


TÓPICO 2 – PROCEDIMENTOS ADMISSIONAIS
TÓPICO 3 – CONTRATO DE TRABALHO
TÓPICO 4 – JORNADA DE TRABALHO
TÓPICO 1
CONCEITOS
PRINCIPAIS DE
ROTINAS DE PESSOAL

1 INTRODUÇÃO
Caro aluno, começamos parabenizando você pela ousadia de buscar
se aperfeiçoar nos seus estudos. Estamos em um mundo em que parar não
é uma opção, e sim uma desvantagem, principalmente quando tratamos de
rotinas de pessoal.

Para trabalhar nessa área e ser um profissional reconhecido, você vai


precisar entender muito mais do que apenas matemática, vai precisar gostar
de ler e estar em constante aperfeiçoamento. Ler, porque nesta área a
legislação trabalhista está ligada diretamente a assuntos de rotina de pessoal;
e o constante aperfeiçoamento, porque asleis mudam com frequência e você
deve estar atento a isto.

Tire o máximo de proveito deste curso e, ao final de cada etapa, pratique


os exercícios quantas vezes for necessário, até que você não tenha mais dúvidas, pois
quantomaior for o seu conhecimento, com certeza, maior será seu sucesso!
Bons estudos!

2 CONCEITOS PRINCIPAIS DE ROTINAS DE PESSOAL


Primeiro, vamos entender alguns conceitos primordiais que são
utilizados no meio empresarial:

EMPREGADOR:

O art. 2º da CLT (BRASIL, 1943) define como empregador a empresa,


individualou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite,
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


Nos seus parágrafos 1º e 2º, a CLT (BRASIL, 1943) aborda que se assemelham
ao empregador, para fins de relação de emprego, os profissionais liberais, as
instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem
fins lucrativos, que admitam trabalhadores como empregados. E que, sempre
que uma ou mais empresas, embora tenham personalidade jurídica própria,
estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo
grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão,
para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis à empresa
principal e cada uma das subordinadas.

EMPREGADO

O art. 3º da CLT (BRASIL, 1943) define como empregado toda pessoa


física que prestar serviços de natureza não eventual ao empregador, sob a
dependência deste e mediante salário.

Em seu parágrafo único, escreve que não haverá distinções relativas


à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho
intelectual, técnico e manual.

Para a caracterização do vínculo empregatício são necessários os


seguintes requisitos (MACHADO; SANTOS, 2016, p. 26):

a) prestação de serviço de forma não eventual, ou seja, habitual;


b) subordinação – o empregador estabelece as regras/ordens ao empregado;
c) pessoalidade – somente o empregado pode prestar o serviço;
d) pagamento de salário – todo trabalho deve ser remunerado.

AUTÔNOMO

Trabalhador autônomo é quem exerce atividade por conta própria,


com independência e sem subordinação. Podendo o trabalhador autônomo
adotar livremente procedimentos disponíveis na execução do seu trabalho.
Pode ser substituído por outro trabalhador na execução dos seus serviços
(MACHADO; SANTOS, 2016).

Vejamos como funciona esta hierarquia dentro de uma organização.

FIGURA 1 – HIERARQUIA EMPREGADOR X EMPREGADO X AUTÔNOMO

FONTE: A autora

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


Observa-se na Figura 1 que o empregador está ao lado do autônomo,
ou seja, ele contrata os serviços de um terceiro, porém não cabe a ele ficar
dando ordens e instruções de como fazer o serviço. Em seguida, temos o
empregado, que responde diretamente ao empregador devido à subordinação.

Entender esse tripé e a questão do vínculo empregatício é de extrema


importância, pois muitos gestores ainda não compreendem esta diferenciação
e por isso acabam recebendo tantas ações trabalhistas. Nesse sentido, cabe
ao setor pessoal orientar o gestor sobre a legislação trabalhista e minimizar
os riscos para futuros problemas.

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


TÓPICO 2
PROCEDIMENTOS
ADMISSIONAIS

1 INTRODUÇÃO
Admitir um funcionário não está no simples fato de coletar documentos
e preparar todos os formulários e requerimentos que a legislação exige.
Procedimentos admissionais envolvem, além de organização, outras
características, como pontualidade, comprometimento e, muitas vezes,
rigidez. Você deve estar se perguntando, por quê?

Bem, pelo simples fato de que ainda vivemos em uma cultura em que a
maioria das pessoas não possui seus documentos em dia, muda-se muito de
lugar e acaba extraviando os documentos, ou até mesmo não está acostumada
a organizar a documentação antes mesmo de começar a trabalhar.

Vivemos em uma era digital, hoje a legislação exige que, antes mesmo
do funcionário começar a trabalhar, ele possua todos os seus documentos
na empresa e esteja devidamente registrado. Com a vinda do E-Social muita
coisa mudou, e você, como futuro colaborador do setor pessoal, precisa
estar preparado mais do que nunca.

E-Social – Escrituração Fiscal Digital Social

É a unificação por meio eletrônico do envio de informações tra-


balhistas, previdenciárias, tributárias e fiscais. O E-Social registra a vida
laboral de todos os contribuintes, inclusive o doméstico (OLIVEIRA, 2015).

Saiba mais em: https://bit.ly/3Iat5lB

2 PROCEDIMENTOS ADMISSIONAIS
Para a admissão do empregado, é necessário que ele apresente a
seguinte documentação obrigatória, conforme normas do Ministério do
Trabalho (Art.13 da CLT, Portaria 41/2007, Norma Regulamentadora NR-7):

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


• CTPS – Carteira do Trabalho e Previdência Social (Física ou Digital).
• Atestado médico admissional (expedido por médico do trabalho).
• No mínimo uma foto 3x4 (que será anexada no livro ou ficha de registro
de empregados).
• Comprovante de residência – para fins de recebimento de vale-transporte.
• Identidade.
• CPF – Cadastro de Pessoa Física.
• Cartão ou número do PIS.
• Certidão de nascimento dos filhos menores de 14 anos.
• Cartão de vacinação dos menores de sete anos.
• Atestado de matrícula e frequência escolar semestral dos maiores de sete
anos, para fins de recebimento do salário-família.
• Certificado de reservista (para homens com mais de 18 anos).
• Título eleitoral (para pessoas com mais de 16 anos).
• Certidão de casamento ou nascimento (comprovação do estado civil).

Os documentos para registro não necessitam ser autenticados,


podem ser cópia simples.

Agora, vejamos passo a passo como você deve organizar o recolhimento


desses documentos.

Lembrando: a legislação exige que todos os documentos do funcionário


estejam em dia, com a empresa, antes dele começar a trabalhar.

O que é de obrigação do funcionário providenciar:

• CTPS Física ou Digital.


• Foto 3x4.
• Comprovante de residência.
• Identidade e CPF.
• Certidão de nascimento dos filhos menores de 14 anos (quando possuir).
• Cartão de vacinação dos menores de sete anos.
• Atestado de matrícula e frequência escolar semestral dos maiores de sete
anos.
• Certificado de reservista.
• Título eleitoral.
• Certidão de casamento ou nascimento.

O que é obrigação da empresa providenciar:

• Atestado médico admissional (expedido por médico do trabalho) (deve ser


agendadocom a empresa de medicina ocupacional com a qual a empresa

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


contratante possui convênio e informado ao empregado que compareça
no local e hora marcados).

Todos os exames laborais da empresa só podem ser feitos por um


médico do trabalho.

Este médico deve ser conveniado a empresa que elabora os laudos


médicos exigidos por lei (PCMSO, PPRA e LTCAT).

FIGURA 2 – MODELO DE ASO – ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL

FONTE: <https://bit.ly/3MLISdT>. Acesso em: 26 fev. 2017.

Com relação ao cartão ou número do PIS: nas CTPS antigas, o PIS


geralmente se encontra grampeado ao final na última página. Já no modelo
novo de CTPS, o número do PIS vem impresso na primeira folha.

Vejamos as imagens:

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


FIGURA 3 – CTPS NOVA (PIS NA FRENTE)

FONTE: <http://www.caixa-pis.com/o-que-e-o-pis/>. Acesso em: 26 fev. 2017

FIGURA 4 – CTPS ANTIGA (PIS NO FINAL)

FONTE: <https://bit.ly/3JqwPkp>. Acesso em: 26 fev. 2017.

Uma terceira opção é a utilização do aplicativo CARTEIRA DE TRA-


BALHO DIGITAL, que pode ser baixado gratuitamente em qualquer celular
smartphone. Porém, para a utilização desse aplicativo, o funcionário deve
ter cadastro no “gov.br”

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


O gov.br é um projeto de unificação dos canais digitais do governo
federal. Todavia, ele é, acima de tudo, um projeto sobre como a relação
do cidadão com o Estado deve ser: simples e focada nas necessidades
do usuário de serviços públicos.

FONTE: <https://www.gov.br/sobre/>. Acesso em: 2 fev. 2022.

2.1 EFETUANDO O REGISTRO DO EMPREGADO


Em posse de todos os documentos do empregado, você deve começar a
fazer o registro dele. Inicia-se pelo registro no sistema contábil, posteriormente
pelo registro na CTPS e em seguida pelo registro na ficha registro.

A portaria MTE nº 41 (BRASIL, 2007) determina que o registro deve


obrigatoriamente conter as seguintes informações:

I- Nome do empregado, data de nascimento, filiação, nacionalidade e


naturalidade.
II- Número e série da Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS.
III- Número de identificação do cadastro no Programa de Integração Social – PIS.
IV- Data de admissão.
V- Cargo e função.
VI- Remuneração.
VII- Jornada de trabalho.
VIII- F érias.
IX- Acidente do trabalho e doenças profissionais, quando houver.

Os itens VIII e IX aparecerão no registro do funcionário com o decorrer


do tempo, apenas os demais itens aparecerão no registro inicial.

Registro no sistema contábil: cada empresa ou organização contábil


trabalha com um sistema diferente, porém as informações essenciais para o
funcionamento serão basicamente as mesmas. O que irá alterar são as telas
de cadastro, tornando-se inviável abordarmos este tipo de registro no curso,
visto a diversidade de sistemas que existem.

Registro na CTPS: o registro na CTPS pode ser feito de forma manual


(escrito), por meio de carimbo, ou ainda utilizando uma etiqueta.

Importante: a partir de 23 de setembro


de 2019, a CTPS em meio físico não é
mais necessária para a contratação na
grande maioria dos casos. Para o traba-
lhador, basta informar o número do CPF
no momento da contratação. Para o em-
pregador, as informações prestadas no

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


eSocial substituem as anotações antes realizadas no documento físico,
conforme Portaria SEPRT Nº 1065 de 23 de setembro de 2019 e Portaria
Nº 1.195, de 30 de outubro de 2019.

Deverá conter as seguintes informações:

• Dados da empresa: Razão Social, CNPJ, endereço. esp. do estabelecimento


(comercial, industrial, serviço).
• Dados do empregado: data de admissão, função e CBO* e salário.

O CBO é a Classificação Brasileira de Ocupação, que classifica cada


função com um código. Você pode encontrar o CBO e sua respectiva
função acessando o site do Ministério do Trabalho no link: http://www.
mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTituloA-Z.jsf.

Vejamos o exemplo de um registro na CTPS Física.

FIGURA 5 – CTPS FÍSICAPREENCHIDA

FONTE: <https://bit.ly/3MH9lJA>. Acesso em: 26 fev. 2017.

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


Além da página do contrato de trabalho, você também deve efetuar o
registro do contrato de experiência na página de anotações gerais. O contrato
de experiência pode ser feito de três formas: 30 + 60 = 90 dias, 45 + 45 =
90 dias ou ainda 30 + 30 = 60 dias.

Note que no exemplo de 30 + 30 dias não atingimos o máximo de


vigência de contrato de experiência, mas, como é permitida somente
uma prorrogação, o prazo máximo, neste caso, é de 60 dias.

Agora vejamos um da CTPS Digital:

FIGURA 6 – TELA DO APLICATIVO DA CTPS DIGITAL

FONTE: A autora

A opção da forma de contrato de experiência fica a critério da empresa, que deverá


informar no ato da admissão qual a forma escolhida. Veremos mais sobre
contrato de experiência no próximo tópico.

No caso do registro em CTPS física, ele pode ser feito de forma manual (escrito) por
meio de carimbo, ou ainda se utilizando uma etiqueta.

Vejamos o exemplo:

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


FIGURA 7 – EXEMPLO DE ANOTAÇÃO DO CONTRATO DE EXPERIÊNCIA

FONTE: <http://docplayer.com.br/11934171-Modulo-v- rotinas-praticas-trabalhistas.html>. Acesso


em: 26 fev. 2017.

Registro na Ficha Registro: a Lei nº 10.243/2001 desobrigou a autenticação


dos livros/ficha de registro dos funcionários pelos órgãos competentes, o
que facilitou e agilizou o setor pessoal.

Sendo assim, grande parte das organizações contábeis não preenche


mais a ficha registro do funcionário de forma manual, pois uma vez inserido o
registro no sistema, ele gera a ficha e basta imprimi-la. Porém, ainda existem
os que preenchem as fichas de forma manual, por isso vamos aprender como
preenchê-la corretamente.

Vejamos o exemplo:

FIGURA 8 – EXEMPLO DE FICHA REGISTRO DE EMPREGADO

FONTE: <http://codefree.mxatec.com/2015/02/05/ficha-de-registro-de-empregado-re-registro-
de-funcionarios-modelo-doc/>. Acesso em: 26 fev. 2017.

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


Para seu preenchimento são utilizadas as mesmas informações que foram
utilizadas para registro no sistema e na CTPS.

2.2 DOCUMENTOS REFERENTES AO REGISTRO

Após efetuado o registro do funcionário, é necessário providenciar a


documentação que ele deverá assinar:

• Contrato de experiência (2 vias).


• Termo de prorrogação de jornada de trabalho (2 vias).
• Termo de compensação de jornada de trabalho (2 vias).
• Comprovante de entrega da CTPS e comprovante de devolução da CTPS
(1 via) – No caso de CTPS física.
• Ficha registro do empregado (Quando Mecanizada – 2 Vias)*.
• Opção do vale-transporte (caso haja opção – 1 via).
• Autorização para desconto de vale-refeição (caso haja fornecimento – 1 via).
• Declaração de dependentes para fins do Imposto de Renda.
• Ficha de salário-família.
• Termo de responsabilidade para concessão de salário-família.

Os documentos impressos em duas vias deverão ter uma via entregue


ao empregado.

A ficha registro é o único documento que é impresso em duas vias


e nenhuma é entregue ao funcionário. Uma via deve retornar ao setor
pessoal e a outra deve ficar arquivada na empresa, conforme determina
a Portaria 41 (MTE/2007).

Demais documentos poderão ser gerados de acordo com as


necessidades e especificidades de cada empresa.

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


TÓPICO 3
CONTRATO DE
TRABALHO

1 INTRODUÇÃO
O Art. 442 da CLT (BRASIL,1943) apresenta o conceito de contrato de
trabalho como sendo “Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou
expresso, correspondente à relação de emprego”. Em outras palavras, pode-
se afirmar que é um ato jurídico firmado entre duas partes, que pode ser
escrito ou verbal.

Atenção ao acordo verbal! Apesar da CLT (BRASIL, 1943) em seu Art.


443 mencionar que “o contrato individual de trabalho poderá ser acordado
tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado
ou indeterminado”, o Art. 447 da mesma CLT (BRASIL, 1943), comenta sobre
a falta de comprovação para este tipo de contrato: “na falta de acordo ou
prova sobre condição essencial ao contrato verbal, esta se presume existente,
como se a tivessem estatuído os interessados na conformidade dos preceitos
jurídicos adequados à sua legitimidade”.

Já existem várias discussões judiciais sobre essa questão, porém, para


evitar problemas, recomenda-se que todo contrato de trabalho tenha seu
registro na Carteira de Trabalho.

2 CONTRATO DE TRABALHO
Conforme mencionado anteriormente, o Art. 443 da CLT aborda
duas formas de contrato individual de trabalho: por prazo determinado ou
indeterminado. Vamos entender a diferença entre cada um.

2.1 CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO


O parágrafo 1º do Art. 443 da CLT (BRASIL, 1943) considera como de prazo
determinado “o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo
acontecimento suscetível de previsão aproximada”.

O parágrafo 2º complementa que esse tipo de contrato só será válido em


se tratando das seguintes situações:

a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação


do prazo;
b) de atividades empresariais de caráter transitório; e
c) de contrato de experiência.

Machado e Santos (2016) mencionam alguns exemplos para as situações


descritas:

QUADRO 1 – EXEMPLOS DE CONTRATOS POR PRAZO DETERMINADO


a) De serviço cuja natureza b) De atividades c) De contrato de experi-
ou transitoriedade justifique empresariais de caráter ência.
a predeterminação do prazo. transitório.
Exemplos: Exemplos: Exemplos:
Indústria de fogos de artifício Contratação de intér- A finalidade do contrato de
contrata trabalhadores para pretes para a realização experiência é permitir mú-
vender os mencionados fo- anual de feira interna- tuo conhecimento entre
gos por ocasião dos festejos cional; ou contrata- os contratantes. A empresa
juninos; ou fábricas de pane- ção de demonstradoras observa o desempenho do
tones contratam vendedores para apresentação de empregado e o emprega-
para vender o mencionado produtos novos em do analisa as condições de
produto no final do ano. supermercados. trabalho oferecidas, bem
como sua adaptação ao
ambiente.
FONTE: Adaptado de Machado e Santos (2016)

Nas situações em que o contrato por prazo determinado for do tipo “a” ou
“b”, é permitida uma prorrogação, desde que a soma dos dois não ultrapasse
dois anos (MACHADO; SANTOS, 2016).

Exemplo 1:
Contrato inicial =........................ 120 dias
Prorrogação =.. ............................ 90 dias
Total =.. ......................................... 210 dias

Quanto ao contrato de experiência abordado no item “c”, admite-se


também uma única prorrogação, porém neste caso a soma dos dois não
poderá ultrapassar 90 dias (MACHADO; SANTOS, 2016).

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


Exemplo 2:
Contrato de experiência =......... 45 dias
Prorrogação =.. ............................ 45 dias
Total =.. ......................................... 90 dias

Exemplo 3:
Contrato de experiência =......... 30 dias
Prorrogação =.. ............................ 30 dias
Total =.. ......................................... 60 dias

No exemplo 2, atingiu-se o máximo de vigência de contrato de


experiência, 90 dias, com uma prorrogação. Já no terceiro exemplo não se
atingiu o máximo de vigência de contrato de experiência, porém, como é
permitida somente uma prorrogação, o prazo máximo, neste caso, será de
60 dias (ROKEMBACH, 2009).

Atingindo o prazo final do contrato por prazo determinado e


nenhuma das partes se manifestar acerca do término do contrato, ele
passa a vigorar por prazo indeterminado (MACHADO; SANTOS, 2016).

Vejamos agora o exemplo de um contrato de trabalho por prazo


determinado.

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


FIGURA 9 – EXEMPLO DE CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO

FONTE:: <https://imgv2-2-f.scribdassets.com/img/document/21134000/original/
a12dca89d8/1487120213>. Acesso em: 27 fev. 2017.

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


Recontratação/Readmissão de ex-empregado. O Art. 452 da CLT
impede nova contratação por tempo determinado sem a observância
do intervalo de seis meses.

Observe que no modelo anterior o termo de prorrogação do contrato


encontra-se logo abaixo do contrato e no mesmo documento. Essa forma
é permitida por lei, desde que o empregado assine a prorrogação somente
quando ela realmente ocorrer e não no ato da admissão.

Existe também a opção de fazer o Termo de Prorrogação em um


documento separado, isto vai depender do sistema que é utilizado e da
necessidade da empresa.

Havendo a suspensão temporária do contrato de trabalho (doença,


acidente de trabalho), paralisa-se a contagem dos dias do contrato
de experiência quando o colaborador passar a receber benefício
previdenciário.

Exemplo: primeiros 15 dias pagos pela empresa (entra para a


contagem do contrato). A partir do 16º dia quem paga é o INSS, nesse
caso, para a contagem dos dias do contrato de experiência (MACHADO;
SANTOS, 2016).

2.2 CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO


Rokembach (2009, p. 15) define contrato por prazo determinado como
“um contrato normal, em que não existe período de vigência preestabelecido”.

O contrato por prazo indeterminado possui as mesmas características


que o contrato por prazo determinado, bem como as mesmas obrigações
por parte do empregado e do empregador. Porém, como já destacado, não
possui data final para término. Vejamos um exemplo de contrato por prazo
indeterminado.

Enquadram-se neste item os empregados que já tenham trabalhado


anteriormente na empresa e estejam sendo recontratados para a mesma
função. Nesse caso, a CLT aborda que ele já comprovou sua experiência
uma vez, não havendo necessidade de comprová-la novamente.

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


FIGURA 10 – EXEMPLO DE CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO INDETERMINADO

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


FONTE: <https://pt.slideshare.net/rodolfo39/contrato-individual-de-trabalho-de-prazo-indeterminado>.
Acesso em 27 fev. 2017.

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


No exemplo da figura anterior, o contrato de trabalho possui duas
páginas, e é na 6ª cláusula que as partes escrevem sobre o prazo, comentando
apenas a data de início de vigência.

Não é necessária a autenticação em cartório, conforme mostra a figura.

A rescisão pode ocorrer a qualquer momento, desde que uma das


partes dê o aviso prévio.

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


TÓPICO 4
CONTRATO DE
TRABALHO

1 INTRODUÇÃO
Jornada de trabalho nada mais é que a quantidade de tempo que o
empregado, por força de contrato de trabalho firmado, está à disposição
do seu empregador, seja trabalhando ou aguardando ordens. Na jornada de
trabalho, o empregado não pode utilizar do tempo para benefício próprio
(MACHADO; SANTOS, 2016).

A legislação prevê várias formas de jornadas de trabalho, que vão desde


o limite máximo de oito horas diárias, até jornadas reduzidas (específicas
para cada caso), que veremos a seguir.

2 JORNADA DE TRABALHO
A CLT (BRASIL, 1943) em sua seção II - Art. 58 escreve que a duração
normal do trabalho, para os empregados de qualquer atividade privada, não
deverá ultrapassar o limite de oito horas diárias, desde que não se tenha
expressamente fixado outro limite.

Os parágrafos 1º e 2º do Art. 58 da CLT (BRASIL, 1943) mencionam duas


informações extremamente relevantes:

Parágrafo 1º: Não serão descontadas nem computadas como jornada extraor-
dinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco
minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários”. Ou seja, até
cinco minutos antes do horário de entrada e até cinco minutos após o horário
de saída do funcionário, totalizando 10 minutos, a empresa não é obrigada
a computar como horas extraordinárias.
Parágrafo 2º: O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho
e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado
na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso
ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução.

Nesse caso, a legislação prevê o seguinte:

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


- Quando houver meio de transporte público: não poderá ser computado
o tempo (casa-trabalho) para fins de jornada de trabalho.

- Quando não houver meio de transporte público e a empresa fornecer


condução: deverá ser computado o tempo (casa-trabalho) para fins de
jornada de trabalho, e será denominado horas in itinere.

Com relação à jornada reduzida prevista em Lei, conforme vimos no


início deste tópico, é destinada a algumas profissões específicas. Machado
e Santos (2016) elaboraram um quadro em seu livro resumindo as profissões
que se enquadram em cada jornada. Vejamos:

QUADRO 2 – PROFISSÕES X JORNADAS REDUZIDAS

Jornada de 7 horas
- Empregados sujeitos a horários variáveis das seções de técnica, telefones,
revisão,expedição, entrega e balcão das empresas que exploram serviços
de telefonia.
- Músicos.
- Operadores em serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial.
- Radialistas.
Jornada de 6 horas
- Aeroviários.
- Artistas (radiodifusão, fotografia, gravação, cinema, circo etc.).
- Bancários.
- Empregados de empresas de créditos, financiamento ou investimento.
- Operadores em serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial.
- Radialistas.
- Telefonista de mesa.
- Trabalhadores em minas no subsolo.
Jornada de 5 horas
- Noticiarista.
- Repórter (cinematográfico, fotográfico e de setor).
- Revisor (chefe de revisão).
- Fisioterapeuta.
- Músicos.
- Jornalistas profissionais.
- Editor.
- Radialista (setores de autoria e locução).
- Terapeuta ocupacional.
Jornada de 4 horas
- Técnico em radiologia (operador de raio X).

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


Jornadas especiais
- Artistas e técnicos em espetáculos de diversão – teatro.
- Músicos das empresas nacionais de navegação.
- Professores.
- Professores de cursos livres.
FONTE: Adaptado de Machado e Santos (2016)

Os autores escrevem que a relação mencionada no quadro é meramen-


te exemplificativa, devendo sempre ser consultada a legislação pertinente a
cada profissão.

Além da jornada de trabalho, deve ser observado o intervalo destinado


ao repouso ou alimentação. Machado e Santos (2016) escrevem que o inter-
valo destinado a repouso/ alimentação é um período de suspensão da jorna-
da, ou seja, não é computado. Esse tempo de intervalo concedido deve ser
estabelecido de acordo com a quantidade de horas da jornada de trabalho,
quando esta for superior a quatro horas, e é aconselhável que seja concedido
na metade da jornada de trabalho. Os intervalos serão os seguintes:

QUADRO 3 – INTERVALO PARA JORNADA DE TRABALHO

Jornada de Trabalho Intervalo


Jornada de até 4 horas Não há intervalo
Jornada de 4 a 6 horas Intervalo obrigatório de 15 minutos
Jornada superior a 6 horas Intervalo mínimo de 1 hora e máximo de 2 horas
Fonte: Machado e Santos (2016)

2.1 HOR ÁRIO NOTURNO


O Parágrafo 2º do Art. 73 da CLT (BRASIL, 1943) comenta que “consi-
dera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as
22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte”.

Parágrafo 1º do Art. 73 da CLT determina que a hora do trabalho no-


turno seja computada como de 52 minutos e 30 segundos e não 60 minutos, como
uma hora diurna normal.

Vejamos o exemplo:

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


FIGURA 11 – HORA NOTURNA X HORA DIURNA

FONTE: <https://www.pontotel.com.br/hora-noturna/ Acesso em: 18 jan 2022.

É proibido menores de 18 anos trabalharem em horário noturno,


independentemente do gênero (MACHADO; SANTOS, 2016).

Quanto à remuneração da hora noturna, o art. 73 da CLT (BRASIL, 1943)


determina que trabalho noturno terá um acréscimo de 20% sobre a hora
diurna (exceto condições mais benéficas previstas em acordo, convenção
coletiva ou sentença normativa). De acordo com o parágrafo 3º Art. 73 da CLT
(BRASIL, 1943), tratando-se de empresas que não mantêm trabalho noturno
habitual, será feito o cálculo do acréscimo de 20% tendo em vista os valores
pagos por trabalhos diurnos. No caso em que o trabalho noturno decorra
da natureza das atividades habituais da empresa, o aumento será calculado
sobre o salário-mínimo vigente.

Vejamos o exemplo:

João Romero da Silva – Salário 1.500,00 Salário-mínimo vigente em


2022 – 1.212,00

1º Caso – João trabalha habitualmente no 3º turno de uma empresa


frigorífica. Nesse caso, João deve ganhar o adicional noturno sobre o salário-
mínimo vigente, conforme determina a lei.

Salário-mínimo 1.212,00 x 20% =242,40 (este será o acréscimo no salário


do João por trabalhar no 3º turno).

2º Caso – João trabalha no 2º turno de uma empresa frigorífica, porém


chegou atrasado ao trabalho devido ao pneu do ônibus que o leva até o
serviço ter furado. O empregador de João permitiu que ele trabalhasse
depois das 22h para recuperar as horas que ele se atrasou, sendo assim João
trabalhou das 22h às 24h para recuperar suas horas. Vamos aos cálculos:

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


Quantidades de horas noturnas trabalhadas = 2 horas

Salário do João 1.500,00/220 = 6,82 (1.500,00 dividido por 220 horas


(que é o padrão de um mensalista) = valor por hora do trabalhador).

Já sabemos que João ganha 6,82 a hora, porém ele teve 2 horas
noturnas.

6,82 x 2 horas = 13,64 x 20% de adicional noturno = 2,73 (Este será o


acréscimo no salário do João por trabalhar 2 horas no 3º turno).

Veja que no 1º caso utilizamos como base de cálculo o salário-mínimo, e


no 2º caso utilizamos como base de cálculo o próprio salário do funcionário.
Isso é o que determina a lei.

3 MENSALISTA X HORISTA
MENSALISTA

Oliveira (2015) escreve que para o empregado mensalista serão


considerados para cálculo de dias de trabalho sempre 30 dias por mês, mesmo
que um mês venha a ter um número de dias superior ou inferior.

Vejamos o exemplo dado por Oliveira (2015): um mensalista trabalha oito


horasdiárias de segunda a sexta-feira, e aos sábados quatro horas, totalizando
44 horas semanais, conforme previsto na Constituição.

QUADRO 4 – EXEMPLO DE HORÁRIO DE TRABALHO

1ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40 h


sábado = 1 dia x 4 Horas = 4 h
domingo = 1 dia (descanso) = 7:20
2ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40 h
sábado = 1 dia x 4 Horas = 4 h
domingo = 1 dia (descanso) = 7:20
3ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40 h
sábado = 1 dia x 4 Horas = 4 h
domingo = 1 dia (descanso) = 7:20
4ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40 h
sábado = 1 dia x 4 Horas = 4 h
domingo = 1 dia (descanso) = 7:20
5ª Semana = segunda a terça-feira = 2 dias x 7:20 Horas = 14:40 h

Totalizando 44 horas semanais 220 horas mensais

FONTE: Adaptado de Oliveira (2015)

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


No exemplo dado por Oliveira (2015), os dois últimos dias foram con-
siderados como 7h20min, porém o empregado trabalhou de fato oito horas
para compensar o sábado desta 5ª semana que aparecerá somente no mês
seguinte.

ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORAS DE TRABALHO

Para os mensalistas que trabalham oito horas diárias de segunda a sexta-


-feira, e aos sábados quatro horas, existe a possibilidade deste acordo quando
a empresa adotar este regime, ou seja, adotar o acordo de compensação
de horas (MACHADO; SANTOS, 2016). Nesse caso, o empregado trabalhará
mais durante a semana e não precisará trabalhar aos sábados.

Exemplo:

O empregado trabalha de segunda a sexta-feira, oito horas e 48 minutos


por dia para compensar os sábados.

Para isso, é necessário que ele e a empresa assinem o acordo de com-


pensação de horas de trabalho, conforme modelo a seguir.

FIGURA 12 – MODELO DE ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORAS

FONTE: <https://pt.slideshare.net/evertonarcie/255460654- departamentopessoal>. Acesso em: 28 fev. 2017.

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


O acordo deverá ser impresso em duas vias, sendo uma via de posse
da empresa e outra do empregado.

HORISTA

As características do empregado horista são basicamente as mesmas


que as do empregado mensalista, sua distinção acontece na hora do cálculo
das horas trabalhadas.

Para o horista, a diferença acontece quando o mês possui 28, 30 e


31 dias. Quando você for calcular a folha de um horista, deve ter sempre o
calendário do mês em que está fechando a folha em mãos.

Vamos aos exemplos:

FIGURA 13 – CALENDÁRIO

FONTE: <https://www.calendario-365.com.br/calend%C3%A1rio-2022.html>. Acesso em: 18 jan. 2022.

Cálculo de horas do mês de janeiro de 2022 (31 dias)

1ª Semana = sábado = Feriado Nacional


2ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40h
sábado = 1 dia x 4 Horas = 4h
3ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40h
sábado = 1 dia x 4 Horas = 4h
4ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40h
sábado = 1 dia x 4 Horas = 4h
5ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40h
sábado = 1 dia x 4 Horas = 4
6ª Semana = segunda = 1 dia x 8 Horas = 8

Total de horas trabalhadas = 184h


Total de horas (DSR = Domingos e Feriados) = 6 x 7:20 = 45h

Para o mês de 31 dias = 229h (No caso de Janeiro)

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


Cálculo de horas do mês de fevereiro de 2022 (28 dias)

1ª Semana = terça a sexta-feira-feira = 4 dias x 8 Horas = 32h


sábado = 1 dia x 4 Horas = 4h
2ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40h
sábado = 1 dia x 4 Horas = 4h
3ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40h
sábado = 1 dia x 4 Horas = 4h
4ª Semana = segunda a sexta-feira = 5 dias x 8 Horas = 40h
sábado = 1 dia x 4 Horas = 4h
5ª Semana = segunda = 1 dia x 8 Horas = 8h

Total de horas trabalhadas = 176h


Total de horas (DSR=Domingos e Feriados) = 4 x 7:20 = 30h

Para o mês de 28 dias = 206 horas (No caso de Fevereiro)

O DSR é o Descanso Semanal Remunerado assegurado por lei,


como prevê o Art. 385 da CLT (BRASIL, 1943): “descanso semanal será de
24 (vinte e quatro) horas consecutivas e coincidirá no todo ou em parte
com o domingo, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade
imperiosa de serviço”.

Agora, para calcularmos o salário do horista aplicamos a seguinte equação:

Salário / Quantidades de horas mês x Quantidade de horas


trabalhadas

Exemplo: João Romero da Silva – Salário 1.500,00


Salário de jan/2022 (31 dias = 7:20 x 31 = 227,00h)
1.500,00/227h x 229 horas trabalhadas = R$ 1.513,22.
Este será o salário dele referente a janeiro/2022.

Salário de fevereiro/2022 (28 dias = 7:20 x 205 horas)


1.500,00/205 horas x 206 horas trabalhadas = R$ 1.507,31.
Este será o salário dele referente a fevereiro/2022.

4 REGISTRO PONTO
Os estabelecimentos que possuam mais de dez empregados estão
obrigados a manter controle de marcação de entrada e saída, podendo ser

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


manual, mecânico ou eletrônico. O período de repouso deve estar pré-assinalado
(MACHADO; SANTOS, 2016). Vejamos alguns modelos de registro ponto:

FIGURA 14 – MODELO DE CARTÃO PONTO

FONTE: <http://www.navegarnainternet.com.br/ instalacao.htm>. Acesso em: 28 fev. 2017.

Nesse modelo apresentado na figura anterior, o cartão ponto é comprado


pronto na papelaria e os dados do cabeçalho e do descanso semanal devem
ser preenchidos pelo setor pessoal. Posteriormente, o preenchimento do
horário pode ser feito pelo uso do relógio ponto ou ainda de forma manual.

No verso desse cartão ponto o funcionário deve assiná-lo. Nesse tipo


de controle, as horas extras, faltas e atrasos devem ser checados de forma
manual, bem como o seu cálculo também é feito dessa forma.

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


FIGURA 15 – MODELO DE FOLHA PONTO

FONTE: <https://bit.ly/3q2OPJA>. Acesso em: 28 fev. 2017.

O modelo apresentando na Figura 15 pode ser feito no computador


(word/excel) ou retirado direto do sistema no qual a empresa gera a folha
de pagamento, agilizando o procedimento de emissão de registro ponto.

Observe que nesse modelo o funcionário assina ao lado de cada dia e


não somente ao final do período. Esse tipo de controle também exige que as

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


horas extras, faltas e atrasos sejam checados de forma manual, bem como
o seu cálculo seja feito dessa forma.

Por último, é apresentado o controle de ponto eletrônico, no qual basta


o empregado colocar a sua digital na máquina e ela emitirá o comprovante
com a hora da entrada ou saída automaticamente.

FIGURA 16 – MÁQUINA DE PONTO ELETRÔNICO E SEU COMPROVANTE

FONTE: <https://www.portaldenoticias.net/ponto- eletronico-para-pequenas-empresas-comeca-a-


valer-nesta- segunda/>. Acesso em: 28 fev. 2017.

Ao final do mês, é gerado um relatório com todas as informações, o


qual o funcionário deverá assinar dando ciência.

Diferente do primeiro e do segundo modelo apresentados, o ponto


eletrônico exporta todas as informações para o setor pessoal, facilitando
o controle das horas extras, faltas e atrasos e agilizando o processo de
fechamento da folha de pagamento.

O artigo 58 da CLT (BRASIL, 1943) aborda: “não serão descontadas


nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no
registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite
máximo de dez minutos diários”.

Exemplo: horário de trabalho 07h às 17h

Bate o ponto às 06h55min e às 17h05min (estes 10 min não poderão


ser considerados como horas extras).

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


RESUMO DA ETAPA 1
Nesta primeira etapa, aprendemos noções básica de rotinas de pessoal.
No Tópico 1, vimos a diferença entre empregador, empregado e autônomo,
sendo empregador a pessoa ou a empresa que assume o risco de uma
atividade econômica e assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço;
empregado é toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual
a empregador, sob a dependência deste e mediante salário; e, por fim, o
autônomo é quem exerce atividade por conta própria, com independência
e sem subordinação.

Já no Tópico 2 aprendemos sobre os procedimentos admissionais.


Para a admissão do empregado é necessário que este apresente uma série
de documentos obrigatórios, conforme estabelece o Ministério do Trabalho.

Em posse de todos os documentos do empregado, deve-se começar a


fazer o registro. Iniciando-se pelo registro no sistema contábil.

Após efetuado o registro do funcionário, é necessário providenciar a


documentação que o funcionário deverá assinar.

No Tópico 3, aprendemos sobre o contrato de trabalho e vimos que


este é dividido entre contrato por prazo determinado e contrato por prazo
indeterminado, sendo que o que difere um do outro é que no primeiro ele
possui datas de início e fim pre-estabelecidas, enquanto que no segundo
apenas a data de início é fixada.

Ainda dentro do contrato de trabalho por prazo determinado, estudamos


o contrato de experiência e suas regras.

Por fim, no Tópico 4, tratamos sobre a jornada de trabalho e aprendemos


que a CLT estabelece o limite de oito horas diárias, desde que não se tenha
expressamente fixado outro limite, bem como a jornada reduzida existente
para outras profissões específicas.

No Tópico 4, também vimos a questão do intervalo para repouso/


alimentação e o horário noturno, que compreende o trabalho executado
entre as 22 horas de um dia e 5 horas do dia seguinte, e deve ser pago com
um adicional de no mínimo 20%, estabelecido pela CLT. Por fim, aprendemos
sobre a diferença de um empregado mensalista x horista e as formas de
controle da jornada de trabalho (cartão ponto/folha ponta/registro ponto).

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


AUTOATIVIDADE
1 A CLT define como empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assu-
mindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação
pessoal de serviço. Com base no exposto, assinale se é verdadeiro ou falso:

a) (X) Verdadeiro.
b) ( ) Falso.

2 Todos os empregadores e empregados devem conhecer os tipos de vínculo


de trabalho que podem ser estabelecidos. De acordo com o porte e perfil de
cada empresa, as condições de contratação podem variar, com o objetivo de
atender às necessidades de cada corporação. De acordo com a CLT, quatro
requisitos são necessários para a caracterização do vínculo empregatício.
Sobre esses requisitos, associe os itens, utilizando o código a seguir:

I- Prestação de serviço.
II- Subordinação.
III- Pessoalidade.
IV- Pagamento de Salário.

( ) Recebe regras/ordens.
( ) De forma não eventual – habitual.
( ) Deve ser remunerado.
( ) O serviço não pode ser terceirizado.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) I - III – II - IV.
b) (X) II – I - IV - III.
c) ( ) IV - III - II - I.
d) ( ) I – II - IV - III.

3 É a unificação por meio eletrônico do envio de informações trabalhistas,


previdenciárias, tributárias e fiscais. Registra a vida laboral de todos os con-
tribuintes, inclusive o doméstico. De qual obrigação fiscal digital estamos
falando?

a) ( ) EFD – Reinf.
b) (X) E – Social.
c) ( ) ECD – Fiscal.
d) ( ) ECF – Contábil.

4 Eventualmente, Fernando trabalhou cinco horas no período noturno para


recuperar algumas horas que havia faltado. O salário dele é de 1.300,00.
Quanto ele ganhará de adicional noturno?

a) ( ) 29,55.
b) ( ) 5,91.
c) ( ) 5,00.
a) (X) 35,46.

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA


REFERÊNCIAS
BRASIL. Consolidação das leis do trabalho. Lei nº 10.243/2001, de 19 de junho
de 2001. Acrescenta parágrafos ao art. 58 e dá nova redação ao § 2º do art.
458 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452,
de 1º de maio de 1943. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/LEIS_2001/L10243.htm. Acesso em: 23 jan. 2022.

BRASIL. Consolidação das leis do trabalho. Decreto-lei nº 5452, de 1º de


maio de 1943. Aprova a consolidação das leis do trabalho. Disponível em:
https://www. empregasaopaulo.sp.gov.br/IMO/aprendiz/pdf/CLT%20-%20
Consolidacao%20 das%20Leis%20Trabalhistas.pdf. Acesso em: 23 jan. 2022.

DEPARTAMENTO PESSOAL ON-LINE. Módulo V: rotinas práticas trabalhistas.


2014. Disponível em: http://docplayer.com.br/11934171-Modulo-v-rotinas-
praticas- trabalhistas.html. Acesso em: 23 jan. 2022.

MACHADO, M. A. de O.; SANTOS, M. S. T. dos. Departamento de pessoal


modelo. 6. ed. São Paulo: IOB, 2016.
OLIVEIRA, A. de. Cálculos trabalhistas. 25. ed. São Paulo, Atlas, 2015.

MTE. Portaria Ministro de Estado do Trabalho e Emprego n° 41/2007. MTE


disciplina normas referentes ao Registro de Empregados e a anotação na
Carteira do Trabalho. 2007.
Disponível em: http://www.contabeis.com.br/legislacao/195595/portaria-
mte-41-2007/. Acesso em: 23 jan. 2022.

ROKEMBACH, R. Rotinas trabalhistas e previdenciárias para organizações


contábeis. 2009. Disponível em: http://www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_
rotinas.PDF. Acesso em: 23 jan. 2022.

CURSO LIVRE – ROTINAS DE PESSOAL NA PRÁTICA

Você também pode gostar