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ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS

NAS QUEIXAS MAIS COMUNS


DA GESTAÇÃO

Profa Ms Daniele Castelo


NUTRICIONISTA MATERNO INFANTIL
QUEM SOU EU?
Daniele Castelo
NUTRICIONISTA MATERNO INFANTIL
üGraduada em Nutrição – UECE
üMestre em Ciências – Nutrição em Saúde Pública – USP
üEspecialista em Nutrição Clínica nas DCNT – Einstein
üEspecialista em Nutrição Materno Infantil – IPGS
üPalestrante e Docente de Pós Graduação
üMãe de 3 - Mariana (5a) Pedro (3a) Paulo (3m)
DISTÚRBIOS DA GESTAÇÃO
• Náuseas e Vômitos – ocorrência e manejo alimentar
• Hipertensão e Pré Eclampsia – ocorrência e manejo alimentar
• Diabetes gestacional – ocorrência e manejo alimentar
• Infecção Urinária – ocorrência e manejo alimentar
• Obesidade e Síndrome Plurimetabólica durante a gestação – ocorrência e
manejo alimentar
• Depressão e Ansiedade – ocorrência e manejo alimentar
• Anemias e Desnutrição – ocorrência e manejo alimentar
• Trombofilia – ocorrência e manejo alimentar
• Gestante em casos especiais: pós bariátrica, HIV+, doença celíaca/autoimune
• – ocorrência e manejo alimentar
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
l Gestante com ANEMIA
l Orientar o consumo diário de alimentos ricos em ferro
l Carnes em geral e vísceras (fígado, coração, moela)
l Orientar consumo de fontes vegetais:
l Feijão, lentilha, grão-de-bico, soja, folhas verde-escuras
(brócolis, couve, rúcula), grãos integrais, nozes e
castanhas
l Orientar consumo, logo após as refeições, de suco de fruta
natural ou a própria fruta que seja fonte de vitamina C
l Acerola, laranja, caju, limão, abacaxi, goiaba, etc
l Evitar os alimentos que inibem a absorção de ferro: chás,
café, leite e derivados, refrigerantes e chocolate
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL

l Gestante com CEGUEIRA NOTURNA GESTACIONAL

l Recomendar o consumo de 1 bife pequeno de fígado


1x/semana no almoço ou jantar

l Estimular os alimentos fontes de vitamina A: leite


integral, ovos, folhosos verde escuros e alaranjados e de
alimentos fortificados.
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
l Prescrição de Suplementos Nutricionais

l Ferro e folato:
l Prevenção da instalação de baixos níveis de
hemoglobina no parto e no puerpério

l Folato peri-concepcional:
l Efeito protetor contra defeitos abertos do tubo
neural
l Deve ser usado rotineiramente pelo menos 2
meses antes e nos 2 primeiros meses da gestação
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL

l Náuseas, vômitos e tonturas: estrógeno

l Geralmente entre a 6ª e 20ª semana


ü Alimentação fracionada (7 a 8x/dia – redução do volume)
ü Evitar frituras e gorduras (alimentação branda)
ü Evitar alimentos com cheiros fortes (podem causar desconforto).
Descobrir alimentos e cheiros!!!!!
ü Evitar líquidos durante as refeições
ü Evitar deitar-se após as refeições
ü Ingerir alimentos sólidos e ricos em carboidratos pela manhã
(biscoito cream cracker, torradas, geléias)
ü Mastigar Gengibre, chupar gelo picado e alimentos em
temperatura fria a gelada (efeito antiemético)
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL

l Pirose (azia): progesterona


Causa: pressão do útero sobre o estômago
ü Alimentação fracionada (6 a 8 refeições)
ü Comer devagar e aumentar freqüência da mastigação
ü Evitar alimentos que causam desconforto
ü Evitar deitar-se após as refeições
ü Elevar cabeceira da cama
ü Evitar café, chá preto, mates, doces, alimentos
gordurosos, picantes.
ü CUIDADO: Restrição de frutas ácidas: pode
comprometer o aporte de vitaminas.
ü Alguns casos: prescrição de antiácidos
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL

l Sensação de plenitude

Comum: gestação gemelar e no último trimestre (compressão


causada pelo útero)

ü Reduzir volume e aumentar densidade energética

ü Preferência pela consistência pastosa

ü Evitar deitar-se após as refeições


ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL

l Hemorróidas:

ü Alimentação rica em fibras para evitar a obstipação


intestinal.
ü Evitar temperos como pimenta, cominho e mostarda
ü Usar temperos naturais: ervas aromáticas

Quando necessário: supositórios de glicerina

l Fraquezas e desmaios

ü Alimentação fracionada
ü Evitar jejum prolongado e grandes intervalos entre as refeições
ü Respirar profunda e pausadamente: melhora a sensação
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL

l Sialorréia (salivação excessiva)


ü Fracionar a dieta
ü Deglutir a saliva
ü Aumentar líquidos (frutas com mais água) .

l Picamalácia
ü Ingestão de substâncias não-alimentares: terra, sabão,
tijolo, barro, gelo*, cal de parede e cinza de cigarro.
ü Etiologia: desconhecida
ü Hipóteses: alívio de náuseas e vômitos e suprimento de
cálcio e ferro (presentes na maioria dessas substâncias)
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL

l Dor abdominal, cólicas, flatulência e obstipação


intestinal

Certificar-se de que não sejam contrações uterinas;


Se a gestante apresentar flacidez da parede abdominal, sugerir
exercícios apropriados;
Se houver flatulência (gases) e/ou obstipação intestinal:

l Orientar alimentação rica em fibras: consumo de frutas laxativas e


com bagaço, verduras cruas e cereais integrais;
l Recomendar caminhadas (movimentação e regularização do hábito
intestinal);
l Evitar falar durante as refeições
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
l Dor abdominal, cólicas, flatulência e obstipação
intestinal
Aveia em flocos ou Farelo de aveia ou trigo:
Iniciar com 1 colher de chá / dia
Evoluir até 2 colheres de sopa / dia

Pode-se recomendar alimentos industrializados ricos em


fibras + líquidos / nos lanches

Observar tolerância dos flatulentos: alho, batata-doce,


brócolis, cebola, couve, couve-flor, ervilha, feijão, milho,
ovo, rabanete, repolho.
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
l Câimbras e inchaço

Alimentos fontes de magnésio (maior causa é a carência


desse nutriente):

Farelo de trigo
Castanhas, amêndoas, pistache, nozes
Leguminosas (soja mais)
Acelga
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL

l Cafeína x Gestação

l Efeitos maléficos: 10 a 14 xícaras de café/dia


l > 600mg/dia

l Consumo recomendado: 1 a 4 xícaras/dia


l Consumo < 300mg de cafeína: não teria riscos
§ Chás / refrigerantes a base de cola / chocolate
§ 237 ml de café coado = 135 mg de cafeína
§ 355 ml de refrigerante = 36 a 46 mg de cafeína
§ 237 ml de chá verde = 30 mg de cafeína
§ 30g de chocolate -= 7 mg de cafeína
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
l Adoçantes x Gestação (FDA, 2008)
l Sacarina: pode ser utilizada (?)
l Atravessa a placenta e permanece nos tecidos fetais (?)
l Ciclamato: uso proibido (FDA, 2004)
l Aspartame: impossível atingir nível de risco. Deve ser
inferior a quantidade máxima recomendada.
l Acessulfame-K: uso seguro
l Sucralose: não confere riscos carcinogênicos, reprodutivos
ou neurológicos..
l Esteviosídio: natural. Gosto residual amargo: associar com
outros.
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL

l Chás x Gestação

l Secretaria de Saúde do RJ (2002):


§ Portaria que contra-indica uso de chás na gestação: erva-
doce, espinheira-santa, erva-cidreira, camomila e boldo
§ Efeito emenagoco (provoca mentruação) durante a
gestação de animais
§ Estudos com extratos das plantas: Doses muito acima do
habitualmente consumido

Conduta: inquérito dietético com frequência e quantidade de


consumo, principalmente no 1º trimestre.
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REFERÊNCIAS:
7º Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Sociedade Brasileira de Cardiologia - Volume
107, Nº 3, Supl. 3, Setembro 2016.

Prevalência de deficiência de vitamina D e fatores associados em mulheres e seus recém-nascidos no


perídodo pós- parto. Artigo Original. Sociedade de Pediatria de São Paulo. Editora Elsevier, 2015.

STARLING, Anne et al. Associations of maternal BMI and gestationalweight gain with
neonatal adiposity in the Healthy Start study. J Clin Nutr 2015;101:302–9. Printed in USA.
2015 American Society for Nutrition.

ROBITAILE, Julie. Excessive gestational weight gain and gestational diabetes: Importance
of the first of pregnancy. Revista Diabetologia, 2015.

Evolution of efficacy and effectiveness of prenatal nutrition care on perinatal outcome of


pregnant women. Nutricion Hospitalaria, 2015.

VITOLO, Márcia Regina. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Ed.


Rubio,2014.

Suplementation with the omega-3 docosahexaenoic acid: influence on the lipid


composition and fatty acid profile of human milk. Revista de Nutrição. Campinas, 26 (1): 27
– 36, Jan / Fev, 2013
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REFERÊNCIAS:
LIMA, Larissa Calixto et al. Interpretação de Exames Laboratoriais aplicados à Nutrição
Clínica. Rio de Janeiro : Editora Rubio, 2012.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2012.

SANTOS, Marta Maria Antônia de Souza et al. Estado nutricional pré- gestacional, ganho de
peso materno, condições da assistência pré-natal e desfechos perinatais adversos entre
puérperas adolescentes. Revista Brasileira de Epidemiologia, 2012.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.


Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde.
Brasília – DF. Editora do Ministério da Saúde, 2011.

BURGOS, Goretti Pessoa de Araújo. Nutrição em Cirurgia Bariátrica. Rio de Janeiro : Editora
Rubio, 2011.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico. 5º edição – Brasília :
Editora do Ministério da Saúde, 2010.

ACCIOLY, E.; SAUNDERS, C.; LACERDA, E.M.A. Nutrição em obstetrícia e pediatria. Rio de Janeiro: Cultura
“É JUSTO QUE MUITO CUSTE O QUE MUITO VALE.”
Sta Tereza D’ávilla

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