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FACULDADE DO MARANHÃO - FACAM

GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM
DISCENTE; AURILENE DUARTE DE SOUSA.

ESTUDO DE CASO: PACIENTE PORTADOR DE SÍNDROME DE FOURNIER,


MAS HIV (FEMININA)

SÃO MATEUS – MA

2023
SUMÁRIO
DESCRIÇÃO DO CASO. ................................................................................................ 3

EXAMES INICIAIS DO PACIENTE .............................................................................. 4

TRATAMENTO DAS DOENÇAS OPORTUNISTAS CAUSADAS PELO HIV. ........ 5

DISCUSSÃO SOBRE O CASO DE DOENÇAS OPORTUNISTAS CAUSADAS PELO


HIV. .................................................................................................................................. 6

CONCLUSÃO SOBRE DOENÇAS OPORTUNISTAS CAUSADAS PELO HIV. ...... 8

PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM .............................................................................. 9

ORIENTAÇÕES ............................................................................................................ 11
DESCRIÇÃO DO CASO.

M.A.M.A, sexo feminino, 32 anos, paciente internada na unidade com diagnóstico de


Síndrome de Fournier, mas HIV há dois dias. Refere dor e secreção na região genital. Ao
exame físico: PA- 120/80 mmHg, Fc- 90 bpm, FR - 18. Sat 95%. Orientada, consciente,
cooperativa. Presença de lesões na região genital com secreção purulenta e odor fétido.
Presença de hiperemia e edema. Presença de úlceras na cavidade oral. Lesões em estágio
avançado devido à imunossupressão do HIV. Peso abaixo do esperado para a idade e
altura. Boa aceitação da dieta oferecida por via oral. Ventilando espontânea, sem
desconforto respiratório. Ao ES; higiene pessoa preservada, pupilas isocóricas e foto
reagentes, pavilhão auricular integro, mucosa oral úmida, gânglios não palpáveis na
região cervical, AC: BC NF e NR em 2T. Tórax simétrico, à ausculta pulmonar
murmúrios vesiculares presentes. Abdômen plano, flácido, indolor, com eliminações
intestinais presentes e regulares. Extremidades aquecidas e perfundidas, sem edema em
MMII. AVP em MSD , boa permeabilidade. Sonda vesical de demora aberta em urokit,
diurese clara, 200 ml em 6 horas. Realizada higiene corporal, curativo local e
administração de medicamentos.

Segue aos cuidados da equipe multiprofissional.


EXAMES INICIAIS DO PACIENTE

1. Hemograma completo - pode indicar a presença de anemia, leucopenia,


trombocitopenia, entre outras alterações.

2. Contagem de linfócitos T CD4+ - permite avaliar a imunossupressão causada pelo


HIV.

3. Cultura e antibiograma da secreção genital - para identificar o agente infeccioso e


o antibiótico mais adequado para o tratamento.

4. Sorologia para sífilis, hepatite B e C - comorbidades frequentes em pacientes com


HIV.

5. Teste de carga viral do HIV - para avaliar a quantidade de vírus circulante no


organismo.

6. Avaliação renal e hepática - por meio de exames bioquímicos, como ureia,


creatinina, ALT, AST e bilirrubinas.

7. Avaliação radiológica - pode ser solicitada uma radiografia de tórax para avaliar
a presença de lesões pulmonares.
TRATAMENTO DAS DOENÇAS OPORTUNISTAS CAUSADAS PELO HIV.

A Síndrome de Fournier é uma infecção polimicrobiana grave, que pode ser complicada
pela imunossupressão causada pelo HIV. Portanto, o tratamento dessa paciente deve
abordar tanto a Síndrome de Fournier quanto a infecção pelo HIV e suas possíveis
doenças oportunistas.

O tratamento da Síndrome de Fournier geralmente envolve uma combinação de medidas


cirúrgicas e terapia antimicrobiana de amplo espectro. A cirurgia consiste na remoção do
tecido necrótico e desbridamento da área afetada. A terapia antimicrobiana deve ser
iniciada imediatamente, preferencialmente com um antibiótico de amplo espectro que
inclua cobertura para anaeróbios, como ampicilina/sulbactam, cefalosporinas de terceira
geração e metronidazol. A escolha do antibiótico deve ser baseada nos resultados da
cultura e do antibiograma da secreção genital.

No caso de doenças oportunistas associadas ao HIV, o tratamento dependerá do tipo e da


gravidade da infecção. Alguns exemplos incluem:

• Pneumocistose - tratada com trimetoprim-sulfametoxazol ou pentamidina


intravenosa.

• Toxoplasmose - tratada com sulfadiazina e pirimetamina.

• Criptococose - tratada com anfotericina B e fluconazol.

• Tuberculose - tratada com uma combinação de antibióticos, como isoniazida,


rifampicina e pirazinamida.

Além disso, a paciente deve receber terapia antirretroviral (TARV) para suprimir a
replicação viral e melhorar a função imunológica. A escolha do regime TARV deve ser
baseada no histórico de tratamento anterior, na contagem de linfócitos T CD4+ e na carga
viral do HIV. A adesão estrita ao regime TARV é essencial para prevenir a progressão da
infecção pelo HIV e reduzir o risco de desenvolver doenças oportunistas.
DISCUSSÃO SOBRE O CASO DE DOENÇAS OPORTUNISTAS CAUSADAS
PELO HIV.

A infecção pelo HIV é uma condição crônica que pode levar à imunossupressão
progressiva e, consequentemente, aumentar o risco de desenvolvimento de doenças
oportunistas. Essas doenças são causadas por micro-organismos que normalmente não
causariam doença em pessoas com um sistema imunológico saudável, mas que podem se
tornar graves e até mesmo fatais em indivíduos com imunodeficiência.

No caso específico da paciente com Síndrome de Fournier e infecção pelo HIV, é


importante ressaltar que o tratamento deve abordar ambas as condições de forma
simultânea. A Síndrome de Fournier é uma infecção polimicrobiana aguda que afeta a
área genital e é caracterizada pela necrose do tecido e infecção bacteriana. É uma infecção
grave que pode levar à sepse e óbito se não tratada adequadamente. Além disso, a
imunossupressão associada ao HIV pode complicar ainda mais o tratamento e o
prognóstico da infecção.

As doenças oportunistas mais comuns associadas ao HIV incluem a pneumocistose,


a toxoplasmose, a criptococose e a tuberculose. Essas doenças podem afetar diferentes
órgãos do corpo, como os pulmões, o sistema nervoso central, o sistema linfático e o trato
gastrointestinal, e podem ter apresentações clínicas variadas.

O tratamento das doenças oportunistas depende do tipo e da gravidade da infecção,


e pode envolver o uso de antibióticos, antifúngicos e outros medicamentos específicos.
Além disso, a TARV é uma parte essencial do tratamento da infecção pelo HIV, pois
ajuda a reduzir a carga viral e a restaurar a função imunológica. A adesão rigorosa ao
regime TARV é fundamental para o sucesso do tratamento e para a prevenção de novas
doenças oportunistas.

TRATAMENTO FARMACOLOGIA

Inibidores de transcriptase reversa • São medicamentos que impedem a ação


nucleosídeos (NRTIs da enzima transcriptase reversa,
responsável pela síntese do DNA viral a
partir do RNA viral. Exemplos incluem
a zidovudina, a lamivudina e a
emtricitabina.

Inibidores de transcriptase reversa não • São medicamentos que também inibem


nucleosídeos (NNRTIs) a ação da transcriptase reversa, mas de
forma diferente dos NRTIs. Exemplos
incluem a nevirapina, a efavirenz e a
rilpivirina.

Inibidores de protease (PIs) • São medicamentos que impedem a ação


da enzima protease, responsável pelo
processamento de proteínas virais
necessárias para a replicação do vírus.
Exemplos incluem o lopinavir, o
atazanavir e o darunavir.

Inibidores de entrada (EI) • São medicamentos que impedem a


entrada do vírus nas células hospedeiras,
bloqueando a ação das proteínas de
superfície do vírus. Exemplos incluem o
enfuvirtida e o maraviroc.

Inibidores de integrase (IIs) • São medicamentos que impedem a


integração do DNA viral no DNA das
células hospedeiras, interrompendo a
replicação do vírus. Exemplos incluem o
raltegravir, o elvitegravir e o
dolutegravir.
CONCLUSÃO SOBRE DOENÇAS OPORTUNISTAS CAUSADAS PELO HIV.

As doenças oportunistas são infecções que afetam indivíduos com imunidade


comprometida, como aqueles portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV).
Essas doenças podem ser causadas por diferentes agentes infecciosos, como vírus,
bactérias, fungos e parasitas, e podem afetar diversos sistemas do corpo humano.

O tratamento das doenças oportunistas é fundamental para prevenir complicações e


reduzir a morbidade e mortalidade associadas à infecção pelo HIV. Além disso, o
tratamento antirretroviral (TARV) é essencial para controlar a replicação do vírus e
prevenir a progressão da doença para a fase da síndrome da imunodeficiência adquirida
(AIDS).

Embora o TARV tenha reduzido significativamente a incidência e a gravidade das


doenças oportunistas em pacientes com HIV, essas infecções ainda representam um
desafio clínico e epidemiológico. A prevenção da infecção pelo HIV por meio de práticas
sexuais seguras, uso de preservativos e redução de comportamentos de risco é a melhor
maneira de evitar a exposição a essas doenças.
PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM

SAE.

DIAGNÓSTICOS INTERVENÇÕES

Avaliação e monitoramento • Avaliar cuidadosamente a extensão da


lesão, incluindo a presença de feridas e
úlceras, a profundidade do tecido
comprometido e o envolvimento de
outros órgãos ou sistemas. Também é
importante monitorar a temperatura
corporal, a pressão arterial, a
frequência cardíaca e respiratória,
além dos níveis de glicose no sangue e
eletrólitos.

Administração de antibióticos • É fundamental para o tratamento da


síndrome de Fournier a administração
de antibióticos de amplo espectro, a
fim de combater as bactérias que
causam a infecção. O enfermeiro deve
administrar o medicamento prescrito
pelo médico na dosagem e horários
adequados.

Cuidados com feridas e úlceras • Realizar curativos diários nas feridas e


úlceras, com técnicas assépticas e uso
de produtos adequados para promover
a cicatrização e prevenir a infecção.

Controle da dor • O enfermeiro deve monitorar e


controlar a dor da paciente por meio de
administração de analgésicos
prescritos, posicionamento adequado e
medidas não farmacológicas, como
compressas quentes ou frias.

Suporte nutricional • Monitorar a ingestão de alimentos e


líquidos da paciente e fornecer
orientação nutricional, a fim de manter
o equilíbrio de fluidos e eletrólitos e
evitar a desnutrição.

Suporte emocional • Fornecer suporte emocional à paciente


e seus familiares, explicando o
diagnóstico, tratamento e possíveis
complicações da síndrome de
Fournier.

Prevenção de infecções • Orientar a paciente e sua família sobre


medidas preventivas, como lavagem
adequada das mãos, higiene íntima,
uso de roupas limpas e secas e manter
a área genital limpa e seca.
ORIENTAÇÕES

1. Seguir rigorosamente o tratamento medicamentoso prescrito pelo médico, com a


administração dos medicamentos nos horários corretos e a realização de exames
para monitoramento da evolução do tratamento;

2. Realizar curativos adequados na ferida da Síndrome de Fournier, observando a


técnica asséptica e utilizando os materiais corretos;

3. Monitorar e controlar os sintomas da paciente, como a dor, a febre e a dispneia,


comunicando ao médico caso haja piora dos sintomas;

4. Realizar a higiene corporal da paciente diariamente, com cuidado especial na


região genital e da ferida, observando a presença de sinais de infecção;

5. Realizar mudança de decúbito a cada duas horas, a fim de prevenir úlceras por
pressão;

6. Orientar a paciente sobre as medidas de prevenção de transmissão do HIV, como


o uso de preservativos nas relações sexuais e não compartilhar objetos
perfurocortantes;

7. Orientar a paciente sobre a importância de uma alimentação saudável e hidratação


adequada, bem como incentivar a prática de exercícios físicos leves, de acordo
com as limitações da paciente;

8. Incentivar a paciente a manter contato com grupos de apoio e profissionais de


saúde especializados em HIV/AIDS, a fim de receber apoio emocional e
informações sobre a doença.

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