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Introdução

Falar de regulamento de avaliação é falar de um tema bastante importante


que envolve o processo de aprendizagem é a avaliação escolar e suas implicações
pedagógicas. Vistas de forma tradicional, as provas e notas se tornam um
mecanismo de exclusão e até mesmo de punição para alguns estudantes. Contudo,
a prática avaliativa deve ser revista para não ser mais utilizada somente com 
finalidade classificatória ou selectiva, mas sim com propósitos diagnósticos e
inclusivos. Uma maneira de colocar isso em prática é usar a avaliação como um
espelho para que a escola, os professores e também os estudantes voltem o olhar
para si mesmos, buscando as transformações das suas práticas e desenvolvimento. 

Apresentação do documento

Este regulamento tem como objectivo definir as regras gerais relativas


à Avaliação de Conhecimentos e Competências aplicáveis a todas as unidades
curriculares.

Cabe às Comissões Pedagógicas de Curso adoptar as regras específicas que


melhor se adeqúem às especificidades de cada curso no cumprimento das regras
gerais aqui estabelecidas. Em casos excepcionais, poderão as Comissões
Pedagógicas de Curso adoptar regras diferentes das previstas pelo actual
regulamento, que nesse caso deverão ser submetidas a aprovação prévia pelo
Conselho Pedagógico.

Análise crítica sobre a avaliação

A avaliação é considerada como “[...] um processo dinâmico, aberto e


contextualizado que se desenvolve ao longo de um período de tempo: não é uma
acção pontual ou isolada” (grifos nossos). Consideramos que a avaliação não é um
processo e, portanto, não pode ser contínua e dinâmica. Avaliação é sempre uma
parada, na qual se fecha um determinado ciclo, e, também, pontual, isto é, trata
de apreciar pontos específicos do ensino e da aprendizagem e os resultados
alcançados.
[...] a uma actividade de controle, de exame, de selecção [...] incluindo
alguns e excluindo outros [...] avaliação, nesta acepção, molda os
comportamentos, assim como pune ou gratifica os estudantes de acordo com os
resultados apresentados.

No entanto, entendemos que controlar, seleccionar, moldar


comportamentos, punir e gratificar não são funções da avaliação. Estes elementos
apenas situam os alunos em função de sua aprendizagem nas diversas áreas do
conhecimento, enquadrando-os dependendo do desempenho que alcançarem. Além
disso, a escola se organiza em função da prova, que ocasiona a separação dos
alunos em bons ou maus, habilitando-os para a aprovação ou reprovação.

Os processos de avaliação no Ensino Secundário Geral (ESG), em


Moçambique, e mais particularmente no ESG2, são regidos pelo Regulamento de
Avaliação do Ensino Primário, Ensino Secundário, Alfabetização e Educação de
Adultos (MOÇAMBIQUE, 2018a). Para além das diversas avaliações contínuas,
sistemáticas e trimestrais realizadas ao longo do ano, em cada final do ano lectivo,
o/a aluno/a da 12ª classe é submetido/a a avaliações finais, vulgarmente
denominadas de exames, elaboradas e sistematizadas pelo Ministério de educação.

Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) a partir das propostas


recolhidas ao nível das províncias. Segundo a mesma fonte, o/a aluno/a da 12ª
classe deve prestar um total de sete exames nas disciplinas referentes à sua área
curricular, incluindo as disciplinas gerais ou do tronco comum. Nos termos desse
Regulamento, são três os componentes subjacentes ao processo de avaliação final
na 12ª classe, designadamente: a exclusão, a admissão e a aprovação dos exames.

Essencialmente, a problemática do insucesso escolar transcende a simples


determinação do tempo limite de permanência de alunos/as dentro do sistema
escolar. Tratase de uma questão que deveria passar pela mitigação das
desigualdades que, no geral, marcam intensamente os/as alunos/as durante o seu
percurso de escolarização, e que, ao mesmo tempo, podem exercer efeitos
parcialmente estratificastes no que se refere ao seu enquadramento social e
profissional, ou então, com relação às posições e hierarquias sociais no seio das
sociedades moderna.
Os sistemas de ensino reproduzem as desigualdades sociais por meio do
estabelecimento de uma relação estreita entre intelectuais (professores),
educação e classes privilegiadas. Suas análises vão mostrar que a função de
perpetuação das desigualdades em face da cultura predomina nos processos de
escolarização, sendo levada a efeito por recursos pedagógicos (e de avaliação) que
transformam privilégios socialmente condicionados, em méritos, dons e talentos
individuais, legitimando-os.

Relação do tema com o módulo

Trás novas ideias no olhar educacional sob perspectiva da avaliação, e com


as críticas podemos trazer uma visão muito inovadora no que concerne a avaliação.

Qualquer actividade que realizamos no dia-a-dia realizamo-lo com um certo


objetivo, tal como outras actividades. Educar tem em vista determinados
objectivos, que permitam o desenvolvimento do indivíduo como um todo; no
domínio cognitivo, afectivo e psicomotor.

Comentários Finais

Nenhuma avaliação perdura durante todo o período lectivo, mas é sempre


um momento específico, uma parada. Os resultados, as consequências e as
decisões do professor podem perdurar por mais tempo, mas não é a avaliação que
perdurará. Por outra parte, a avaliação não permite tomar mais e mais a própria
história na mão. O que permite ao sujeito sua autonomia, não é a avaliação, mas o
processo de sua maturidade, os objectivos que se propõe, as decisões que toma e
as acções que desenvolve em relação aos objectivos propostos.

Bibliografia

EDUCAÇÃO, M. D. (2010). REGULAMENTO DE AVALIAÇÃO DO ENSINO SECUNDÁRIO


GERAL. Maputo.

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