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O tempo e o cão

Diante do que foi apresentado, nota-se que, há uma patologização


● Depressão como um sintoma social
● Minha hipótese é de que as depressões, na contemporaneidade, ocupam o lugar e
sinalizador do “mal-estar na civilização” que desde a Idade Média até o início da
modernidade foi ocupado pela melancolia.
● significa supor que os depressivos constituem, em seu silêncio e em seu recolhimento,
um grupo tão incômodo e ruidoso quanto foram as histéricas no século XIX.
● “psicoses maníaco-depressivas”, Freud utilizou o significante “melancolia”
● Com isso:
○ ampliou o campo de intervenção da clínica psicanalítica,
○ Freud rompeu com a longa tradição ocidental para a qual o melancólico era
entendido como um sujeito que ocupava uma posição excepcional, ou
excêntrica, no laço social.
● A depressão é sintoma social porque desfaz, lenta e silenciosamente, a teia de
sentidos e de crenças que sustenta e ordena a vida social desta primeira década do
século XXI.
● Por isso mesmo, os depressivos, além de se sentirem na contramão de seu tempo,
veem sua solidão agravar-se em função do desprestígio social de sua tristeza.
● Se o tédio, o spleen, o luto e outras formas de abatimento são mal vistos no mundo
atual, os depressivos correm o risco de ser discriminados como doentes contagiosos,
portadores da má notícia da qual ninguém quer saber.

● ADOLESCENTES:
● Falta de empatia aos melancólicos +
● efeitos catastróficos; não é incomum que meninos e meninas de quatorze ou quinze
anos se precipitam em tentativas de suicídio (por vezes fatais) não tanto em função da
gravidade de seu quadro depressivo – que poderia muito bem ser um episódio
passageiro, característico da chamada crise adolescente –
● Mas muitas vezes por não suportarem as consequências sociais, que os sintomas lhe
trazem
● A depressão entre os adolescentes é a mais inconveniente expressão do mal-estar
psíquico. Ela “desafina o coro dos contentes”15: nisso consiste seu caráter de sintoma
social.

NA CLÍNICA
● Existem sujeito em que as vantagens secundárias do sintoma contribuem para a
resistência à cura em análise,
● casos em que o sujeito não quer abrir mão dos ganhos secundários que os sintomas
lhe proporcionam.
● Por vezes, esses ganhos são claramente adaptativos, a depender do que o grupo social
exige de seus membros.

CONTROVÉRSIA: DEPRESSÃO COMO UM SINTOMA SOCIAL


1- Sociedade não é um sujeito
2- Porque um sintoma não se reduz ao somatório dos sintomas singulares em circulação.
3- se há sintoma social, será possível estabelecer na sociedade um desejo recalcado da mesma
ordem do desejo inconsciente no sujeito?

1. O inconsciente, entre o individual e o social


● Inconsciente individual e coletivo X Inconsciente estritamente individual
● Brousse (autorA): Vai trazer que não existe oposição ao individual e coletivo na
psicanálise. Para a autora, o desejo que o sujeito deseja decifrar sempre é do Outro.
○ O Outro é a própria condição que move o sujeito em suas vida
○ No seu reconhecimento, por meio da linguagem
○ A própria formação do inconsciente se dá por meio da linguagem
○ É o que organiza todo experiência possível
○ “[...] o inconsciente é a linguagem enquanto ordem social que organiza
previamente o campo de toda experiência possível”23. (Safatle)
● Cabe ao analista alcançar as investigações da “subjetividade de sua época”, visto que
essa organização social, que vai delimitar as possibilidades do gozo.
sabe que é castrado---- autopunição

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