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Nélson Rodrigues
PÁG.
INTRODUÇÃO 2
A. QUE É O DIÁLOGO? 4
B. OBJETIVOS DO DIÁLOGO 4
C. MECÂNICA DO DIÁLOGO 4
E. AVALIAÇÃO DO DIÁLOGO 8
BIBLIOGRAFIA 9
SEPARATA:
Atitudes que facilitam o diálogo, regras e avaliação do diálogo.
INTRODUÇÃO
A palavra diálogo tem sua raiz no grego, “dia” e “logos”, e poderia ser definida como
“significado que se move através das palavras”. É uma forma de comunicação que permite
descobrir o sentido compartilhado que se move entre e através de um grupo de pessoas.
O “sentido compartilhado” ou comum a um grupo de pessoas forma a base da cultura. O
diálogo implica o dar-se conta dos pensamentos, sentimentos e conclusões já formulados
que subjazem na cultura ou na maneira de ser de um grupo.
O diálogo é praticado há muito tempo. É encontrado nas obras da antiga Grécia
(por exemplo: Os Diálogos de Platão), assim como também em certas formas de comuni-
cação usadas por culturas indígenas. Alguns aspectos do diálogo podem ser encontrados
nas práticas espirituais e de negócio dos quacres, como parte de certas práticas de medi-
tação oriental e nos trabalhos filosóficos de Martin Buber.
David Bohm propôs o diálogo como uma forma de aprofundar a comunicação entre
as pessoas. Sobre essa base, criou uma técnica de diálogo, cujo objetivo é alcançar novos
níveis de consciência e, finalmente, uma transformação da consciência coletiva. Segundo
Bohm, grande parte da fragmentação e dos conflitos do mundo de hoje se devem aos
processos de pensamento que são utilizados habitualmente e que não promovem a comu-
nicação. Como uma possível solução para esta situação, propõe a prática do diálogo.
O diálogo cria um ambiente que fomenta a confiança, promove a comunicação atra-
vés de uma atitude de respeito, valoriza a diversidade entre as pessoas como elemento
essencial. No diálogo se busca um nível de consciência que estimula a criação de um
sentido de participação, fomentando assim o bem-estar individual e coletivo.
Uma forma útil de descrever o diálogo é contrastá-lo com a discussão ou a conversa,
modalidades familiares de comunicação. A intenção de uma discussão é, geralmente,
expressar um ponto de vista, tratando de convencer ou persuadir. Como os pontos de
vista individuais podem diferir notavelmente, as discussões e conversações em grupo,
amiúde conduzem à divisão e à polarização. Há uma tendência a defender as próprias
opiniões e a adotar posições rígidas.
A técnica de diálogo, em troca, leva-nos a suspender nosso apego a um ponto de
vista determinado (opinião) para que possam se desenvolver no grupo níveis mais pro-
fundos de atenção, síntese e sentido. Em lugar de querer ter razão e ver quem está
errado, cada membro do grupo procura descobrir um significado mais profundo por trás
das diversas opiniões que são expressadas. Valorizam-se e respeitam-se as diferenças
individuais. O que surge então é uma perspectiva mais ampla e expansiva para todos os
participantes, estabelecendo-se uma relação de companheirismo. Trata-se de criar um
QUE É O DIÁLOGO?
É um modo de comunicar-se no grupo, com o grupo. É uma corrente de significado
que flui através de e entre um grupo de pessoas. O diálogo dá lugar a que se crie um
sentimento de grupo e uma compreensão que tornam possível o nascimento de uma cul-
tura coerente no grupo. A idéia é jogar uma partida entre todos e não uma partida de
uns contra outros.
A. OBJETIVOS DO DIÁLOGO
Quando se inicia a prática do diálogo, toma-se consciência de que não resulta fácil
escutar os outros, dar lugar a que os demais se expressem com liberdade, sem emitir
julgamentos, refletir antes de responder impulsivamente, ou não reagir quando se emitem
opiniões diferentes das próprias. Ao dialogar, põe-se de manifesto as causas mais comuns
da falta de comunicação e, revela-se o sofrimento que se pode ocasionar aos demais. A
tomada de consciência desta realidade é o primeiro passo para melhorar as comunicações.
O segundo passo é o esforço para cumprir estritamente as normas da técnica do diálogo
que leva a conseguir um controle sobre si mesmo.
Os objetivos do diálogo são:
– Criar um ambiente adequado para a comunicação.
– Desenvolver um sentido comunitário, cada vez mais amplo.
– Dar lugar a que se revisem as próprias idéias e sentimentos.
– Aprender.
– Oferecer o que se pensa.
– Descobrir e criar enfoques compartilhados.
– Escutar e compreender diferentes perspectivas.
– Explorar o que significa pensar e aprender participativamente.
– Criar uma base compartilhada de significado, através da confiança desenvolvida no
grupo.
– Investigar suposições e crenças que subjazem nas posturas que se defendem.
B. MECÂNICA DO DIÁLOGO
A técnica do diálogo requer, para sua implementação, uma mecânica que consiste
em:
– Sentar-se em círculo, sem que haja elementos que obstaculizem a visão entre os par-
ticipantes.
D. AVALIAÇÃO DO DIÁLOGO
Ao finalizar o diálogo, deixam-se uns minutos para uma avaliação que se realiza em
conjunto. Um dos participantes pode ir escrevendo os pontos num quadro-negro para que
todos os vejam.
– Analisa-se o conteúdo sem julgamentos valorativos. Ex.: o tema foi mantido?
– Aceitam-se todas as declarações acerca do que cada um sente ou pensa.
– Deixa-se que os participantes sejam livres de se expressar e evita-se julgar suas de-
clarações.