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AO JUÍZO TAL DO ESTADO TAL

Processo nº: 123456


Autor: Fulano de Tal
Réu: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSS
Fulano de Tal, já qualificado nos autos deste processo, vem mui respeitosamente à
presença deste respeitá vel juízo, por meio de sua advogada já formalmente constituída,
apresentar
MANIFESTAÇÃO
Acerca do laudo pericial exarado nestes autos, conforme aduz a seguir.
O supramencionado laudo pericial, confeccionado pelo perito expert deste juízo, veio a
corroborar as informaçõ es trazidas pelo autor em sua exordial.
Isto porque, conforme se vislumbra, foi confirmada a incapacidade permanente do autor
para exercer a sua profissão. Neste sentido, veja-se trecho do laudo pericial:
(adicionar trecho favorável da perícia)
Conforme se vislumbra, restou atestado pelo Perito Judicial, a lesã o do plexo braquial
direito do Autor, que resulta em total não funcionamento do membro superior direito.
(adicionar trecho favorável da perícia)
O supramencionado laudo, atesta, ainda, que o quadro clínico apresentado pelo Autor
quando da feitura do exame pericial judicial, coincide com os exames médicos já acostados
a estes autos:
(adicionar trecho favorável da perícia)
Portanto, resta demonstrado que o Autor sofre de incapacidade permanente, o que
representa instransponível barreira quanto à sua reinserçã o no mercado de trabalho.
Cumpre ressaltar que, apesar de o Perito Judicial ter concluído pela incapacidade parcial,
conforme já exaustivamente corroborado pela jurisprudência em casos como este, deve-se
analisar todo o contexto em que está inserida a pessoa que solicita assistência estatal.
Neste sentido a sú mula nº 47 da TNU assentou:
Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz DEVE analisar as condições pessoais e sociais
do segurado para a CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. (grifado)

Assim, deve-se analisar nã o só o ponto de vista médico, como também deve-se perquirir a
real possibilidade de reingresso no mercado de trabalho
Vislumbra-se no presente caso, que o nível de escolaridade, as condiçõ es de miserabilidade,
as condiçõ es físicas em que o Autor se perfaz, sua condiçã o mental, financeira, dentre
tantas outras, nã o permitem uma vida digna para o Autor, senã o, através do benefício.
Destarte ainda salientar, que diante das exigências do mercado de trabalho, hoje para se
conseguir um emprego em meio a milhõ es de desempregados, a desvantagem do Autor é
notó ria, visto que seu braço direito nã o tem funcionamento, bem como a sua qualificaçã o
profissional é de baixo nível intelectual.
Neste sentido, pela similaridade dos fatos, é imperioso colacionar parte do voto proferido
pelo Ministro Napoleã o Nunes Maia Filho, Relator do Agravo Regimental no Agravo de
Instrumento 1.011.387 – MG:
(...) 7. Neste diapasão, em matéria previdenciária deve haver uma flexibilização na aplicação das leis, pelo que
entendo ser necessário, para a concessão de aposentadoria por invalidez, considerar outros aspectos relevantes,
além dos elencados no art. 42 da Lei 3.213/91, tais como, a condição sócio-econômica, profissional e cultural do
segurado. 8. Na hipótese dos autos, o segurado sofreu amputação ao nível do meio do antebraço direito, que o
deixou incapacitado para a profissão que exercia (servente de pedreiro), possui mais de 33 anos, idade
relativamente avançada para o atual mercado de trabalho, e baixo grau de escolaridade. 9. Seria utopia
defender que uma pessoa nestas condições conseguiria com facilidade razoável inserir-se no concorrido
mercado de trabalho parainiciar uma nova vida profissional, com novas atribuições, sem, contudo, possuir
aptidão qualificada para exercê-las. 10. Não restam dúvidas de que, colocado nesta posição, estaria
comprometida a sua própria sobrevivência, já que, sem conseguir exercer sua atividade habitual, e sem garantia
de oportunidades no mercado de trabalho, não teria como prover suas necessidades vitais básicas, estando,
assim, demonstrada a necessidade de amparar o segurado neste momento. 11. Convém esclarecer, ainda, que o
Magistrado não fica vinculado à prova pericial, podendo decidir contrário a ela quando houver nos autos outros
elementos que assim o convençam, como ocorre na presente demanda. A propósito, assim se manifestou o
Tribunal a quo para afastar a alegação de que o segurado encontra-se capacitado para exercer outras atividades: É
que o trabalhador braçal, do ramo da construção civil, com baixo grau de escolaridade, falta de qualificação
profissional e com a idade relativamente avançada, encontra-se hoje com 33 anos, necessita dos membros
superiores em pleno vigor e, acidentado em relação ao membro superior direito, não foi reabilitado. Com efeito,
enquanto portador de maior vigor físico, em razão da idade, superou aparentemente as consequencias do
acidente do trabalho, trabalhando como porteiro, porém, com o passar do tempo, não reabilitado, e com o quadro
de capacidade de trabalho reduzida, conforme informado pelo laudo pericial, afigura-se, verdadeiramente, de
incapacidade total e insuscetível de reabilitação pra o exercício de atividade que lhe garanta subsistência (fls. 118).
12. Dessa forma, em face das limitações impostas pela idade, bem como pelas demais peculiaridades do caso, é
de ser deferida a aposentadoria por invalidez, ainda que o segurado não seja incapaz para todas as atividades,
uma vez que não possui condições de ser inserido no mercado de trabalho.”
(IUJEF n.º 2005.38.00506090-2/PE, julgado em 17.02.2007).

Assim, atestada a incapacidade permanente do autor para o exercício da profissã o que


exerceu durante toda a sua vida.
Isto posto, o Autor solicita a este Douto Juízo, que seja analisado nã o só o Laudo médico
confeccionado pelo Perito Judicial, como também seja considerada a realidade vivenciada
pelo Autor, levando em conta a sua sucinta qualificaçã o profissional, bem como a pungente
desvantagem do Autor quando da sua inserçã o no mercado de trabalho cada vez mais
segregador na atual conjuntura.
Nestes termos pede e espera deferimento.
(adicionar data)
REBECA MELO DE HOLANDA
OAB/TO 9341

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