Você está na página 1de 8

Universidade Aberta Isced (UnISCED)

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Importância da Industria Extractiva para o Desenvolvimento local em Moçambique

Bernardo Rede José Marinho-Codigo:81210084

Nampula, Março ,2023


2

Universidade Aberta Isced (UnISCED)

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Importância da Industria Extractiva para o Desenvolvimento local em Moçambique

Trabalho de Carácter avaliativo, desenvolvido


no Campo a ser submetido na Cooperação do
Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia
da UniSCED.

Tutor: Prof. Dr. Joaquim Miranda Maloa

Bernardo Rede José Marinho-Codigo:81210084

Nampula, Março ,2023


3

Índice
Introdução ....................................................................................................................................... 4

Conceito da indústria extractiva...................................................................................................... 5

Importância da indústria extractiva para o desenvolvimento local em Moçambique ..................... 5

Conclusão........................................................................................................................................ 7

Referências Bibliográficas .............................................................................................................. 8


4

Introdução

A Geografia económica é um ramo ligado à Geografia humana, que explora a localização,


distribuição e organização das actividades económicas em diferentes lugares do planeta, ou seja,
estuda a diversidade de condições económicas sobre a superfície terrestre. (Santos, 2008). O
presente trabalho visa explicar a importância da indústria extractiva para o desenvolvimento
local em Moçambique. Sobretudo o cometimento das empresas do sector em relação à
transparência em Moçambique, e coloca em causa os mecanismos de aplicação e gestão dos
fundos para a capacitação institucional e projectos sociais bem como a fraca contribuição fiscal
do sector em relação ao PIB. Por outro lado, chama a atenção para a necessidade de se produzir
legislação sobre iniciativa de Transparência na Indústria Extractiva em Moçambique (ITIEM) de
modo a assegurar a obrigatoriedade de todas empresas mineiras e petrolíferas de participarem na
ITIE, a necessidade de se avançar com o processo de renegociação e publicação de contratos e a
criação de capacidade técnica, ao nível do Governo, para assegurar a realização de estudos,
monitoria e fiscalização do sector extractivo. O trabalho tem como objectivo geral: Conhecer a
importância da indústria extractiva para o desenvolvimento local em Moçambique. E está
destacado como objectivo específico: Tornar notável o reconhecimento dado pela indústria
extractiva no desenvolvimento local.
5

Conceito da indústria extractiva

Indústria extractiva referem-se as actividades de extracção de recursos naturais, sem ou com


pouco processamento que adicione valor ao recurso em si, antes de este recurso ser posto à
disposição de outro utilizador. As indústrias extractivas são as que extraem os recursos e os
fornecem a outros utilizadores que eventualmente os processam (Castel-Branco,2010:10).

Importância da indústria extractiva para o desenvolvimento local em Moçambique

A indústria extractiva cumpre um papel importante no desenvolvimento local, pois ela descreve
um tipo de produção que faz parte de cadeias de valor mais amplas e que tem ligações
económicas complexas através do sistema financeiro, da alocação de direitos de propriedade, da
acumulação de rendas de recursos naturais, da estruturação dos mercados e das ligações
corporativas. Trata-se de actividades de extracção de minerais, hidrocarbonetos, madeiras,
produtos do mar, entre outros. Entre os recursos naturais existentes em Moçambique destaca-se o
carvão mineral, gás natural, areias pesadas, ferro, ferro – vanádio, titânio, tantalite, turmalinas,
bentonite, pegmatitos, mármores, bauxite, grafite, diamantes, ouro, fosfatos, calcário, pedras
preciosas e semi – preciosas, riolitos, urânio platinóides, cobalto, crómio, níquel, cobre, granito,
flúor, diatomite, esmeraldas, e apatite. (Castel-Branco,2010:10).

De acordo com ITIE Moçambique, (2014). A contribuição da indústria extractiva para as receitas
do Estado prove do IRPC, IRPS, imposto sobre a produção mineira, imposto sobre a produção
petrolífera, imposto sobre a superfície, fundo de capacitação institucional, fundos de projecto
social, contribuição sobre a produção petrolífera em espécie, licença ambiental, dividendos e
mais-valias. Adicionalmente, o Estado moçambicano obriga as empresas titulares de licenças de
exploração mineira e petrolífera a contribuírem para o desenvolvimento sócio-económico das
comunidades afectadas pelos projectos de prospecção, pesquisa, desenvolvimento e produção de
recursos minerais e petrolíferos. Desta forma, o Governo através da Política de Responsabilidade
Social Empresarial para a Indústria Extractiva de Recursos Minerais orienta as empresas do
sector extractivo de recursos minerais a contribuírem para o desenvolvimento local com parte
dos seus rendimentos. Esta orientação implica que as empresas devem contribuir, de forma
participativa, para a mudança sociopolítica, socioeconómica e institucional das comunidades
locais afectadas por qualquer actividade mineira, de forma a garantir-lhes de forma equitativa e
6

contínua, a satisfação das necessidades básicas, sem prejudicar a cultura e os valores sociais
locais, nem o meio ambiente em benefício das gerações futuras.

Segundo Castelo-Branco, (2010) Ao nível da economia como um todo, o padrão extractivo de


acumulação tem efeitos estruturantes sobre os padrões de produção, comércio, propriedade,
acumulação, distribuição e relações sociais, bem como sobre as capacidades, opções e
sustentabilidade dos processos de reprodução económica e social ao longo do tempo. Portanto,
dada a porosidade da economia, o impacto comercial dos mega projectos difere
substancialmente do seu contributo líquido para a economia nacional. Exportam muito, mas
pouco é retido pela economia. Isto é, por efeito da sua estrutura económica global e do
enquadramento institucional específico e privilegiado dos mega projectos, a economia nacional é
excessivamente porosa.

O padrão de crescimento económico em Moçambique é excessivamente concentrado, ou seja,


depende de um pequeno e limitado leque de produtos primários, serviços e firmas, com limitadas
ligações e articulações a jusante e montante e com rendas de recursos como forma primária de
acumulação de capital. Esta é a economia extractiva. De um modo geral, a economia de
Moçambique exporta o que extrai ou produz sem o processar (ou apenas com o processamento
mais básico, necessário para rentabilizar a exportação) e importa, em forma processada, o que
consome. Dado o seu carácter extractivo (portanto, também dependente de recursos naturais e
infra-estruturas já existentes) e a dependência do investimento e da organização da produção e
comércio em relação a capitais externos, este padrão de acumulação também gera um
desenvolvimento desigual do capitalismo entre regiões de Moçambique. (Castel-Branco, 2010).
7

Conclusão

No que contém neste trabalho, percebe-se o quanto é importante conhecer a indústria extractiva,
no que tange a importância, tanto quanto a sua contribuição para o desenvolvimento de
Moçambique, pois, é do nosso conhecimento, que o país tem um grande potencial em recursos
naturais, dos quais se destacam o carvão mineral, gás natural, áreas pesadas, ferro, ferro –
vanádio, titânio, tantalite, turmalinas, bentonite, pegmatitos, mármores, bauxite, grafite,
diamantes, ouro, fosfatos, calcário, pedras preciosas e semi – preciosas, riolitos, urânio
platinóides, cobalto, crómio, níquel, cobre, granito, flúor, diatomite, esmeraldas e apatite. Referir
que, a indústria extractiva contribui significativamente para o peso das exportações do País,
masos ganhos advindos das exportações. Deste modo, consideramos pertinente e urgente a
criação de capacidade técnica ao nível do Governo para assegurar a realização de estudos,
monitoria e fiscalização do sector extractivo, de modo a reverter o actual cenário em que o
Governo se encontra refém das informações das empresas, no que concerne às quantidades, às
qualidades, aos preços e demais detalhes técnicos e comerciais da riqueza presente no solo
Moçambicano, por outro lado, é crucial e urgente o tratamento adequado dos conflitos de
interesses que são cada vez mais evidentes no sector extractivo.
8

Referências Bibliográficas

Castel-Branco, C. N. (2010). “Economia extractiva e padrões de industrialização em


Moçambique”. Cadernos IESE nº 1 (Julho). IESE: Maputo.

ITIE-Moçambique (2014). Quinto Relatório da ITIE- Ano 2012. Maputo: Intel liça. Dezembro.

Santos, M.(2008). Espaço e Método. S. Paulo, Editora da Universidade de São Paulo.

Você também pode gostar