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Juiz -------
1º
2º
3º
Quando couber ao caso medida de coacção privativa da liberdade nos termos do número
2, do art. 193, do Código de Processo Penal, deve ser dada preferência à obrigação de
permanência na habitação sempre que ela se revele suficiente para satisfazer as exigências
cautelares. (artigo 193.º, 3 , do CPP)
5º
6º
No que diz respeito à CRP, dispõe o seu art. 28º , nº 2, que a privação de liberdade, em
específico a prisão preventiva, têm carácter excecional, aplicando-se apenas quando não
possa ser aplicada outra medida mais favorável e que sirva os mesmos propósitos.
7º
8º
O juiz pode impor ao arguido a obrigação de não se ausentar, ou de não se ausentar sem
autorização, da habitação própria ou de outra em que de momento resida ou,
nomeadamente, quando tal se justifique, em instituição adequada a prestar-lhe apoio
social e de saúde, se houver fortes indícios de prática de crime doloso punível com pena
de prisão de máximo superior a 3 anos. (art. 201.º, 1, do CPP)
9º
10º
Para fiscalização do cumprimento das obrigações referidas nos números anteriores podem
ser utilizados meios técnicos de controlo à distância. (art. 201.º, 3, do CPP)
11º
Para se aplicar a prisão preventiva é necessário demonstrar que exista fuga ou perigo de
fuga, perigo de perturbação do decurso do inquérito ou da instrução do processo e,
nomeadamente, perigo para a aquisição, conservação ou veracidade da prova ou perigo,
em razão da natureza e das circunstâncias do crime ou da personalidade do arguido, de
que este continue a actividade criminosa ou perturbe gravemente a ordem e a
tranquilidade públicas. ( art. 204.º, alíneas a, b e c, do CPP)
12º
Arguido não fugiu nem tentou fugir, pelo que não existe qualquer fundamento ou suspeita
concreta de que o Arguido o venha a fazer.
13º
Para o pedido, não basta para concluir o receio de fuga a mera probabilidade de fuga
deduzida de abstractas e genéricas presunções.
14º
16º
17º
18º
Também do inquérito não resultam factos que indiciem que essa perturbação possa vir a
ocorrer. Pelo que também não se encontra preenchido este requisito de aplicação da
medida ora requerida pelo ilustre Ministério Público.
19º
20º
De resto, o Arguido é um cidadão que efetivamente trabalhava, segundo informação dele,
até dezembro de 2021, possui residência e é dedicado à sua família.
21º
22º
Salvo engano, no primeiro interrogatório judicial o Douto Juízo determinou que fosse
feito vistoria na residência do arguido, a fim de verificar se o mesmo poderia cumprir a
medida de coacção deferida no imóvel informado. A presente defesa não teve acesso ao
resultado, porém, aparentemente, o imóvel possui sim condições de receber o arguido.
23º
24º
Em que pese o arguido responder aos inquéritos de roubo, não existe quaisquer indícios
que ele irá violar as condições de aplicação da medida imposta, na forma do art. 204.º,
alíneas a, b e c, do CPP.
25º
O número de inquéritos, ou processos, a que o arguido responde não pode, por si só, ser
justificativa para ser imposta a prisão preventiva.
26º
Para além, o arguido é cidadão português, e por isso, não possui qualquer irregularidade
na sua permanência em Portugal.
PEDIDO
Nestes termos e nos mais de direito, requer a V. Exa. que mantenha a medida de coacção
aplicada, qual seja de Obrigação de Permanência na Habitação com recurso de vigilância
eletrónica.
P.E.D.
O Advogado,