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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL

E DE EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA DE TRÊS CORAÇÕES – MG

Processo: 5003727-94.2023.8.13.0693

THATHIANE ROMANELLI PRADO, já qualificada nos


autos em epígrafe, por seus procuradores, vem à Vossa
Excelência requerer a modificação da decisão de ID
9879075666 que move

em face de ANDERSON JOSÉ DE SOUZA que flexibilizou a medida protetiva, passando de


400 metros para apenas 25 metros, pelas razões que passo a expor:

DECISÃO MODIFICADA

Vossa Excelência no intuito de proteger os interesses da menor, filha do casal,


flexibilizou a medida protetiva ora concedida na decisão de ID 9798737763 que era de 400
metros, visto que o requerido informou que a proibição de se aproximar da ofendida,
impossibilitaria o acusado de exercer o direito de visitação a filha e, como consequência,
ocasionaria prejuízos a convivência dele com a menor. Porém, razão não assiste o
requerido, visto que quando do deferimento da medida protetiva no status anterior, o
genitor nunca teve prejuízos no seu convívio com a filha.

RECONSIDERAÇÃO

1 – ABUSOS CAUSADOS À VÍTIMA

Durante o relacionamento, o requerido se mostrou uma pessoa agressiva,


abusadora, manipuladora e autoritária, causando transtornos e gerando medo na autora,
que então, buscou a separação judicial, conforme os autos de nº 5001035-
64.2019.8.13.0693. Inclusive, nos autos mencionados alhures, foram realizados estudos
psicológicos, onde ficam evidentes os traumas causados à vítima.
Neste mesmo processo, ocorreu um acordo de homologação para regulamentação
das visitas, onde quem busca a menor em sua casa, são os avós paternos. Acordo este,
aceito pela requerente, apenas, para manter o bem-estar da filha e não a afastar do pai, e
no intuito de se ver longe dos traumas causados por ele. Inclusive, acreditava que o genitor
cessaria com os abusos, entretanto, diferentemente da intenção da vítima, o genitor
utilizou dessa artimanha para continuar com os abusos psicológicos, perseguição e ameaça,
contra sua ex companheira, visto que profissional da área de psicologia, sabe como atingir
a vítima, além de conhecedor do pânico que gera.
Porém, devido a continuação dos abusos, a autora requereu a medida protetiva
deferida nos autos, visto que só de ver o seu carro, escutar a voz do requerido tem crises
de pânico, desencadeando o estresse pós-traumático.

OITIVA DA VÍTIMA

Em casos de violência doméstica, antes do encerramento de medida cautelar


protetiva, a defesa da vítima deve ser ouvida, para que se verifique a necessidade de
prorrogação ou concessão de medidas, independentemente da extinção da punibilidade do
autor.
Porém, diante da flexibilização deferida da medida protetiva, requer que Vossa
Excelência, por analogia e em prol da ampla defesa da autora, seja concedida a oitiva da
vítima, no intuito de que os traumas e abusos causados fiquem evidentes, mostrando a
importância de retornar a proteção ao seu status anterior.

VISITAÇÃO

Conforme boletim de ocorrência nº 2021-030801249-001, o requerido reside na


cidade de Varginha, não tendo a necessidade de que as visitações à sua filha ocorram na
casa dos avós, vista a proximidade desta com a casa da autora. Possibilitando assim, que a
medida protetiva retorne para os 400 metros, conforme deferido inicialmente.
Inclusive, o entendimento do próprio MP é de que o requerido deve encontrar
outra forma de buscar a filha do casal em sua casa, não tendo que se falar em flexibilização
para o genitor.
Subsidiariamente, não sendo este o entendimento de Vossa Excelência, requer que
a flexibilização da medida protetiva ocorra apenas nos dias de visitação à menor, sendo
terça e quinta e aos sábados e domingos.

Termos em que pede


E espera deferimento.

Três Corações, 12 de agosto de 2023

Advogada...
OAB...

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