A implantação do projeto “Recreio Dirigido” estabelece procedimentos
necessários para o funcionamento de um ambiente educacional em que todos os momentos devem ser aproveitados como situações de ensino e aprendizagem, criando oportunidades aos educandos, interação com os colegas, desenvolvendo atitudes de cooperação, para trabalhar com eles valores como solidariedade, responsabilidade e diferentes quereres e senso de cuidado com o material e o espaço de uso comum. Neste sentido o recreio dirigido é uma forma de transformação, já que o mesmo não tira do aluno a liberdade de recreação, mas acrescenta novos momentos significativos para o seu desenvolvimento enquanto aluno-cidadão, pois faz com que o mesmo desenvolva a criatividade, a imaginação, o raciocínio, o cooperativismo, o respeito pelo outro e por suas diferenças, a conservação do ambiente escolar e possibilita melhorar seu desempenho ao retornar para a sala de aula.
2 JUSTIFICATIVA
O recreio não estava mais sendo prazeroso, pois apenas limitava-se ao
ato de correr, o que tornava o recreio perigoso e ocasionava tropeços e acidentes. A grande proposta é transformar esse período num momento lúdico e de brincadeiras em que o aluno possa se socializar com os demais colegas. Ao bater o sinal do recreio os estudantes têm alguns minutos reservados para a alimentação, logo depois têm autonomia para escolher de qual atividade querem participar no pátio ou na quadra. O recreio escolar tem várias dimensões, tais como: o recreio como espaço de aprendizagem, o recreio como espaço de brincar pelo brincar, o recreio como espaço de brinquedos, o recreio como espaço de socialização e cultura, o recreio como espaço de conflitos e o recreio como espaço de desenvolvimento físico indispensável na formação do educando. Piaget (2003, pag. 42) em seus estudos dá importância da participação ativa do sujeito na aprendizagem. Ela acredita que as crianças em interação com o meio ( brinquedos, jogos e brincadeiras) constroem conhecimentos, desta forma, as atividades lúdicas vão influenciar na manipulação da realidade, na construção da inteligência, onde a ludicidade se torna berço obrigatório das atividades intelectuais. As atividades lúdicas com as crianças não podem ser vistas como um entretenimento, mas como meio que contribuem para o desenvolvimento intelectual, estabelecendo relações entre o mecanismo, acomodação e assimilação. Através dos jogos e brincadeiras, há a possibilidade de as crianças desenvolverem a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a autoestima, preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor. Nessa perspectiva o brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual. O jogo, nas suas diversas formas, auxilia no processo ensino-aprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor, isto é, no desenvolvimento da motricidade fina e ampla, bem como no desenvolvimento de habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de dados e a aplicação dos fatos e dos princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem quando jogamos, quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa competição, etc. A ação de buscar e de apropriar-se dos conhecimentos para transformar exige dos alunos esforços, participação, indagação, criação, reflexão, socialização com prazer, relações essas que constituem a essência psicológica da educação lúdica (ALMEIDA, 1998). O jogo não é simplesmente um “passatempo” para distrair os alunos, ao contrário, corresponde a uma profunda exigência do organismo e ocupa lugar de extraordinária importância na educação escolar. Possibilita o crescimento e o desenvolvimento, a coordenação muscular, as faculdades intelectuais, a iniciativa individual, as interações e trocas de experiência. Estimula a observar e conhecer as pessoas e as coisas do ambiente em que se vive. Por meio do jogo o indivíduo ao brincar naturalmente, pode testar hipóteses, explorar toda a sua espontaneidade criativa. O jogo é essencial para que a criança manifeste sua criatividade, utilizando suas potencialidades de maneira integral. Segundo Paulo Freire só se pode partir de onde o aluno está e considerar o seu pensar, o seu fazer e a sua história. Portanto, estão presentes também nos jogos e brincadeiras as relações sociais do contexto histórico que a criança vivência, o jogo é o objeto que representa aspectos da realidade que permite a criança reproduções do seu cotidiano, por isso deve ter significativo para ela e é importante que tenha pontos de contato com a sua realidade.
4 OBJETIVO GERAL
Estimular e proporcionar aos alunos um ambiente alternativo no
desenvolvimento de atividades de aprendizagem recreativas, pensando em um ambiente propício ao desenvolvimento integral do estudante com ações coletivas, lúdicas e pedagógicas, promovendo um recreio mais harmonioso e produtivo.
4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Desenvolver atitudes de cooperação, solidariedade, criatividade
(inventividade) e criticidade, pautado em valores humanos tais como: respeito, solidariedade e amizade; • Propiciar a interação entre todos envolvidos no ambiente escolar; • Integrar alunos das diversas turmas; • Oferecer atividades lúdicas que possibilitam brincar de forma criativa e prazerosa; • Resgatar brincadeiras saudáveis que não fazem mais parte do cotidiano de nossas crianças, devido aos avanços tecnológicos. 5 DESENVOLVIMENTO
As atividades acontecerão todos os dias letivos no período de recreio,
com duração média de 15 minutos, podendo ser estendido em situações que requeiram maior tempo para conclusão das atividades propostas. Serão dirigidas por professores em hora atividade, professores de turma com disponibilidade, coordenadores e demais funcionários. Serão disponibilizados materiais para jogos e brincadeiras quais os alunos ficam livres para escolhas com acompanhamento dos monitores do dia. Poderão ser confeccionados alguns jogos com professores de educação física e arte. Aos alunos serão oportunizados espaços para opinarem sobre suas preferências à cerca das atividades realizadas no recreio. Durante a semana será providenciado cronograma com planejamento de atividades e seus colaboradores. Serão selecionados materiais da escola que possam ser utilizados no projeto, tais como: gibis, livros, brinquedos de encaixar, elásticos, cordas, bambolês, dominós, bolas, pingue-pongue etc. O tempo do recreio será organizado com a colaboração de alunos monitores escolhidos previamente para auxiliarem no desenvolvimento das atividades propostas, sendo assistidos pela equipe pedagógica, corpo docente e demais funcionários. Estes alunos usarão coletes de identificação personalizados como o nome MONITOR. Deverão sair, preferencialmente, 02 minutos antes do sinal do recreio para organizar as caixas com materiais/brinquedos. Ao final do recreio deverão guardar com cuidado e atenção os objetos nas caixas e guardá-las em lugar apropriado.
6 CONCLUSÃO
De acordo com o projeto acima especificado o recreio torna-se momento
de aprendizagem e interação, sendo mais atrativo ao aluno, possibilitando em um contexto organizado ser um espaço para novos conhecimentos. O jogo é mais importante das atividades da infância, pois a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar para manter seu equilíbrio com o mundo. Através de jogos e brincadeiras as crianças ensaiam e constroem um repertório de conhecimentos para a vida adulta. Portanto o recreio passa a compor o rol de estratégias para aprendizagem do aluno.