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MG Filomena Manhique 30.09.21
MG Filomena Manhique 30.09.21
Novos enfoques didácticos para o ensino da leitura activa: caso da 12ª Classe da
Escola Secundaria Quisse Mavota
Maputo
2021
ii
Novos enfoques didácticos para o ensino da leitura activa: caso da 12ª Classe da
Escola Secundaria Quisse Mavota
ÍNDICE
LISTA DE TABELAS.....................................................................................................iv
DECLARAÇÃO DE HONRA..........................................................................................v
DEDICATÓRIA...............................................................................................................vi
AGRADECIMENTOS....................................................................................................vii
RESUMO.......................................................................................................................viii
ABSTRACT.....................................................................................................................ix
INTRODUÇÃO.................................................................................................................x
CAPÍTULO I...................................................................................................................14
1. A leitura – um olhar para os novos enfoques didácticos no ensino da leitura
activa...………………………………………………………………………………….
15
1.1. Leitura: Conceptualização e tipologias.............................................................15
1.2. A leitura activa..................................................................................................19
1.2.1. Desenvolvimento da leitura activa................................................................20
1.2.2. Aspectos gerais a considerar no desenvolvimento da leitura activa.............22
1.2.2.1. Sugestões de actividades para o desenvolvimento do gosto pela leitura...24
1.2.3. O papel da escola e do professor no desenvolvimento da leitura activa.......25
CAPÍTULO II..................................................................................................................27
2. Apresentação, análise e discussão dos resultados................................................28
CAPÍTULO III................................................................................................................29
Conclusão.....................................................................................................................30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................31
APÊNDICES...................................................................................................................34
Apêndice I: Guião de entrevista aos professores.........................................................35
Apêndice II: Inquérito aos alunos da Escola Secundária Quisse Mavota....................36
iv
LISTA DE TABELAS
v
DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu, Filomena Zeca Manhique declaro que esta Monografia Científica é resultado da
minha investigação pessoal sob orientação do meu Supervisor, o seu conteúdo é original
e todas as fontes consultadas estão devidamente citadas no texto, e na bibliografia final.
Declaro ainda, que este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição
para obtenção de qualquer grau académico.
______________________________________________________
DEDICATÓRIA
À Deus o grande responsável pela existência e por ter permitidos realização dessa etapa
que não foi fácil, mas que venci graças a ele.
Ao meu esposo, Moniz Ussaca, pela dedicação e companheirismo que tão brilhante
esteve presente em minha vida, dando carrinho, força e incentivo para que eu não
desistisse deste curso e que continua ao meu lado nesta hora de conquista.
Dedico
vii
AGRADECIMENTOS
A realização deste trabalho pressupõe um longo percurso e um grande esforço que não
seria possível sem o contributo das pessoas que permitiram o seu desenvolvimento.
Deste modo, antes de mais, é legítimo expressar os meus agradecimentos.
Em primeiro lugar, quero agradecer ao meu bondoso e fiel Deus que nunca me deixou
sozinha nos momentos difíceis de minha vida.
A minha gratidão vai para os meus pais que me ensinaram a lutar e a quem devo o que
hoje sou.
Também um especial obrigado aos meus irmãos Geraldo, José, Dulce, Paulo e Celeste
pelo apoio incondicional neste percurso estudantil.
RESUMO
O presente trabalho é subordinado ao tema “Novos enfoques didácticos para o ensino
da leitura activa: caso da 12ª Classe da Escola Secundária Quisse Mavota” Partindo
da questão: Quais são as principais dificuldades que interferem no desenvolvimento da
leitura activa nos alunos da 12a classe da Escola Secundária Quisse Mavota? Definiu-
se como objectivo geral desta pesquisa: Compreender as razões pelas quais os alunos da
12ª Classe da Escola Secundária Quisse Mavota enfrentam dificuldades no âmbito da
leitura activa. Quanto ao tipo, trata-se de um estudo aplicado com abordagem
qualitativa. A nossa amostra é constituída por 60 alunos da 12a classe, ambos os sexos, e
5 professores também de ambos os sexos, que leccionam a disciplina de Língua
Portuguesa, cuja recolha dos dados empíricos foi realizada com recurso às entrevistas
semiestruturadas professores de ambos os sexos e inquérito aos alunos. Os resultados do
estudo evidenciam que:
Palavras-chave: Leitura; Leitura Activa.
ix
ABSTRACT
The present work is under theme: “New didactic approaches for the teaching of active
reading: the case of the 12th grade of Quisse Mavota Secondary School”. Starting from
the question: What are the main difficulties that interfere in the development of active
reading in the students of 12th grade of Quisse Mavota Secondary School. The genera
objective was defined as: Understand the reasons why students of 12 th grade of Quisse
Mavota Secondary School face difficulties in active reading. As for the type, this is an
applied study with a qualitative approach. Our sample is made up of 60 students from
grade 12th grade of both genders and 5 teachers, also of both genders, who teach the
Portuguese Language subject, whose empirical data collection was carried out using
semi-structured interviews for the teachers and the students were submitted into a
surveys. Results of the study showed that:
Key words: Reading; Active Reading.
x
INTRODUÇÃO
______________________________________________________________________
11
Além do nítido alheamento aos sinais de pontuação, percebe-se uma falta de domínio
nos momentos de pós-leitura. Nota-se que os alunos têm problemas muitos sérios
durante e depois de ler. Isto decorre, possivelmente, do tempo que é disponibilizado
para o desenvolvimento das habilidades de leitura.
Em razão do contexto acima exposto, o estudo aqui introduzido pretende analisar, com
base nos modelos de ensino baseado em competências e à luz dos novos enfoques
didácticos de ensino: (i) a leitura activa e a forma como se processa o ensino da
competência de leitura nesta classe; (ii) propor estratégias voltadas ao ensino da leitura
activa, com vista a mitigação dos possíveis problemas de leitura que os alunos
enfrentam.
Pressupõe-se que o ensino da competência de leitura (activa) seja a base para a criação
de um sistema de ensino eficaz e capaz de produzir bons resultados à educação. Este,
talvez, seja um dos ganhos sociais mais importantes que envolvem esta pesquisa, a
criação de seres com competências de leitura com qualidade.
Neste sentido, acreditamos que os alunos tenham as competências previstas pelos
programas, é preciso possibilitar-lhes de conhecimentos sobre as habilidades da língua
em questão e conteúdos específicos, conjugando isso com os novos enfoques didácticos.
Por conseguinte, espera-se que construam os alunos o seu próprio conhecimento com a
orientação do professor e, as respectivas competências enunciadas resultarão dos
respectivos conhecimentos adquiridos nas habilidades da oralidade, leitura, escrita e
gramática.
12
As vantagens que a leitura oferece são várias. Espera-se que os alunos do ESG mostrem
ao longo e no fim deste nível de ensino maior domínio em relação a esta habilidade,
facto que, em contrapartida, tem preocupado os professores e participantes deste
processo pelo facto serem notáveis os problemas que estes alunos enfrentam.
A leitura é uma competência importantíssima para o sucesso de qualquer estudante. Ela
decorre, em contexto de sala de aula, acompanhada por vários domínios da língua
(escrita, gramática, oralidade) que juntos fazem o pacote do ensino das aulas de Língua
Portuguesa. São estes considerados os domínios de língua primordiais para a
efectividade de um bom ensino de língua.
Assim, desenvolver o tema em apreço neste trabalho de pesquisa implica traçar a
seguinte pergunta de partida: Quais são as principais dificuldades que interferem no
desenvolvimento da leitura activa nos alunos da 12 a classe da Escola Secundária
Quisse Mavota?
Para além desta questão “central”, outras questões nortearão o desenvolvimento desta
pesquisa: (i) Qual é o impacto dos novos enfoques didácticos para o ensino da leitura
activa? (ii) Que estratégias os professores aplicam por forma a doptar os alunos de
habilidades de uma leitura activa?
No âmbito da relevância do tema da nossa pesquisa, esperamos que a mesma traga um
contributo à nação, de modo a contribuir na qualidade de ensino no nosso país na
medida em que, o mesmo traz consigo algumas sugestões para o desenvolvimento de
competências no domínio da leitura. O ganho social em relação a este trabalho, consiste
em ter membros qualitativamente capacitados na leitura que vai permitir uma
comunicação eficiente e, estes seriam um espelho vivo da sociedade e das famílias que a
compõem. Também, por intermédio desta pesquisa, mitigaríamos a percentagem de
insucesso no âmbito da leitura, pois com o melhoramento desta competência primordial
para a efectividade do processo de ensino e aprendizagem, haverá maior índice de
leitores e de partilha de conhecimento, tanto científico como não.
Para o desenvolvimento do nosso trabalho, colocamos como objectivo geral:
“Compreender as razões pelas quais os alunos da 12ª Classe da Escola Secundária
Quisse Mavota enfrentam dificuldades no âmbito da leitura”. Em termos
específicos, traçamos como objectivos os seguintes pressupostos:
Após ter exibido as evidências do problema que nos apoquenta, colocamos a questão
que possuirá certas prováveis respostas. Colocamos algumas hipóteses em torno do
problema em questão, são elas: (i) As estratégias usadas pelos professores não ao
encontro das reais necessidades dos alunos; (ii) As aulas não oferecem espaço suficeinte
para o melhoramento da leitura.
No que se referem às questões metodológicas, para a efectivação da nossa pesquisa,
recorreremos à abordagem qualitativa de natureza aplicada, uma vez que este tipo de
abordagem objectiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de
problemas específicos, envolvendo verdades e interesses locais.
A recolha dos dados empíricos foi realizada com recurso às entrevistas semiestruturadas
aos professores de ambos os sexos, que leccionam a disciplina de Língua Portuguesa e,
os alunos foram submetidos a um inquérito. Estes dados colectados a partir das
entrevistas, foram tratados através do método de análise de conteúdo onde, primeiro
fizemos a audição das respostas dos entrevistados e de seguida a sua exploração e
transcrição atentando-se sempre na revisão da literatura para a sua discussão.
Em termos estruturais, para além introdução, o trabalho corrente inclui três capítulos,
assim descritos: Capítulo I: É reservado à revisão da literatura relativa aos novos
enfoques didácticos no ensino da leitura activa. Capítulo II: Refere-se a apresentação,
análise e discussão dos resultados. Capítulo III: Corresponde à parte final do trabalho e,
é dedicada às conclusões, sugestões, referências bibliográficas e aos apêndices.
14
CAPÍTULO I
______________________________________________________________________
15
Assim, podemos concluir que a leitura vai além da decifração pois, mas também implica
uma compreensão, pela aprendizagem dos símbolos fonéticos, a identificação dos seus
valores e a associação mecânica desses valores entre si, ou seja, é capaz de potenciar e
alargar conhecimentos na escrita.
Entretanto, a leitura pode ser em silêncio ou em voz alta, assim como ter certos
enfoques particulares, como a rapidez na procura por uma informação ou a captação e
compreensão daquilo que se lê, diversificando-se os tipos de leitura, dependendo do
foco ao qual esteja destinado e inclusive o assunto que é tratado. REBELO (1992),
DINIS & MENDOÇA (2004) e SOUZA (2012), consideram os seguintes tipos/técnicas
de leitura: (a) Leitura oral/em voz alta, (b) Leitura expressiva; (c) Leitura coral; (d)
Leitura silenciosa.
correcta das palavras, silabas e letras vocais, assim como a acentuação e entonações
correctas, sendo um instrumento para a dicção e para a oratória.
Outrossim, DINIS & MENDOÇA (2004) acrescentam que a leitura em voz alta permite
o treino físico de utilização da palavra. Por isso, segundo estes autores, esta técnica de
leitura conduz os alunos a concentrarem-se em palavras ou sílabas isoladas, quando o
sentido reside no contexto, e favorece hábitos de leitura prejudiciais à “procura de
sentido“.
b) Leitura expressiva
É também uma leitura individual em que se procura fazer compreender, pela expressão
e pela entoação mais ou menos marcadas, pelo olhar e pela fisionomia, os pensamentos,
os sentimentos ou os propósitos apresentados por um texto e a verdadeira importância
das palavras para a correspondente apreensão. Implica uma complexidade maior em
relação à leitura em voz alta e requer uma preparação adequada do leitor e,
eventualmente, de quem pretenda orientar o leitor (REBELO, 1992).
Por seu turno, MONIZ (2008) acrescenta que a leitura expressiva usa-se se o leitor
pretende utilizar o tom de voz como complemento fundamental do significado das
palavras, procurando transmitir as emoções ou estados de espírito das personagens
intervenientes e o clima (de alegria, ternura, tristeza, revolta) que o autor quis dar ao
enredo.
Contudo LANDEIRO (2009) afirma que a leitura expressiva implica uma complexidade
maior em relação à leitura em voz alta e requer uma preparação adequada do leitor e,
eventualmente, de quem pretenda orientar o leitor. Trata-se de uma técnica de leitura,
que, baseada na leitura oral, apresenta algumas virtualidades, como as seguintes: (1)
18
c) Leitura coral
Entretanto, MONIZ (2008) explica que a leitura coral não pode ocorrer com grande
frequência, pois apresenta alguns inconvenientes como é caso da minimização do
esforço individual.
d) A leitura silenciosa
Por seu turno TEMBE, MAXAIEIE e MATABEL (2019) acrescentam que a leitura
silenciosa é (…) feita em silêncio, mentalmente, sem interferência dos órgãos vocais e
sem mexer os lábios (pode ser praticada a partir da 3.ª classe, altura em que os alunos
terão alguma fluência na leitura). De acordo com estes autores, esta modalidade é feita
com a finalidade de facilitar a apreensão da informação ou compreensão da mensagem
veiculada no texto, para além de servir como preparação da leitura oral, devendo o
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professor recomendar aos alunos que: (1) se concentrem e leiam com atenção; (2) não
interrompam a leitura, quando encontrarem uma palavra que não conheçam; (3)
registem, no caderno, as palavras desconhecidas para consulta posterior.
Deste modo, na tabela a seguir, apresentamos uma pequena resenha em torno dos tipos
e/ou técnicas de leitura acima apresentados.
Assim, SIM-SIM (2001), defende que a leitura activa não é uma simples decifração de
sinais gráficos mas sim é necessário privilegiar a compreensão do que se lê. Portanto,
AMARO (2010), reforça o posicionamento de SIM-SIM (2001), ao referir que a leitura
é uma aquisição complexa que proporciona possibilidades variadas de entendimento da
relação sujeito-sociedade. Segundo este autor, essa relação não se limita apenas à
decifração de alguns sinais gráficos, exigindo do indivíduo uma participação efectiva
enquanto sujeito activo no processo, levando-o à produção de sentido e construção do
conhecimento.
a) Momento de aproximação
É condicionado pelo contacto visual geral, apoiado nas imagens, nos títulos e subtítulos,
em chamadas de atenção. A partir daí o aluno tem o seguinte comportamento: (1) Faz
associações e estabelece relações, de semelhança e de contraste, entre o que o texto lhe
sugere e os conhecimentos de que dispõe; (2) Esboça hipóteses sobre o conteúdo ou
sobre a forma do texto; (3) Faz perpassar algum vocabulário ligado ao assunto ou aos
assuntos previstos; (4) Eventualmente, troca impressões a propósito, se está
acompanhado (REBELO, 1992).
AMOR (1999) afirma que o momento de aproximação ou pré-leitura faculta uma visão
imediata e abrangente da obra (ou texto de que pretende ler), e faz-se uma avaliação
rápida do seu conteúdo, nível de complexidade e intense, cujo objectivo passa por
estimular, no leitor, a activação dos conhecimentos já existentes e necessários à
contextualização e ao aprofundamento da leitura.
De acordo com REBELO (2012) este momento é condicionado pela descodificação dos
caracteres tipográficos (ou manuscritos). Segundo este autor, durante este momento, o
aluno tem o seguinte comportamento: (1) Constrói uma pequena apreensão de ideias e
afere-as com as que tinha pressuposto; (2) Procura precisar significado de certos
vocábulos; (3) Estabelece novas ligações entre as ideias apreendidas e os seus
conhecimentos; (4) Discrimina o que no texto é dado como novo elemento.
22
Por seu turno AMOR (1999) acrescenta que esta fase corresponde a fase da leitura
propriamente dita onde, a leitura deve ser orientada de acordo com a natureza da obra
(ou texto) em questão e dos objectivos traçados, devendo-se sempre recorrer à consulta
para a decifração de alguns aspectos de análise crítica.
Assim podemos considerar que o momento de recolha e aferição de dados é onde se faz
um estudo aprofundado das ideias principais, na perspectiva de saber o que realmente o
autor afirma, quais os dados e informações ele oferece, além de “correlacionar as
afirmações do autor com os problemas em questão” (ANDRADE,1999).
É condicionado pela reflexão sobre o texto e sobre a imagem que dele se foi formando.
Assim, o aluno tem o seguinte comportamento: (1) Analisa as ideias do texto e o seu
encadeamento lógico; (2) Aprecia aspectos da linguagem, nomeadamente a forma como
as ideias estão expressas; (3) Elabora uma síntese, salientando o que deve ser retirado e
reestruturando as novas informações; (4) Volta a reflectir sobre os seus pontos de vista
(ou confronta-os se estiver acompanhado), procurando uma posição crítica ou
considerando alternativas REBELO (1992).
ANDRADE (1999) corrobora com REBELO (1992) afirmando que nesta fase ou
momento, trata-se de uma leitura de análise e avaliação das informações e das intenções
do autor, cuja reflexão se dá por meio da análise, comparação e julgamento das ideias
contidas no texto. AMOR (1999) acrescenta que nesta fase, procura-se uma perspectiva
integradora da obra e uma reflexão crítica, concretizada em actividades como: extracção
de conclusões, elaboração de sínteses e produção de comentários, ensaios críticos, entre
outras actividades.
Analisando as sugestões dadas por CUNHA (2011) assim como por MATA (1998) em
torno dos ambientes promotores para a aprendizagem e desenvolvimento da leitura
activa podemos constatar vários aspectos convergentes. No entanto, MATA (1998) traz
um dado novo que se circunscreve no envolvimento da familiar neste processo. Disto,
podemos compreender que embora não ocupem a função de professores, os pais e
encarregados de educação dos alunos constituem um factor de sucesso para a
aprendizagem, pois acreditamos que cabe a eles o papel de acompanhar, encorajar e
apoiar nas diferentes tarefas (em casa). Ademais, o envolvimento da família no processo
de ensino e aprendizagem compreende os modos como pais, crianças e outros membros
da família utilizam a literacia em casa e na sua comunidade, cujas experiências literárias
podem acontecer espontaneamente durante as rotinas do dia-a-dia ou serem iniciadas
pelos adultos.
Por isso, podemos afirmar categoricamente que aprender a ler é indispensável quando se
vive em uma sociedade onde saber ler e escrever é vital. O incentivo à leitura nos
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O ensino da leitura deve ser influenciado por toda a sociedade, mas a escola toma posto
principal nessa função, delegando aos professores o trabalho de chamar a atenção dos
alunos para a leitura e a desenvolver a escrita de forma a expressar ideias e
pensamentos. Os professores têm, então, papel de mediadores do conhecimento.
Segundo MARTINS (1984), a função do professor não seria precisamente ensinar a ler,
mas a de criar condições para o aluno realizar sua própria aprendizagem, conforme seus
próprios interesses, necessidades, fantasias, segundo as dúvidas e exigências que a
realidade lhe apresenta.
CAPÍTULO II
______________________________________________________________________
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Na tabela a seguir, apresentamos uma síntese em torno dos dados pessoais e académico-
profissionais dos professores entrevistados.
Prof.(a) 2 “
É difícil mensurar o tempo dedico exclusivamente à leitura. Fazendo
estimativa, apenas 15 a 20% do tempo é dedicado a leitura devido à redução
da carga horária. Como o tempo é escasso tenho recomendado ao aluno fazer
leitura em casa onde escolhemos alguns excertos de obras da literatura
moçambicana. Para complementar a leitura, o aluno deve fazer algum
resumo ou síntese do que leu ou responder ao questionário que as vezes,
colocamos em anexo”.
Prof. 3 “É difícil estimar mas é um que o tempo dedicado exclusivamente à leitura é
escasso e não corresponde às necessidades dos alunos tendo em conta as duas
dificuldades. Para compensar este défice em sala de aulas apenas lemos
questões pontuais e o aluno continua em casa, onde geralmente também
responde a um questionário que ajuda na interpretação e compreensão da
leitura”.
aulas de leitura é bastante reduzido; (2) Como forma de compensar esse défice, eles têm
optado em disponibilizar alguns materiais (fichas de apoio e alguns livros) para que os
alunos leiam em casa; (3) Dentre as actividades mais privilegiadas para complementar a
leitura, os professores tem orientados aos alunos a fazer resumos ou sínteses dos textos
e/ou excertos de obras lidos e resolução de questionários que geralmente vem acoplados
aos textos, que visam ajudar na compreensão da leitura.
Como podemos constatar no ponto (3), os professores ao orientar a leitura também dão
outras actividades complementares com vista a compreensão do material lido. SIM-
SIM (2001) corrobora com a nossa constatação e explica que a leitura é o processo de
obter e compreender informação, armazenada de forma escrita, mediante símbolos, ou
qualquer tipo de escrita que utilize uma linguagem ou simbologia com a que se
represente esta linguagem. Deste modo, a leitura não é uma simples decifração de sinais
gráficos mas sim é necessário privilegiar a compreensão do que se lê.
Prof. 1 “Os alunos já vêem com dificuldades desde o ensino primário, em parte devido
as passagens automáticas. Com este sistema, mesmo sem competências, os
alunos progridem até ao ensino secundário. Aqui a exigências é outra e esses
alunos não conseguem acompanhar este ritmo.
Fora isso, muito desinteresse por parte do aluno. Eles não estudam e não estão
preocupados”.
Prof.(a) 2 “Os alunos estão muitos desinteressados com a leitura e com estudo no geral. Se
calhar, deve ser por causa do currículo (falo das passagens automáticas no
ensino primário) e a formas de avaliação recomendada aqui na 12ª classe
(múltipla escolha) não ajuda. Semeia preguiça nos alunos, por isso muitos vão
pela sorte”.
Prof. 3 “Estes nossos alunos já vêem com muitas lacunas dos níveis inferiores. Agora,
com a redução da carga horária ficou mais complicados limar essas lacunas na
leitura. Nos sempre orientamos algumas tarefas mas há muito desinteresse neles.
Assim, fica difícil ajudar alguém que não quer ser ajudado. Entretanto, aos
poucos vamos puxando alguns que se interessam”.
Fonte: Produzido pela autora a partir das respostas dos entrevistados
32
Nas duas últimas questões (10 e 11), procuramos saber a opinião dos professores o que
estará por de trás da falta do hábito de leitura no seio dos alunos e também as possíveis
medidas de superação.
Tabela 5: Depoimento dos professores sobre a falta de habito de leitura no ceio dos alunos e
as possíveis medidas de superação.
Porém, a falta de livros nas bibliotecas e o seu custo de aquisição nas livrarias
contribuem muito para a falta de hábito de leitura. Para melhorar isso, deve-se
incentivar aos alunos, numa primeira fase, a ler obras que reflecte-se na sua
realidade; Não dar livros volumosos pois criam preguiça. Deve-se dar o livro
em partes (por capítulos, páginas ou alguns parágrafos) e, diversificar o
material de leitura pois também ajuda a ampliar o vocabulário e comunicação
oral bem como a escrita com correcção”.
Fonte: Produzido pela autora a partir das respostas dos entrevistados
Como medida de superação para a falta de hábitos de leitura nos alunos, os professores
sugerem, de forma unânime, o apetrechamento das bibliotecas escolares e diversificação
dos materiais de leitura. Entretanto, a Prof. (2) afirma que os professores das outras
disciplinas também devem fazer a sua parte no sentido de incentivar o gosto pela leitura
nos alunos. Acerca disso, MARTINS (1984) explica que não cabe só ao professor de
Língua Portuguesa ensinar os alunos a ler. Segundo esta autora, é preciso que todos os
professores trabalhem em conjunto e estabeleçam metas relacionadas com as suas
disciplinas, com o objectivo de ensinar o aluno a ler diferentes tipos de textos e a
perceber diferentes formas de leitura e entendimento.
Outrossim, MARTINS (1984), também esclarece que a escola tem papel fundamental
no processo de aprendizagem de leitura e, cabe a ela motivar o aluno para a prática de
leitura e oferecer satisfatoriamente um projecto de leitura a ser seguido, interligando a
leitura satisfatória com a vida escolar e social do aluno. Dessa forma, amparado pela
escola, o aluno terá subsídios para que seu desenvolvimento como leitor seja de
qualidade.
35
Nas primeiras questões (3 e 3.2) do inquérito (da parte II), procuramos saber dos alunos
se sabiam ler e que se gostavam ou não de ler. Os resultados destas questões estão
apresentadas no gráfico a seguir:
70
60
60
50 42
40
30
18
20
10
0
0
Sabe ler? Gosta de ler?
Conforme ilustra o gráfico, dos alunos inqueridos (60) todos afirmaram que sabem ler,
sendo que 42 afirmaram não gostar de ler e 18 sim. Todos os alunos inqueridos (questão
3.1) afirmam que aprenderam a ler ainda no ensino primário.
De seguida, procuramos saber dos alunos o que costuma ler. As respostas a essa
questão, passamos a apresentar no gráfico a seguir:
Gráfico 2:
60
60
40
20 7 7 5
0
36
CAPÍTULO III
______________________________________________________________________
37
38
Conclusão
39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______________________________________________________________________
40
GIL, A. C. Como elaborar Projecto de pesquisa. 4ªed. São Paulo, Atlas, 1999.
APÊNDICES
______________________________________________________________________
43
Caro/a Professor/a, com esta entrevista pretende-se recolher informações que permitam
compreender as razões pelas quais os alunos da 12ª Classe enfrentam dificuldades no
âmbito da leitura. Espera-se que, com os resultados deste estudo, poder contribuir para
clarificar e propor soluções para estancar e ou minimizar as dificuldades de leitura no
seio dos alunos da 12a classe no geral e os da Escola Secundária Quisse Mavota.
Por forma a manter o princípio de confidencialidade, a sua identidade será codificada e
as informações fornecidas serão apenas usadas para a pesquisa, respeitando o total
anonimato. Por isso, é muito importante a sua sinceridade.
9. Que estratégias metodológicas tem usado nas suas aulas para desenvolver as
competências de leitura nos alunos?
10. A falta de hábitos e de domínio de leitura por parte dos nossos alunos é uma
realidade no nosso país. Na sua opinião, o que estará por detrás deste dilema?
11. O que acha que se pode fazer para que os alunos desenvolvam ainda mais o
gosto pela leitura?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
4. Quantas aulas de Português tem por semana? ___________________________
5. Nas aulas de Português, o professor tem dado aulas exclusivamente de leitura?
Sim [ ] Não [ ]
6. Acha que as aulas que o professor reserva exclusivamente para a leitura são
suficientes? Sim [ ] Não [ ]
7. O que acha que a escola ou o professor deve fazer para que os alunos gostem
ainda mais de ler?
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