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1. Introdução ................................................................................................................... 1
1.1 Objectivos ............................................................................................................. 2
1.1.1 Objectivo geral .............................................................................................. 2
1.1.2 Objectivos específicos ................................................................................... 2
1.2 Metodologia .......................................................................................................... 3
2. Formas extinção dos actos administrativos ................................................................ 4
2.1 Caducidade ........................................................................................................... 4
2.2 Anulação ............................................................................................................... 5
2.3 Revogação ............................................................................................................ 7
2.3.1 Espécies de revogação ................................................................................... 8
2.3.1.1 Quanto ao conteúdo .................................................................................... 8
2.3.1.2 Quanto à iniciativa ...................................................................................... 8
2.3.1.3 Quanto ao fundamento ............................................................................... 9
2.3.1.4 Quanto aos efeitos ...................................................................................... 9
2.3.2 Actos administrativos insusceptíveis de revogação..................................... 10
2.3.3 Casos de revogação proibida ....................................................................... 11
2.3.4 Forma e formalidades dos actos da revogação ............................................ 12
2.3.5 Efeitos da revogação.................................................................................... 12
2.3.6 Competência para a revogação .................................................................... 13
3. Conclusão ................................................................................................................. 15
Referencias bibliográficas ............................................................................................ 16
0
1. Introdução
A caducidade, como descrita por Albano Macie, refere-se à extinção não retroativa de efeitos
jurídicos de um ato administrativo devido à verificação de um fato jurídico, independente de
qualquer manifestação de vontade. Isso pode ocorrer quando o ato está subordinado a um prazo
ou a um facto jurídico específico.
A anulação, conforme José Carlos Vieira de Andrade e Albano Macie, visa destruir os efeitos
de um acto administrativo devido à sua ilegalidade ou vício que o torne ilegítimo. A ilegalidade
é o fundamento da anulação administrativa, e essa via é aplicável quando os actos são contrários
aos princípios ou normas jurídicas aplicáveis.
Já a revogação, de acordo com Diogo Freitas do Amaral e outros autores, tem como objetivo
extinguir os efeitos de um acto administrativo anterior, sendo uma acção do mesmo órgão ou
autor que o emitiu, ou de um superior hierárquico, quando não há competência exclusiva. Pode
ser baseada na ilegalidade do acto ou na inconveniência para o interesse público.
Dentro dessas vias de extinção, há considerações importantes, como a retroatividade dos efeitos
da anulação em actos ilegais, a possibilidade de revogação quando a lei assim o determinar, e
a diferenciação entre revogação total e parcial, bem como a análise dos efeitos futuros e
retroativos.
Além disso, destacamos casos em que a revogação é proibida, como quando a lei impede a
revogação de actos emanados por imposição legal, atos constitutivos de direitos ou de interesses
legalmente protegidos, ou actos que resultem em obrigações legais ou direitos irrenunciáveis
da Administração.
Por fim, abordamos as questões relacionadas à competência para a anulação e revogação, bem
como as formalidades necessárias e os efeitos da revogação, que geralmente são ex nunc, mas
podem ser excepcionalmente retroactivos ou repristinatórios, dependendo das circunstâncias.
1
Este trabalho fornecerá uma visão abrangente das formas de extinção dos actos administrativos,
auxiliando na compreensão deste importante aspecto do direito administrativo.
1.1 Objectivos
1.1.1 Objectivo geral
circunstâncias em que ela ocorre, como prazos e eventos jurídicos, e seus efeitos;
sua anulação;
seus efeitos;
Explorar os efeitos da revogação, incluindo os casos em que ela pode ter efeitos
retroativos ou repristinatórios;
2
1.2 Metodologia
3
2. Formas extinção dos actos administrativos
2.1 Caducidade
Albano MACIE2 cita Ana PRATA que afirma que "... genericamente, designa-se por
caducidade a extinção não retroactiva de efeitos jurídicos em virtude da verificação de um
facto jurídico stricto sensu, isto é, independentemente de qualquer manifestação de vontade”
Caducidade também pode ser concebida como o perecimento de um direito por exaustão
do período legal dentro do qual ele teria existência3.
Para ilustrar exemplo de actos administrativos que se extinguem por caducidade por
decurso do prazo ou passagem do tempo, O professor MACIE6 cita os casos de carta de
1
MACIE. Albano. Lições de Direito Administrativo Moçambicano. Vol. 2. Escolar Editora. Maputo. Pág. 206
2
MACIE. Albano. Op. Cit. Pág. 206. Apud . PRATA, Ana, Dicionário Jurídico, I, 5ª ed. Almedina, 2013, p.
220. Ver a palavra "Caducidade".
3
SIDOU, J. M. Othon. Dicionário Jurídico. 11. ed., rev. e atual. - Rio de Janeiro: Forense, 2016.
4
MACIE. Albano. Op. Cit. Pág. 207.
5
Ibidem. p, 207.
6
Ibidem. p, 207.
4
condução, que está subordinado a certo prazo, dependendo da idade do titular; O caso das
licenças de transporte de carga e de passageiros, etc.
MACIE8 afirma que há quem possa entender que a caducidade deve ser declarada por
uma autoridade por acto meramente declarativo, mas o que é certo, é que o acto administrativo
caducado não produz nenhum efeito, ele morreu pela verificação do facto jurídico.
2.2 Anulação
7
MACIE. Albano. Op. Cit. Pág. 207
8
Ibidem. P, 207.
9
ANDRADE, José Carlos Vieira de. Lições de Direito Administrativo. 5ª edição. Imprensa da Universidade de
Coimbra, 2017. p, 234.
10
MACIE. Albano. Op. Cit. Pág. 207.
11
Lei n.º 14/2011 de 10 de Agosto.
5
O professor Albano MACIE12 cita alguns exemplos de actos administrativos que estão
sujeitos a anulação:
A anulação administrativa deve ser feita dentro do prazo para o recurso administrativo
contencioso (noventa dias, conforme estabelece o n.º 2 do artigo 37 da Lei do processo
administrativo contencioso13) ou até à resposta da entidade recorrida (vinte dias depois da
citação, conforme estabelece o n.º 2 do artigo 64 da Lei do Processo Administrativo
Contencioso)14. Isto resulta do disposto no n. °1 do art. 137 da LPA.
12
MACIE. Albano. Op. Cit. Págs. 207 e 208.
13
Lei n.º 7/2014 de 28 de Fevereiro.
14
MACIE. Albano. Op. Cit. Pág. 208.
6
O impulso procedimental para a anulação administrativa pode ser da iniciativa dos
órgãos administrativos indicados no artigo 138 da LPA ou a pedido dos interessados, na
sequência de uma reclamação ou de um recurso hierárquico ou tutelar, conforme estabelece o
art. 134 da LPA.
Albano MACIE15 afirma que a anulação ou revogação anulatória tem por finalidade
reintegrar a ordem jurídica violada com a prática do acto inválido, suprimindo por via de
consequência, o acto viciado.
2.3 Revogação
MACIE17 afirma que revogação é o acto que se destina a destruir ou fazer cessar, no
todo ou em parte, os efeitos de um acto administrativo anterior praticado pelo mesmo órgão, ou
seu subalterno, delegado ou pelo órgão tutelado.
João CAUPERS18 alude que a revogação é o acto administrativo que visa destruir ou
fazer cessar os efeitos de um acto anterior.
De acordo com Albano MACIE20, em regra, a revogação tem sempre natureza negativa
ou destrutiva dos efeitos do acto revogado, consistindo na extinção dos efeitos do acto anterior,
sem que nada se faça em sua substituição. Existe, excepcionalmente, a natureza repristinatória,
em que a revogação faz nascer o acto primitivamente revogado, mas tal só existe quando
determinada, expressamente, por lei ou pelo autor da revogação.
15
MACIE. Albano. Op. Cit. Pág. 209.
16
AMARAL, Diogo Freitas do. Direito Administrativo, Vol. III, Lisboa, 1989. Pág. 351.
17
MACIE. Albano. Op. Cit. Pág. 209. Apud. CAETANO, Marcello, Manual de Direito Administrativo, p. 531-
32, FREITAS DO AMARAL, Diogo, Curso de. Direito Administrativo. Vol II. 2.ª edição, Almedina, 2012. p.
464; CAUPERS, João. Introdução ao direito administrativo. Âncora editora. 2001. p. 201.
18
CAUPERS, João. Introdução ao direito administrativo. 10.ª Ed. Âncora editora. Lisboa, 2009. Pág., 264.
19
AMARAL, Diogo Freitas do. Op. Cit. págs. 351 e 352.
20
MACIE. Albano. Op. Cit. Pág. 209.
7
Relativamente a revogação dos actos administrativos, levanta-se a questão sobre qual
seria o seu conteúdo e objecto.
Conteúdo
Objecto
AMARAL23 afirma que é fundamental sublinhar que a revogação é, ela mesma, um acto
administrativo: como tal, são-lhe aplicáveis todas as regras e princípios característicos do
regime jurídico dos actos administrativos.
Uma revogação total, que é aquela que extingue em todo os efeitos do acto
administrativo24;
21
AMARAL, Diogo Freitas do. Op. Cit. pág., 352
22
Ibidem. p, 352.
23
Ibidem. p, 352.
24
MACIE. Albano. Op. Cit. Págs. 209.
25
Ibidem. pág., 209.
8
delegante, nos casos de delegação de poderes e o órgão tutelar, nos casos de tutela
administrativa prevista expressas mente por lei, conforme estabelece o art. 138 da LPA;26
26
MACIE, Albano. Op. Cit. Pág. 209. Também apresentada por AMARAL, Diogo Freitas do. Op. Cit. p, 358 e
CAUPERS, João. Op. Cit. p, 265.
27
Ibidem. Pág. 210. Também apresentada por AMARAL, Diogo Freitas do. Op. Cit. p, 358 e CAUPERS, João.
Op. Cit. p, 265.
28
Ibidem. Pág. 210. Também apresentada por AMARAL, Diogo Freitas do. Op. Cit. p, 358/359 e CAUPERS,
João. Op. Cit. p, 265.
29
Ibidem. pág. 210. Também apresentada por AMARAL, Diogo Freitas do. Op. Cit. p, 358/359 e CAUPERS,
João. Op. Cit. p, 265.
30
Ibidem. pág. 210.
31
MACIE, Albano. Op. Cit. Pág. 211.
9
que já ocorreram desde a data em que foi emitida. Geralmente, essa revogação é usada para
anular acções ilegais que podem ser desfeitas32.
Os actos revogados com eficácia retroativa: são aqueles em que os resultados que já
ocorreram são desfeitos quando o acto principal é cancelado. Isso significa que se alguém se
beneficiou de um acto que foi posteriormente revogado retroativamente, essa pessoa perde os
benefícios que tinha recebido devido à revogação. Alternativamente, se for impossível
recuperar esses benefícios, a pessoa pode enfrentar punições administrativas conforme previsto
pela lei para aqueles que receberam esses benefícios de maneira ilegal. O objectivo da alinea c)
do artigo 135 da LPA é garantir que actos cujos resultados tenham sido desfeitos por meio de
32
Ibidem. Pág. 211.
33
Ibidem. Pág. 211.
34
AMARAL, Diogo Freitas do. Op. Cit. pág. 365.
35
MACIE, Albano. Op. Cit. Pág. 211 e 212.
10
anulação graciosa ou revogação anulatória não possam ser revogados novamente36. (art. 135 da
LPA, numero 1, alínea c))
Diogo Freitas do AMARAL38 afirma que se a proibição de revogação não for acatada,
o acto revogatório irá padecer irremediavelmente de violação de lei, por ilegalidade do seu
conteúdo.
36
Ibidem. pág. 212.
37
Ibidem. pág. 212.
38
AMARAL, Diogo Freitas do. Op. Cit. pág. 367.
39
MACIE, Albano. Op. Cit. Pág. 212.
40
AMARAL, Diogo Freitas do. Op. Cit. pág. 368.
11
revogação do acto e não se trate de direitos ou interesses indisponíveis, conforme afirma
Albano MACIE41.
Quando dos actos resultarem para a Administração obrigações legais ou direitos
irrenunciáveis: Albano MACIE42 afirma que se o acto emanado em cumprimento de
uma obrigação por parte da Administração for revogado significaria a violação da lei; ou
em caso de direitos irrenunciáveis, a renúncia de tal direito, seria uma renúncia ilegal.
Além disso, nos números 2 e 3, a lei estabelece que o acto de revogação deve seguir as
mesmas regras de forma e formalidade que foram usadas para realizar o acto que está sendo
revogado. Isso é chamado de princípio da identidade ou paralelismo.
No entanto, esse princípio não se aplica em duas situações: primeiro, quando a lei
especifica uma forma específica a ser seguida, nesse caso, essa forma deve ser usada; Segundo,
quando o acto a ser revogado foi realizado de maneira mais formal do que a exigida por lei,
neste caso dever-se-á respesitar a imposição legal, conforme resulta do numero 2 do artigo 139
da LPA.
41
MACIE, Albano. Op. Cit. Pág. 212 e 213.
42
Ibidem. pág. 213.
12
expressamente com a retroactividade dos efeitos da revogação e não respeitem a direitos ou
interesses indisponíveis (n.° 3).
Em geral, quando uma decisão administrativa é revogada, isso afecta apenas eventos
futuros, ou seja, a partir desse momento em diante, por força do disposto no artigo 140, número
1 da LPA. No entanto, existem algumas situações especiais em que a revogação pode ter efeitos
retroactivos, ou seja, afectar eventos passados.
Quando a decisão administrativa original era ilegal ou inválida, a revogação pode anulá-
la retroativamente, ou seja, como se a decisão nunca tivesse existido desde o início (n. ° 2 do
art. 140 da LPA).
Se a pessoa que revoga a decisão decidir que ela deve ter efeitos retroativos, isso só é
permitido se for favorável às partes envolvidas e se todas as partes concordarem expressamente
com essa retroatividade, desde que não prejudique direitos ou interesses que não podem ser
renunciados.
O artigo 141 prevê a situação dos casos em que a lei ou o acto de revogação pode
explicitamente determinar que a revogação restabelece a validade da decisão original que havia
sido revogada, isto é, verifica-se a repristinação.
O autor do acto;
43
MACIE, Albano. Op. Cit. pág. 215.
13
O superior hierárquico do autor do acto, desde que este (autor do acto) não tenha
emanado o acto no âmbito de uma competência exclusiva, porque se assim for somente
ele pode anular o seu acto, sem prejuízo de anulação contenciosa;
O delegante ou subdelegante, nos casos de actos praticados no âmbito da delegação ou
subdelegação de poderes, enquanto vigorar a delegação ou subdelegação;
O órgão tutelar, nos casos de actos praticados pelos órgãos tutelados, quando previsto,
expressamente, por lei.
14
3. Conclusão
A análise das formas de extinção dos actos administrativos é fundamental para compreender o
funcionamento do aparato administrativo de um Estado. Através da caducidade, anulação e
revogação, a administração pública pode adequar suas decisões à evolução das circunstâncias,
à legalidade e ao interesse público.
Cada uma dessas formas de extinção possui particularidades que a tornam adequada a diferentes
situações. A caducidade actua de forma automática, sem necessidade de manifestação de
vontade, quando o acto está subordinado a prazos ou fatos jurídicos específicos. A anulação,
por sua vez, age diante da ilegalidade, garantindo que actos administrativos contrários à lei
sejam anulados. Já a revogação, pautada pelo interesse público, permite que a administração
ajuste suas decisões em prol do bem comum.
É importante ressaltar que a revogação não é um acto discricionário, mas deve respeitar critérios
de legalidade e proporcionalidade. Além disso, existem casos em que a revogação é proibida,
como quando se trata de actos nulos, decisões judiciais ou actos que geraram obrigações legais
para a administração.
Em suma, o estudo das formas de extinção dos actos administrativos é essencial para garantir a
conformidade das acções da administração pública com os princípios do Estado de Direito,
contribuindo para uma administração mais eficiente, transparente e justa, em benefício de toda
a sociedade.
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Referencias bibliográficas
AMARAL, Diogo Freitas do. Direito Administrativo, Vol. III, Lisboa, 1989
ANDRADE, José Carlos Vieira de. Lições de Direito Administrativo. 5ª edição. Imprensa da
Universidade de Coimbra, 2017.
CAUPERS, João. Introdução ao direito administrativo. 10.ª Ed. Âncora editora. Lisboa,
2009.
PRATA, Ana, Dicionário Jurídico, I, 5ª ed. Almedina, 2013, p. 220. Ver a palavra
"Caducidade".
SIDOU, J. M. Othon. Dicionário Jurídico. 11. ed., rev. e atual. - Rio de Janeiro: Forense, 2016.
Legislação
Lei n.º 7/2014 de 28 de Fevereiro – Lei do Processo Administrativo Contencioso;
Lei n.º 14/2011 de 10 de Agosto – Lei do Procedimento Administrativo.
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