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ANEMIA FALCIFORME

TAMIRES MARIA DA SILVA ROCHA


NILZA SANTOS PINTO
ANEMIA FALCIFORME

- É caracterizada por uma alteração nos glóbulos vermelhos que perdem a forma
arredondada e elástica, adquirem o aspecto de foice e endurecem o que dificulta a
passagem do sangue pelos vasos de pequeno calibre e a oxigenação dos tecidos.
- Ocorre devido a uma mutação no cromossomo 11 que resulta na substituição do
ácido glutâmico pela valina na cadeia B da globina, dando origem à hemoglobina
S.
- Em condições de hipóxia, a hemoglobina S (do inglês “sickie”) assume a forma
de foice.

Causa: Mutação genética,


responsável pela deformidade dos
glóbulos vermelhos. Se for
transmitido apenas por um dos
pais, o filho terá o traço falciforme,
que poderá passar para seus
descendentes, mas não a doença
manifesta.
ANEMIA FALCIFORME

❑ Evolução da doença caracterizada por crises precipitadas por inúmeros


fatores:
❑ Febre, infecção, exercícios físicos, desidratação, exposição ao frio, tensão
emocional; crises podem ser vasoclusivas, anêmicas (aplásticas, sequestro,
hiper-hemolítica).
ANEMIA FALCIFORME

Manifestações clínicas
❑ Dor forte provocada pelo bloqueio do fluxo sanguíneo e pela falta de
oxigenação nos tecidos;
❑ Dor nas articulações;
❑ Síndrome de mão-pé;
❑ Ulcerações;
❑ Palidez e icterícia;
❑ Priapismo;
❑ Cegueira;
❑ Cálculos biliares;
❑ Fadiga intensa;
❑ Taquicardia;
❑ Febre;
❑ Problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais;
ANEMIA FALCIFORME

Diagnóstico
❑ História clínica
- Crises dolorosas de repetição
- Infecções
- Anemia
- Icterícia
❑ Esfregaço periférico
- Células em forma de foice
- Eritroblastos
- Algumas vezes células em alvo
- Teste de falcização é positivo
❑ Diagnóstico laboratorial
- Detecção da HbS e de suas associações com outras frações
ANEMIA FALCIFORME

Diagnóstico

❑ Técnica da eletroforese de hemoglobina em


acetato de celulose com pH alcalino, em ágar com
pH ácido;
Separação dos tipos de Hb de acordo
com as diferentes taxas de migração
das moléculas de hemoglobinas
eletronicamente carregadas, quando
submetidas a um campo elétrico.
ANEMIA FALCIFORME

Diagnóstico

❑ Diagnóstico molecular;
- Alteração molecular presente na doença falciforme pode
ser identificada pela reação em cadeia da polimerase
(PCR), e sequenciamento do DNA.
❑ Diagnóstico pré-natal;
- Intra-útero: através da análise do DNA de alguma célula
nucleada disponível (células das vilosidades coriônicas)
detectando genótipo da doença da célula falciforme na
12º a 14º semana de gestação.
❑ Screening neonatal
- Eletroforese de hemoglobina em sangue de cordão.
ANEMIA FALCIFORME

Tratamento

- Analgésicos;
- Antibióticos;
- Oxigenoterapia;
- Transfusão de sangue;
- Transplante de medula óssea
- Hidroxiuréia;
- Imunização;
- Alimentação equilibrada;
- Evitar exposições ao frio;
- Proteção dos membros inferiores (meias e calçados).
Caso clínico
Caso clínico

 Identificação do paciente:
 L.S.H, sexo masculino, 30anos, casado, negro e natural de Salvador.
Atualmente exerce função de pedreiro.
 Queixa principal:
 Dor nas pernas há 2 dias.
 Histórico da doença atual (HDA)
 O paciente refere que há dois dias começou a apresentar fortes dores em
MMII, sem irradiação, sem nenhuma melhora com a utilização de analgésico e
no momento da consulta, região lombar também estava dolorida. Refere que
há 1 dia sente fadiga, indisposição e notou presença de edema doloroso em
tornozelo D. Relata também já ter observado inúmeros outros episódios de
dores na pernas no último ano.
Caso clínico
Exame físico
Regular estado geral, eupneica, afebril,
Conduta: mucosas descoradas (++/IV), discreta
Iniciado com analgésico endovenoso icterícia. Sem alterações nos dados vitais.
Aparelho cardiovascular com achado de
com tramadol; solicitado hemograma; sopro difuso (++/IV) à ausculta.
contagem de reticulócitos; Rx dos Abdome plano, cicatriz umbilical intrusa,
MMII. RHA preservado e timpânico a percussão.
Traube livre. Fígado não palpável.
Presença de edema unilateral sem
empastamento em tornozelo esquerdo
(++/4), associado a úlcera maleolar de
cerca de dois centímetros, com secreção
purulenta e hiperemia nas bordas,
dolorosa a palpação.
Aparelho respiratório sem alterações.

- Ausência de fraturas As dores em MMII foram interpretadas como


quadro de crise Vaso-oclusica (CVO).
Caso clínico
Exames complementares

Hematócrito = 24%
Hemoglobina = 8,2 g/dL
Reticulócitos = 135.000/mm3
VCM = 90 fl.
HCM = 33 g/dL
Análise do esfregaço = presença de drepanócitos
RDW = 15%
Leucócitos = 11.000 por mm³
Plaquetas = 420.000 por mm³
Glicemia em jejum = 80 mg/dL
Colesterol total = 151 mg/dL
HDL-C = 53 mg/dL
Triglicérides = 134 mg/dL ECG: sem alterações
ECG: sem alterações
Caso clínico

❑ Diagnóstico
- O possível diagnóstico da paciente é de crise dolorosa secundária a Anemia
Falciforme. Para alcançá-lo deve-se levar em conta os achados em três áreas:
❑ Achados da anamnese: etnia negra, fortes dores em MMII, fadiga,
indisposição e feridas nos tornozelos (úlcera maleolar).
❑ Achados do exame físico: mucosas descoradas, leve icterícia, sopro difuso,
úlcera maleolar.
❑ Achados dos exames laboratoriais: baixa de hematócritos e hemoglobina,
presença de drepanócitos evidenciando hemácias falcizadas, aumento de
RDW indicando anisocitose, e leucócitos elevados.
- No entanto, para diagnóstico definitivo médico solicitou uma eletroforese da
hemoglobina, no qual confirmou anemia falciforme.
Caso clínico

Evolução: Após 3 dias de tratamento paciente evoluiu com melhora no seu


quadro clínico e não se queixava mais de crises álgicas nos MMII. Recebeu
alta com analgésicos VO até completar 10dias. Encaminhado ao ambulatório de
hemoglobinopatias, para consultas periódicas, onde serão avaliados tanto a
necessidade de iniciar terapia específica, como lesões de orgãos- alvos da AF.
Ademais, medicamentos profiláticos e droga para prevenção de CVOs.
ANEMIA FALCIFORME
Etiologia

Bibliografia Paciente
Fator genético (traços falcêmicos) Sim

Raça negra Sim

Baixo nível socioeconômico Sim


ANEMIA FALCIFORME
Manifestações clínicas
Bibliografia Paciente
Icterícia Sim
Mucosa descoradas Sim
Fadiga e letargia Sim
Sopro difuso Sim
Ulceras maleolar Sim
febre
Dor torácica
ANEMIA FALCIFORME

Diagnóstico
Bibliografia Paciente
Teste do pezinho
Análise do esfregaço
Eletroforese de hemoglobina Sim
Exames laboratoriais Sim
HT hematócritos Sim
HB hemoglobina Sim
Exame de imagem Sim
ANEMIA FALCIFORME
Tratamento
Bibliografia Paciente
Analgésicos/opióides Sim
Hidratação oral Sim
Oxigenoterapia
Transfusão sanguínea
Hidroxiuréia Sim
Endovenosa vigorosa com Sim
soro fisiologico
Medicamentos profiláticos Sim
(ácido fólico e penicilina)
Referências Bibliograficas

ANVISA. Manual de diagnóstico e tratamento de doenças falciformes. Brasília, 2002.


Disponivel em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/anvisa/diagnostico.pdfacesso em 05 de
setembro de 2023.
GUIMARAES, C.A. A importância do aconselhamento genético na anemia falciforme. Revista ciência e
saúde coletiva, vol. 15. São Paulo, 2010

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