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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

TRIBUNAL JUDICIAL DA CIDADE DA MATOLA

Secção Criminal

Despacho

I. DOS PRAZOS DE APRESENTAÇÃO JUDICIAL

. O arguido detido que não deva ser de imediato julgado é interrogado pelo juiz de
instrução no prazo máximo de 48 horas, nos termos da conjugaçao dos artgos 64º/2
CRM e 175º/1 do CPP.
No caso em apreço, os arguidos foram detidos no dia 01 Setembro de 2023, e
apresentados no dia 06 de Setembro 2023 para efeitos de realização do primeiro
interrogatório, portanto, nao foram cumpridos os prazos da detençao plasmados nos
artigos acima referidos.

II. DA LEGALIDADE DA CAPTURA

O legislador ordinário estabeleceu na alinea a nº 1 do artigo 298º e 300º ambos do


CPP, que compete unicamente ao juiz ordenar a detenção fora de flagrante delito; e
excepcionalmente, em flagrante delito qualquer autoridade judiciária ou entidade
policial, qualquer pessoa procede a detenção do infractor. Neste caso , a detenção é
legal, pois foi efectuada pela polícia momentos depois da prática da infracção, sendo
por isso, válida para todos efeitos legais.

III. DA EXISTÊNCIA DE INDÍCIOS SUFICIENTES

Em sede do interrogatório, os detidos confessaram a prática dos factos constantes


nos autos, , tal como constam na denúncia folhas 4 dos autos. Compulsados os autos e
analisado criticamente as declarações dos arguidos em sede de primeiro
interrogatório, resultam existir indícios suficientes da prática do tipo legal dos crimes
homicidio agravado ,castração e mutilação genital em conjugação dos artrigos
160º e 179º CP agravado pela circunstância, da alínea a) do artigo 160º tambem do
CP.
IV. DA MEDIDA DE COAÇÃO

Neste caso , determina se a medida de coacção a aplicar aos arguidos, definindo se os


mesmos deverao aguardar os passos subsequentes do processo em prisao preventiva
ou em liberdade provisoria. Ouvido o Ministério Público e o Mandatário Judicial dos
detidos sobre a medida de coação aplicável ao caso em apreço; o MP promoveu que
se mantêm em prisão preventiva, ao passo que o mandatário requereu a aplicação de
medida menos gravosa, concretamente a liberdade provisória mediante prestação de
caução apsentando documentos comprovativos de que o maido é seroposetivo,
diabético e sofre de tuberculose e a esposa tem filhos menores de 10,14 e 16 anos . A
medida de prisão preventiva tem natureza excepcional, aplica-se nos casos em que as
outras considerarem-se inadequadas e insuficientes ao caso concreto em relação as
outras menos gravosas, atento aos princípios da necessidade, adequação e
proporcionalidade, nos termos do artigo 243º do CPP. Por outro lado, a liberdade
provisória mediante termo de identidade e residencis ou caução mostra-se suficiente e
adequada, na medida em que, não existe perigo de fuga ou de perturbação da
instrução do processo, art. 237º CPP.

DECISÃO:

Contudo, decido validar e manter a prisão dos mesmos, nos termos da alínea b), n° 1,
do artigo 313° do CPP, e por se mostrarem preenchidos os requisitos para aplicação
de uma medida de coação, decido aplicar aos arguidos a medida de coação de prisão
preventiva por haver receio de fuga e perturbação da instrução do processo, ao abrigo
da al. a), nº 1 do art. 243º e als. a) e c), do art. 245º, todos do Código de Processo
Penal. - Mantém-se informados os familiares dos arguidos sobre a sua situação
prisional, nos termos do artigo 64° da CRM. - Mandados de condução ao
estabelecimento penitenciário. - Ordeno a devolução dos autos a proveniência.
Cumpra-se,
O Juiz de Direito: Evaristo Mundlovo

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